Como se devem preparar as organizações para a adoção de ferramentas de IA?

  • BRANDS' TRABALHO
  • 27 Junho 2023

A Inteligência Artificial assumiu um papel de destaque na discussão pública e o setor empresarial será dos primeiros a abraçar as novas oportunidades que estas ferramentas proporcionam.

Seria uma opinião míope considerar 2023 como o ano em que finalmente entrámos na era da Inteligência Artificial (IA). Na verdade, são vários os campos em que modelos de IA têm grande preponderância há já vários anos, como o meio académico ou o meio científico. É inegável, no entanto, que a introdução de modelos de IA generativa como o ChatGPT ou o Dall-E tiveram o condão de despertar a sociedade em geral para as inúmeras oportunidades e benefícios que a IA pode trazer.

Naturalmente, as organizações estão a acompanhar esta tendência e estão cada vez mais sensibilizadas para a necessidade de acelerar a adoção de ferramentas de IA. Em paralelo, as tecnológicas que se focam na criação de software empresarial têm como ponto de ordem para os próximos anos a introdução de capacidades de IA nas suas plataformas. É claro para todos: estamos a entrar numa nova fase da transformação digital.

Contudo, isto pressupõe a entrada num novo paradigma na realidade das organizações. Numa transformação com um impacto tão profundo é essencial compreender como gerir as expectativas das pessoas, fazendo uma gestão da mudança que garanta uma transição bem sucedida para um ambiente de trabalho com IA, com o foco nos seguintes pontos:

1. Compreender os impactos da Inteligência Artificial

Antes de implementar a IA nas organizações, é crucial compreender os potenciais impactos na rotina dos colaboradores. Isto inclui analisar quais as tarefas que podem ser automatizadas, em que processos pode a IA melhorar a eficiência e produtividade e, ainda, ajudar a perceber quais as skills humanas mais valorizadas e realmente indispensáveis.

2. Promover uma comunicação transparente e aberta

Uma comunicação eficaz é fundamental para gerir as expectativas e reduzir a resistência à introdução da IA. A organização deve fornecer informações claras sobre os objetivos da implementação da IA, os outcomes esperados e de que forma as mudanças afetarão os colaboradores. Além disso, é importante dar abertura para que todos expressem as suas preocupações, façam perguntas e partilhem ideias.

3. Criar programas de formação e aprendizagem

Muitas das organizações estão sensibilizadas para o desenvolvimento das skills digitais das suas pessoas e essa necessidade será ainda maior com a introdução de ferramentas de IA. Desde programas de formação que abranjam o básico sobre as ferramentas de IA até à compreensão de como estas serão integradas nas atividades diárias, os colaboradores devem receber apoio e recursos adequados para desenvolver as skills necessárias e se adaptarem às mudanças.

4. Garantir acompanhamento contínuo dos colaboradores

Durante e após a implementação de ferramentas deste tipo, é crucial fornecer acompanhamento e suporte contínuo aos colaboradores. Isto inclui a criação de canais de comunicação para feedback, a disponibilização de recursos e materiais de referência, e a oferta de suporte técnico para resolver problemas e dúvidas. A organização deve demonstrar disponibilidade para ouvir e responder às preocupações dos colaboradores, garantindo que eles se sentem apoiados durante a transição.

5. Colocar o foco no desenvolvimento de skills humanas

É importante que as organizações deem valor e recompensem as skills emocionais, criativas e de resolução de problemas que as suas pessoas trazem para o ambiente de trabalho. A organização deve encorajar a aprendizagem contínua, a colaboração e o pensamento crítico, criando um ambiente em que as skills humanas complementem perfeitamente as ferramentas de IA.

Estamos ainda a dar os primeiros passos nesta transição para um paradigma liderado por IA, e a sua introdução nas organizações é um processo complexo que requer uma abordagem cuidadosa para gerir as expectativas de todos os stakeholders. Ainda assim, é evidente que as organizações que derem igual importância à implementação de ferramentas de IA e à gestão da mudança estarão mais próximas de ter sucesso, e serão vencedoras aquelas que conseguirem envolver e entusiasmar os seus colaboradores com as novas oportunidades.

