Inflação homóloga abranda para 4% em maio com ajuda do “IVA zero”
A taxa de inflação homóloga abrandou de 5,7% em abril para 4% em maio, com o contributo da medida do "IVA zero". É o sétimo mês consecutivo de abrandamento de preços.
A taxa de inflação homóloga terá abrandado para 4% em maio, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Trata-se de um recuo de 1,7 pontos percentuais face à variação de 5,7% registada em abril no Índice de Preços no Consumidor (IPC). E será o sétimo mês consecutivo de abrandamento na subida dos preços, cujo ritmo é o mais baixo desde janeiro de 2022 (3,34%) — isto é, antes do início da guerra na Ucrânia.
É preciso ter em conta que a comparação é feita com maio do ano passado, mês em que os preços dispararam por causa da guerra, tendo a variação do IPC atingido os 8%. Isso explica em parte a desaceleração, refere o INE, que fala num “efeito de base resultante do aumento de preços da eletricidade, do gás e dos produtos alimentares” no mesmo mês do ano passado, por causa da guerra.
No entanto, neste mês de maio, a subida dos preços também abrandou por causa de uma medida do Governo, o “IVA zero”. A isenção do IVA num conjunto de 46 categorias de alimentos entrou em vigor a 18 de abril, pelo que maio é o primeiro mês em que se pode avaliar o efeito completo da medida.
Desconstruindo os indicadores, o INE nota que a descida dos preços dos produtos energéticos acelerou de -12,7% em abril para -15,5% em maio, em termos homólogos. Já o índice relativo aos produtores alimentares não transformados desacelerou, na variação homóloga, de 14,1% em abril para 8,9% em maio.
Na variação em cadeia, o IPC em maio terá ficado 0,7% abaixo do registado em abril, também um abrandamento face ao avanço de 0,6% registado em abril face a março.
No que toca ao indicador de inflação subjacente, que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos, este terá desacelerado para 5,5% em maio, face ao período homólogo, isto é, menos 1,1 pontos percentuais face aos 6,6% registados no mês precedente.
Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que permite a comparação entre países europeus, terá abrandado para 5,4% face a maio de 2022, o que representa também um recuo face a abril (era de 6,9%).
Medina garante “menos sobressalto” e “mais segurança”
Fernando Medina considerou que estas são “boas notícias para a economia portuguesa, para as famílias portuguesas e para as empresas”. Em declarações à SIC Notícias, o ministro das Finanças disse ainda que a expectativa é que a inflação continue a cair e que tenhamos “vários meses, ainda este ano, com inflação abaixo dos 3%”.
“Teremos uma tendencial estabilização”, afirmou, acrescentando que isso se traduz em “menos sobressalto para as famílias e mais segurança sobre aquilo que vão ser os seus rendimentos reais”.
Medina destacou ainda o contributo da medida “IVA Zero” para o abrandamento da inflação e recordou que, ao mesmo tempo que a inflação desacelera, “está a entrar um conjunto de apoios muito vasto para as famílias”, destacando o apoio mensal às famílias mais vulneráveis, o apoio às rendas e a redução adicional do IRS para quem tem três ou mais filhos. E lembrou ainda que, no segundo semestre, entrarão em vigor as novas tabelas de retenção na fonte de IRS.
(Noticia atualizada pela última vez às 12h40 com declarações de Fernando Medina)
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