Carros elétricos vão impulsionar economias da África subsaariana
Standard & Poor's prevê aumento da procura e dos preços de vários minerais, que existem em vários países de África, para produção de veículos elétricos e baterias.
A Standard & Poor’s considerou este sábado que o aumento da procura de minerais, como cobalto ou grafite, para sustentar a diversificação face aos combustíveis poluentes vai beneficiar as economias da África subsaariana, incluindo o lusófono Moçambique.
“Várias economias da África subsaariana exportadoras de matérias-primas, em especial as situadas nas regiões meridional e central do continente, poderão beneficiar de um impulso significativo com o aumento da procura de vários minerais abundantes na região, como o cobalto, o cobre, a grafite, o lítio, o magnésio e os metais de terras raras”, escrevem os analistas da Standard & Poor’s (S&P).
Numa nota de análise sobre o impacto da transição verde nas economias da região, a S&P diz esperar “que vários minerais registem um aumento da procura e dos preços, dada a sua importância na produção de energia com baixo teor de carbono e na produção de veículos elétricos e baterias”, apontando como exemplos o lítio, o cobalto e a grafite, que são fundamentais para a produção de baterias elétricas, e o níquel, que é muito utilizado na produção de energia com baixo teor de carbono, sobretudo na produção de eletricidade eólica.
“Prevê-se igualmente um aumento da procura de cobre, dada a sua importância na construção de redes e linhas elétricas”, apontam os analistas da S&P, lembrando que, de acordo com a Agência Internacional da Energia, “a procura destes metais vai aumentar drasticamente nas próximas décadas, em especial no que respeita ao cobalto, à grafite, ao lítio, cuja procura pode aumentar mais de 40 vezes face ao valor atual.
As economias da região têm abundância destes materiais essenciais para a transição energética, incluindo o grafite de Moçambique, Madagáscar e Tanzânia, o cobalto da República Democrática do Congo e o cobre da RDCongo e da Zâmbia, para além do lítio, comum no Zimbabué e na RDCongo.
O cobre o cobalto representam 95% das exportações e entre 25 e 25% do PIB da RDCongo, e na Zâmbia o cobre vale 75% das exportações, exemplificam os analistas.
“A maioria dos países da África subsaariana são fortemente dependentes de exportações de matérias-primas, pelo que um forte aumento na procura destes minerais vai provavelmente garantir um forte impulso ao crescimento das suas economias”, conclui a S&P.
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