João Toipa, Senior Consultant EY, People Advisory Services

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Euribor cai a três meses mas sobe a seis e 12 meses

  • Lusa
  • 27 Junho 2023

A taxa Euribor a três meses, desceu esta terça-feira, ao passo que as taxas e seis e 12 meses, subiram.

As taxas Euribor desceram esta terça-feira a três meses, mas subiram a seis e a 12 meses.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu para 4,094%, mais 0,002 pontos, depois de ter avançado para 4,147% em 23 de junho, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 41% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, também subiu, ao ser fixada em 3,915%, mais 0,007 pontos, depois de ter subido em 23 de junho até 3,933%, também um novo máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou para 3,554%, menos 0,023 pontos e depois de ter sido fixada em 3,610% em 23 de junho, um novo máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de junho, o BCE voltou a subir os juros, pela oitava reunião consecutiva, em 25 pontos base – tal como em 04 de maio – , acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas. Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Planeta perdeu em 2022 área de floresta tropical equivalente ao tamanho da Suíça

  • Lusa
  • 27 Junho 2023

Segundo o World Resources Institute, com sede em Washington, EUA, estes ecossistemas foram destruídos sobretudo devido à agricultura e pecuária.

O planeta perdeu em 2022 uma área de floresta tropical virgem equivalente ao tamanho da Suíça ou dos Países Baixos, ecossistemas destruídos sobretudo devido à agricultura e pecuária, segundo o World Resources Institute (WRI), com sede em Washington, EUA.

De acordo com uma análise do WRI, que teve por base dados recolhidos através de satélite, a perda é equivalente a um campo de futebol de árvores tropicais derrubadas ou queimadas a cada cinco segundos em 2022, representando mais 10% de área destruída do que em 2021.

O satélite Global Forest Watch (GFW) registou em 2022 a destruição de mais de 4,1 milhões de hectares de florestas primárias tropicais, cruciais para a biodiversidade e o armazenamento de carbono do planeta.

O país mais afetado é o Brasil, com uma área destruída que representa 43% das perdas globais, à frente da República Democrática do Congo (13%) e da Bolívia (9%).

No top 10 do ranking de 2022 estão também o Peru (3,9%), Colômbia (3,1%), Laos (2,3%), Camarões (1,9%), Papua Nova Guiné (1,8%) e Malásia (1,7%). Na Indonésia, por outro lado, a destruição da floresta diminuiu pelo quinto ano consecutivo.

Estamos a perder uma das nossas ferramentas mais eficazes para combater as mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e apoiar a saúde e os meios de subsistência de milhões de pessoas”, disse hoje a diretora do GFW, Mikaela Weisse, em conferência de imprensa.

A aceleração da destruição florestal continua, apesar dos compromissos assumidos na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) em Glasgow, Escócia, em 2021 pelos principais líderes mundiais.

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Rebranding OK!SEGUROS: o mundo está a mudar e a OK! também

  • BRANDS' ECO
  • 27 Junho 2023

Como se trabalham marcas com um legado tão marcante como o da OK!SEGUROS?

Quem não se lembra da célebre frase “ok!Teleseguros, fala a Marta”?

A segunda conversa da 3ª temporada das Conversas de Praia junta à conversa Marta Vicente (OK!seguros), Luísa Manso e Carlos Pontes (WYcreative), para falar sobre o recente processo de rebranding da ok!seguros, e sobre o desafio e a responsabilidade de construir uma marca em cima de um grande legado, não esquecendo o que está para trás, mas olhando e projetando para o futuro.

 

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JinkoSolar investe 7 mil milhões de euros na fábrica vertical integrada de Shanxi

  • BRAND'S CAPITAL VERDE
  • 27 Junho 2023

A JinkoSolar vai fazer um investimento de 7 mil milhões de euros na fábrica vertical de Shanxi. O projeto vai avançar no primeiro trimestre de 2024 e visa produzir produtos TOPCon mais avançados.

