Setores menos “verdes” devem financiar gestão ambiental das câmaras, recomenda Governo

O Governo indica que o país está melhor preparado que no ano passado para lidar com a situação de seca, mas alerta que "estamos a entrar num período de novo difícil" e com tendência a agravar-se.

O consumo de água no Algarve subiu 3%, uma subida que estará relacionada com a atividade turística. Neste sentido, e seguindo o princípio de adequar os consumos futuros dos vários setores aos recursos que vão estar disponíveis, o Governo recomenda aos municípios que procurem financiamento junto dos setores que criam pressões ambientais para ajudar à gestão de recursos como a água e os resíduos.

“Uma das formas para mobilizar recursos é a recomendação de os municípios procurarem encontrar financiamento junto dos setores que criam essa pressão, para, entre outras coisas, poderem investir também na gestão ambiental, seja ela da água ou dos resíduos”, indicou o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, após a reunião interministerial que decorreu esta sexta-feira, 21 de abril.

Em paralelo, o Governo reitera a recomendação de que os municípios aumentem as tarifas da água para maiores consumos, penalizando os grandes consumidores.

Numa conferência de imprensa conjunta, o ministro do Ambiente e ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, indicaram que o país está melhor preparado que no ano passado para lidar com a situação de seca, mas alertaram que “estamos a entrar num período de novo difícil”. Depois do início de ano meteorológico com precipitação, o país encontra-se neste momento com cerca de 10% do país em seca extrema e 18,6% do território em seca severa. Tendo em atenção o ponto de situação à data e o parecer do IPMA, a situação “vai tender a agravar”, indica Maria do Céu Antunes.

Questionado sobre a possibilidade de voltar a haver restrições à produção de energia hídrica, como se verificou no ano passado, o ministro do Ambiente afasta, para já, essa intenção. “Se houver necessidade aplicaremos restrições tal como no ano passado“, indicou, apontando que as barragens de Bravura e Monte da Rocha mantêm, ainda, estas limitações, tendo em conta a baixa disponibilidade hídrica.

Quase 70 milhões de investimento até 2025

De forma a dar resposta à situação mais a médio-prazo, ficaram decididos três novos investimentos. O maior, de 30 milhões, é focado na reabilitação do canal de rega do aproveitamento hidroagrícola do Mira, que apresenta hoje perdas superiores a 35%. Na sequência dos trabalhos, estas deverão reduzir-se em 15 a 20%, o que permitirá ter água para mais um ano de rega em condições normais. Prevê-se que o projeto seja concluído em 2025. Na mesma localização, serão investidos 6,6 milhões de euros para fazer uma nova estrutura para captação de água, a ser concluída em 2024.

Além disto, os governantes revelaram que existe a intenção dos próprios produtores de fazerem um investimento numa dessalinizadora, mas ainda têm de ser levados a cabo trabalhos técnicos para estudar esta possibilidade.

Na zona de Campilhas e Alto Sado, está terminado e pronto a executar um projeto de ligação do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) a Monte da Rocha, num investimento de 26 milhões de euros.

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