Governo prepara incentivo à Autoeuropa para fabricar nova geração de carros elétricos em Palmela, além do modelo híbrido
Ministro da Economia adverte que "o modelo híbrido não basta" e desafia ainda a nova administração da Aicep, liderada por Filipe Santos Costa, a conseguir "atrair o projeto do aço verde da Iberdrola".
O Governo assegurou esta segunda-feira que está a trabalhar para dar um incentivo à Autoeuropa para o fabrico de uma nova geração de carros elétricos em Palmela, além do modelo híbrido que começará a ser produzido em 2025 e chegará ao mercado no ano seguinte.
“Estamos a debater com a Volkswagen e vamos ter um incentivo para que a Volkswagen, além do veículo híbrido que já anunciou, possa fabricar uma nova geração de carros elétricos”, adiantou o ministro da Economia, durante a sessão pública de apresentação dos objetivos para o novo mandato da Aicep.
À margem do evento, o ECO pediu a António Costa Silva mais detalhes relativos a este investimento, mas o ministro da Economia e do Mar declinou fazê-lo nesta fase em que ainda decorrem negociações com a fabricante automóvel. O responsável político respondeu apenas que o “modelo híbrido não basta”.
Estamos a debater com a Volkswagen e vamos ter um incentivo para que a Volkswagen, além do veículo híbrido que já anunciou, possa fabricar uma nova geração de carros elétricos.
A partir de 2025, as atuais linhas de produção da Volkswagen Autoeuropa serão redirecionadas para o novo modelo híbrido, como disse o diretor-geral, Thomas Hegel Gunther, ao Público (acesso condicionado). A versão com motor de combustão interna será residual. A marca germânica vai gastar 600 milhões de euros no novo modelo, na modernização e na descarbonização, mais 20% do que os 500 milhões anunciados há ano e meio. Mas, no final desta década, vai ser preciso decidir onde fazer novos investimentos para novos modelos.
No seu discurso, António Costa Silva disse que o país está “a lutar denodadamente com as empresas de indústria automóvel que estão no país para fabricar carros elétricos”, recordando que a “Stellantis já vai fabricar o seu carro elétrico ligeiro em Mangualde”.
Costa Silva deixou ainda um desafio à nova administração da Aicep: “Temos de ser capazes de atrair o projeto do aço verde da Iberdrola, um investimento muito significativo, mas da nova geração de indústrias verdes, baseada na geração de hidrogénio das indústrias renováveis. O país tem todas as condições para estar [na frente] desta transição”.
O ministro da Economia e do Mar saudou ainda o trabalho da anterior administração da Aicep, liderada por Luís Castro Henriques, usando o exemplo de Isaac Newton: “Se vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”. E deixou uma nota de confiança de que Filipe Santos Costa de que fará “ainda mais”.
Por outro lado, sublinhou que o Executivo está a trabalhar em “vários instrumentos” para ajudar a atrair investidores estrangeiros “e que vão ser decisivos para o futuro”. “É o caso do 150 milhões de euros aprovados na resolução do Conselho de Ministros que a Aicep vai gerir para grandes empresas”, porque “os projetos europeus estão formatados para pequenas e médias empresas”, e só alguns projetos de grandes empresas são elegíveis para apoios do Portugal 2030.
Mas também os empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência. “Como o primeiro-ministro anunciou na viagem a Seul, na Coreia do Sul, estamos a mobilizar os 11,5 mil milhões de euros de empréstimos no âmbito do PRR a que o país tem direito para usar grande partes destes recursos para atrair grandes investimentos que já estão mapeados. Temos em cima da mesa 24 a 25 mil milhões de euros de investimento”, disse Costa Silva.
Filipe Santos Costa, novo líder da Aicep, detalhou, à margem do evento, que “em cima da mesa, em termos de grandes investimentos potenciais”, estão perto de 40 projetos que, no total, poderão somar um potencial de investimento “em torno dos 25 mil milhões de euros”.
A agência está a trabalhar para “atrair investimentos em estações de cabos submarinos, em data centers e centros de competência, desenvolvimento de software ou outro centros de competências partilhadas das grandes indústrias automóveis, que vêm para Portugal porque oferece as condições do ponto de vista infraestruturais e mão-de-obra muito qualificada”, avançou o sucessor de Castro Henriques.
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