A primeira fase deste projeto, com capacidade de 14 GW de lingotes, wafer, células e módulos, tem previsão para iniciar operações no primeiro trimestre de 2024, e irá produzir produtos TOPCon mais avançados e eficientes do que os atualmente disponíveis no mercado. Estima-se que 20% dos produtos N-Type globais serão fabricados lá quando as instalações atingirem sua capacidade total de 56 GW em 2025, podendo ser a mais avançada atualmente em produção.

O aumento do investimento é um grande passo para a JinkoSolar, depois de o TOPCon N-Type ter sido escolhido por quase todos os principais fabricantes e se tornou mainstream. A recente feira SNEC em Xangai convenceu a empresa de que está em melhor posição para liderar a transição da indústria em direção à tecnologia N-Type nos próximos anos.

“A melhoria da eficiência, desempenho e otimização de custos desempenham um papel fundamental no crescimento do TOPCon, o que nos dá confiança nessa tecnologia”, afirmou Dany Qian, VP da JinkoSolar na SNEC.

Com cada vez mais projetos comprovados de TOPCon e com a tecnologia HJT provavelmente isolada nos próximos anos, muitas empresas estão a acelerar a transição do PERC para o TOPCon N-Type para aproveitar seus benefícios. Embora alguns fabricantes tenham levantado preocupações relativamente à concorrência, a posição dominante da JinkoSolar no TOPCon está a tornar-se mais segura devido a esta integração vertical de 56 GW numa nova fábrica em Shanxi. Segundo a JinkoSolar, a eficiência atual das células TOPCon produzidas em massa é de 25,4% e a empresa pretende alcançar 25,8% no quarto trimestre. Prevê-se que a produção N-Type TOPCon da JinkoSolar represente até 40% do total global em 2023.

O investimento de 7 mil milhões de euros constitui um marco significativo de que a JinkoSolar está a reconstruir a sua cadeia integrada vertical dispersa, ao mesmo tempo que está a construir um fabrico mais avançado de tipo N num único local. “Esta nova fábrica vertical integrada de 56 GW do tipo N é um golpe de mestre e um desenvolvimento revolucionário para o setor”, afirmou um analista do SNEC.

Outra razão importante para a JinkoSolar escolher Shanxi como local da sua nova fábrica de 56 GW é a acessibilidade à eletricidade verde. Como membro da RE100, a JinkoSolar considera difícil escolher um local para satisfazer esta produção em grande escala com um fornecimento fiável de eletricidade verde.

A empresa de serviços públicos locais de Shanxi está empenhada em dar todo o apoio para atrair a JinkoSolar para o seu investimento em Shanxi. Este facto terá um efeito de atração para os fornecedores de equipamento e de matérias-primas do tipo N, que considerarão Shanxi para as suas necessidades de produção ecológica. Se tudo como esperado, a primeira cadeia de abastecimento de energia solar renovável do mundo nascerá em Shanxi.

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Sentimento dos exportadores alemães deteriora-se em junho

  • Lusa
  • 27 Junho 2023

As expectativas de exportação do Ifo caíram para -5,6 pontos em junho, o nível mais baixo desde novembro de 2022. "Estamos a ver menos pedidos do exterior", disse o chefe de pesquisas do instituto.

O sentimento na indústria de exportação alemã deteriorou-se visivelmente em junho, com o índice de expectativas de exportação do instituto alemão Ifo a cair para um mínimo desde novembro de 2022.

Num comunicado divulgado esta terça-feira, o instituto afirma que as expectativas de exportação caíram para -5,6 pontos em junho, contra 1,0 ponto em maio e o nível mais baixo desde novembro de 2022.

“Além da fraca procura no mercado interno alemão, agora também estamos a ver menos pedidos do exterior“, diz Klaus Wohlrabe, chefe de pesquisas do Ifo, adiantando que “isto é uma má notícia para a economia de exportação da Alemanha”.

Além da fraca procura no mercado interno alemão, agora também estamos a ver menos pedidos do exterior.

Klaus Wohlrabe

Chefe de pesquisas do Ifo

A maioria dos setores prevê uma redução das exportações nos próximos três meses, indica ainda o Ifo, que acrescenta que apenas os fabricantes de vestuário e a indústria das bebidas preveem um crescimento significativo.

