Portugal recicla apenas 13% das embalagens que coloca no mercado
Em Portugal, as metas para a reciclagem em 2030 dificilmente serão atingidas. As falhas na UE para obter uma economia circular, a produção e o consumo estão a criar uma crise de resíduos de plástico.
Portugal recicla apenas 13% das embalagens que coloca no mercado, avança o jornal Público. A Agência Portuguesa do Ambiente e as associações de produtores de embalagens, que são responsáveis pelo sistema de recolha seletiva, garantem que estamos a recuperar 42% do lixo que produzimos, mas o Ministério do Ambiente de Duarte Cordeiro mandou fazer novos cálculos por duvidar das virtudes da auto-regulação do mercado.
Conclusão do Governo: o país apenas tem 13% dos seus resíduos reciclados. Em março, o Governo aprovou o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030 (PERSU). A tabela 6 desse mesmo plano mostra que a “preparação para reutilização e reciclagem” em 2019, em vez de um resultado, passou a mostrar dois, que comparam com o objetivo desejado para 2030, que é o de alcançar 60% de reciclagem — uma meta que, alerta o ministro, “dificilmente atingiremos”.
Ao incluir na tabela 6 uma coluna onde os resultados são de apenas 13% de reciclagem de resíduos, o ministro quis usar “métricas mais exigentes” do que as que a APA geralmente publicita. “O ministério inscreveu no PERSU uma métrica, a mais exigente, que nos diz que o país apenas tem 13% dos seus resíduos reciclados, o que significa que reconhece o atraso existente neste domínio”, sublinha Duarte Cordeiro. “O atraso é evidente e não orgulha o país.” Esta discrepância de valores (42% contra 13%), resultado da aplicação da tal “métrica mais exigente”, demonstra que a indústria produtora de embalagens está a declarar uma pequena parte do lixo realmente existente.
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