Galamba rejeita condicionar comissão independente do aeroporto com declarações sobre Santarém
"O que disse é um facto. 80 quilómetros é longe de Lisboa" frisou Galamba aos deputados. O ministro pede aos peritos que "avaliam outras dimensões não só a distância".
O ministro das Infraestruturas rejeita que as declarações sobre o aeroporto de Santarém condicionem os trabalhos da comissão técnica independente, que está a analisar nove soluções para a futura localização do novo aeroporto de Lisboa.
“O que disse é um facto, 80 quilómetros é longe de Lisboa. E em nada isso prejudica os trabalhos da comissão técnica independente, que tem uma equipa de peritos que avaliam outras dimensões não só a distância. Em nada isto impede que venha a existir um aeroporto em Santarém, mas continuará a ser longe”, disse João Galamba, em resposta ao deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira que confrontou o responsável com as declarações que fez terça-feira na CNN Portugal Summit, onde considerou Santarém como “longe” para acolher a nova estrutura aeroportuária e que “a probabilidade de ser viável” será “baixa”.
Esta quarta-feira no Parlamento, o ministro garante que a comissão independente “mantém a mesma capacidade e autonomia” para encontrar uma solução para o novo aeroporto e que as suas declarações “em nada interferem” na decisão dos peritos.
Depois da audição na comissão de inquérito à gestão da TAP, o ministro das Infraestruturas João Galamba volta esta quarta-feira ao Parlamento para ser ouvido na comissão de Economia para dar conta da política geral do Ministério.
Já o PS, através do deputado André Pinotes Batista aproveitou para recordar o PSD das declarações de Carlos Moedas, que em setembro de 2022, assumiu ser contra a solução de Santarém, defendendo que o novo aeroporto tem de estar “nas proximidades” da capital por ser “extremamente importante para o turismo em Lisboa”. A posição de Moedas é acompanhada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que também já fez saber que é contra a localização de Santarém.
Sobre a privatização da TAP, o ministro garantiu que o diploma do processo de privatização da TAP será publicado no verão, salientando que o Governo aguarda a avaliação da Parpública. Já em abril, o ministro das Finanças, Fernando Medina, tinha dito que o Governo quer aprovar até Julho o decreto-lei que iniciará a privatização da TAP, seguindo-se a aprovação de uma resolução em Conselho de Ministros que definirá os termos do processo e o caderno de encargos.
Para a operação no verão no aeroporto Humberto Delgado, João Galamba disse que o Governo está “a terminar a avaliação das propostas que a ANA apresentou” depois de ter sido notificada para apresentar o Plano de Investimentos para as melhorias operacionais em Lisboa. E o governante garante que haverá “soluções” que permitem melhorias operacionais do aeroporto de Lisboa sendo que “este é um desafio complexo” porque o Humberto Delgado “funciona no limite da sua capacidade” e “qualquer intervenção terá de ser cautelosamente pensada, minimizando impactos e problemas operacionais”.
O governante acrescentou ainda que “considerando a época de verão que agora começa, a ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil] está a trabalhar com os stakeholders de forma a acautelar todas as ações possíveis para garantir o melhoramento operacional do Aeroporto Humberto Delgado no que respeita ao tráfego aéreo e de movimentos, mas também aos passageiros”, afirmou.
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