Entretanto, na indústria alimentar, após meses de crescimento, as empresas esperam agora uma queda nas vendas internacionais.

As perspetivas para a indústria metalúrgica também são bastante piores e o mesmo se aplica à indústria do mobiliário, que sofre em parte com o fraco setor da construção.

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Grupo Wagner vai entregar equipamento militar à Rússia. Retirado processo-crime contra Prigozhin

Ministério da Defesa anuncia que mercenários russos vão entregar equipamento militar depois de rebelião falhada, no sábado. FSB desiste do processo-crime contra Prigozhin.

O grupo Wagner vai entregar o seu equipamento militar e artilharia pesada ao Ministério da Defesa depois de ter avançado sobre Moscovo, no sábado passado, numa tentativa de rebelião contra a liderança militar russa e o regime do Kremlin.

Num comunicado citado esta terça-feira pela agência noticiosa russa RIA, é indicado que “estão a decorrer os preparativos para a transferência de equipamento militar pesado da empresa militar privada Wagner para unidades das forças armadas russas”.

A mesma agência dá ainda conta que o departamento de investigação do Serviço Federal de Segurança (FSB) desistiu do processo-crime de insurreição armada contra Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner.

Em comunicado, o FSB explica que o processo foi arquivado porque “os participantes cessaram as ações diretamente destinadas a cometer o crime”. A decisão acontece depois de o Kremlin ter emitido um comunicado, na sequência do desmantelamento da ação de insurreição contra Putin, onde garantia que os combatentes que participaram no motim não seriam processados e seriam autorizados a regressar à base.

No mesmo dia, foram dadas duas opções aos mercenários: juntar-se ao exército russo, extinguindo por completo o grupo Wagner, ou ir para a Bielorrússia. De acordo com a Reuters, Prigozhin terá optado pela última opção. Esta terça-feira, o chefe dos mercenários russo terá aterrado no país vizinho para o cumprimento de um exílio, três dias depois do seu desaparecimento.

A agência refere que o site de localização de voos Flightradar24 mostrou um jato Embraer Legacy 600, com códigos de identificação que correspondem a um avião ligado a Prigozhin, a executar uma manobra de aterragem perto da capital bielorrussa, Minsk. O avião apareceu pela primeira vez no mesmo site perto de Rostov, cidade no sul da Rússia.

A ida para a Bielorrússia, ao abrigo de um acordo de exílio com o presidente Alexander Lukashenko, já tinha sido confirmada por Prigozhin no sábado, ainda que os pormenores sobre a viagem e o acordo não tenha sido tornado públicos.

Lukashenko afirma que tensões com empresa Wagner foram mal geridas

O Presidente bielorrusso considerou esta terça-feira que as tensões entre a empresa de mercenários russa Wagner e o Exército de Moscovo foram “mal geridas” e foi isso que provocou “a confrontação” do fim de semana.

“A situação escapou-nos e depois pensámos que seria resolvida, mas não foi resolvida”, disse Lukashenko aos jornalistas, citado pela agência noticiosa estatal bielorrussa Belta, acrescentando que “não há heróis nesta história”.

O chefe de Estado da Bielorrússia, principal aliado de Vladimir Putin, disse anteriormente que ordenou ao Exército de Minsk para se “preparar para o combate” na sequência da “rebelião” da empresa de mercenários Wagner, na Rússia.

“Eu dei todas as ordens para que o Exército [da Bielorrússia] esteja totalmente pronto para o combate”, disse Alexander Lukashenko, citado pela agência noticiosa estatal bielorrussa Belta.

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Sérvulo assessorou a ACIF na criação do novo Centro de Arbitragem da Madeira

A equipa da Sérvulo que assessorou a Associação Comercial e Industrial do Funchal foi constituída pelos advogados Francisca Mendes da Costa, Mark Kirkby e Nuno Teixeira.

A Sérvulo & Associados assessorou a ACIF-CCIM – Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira na criação do novo Centro de Arbitragem da Madeira.

