Fernando Pinto rejeita fundos e defende grupo internacional para a TAP
O antigo presidente executivo da companhia aérea defende a gestão privada da companhia aérea, mas considera que "plano de reestruturação era vital".
“A TAP privatizada é a TAP em que eu acredito” afirma Fernando Pinto, que esteve à frente da companhia aérea entre 2000 e 2018, em resposta por escrito à comissão parlamentar de inquérito. Para a venda do capital agora em marcha, não vê benefício na alienação a fundos e defende um grupo internacional robusto.
“Não vejo grande benefício num comprador puramente financeiro. Qualquer comprador deve ter uma noção muito forte da estratégia e de tudo o que envolve uma empresa aérea”, começa por responder o antigo CEO às mais de 100 questões enviadas pelos deputados. Pelo contrário, a TAP terá benefícios “se for privatizada por um grupo internacional de grande robustez”.
O antigo gestor da companhia aérea entende também que “deve ser uma empresa que não coloque em causa o hub de Lisboa, pois é essencial para a atividade da empresa”. Questão como a ligação à diáspora e comunidades portuguesas ou as ligações internas do país também devem ser asseguradas, atendendo à viabilidade financeira das rotas.
Fernando Pinto considera que não havia alternativa aos cortes de salários e despedimentos que a TAP teve de fazer para que a Comissão Europeia aprovasse a injeção de 3,2 mil milhões de euros de dinheiro dos contribuintes que resgataram a empresa durante a pandemia. “Atendendo ao cenário que se vivia na aviação e no mundo, concordo que um plano de reestruturação era vital”, afirmou.
Nas respostas à comissão de inquérito, Fernando Pinto defende a gestão privada e a que fez no seu período. “A gestão privada trouxe motivação geral e crescimento da empresa na direção certa. Isso traduziu-se em lucros no ano de 2017”, diz.
“Em conjunto desenvolvemos uma estratégia vencedora e que aproveitou o posicionamento geográfico de Portugal. Quando saí da TAP deixei a empresa com proveitos de cerca de 3 mil milhões de euros e a dívida manteve-se pouco acima de mil milhões. Ou seja, a dívida não aumentou e os proveitos aumentarem muito. Tenho orgulho no trabalho realizado, por vezes em circunstâncias muito difíceis”, defende.
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