O novo Centro de Arbitragem da Madeira terá competência para administrar arbitragens voluntárias institucionalizadas, em quaisquer matérias não excluídas por lei, com vista à resolução de litígios de caráter geral, públicos ou privados, internos ou internacionais. Com esta medida, o Ministério da Justiça reforça os meios alternativos de resolução de litígios, em particular da ação dos centros de arbitragem institucionalizados para a resolução de conflitos administrativos. Trata-se de uma forma eficaz de descongestionar os tribunais administrativos e fiscais e de proporcionar o acesso à Justiça em situações que, de outra forma, não teriam tutela jurisdicional efetiva”, refere o escritório em comunicado.

A equipa da Sérvulo que assessorou a ACIF foi constituída pelos advogados Francisca Mendes da Costa, Mark Kirkby e Nuno Teixeira. “Este foi um desafio em que nos lançámos conjuntamente com a ACIF em 2020, tendo a Sérvulo prestado todo o apoio técnico jurídico necessário ao projeto de criação e instalação do Centro de Arbitragem Comercial”, disse Nuno Teixeira.

“Foi um longo processo de articulação e cooperação entre a ACIF, a Sérvulo e o Ministério da Justiça, que culmina com a autorização de instalação que foi emitida pelo Ministério da Justiça e que permitirá a entrada em funcionamento do Centro de Arbitragem. A nossa expectativa é que, a partir de agora, o Centro possa desempenhar um papel alternativo e central como instrumento de resolução de conflitos”, sublinhou Francisca Mendes da Costa.

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Após os lucros, custos do trabalho estão agora a pressionar inflação, diz Lagarde. Subidas de juros vão continuar

Presidente do BCE defende que é necessário que as empresas "absorvam o aumento dos custos do trabalho nas margens" de lucro, para conseguir que a inflação recue para a meta de 2%.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) alerta que é preciso trazer as taxas de juros para níveis “suficientemente restritivos” e mantê-las “pelo tempo que for necessário”. As declarações de Christine Lagarde foram proferidas esta terça-feira na abertura do arranque dos debates do Fórum BCE, em Sintra.

Christine Lagarde destaca a contribuição da manutenção das margens de lucro das empresas, apontando que foram responsáveis por “dois terços da inflação doméstica em 2022, ao passo que, nos 20 anos anteriores, o seu contributo médio foi cerca de um terço.” No entanto, Lagarde revela que esta situação está agora a dissipar-se e que a próxima fase do controlo dos preços foca-se nos salários, cujo impacto na inflação é maior devido à baixa produtividade, alerta Lagarde.

Christine Lagarde começa por apontar que os elementos da orientação política “serão fundamentais” para colocar os juros num nível restritivo pelo tempo necessário. “Ambos os elementos são afetados pela incerteza sobre a persistência da inflação e sobre a força da transmissão da política monetária à inflação“, reitera.

A líder do banco central da Zona Euro destaca que a inflação no espaço da moeda única continua longe da meta dos 2% definida pelo BCE como referência para o equilíbrio da economia, mas que, mesmo assim, está a abrandar, sobretudo como resultado da correção dos preços da energia.

Entramos assim na “segunda fase do processo inflacionário”, que se “começa a fortalecer”. Nesta segunda fase do processo inflacionário, como descrito por Lagarde, há um processo de “recuperação” salarial depois de os trabalhadores sofrerem “grandes quedas salariais reais”. “Isso está a pressionar outras medidas de inflação subjacente que capturam mais pressões de preços domésticos – particularmente medidas de inflação sensível a salários e inflação doméstica”, alerta a presidente do BCE.

Este processo vai ocorrer ao longo de vários anos, tendo em conta que a negociação salarial em muitos países europeus é plurianual. “Nas últimas projeções, esperamos que os salários cresçam mais 14% até o final de 2025 e recuperem totalmente o seu nível pré-pandémico em termos reais”, nota Lagarde.

Neste contexto de aumento de salários, existe ainda assim uma queda na produtividade, o que faz subir os custos do trabalho. É assim necessário que as empresas “absorvam o aumento dos custos do trabalho nas margens” e, para isso, “precisamos de políticas mais persistentes, que produzam restrições e as mantêm até que possamos estar confiantes que esta segunda fase ficou resolvida”, conclui.

A presidente do BCE diz que a luta contra a inflação tem de continuar, ainda que já se tenha verificado algum progresso. “Mas ainda não podemos declarar vitória”, alerta, avisando que as taxas vão continuar a subir.

Lagarde não quis utilizar este discurso para sinalizar futuras decisões, mas reforçou já que as taxas vão voltar a subir em julho, caso não existam “mudanças materiais” e sublinhou dois pontos:

  • O BCE precisa que as taxas de juro atinjam níveis “suficientemente restritivos” para fixar a restritividade da política monetária.
  • O banco central necessita de comunicar claramente que as taxas permanecerão “nesses níveis enquanto for necessário”. Só desta forma, segundo Lagarde, será possível assegurar “que os aumentos das taxas não suscitam expectativas de uma inversão demasiado rápida da política monetária e permitirá a concretização do impacto total das nossas medidas anteriores.”

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AI Fórum Portugal: qual o impacto da AI nos vários setores?

  • ECO
  • 27 Junho 2023

O AI Fórum Portugal irá reunir, no dia 29 de junho, os principais players nacionais no domínio da Inteligência Artificial para debater o impacto que terá nos vários setores da economia.

A Inteligência Artificial tem trazido várias questões para cima da mesa, tais como o chatGPT, o GovTech, o governance da IA e um quadro regulatório em mutação. Todas estas ferramentas visam facilitar processos e, consequentemente, melhorar o desempenho dos vários setores da economia.

A adoção das ferramentas fornecidas pela Inteligência Artificial está a tornar-se, por isso, cada vez mais imperativa para vencer a concorrência, lançar novos produtos, corresponder às expectativas dos clientes, reduzir riscos e fraudes. No entanto, a integração da IA nos negócios e nas empresas traz alguns desafios, uma vez que é necessário saber gerir as condicionantes impostas pelos princípios de governo das sociedades, pela ética de cada atividade e da regulamentação aplicável a cada setor.

Nesse sentido, e para esclarecer todas as dúvidas inerentes a este processo, o AI Fórum Portugal vai juntar, no dia 29 de junho, no auditório do jornal ECO, os principais players nacionais no domínio da Inteligência Artificial, que irão debater o que a IA trará para setores como serviços financeiros, comércio de retalho, gestão portuária, telecomunicações, saúde, Estado ou organizações públicas.

A abertura do evento ficará a cargo de António Costa, diretor do ECO. Depois disso, haverá espaço para dois painéis de debate, moderados por Flávio Nunes, jornalista do ECO, cujos temas serão “A revolução em curso dos chatbots: banca, saúde, educação” e “AI ao serviço das empresas: setor postal, retalho, serviços financeiros, gestão portuária, telecomunicações, entre outros”.

O primeiro debate começará às 10 horas e terá como oradores José Crespo de Carvalho, presidente ISCTE Executive Education; Gianluca Pereyra, CEO da Visor.Ai; e Miguel Mira da Silva, Professor Instituto Superior Técnico. Já o segundo começará às 11 horas e contará com a presença de Inês Horta, HeadofCustomerIntelligence Data Science Sonae e André Marques, Diretor Data and Advanced Analytics da SIBS.

O evento, que será gratuito, pretende perceber a visão de decisores, investidores e experts sobre o tema e terá como principal objetivo identificar os benefícios imediatos e futuros que a Inteligência Artificial traz para as pessoas e para a economia.

Os interessados em assistir ao evento presencialmente deverão inscrever-se AQUI.

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Portugal é o país europeu com a duração média mais alta de penas de prisão

  • Lusa
  • 27 Junho 2023

Portugal é o país europeu com a média mais alta de duração das penas de prisão, com 30,6 meses em 2021, mais do dobro da média europeia de 11,2 meses, segundo um relatório divulgado esta terça-feira.

Portugal é o país europeu com a média mais alta de duração das penas de prisão, com 30,6 meses em 2021, mais do dobro da média europeia de 11,2 meses, segundo um relatório divulgado esta terça-feira.

De acordo com o SPACE I, o relatório anual de estatísticas penais do Conselho da Europa — organização europeia de defesa de direitos humanos, democracia e Estado de Direito — Portugal destaca-se entre 46 países analisados como aquele onde o tempo médio das penas de prisão cumpridas pelos reclusos é mais elevado, à frente da Ucrânia (27,9 meses) e da Moldávia (27,7 meses). No extremo oposto está o Chipre, com uma duração média de 1,3 meses.

Por outro lado, quase um quinto da população prisional em Portugal (19%) não se encontrava em janeiro de 2022 a cumprir uma pena de prisão decorrente de uma sentença, ou seja, estavam detidos ou em prisão preventiva.

Portugal encontra-se entre os países europeus com as percentagens mais baixas de presos não condenados, sendo a média europeia de 29%, altamente inflacionada por casos como o do Mónaco, com 64% de presos não condenados, ou do Liechtenstein, com 100% da população prisional nesta situação.

Portugal registava em janeiro de 2022 uma população prisional de 114 reclusos para cada 100 mil habitantes, ligeiramente abaixo da média europeia de 117 reclusos por cada 100 mil habitantes, mas era o quarto país europeu com uma maior percentagem de presos com 50 ou mais anos de idade, quase um quarto da população prisional dentro deste critério (24%), apenas atrás de Espanha (25%), Itália (28%) e Liechtenstein (33%).

Entre os critérios para uma população prisional envelhecida, Portugal destaca-se também entre os que têm uma maior percentagem de reclusos com 65 ou mais anos (4,1%), sendo o oitavo entre os que têm presos mais idosos, numa lista que não é um decalque ou consequência direta do critério anterior, uma vez que, admite-se no relatório, a percentagem de 6,6% de reclusos com 65 ou mais anos registada pela Sérvia pode estar relacionada com o elevado número de condenados por crimes de guerra.

A média europeia para a percentagem de reclusos com 50 ou mais anos é de 17% e a mediana é de 16%, com a média de reclusos com 65 ou mais anos nos 3,1%.

As mulheres representavam em janeiro de 2022 uma percentagem de 7% da população prisional portuguesa, acima dos 5,4% da média europeia. Os estrangeiros eram na mesma data 14% dos reclusos em Portugal, abaixo da média europeia de 25%. Neste indicador, o principado do Mónaco destaca-se com 93% de reclusos estrangeiros.

A densidade populacional nas prisões em janeiro de 2022 em Portugal era de 91 presos por cada 100 lugares, indicando que o país não se encontra em situação de sobrelotação prisional. Os dados revelam também que para cada funcionário prisional existiam na mesma data 1,7 reclusos, acima da média europeia de 1,6.

Ao longo de 2021, durante a pandemia de covid-19, Portugal registou na Europa a taxa mais baixa de novas admissões no sistema prisional, com 45 novos reclusos por cada 100 mil habitantes, mas registou também a segunda taxa mais baixa de libertações, com 42 saídas por cada 100 mil habitantes.

Portugal adotou durante a pandemia um regime excecional de perdão de penas para crimes com sentenças abaixo dos dois anos e excluindo crimes graves e de autorizações de saídas administrativas sob controlo das autoridades como forma de controlar a evolução da pandemia dentro dos estabelecimentos prisionais.

Ainda segundo o relatório do Conselho da Europa, Portugal tinha em janeiro de 2022 uma percentagem de 18% dos reclusos a cumprir pena por crimes relacionados com droga, próxima dos 19% da média europeia de condenações por crimes desta natureza.

Numa comparação com dados de 2005, Portugal registava em 2022 menos 6,6% de presos, situando-se entre o grupo de países europeus com uma variação positiva neste indicador.

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Lucros das empresas valem quase metade da subida da inflação na Europa, calcula FMI

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Junho 2023

Empresas europeias "têm estado mais protegidas que os trabalhadores do choque adverso dos custos", indica estudo do FMI, antecipando que contribuição dos custos laborais para a inflação vai aumentar.

O aumento dos lucros das empresas é responsável por quase metade da subida da inflação na Europa nos últimos dois anos, visto que as empresas aumentaram os preços acima do aumento dos custos da energia importada, segundo uma análise elaborada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Num artigo publicado no blogue oficial, três economistas da instituição liderada por Kristalina Gueorguieva argumentam que, com os trabalhadores a pedirem aumentos salariais para recuperar a perda do poder de compra, as empresas “poderão ter de aceitar uma menor percentagem dos lucros para que a inflação se mantenha no caminho certo para atingir o objetivo de 2% do Banco Central Europeu em 2025″.

A inflação na Zona Euro atingiu, em outubro passado, o pico de 10,6%, numa altura em que as empresas transferiram a subida dos custos das importações para os consumidores. Embora a inflação tenha abrandado para 6,1% em maio, a inflação subjacente — medida que exclui os produtos com preços mais voláteis, nomeadamente energia e alimentos — tem-se revelado mais persistente, conduzindo a consecutivos aumentos das taxas de juro pelo BCE.

“A inflação mais elevada até à data reflete, sobretudo, o aumento dos lucros e dos preços das importações, com os lucros a representarem 45% dos aumentos de preços desde o início de 2022″, escrevem Niels-Jakob Hansen, Frederik Toscani e Jing Zhou. Os custos de importação e os custos de mão-de-obra representaram, respetivamente, cerca de 40% e 25% da inflação, enquanto os impostos tiveram um “impacto ligeiramente deflacionista”.

Fonte: FMI

Significa isto que as empresas europeias “têm estado mais protegidas do que os trabalhadores do choque adverso dos custos”, sublinham estes economistas do FMI, apontando que, entre janeiro e março deste ano, os lucros (ajustados à inflação) estavam cerca de 1% acima do nível anterior à pandemia de Covid-19. Por sua vez, os salários dos trabalhadores (ajustados à inflação) ficaram cerca de 2% abaixo da tendência — o que não é o mesmo que dizer que a rendibilidade aumentou.

No entanto, se se tomar como exemplo situações anteriores de subida dos preços da energia, a contribuição dos custos laborais para a inflação deverá aumentar no futuro. A organização internacional assinala, aliás, que já tem aumentado nos últimos trimestres, ao mesmo tempo que o peso das importações diminuiu desde o seu pico em meados de 2022.

“Este desfasamento nos ganhos salariais faz sentido: os salários são mais lentos do que os preços a reagir aos choques”, o que se deve parcialmente à pouca frequência de negociações salariais, justificam os economistas. Mas os trabalhadores pressionam agora por aumentos salariais, depois de verem os salários caírem cerca de 5% em termos reais em 2022. “As principais questões são a rapidez com que os salários irão aumentar e se as empresas irão absorver os custos salariais mais elevados sem aumentar ainda mais os preços”, afirmam.

Os três economistas antecipam que, com um aumento dos salários nominais a um ritmo de cerca de 4,5% e a produtividade praticamente inalterada ao longo dos próximos dois anos, a percentagem de lucros das empresas teria de voltar a cair para os níveis anteriores à pandemia para que a inflação atingisse os 2% em 2025. Isto partindo também do princípio de que os preços das matérias-primas continuam a descer.

Caso os salários aumentem de forma mais significativa — por exemplo, os 5,5% necessários para que os salários reais regressem aos níveis pré-pandemia até ao final de 2024 –, os lucros terão de cair “para o nível mais baixo desde meados da década de 1990 (salvo qualquer aumento inesperado da produtividade) para que a inflação volte ao objetivo” do BCE, calculam.

O FMI apela, assim, a que “as políticas macroeconómicas continuem a ser rigorosas para ancorar as expectativas e manter uma procura moderada”, o que “levaria as empresas a aceitar uma compressão da percentagem dos lucros e os salários reais poderiam recuperar a um ritmo moderado”.

Na segunda-feira, a partir do fórum anual do BCE, em Sintra, a vice-diretora do Fundo Monetário Internacional alertou que “a inflação está a demorar demasiado tempo” a regressar às metas definidas pelos bancos centrais. Referindo-se a “verdades desconfortáveis” com que se confronta a política monetária ao nível internacional, Gita Gopinath afirmou que o BCE “deve continuar comprometido em combater a inflação” na Zona Euro mesmo se, com isso, correr o risco de prejudicar o andamento da economia.

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