“É preciso que a reforma que a Comissão iniciou não ceda”

  • BRANDS' ECO
  • 23 Junho 2023

Inês dos Santos Costa, associate partner da Deloitte, explica, em entrevista, os desafios que Portugal enfrenta na transição para um clean future.

Num contexto de alterações ao mercado europeu, as empresas “têm de se preparar”, através da adoção de tecnologias limpas e da redução de emissões via produção e consumo sustentável, defende Inês dos Santos Costa, associate partner da Deloitte.

Ao analisar as tendências e desafios de mercado a nível climático e energético, a investigadora, ex-governante e agora consultora, alerta, em entrevista, que o caminho para o clean future ainda depende de desmistificar a ideia de que a medição do impacto custa muito e é difícil”.

Inês dos Santos Costa, associate partner da Deloitte.
Quais são os atuais desafios de Portugal face ao seu posicionamento entre os países europeus que estão a responder à emergência da ação climática?

Portugal regista avanços bastante acelerados no seu compromisso com ações de mitigação e de adaptação climática, sobretudo desde 2015/2016. O Roteiro para a Neutralidade Carbónica aporta resultados que se traduzem numa série de matérias relevantes. Desde logo, o facto de estarmos a fazer progressos no que toca a dissociar consumo de energia e emissões poluentes do crescimento do PIB, o que é fundamental para alcançar objetivos de durabilidade carbónica. E, para isso, contribuíram as profundas alterações no portfólio energético nacional, graças ao investimento nas energias renováveis e à penetração destas na produção de eletricidade. E também o esforço realizado nos últimos anos para lançar as fundações para uma política de gestão florestal, a pensar nos sumidouros de carbono e na gestão sustentável da paisagem.

Um dos maiores desafios é levar estes temas para dentro da gestão das empresas, para evitar cair na armadilha da ‘carbon tunnel vision’: estarmos tão focados na redução das emissões de carbono que a alcançamos à custa de perder noutros domínios importantes.

Que obstáculos têm as empresas que superar para desbloquear definitivamente a transição energética?

Penso que a maioria dos líderes empresariais está sensível e percebe a lógica, até mesmo financeira, de uma transição energética. Comparativamente a energias fósseis, o investimento em renováveis é muito mais barato e o risco associado ao fornecimento destas energias limpas é muito inferior.

O grande desafio a nível empresarial está, sobretudo, no gap que existe entre a importância dada à sustentabilidade dentro das empresas e a ação que é executada de facto. O CSO Survey 2023 da Deloitte revela que apenas 29% das empresas estão comprometidas a sério com a ação sobre as alterações climáticas. Contudo, 60% dos líderes afirmam estar continuamente preocupados com o tema, e 78% dizem-se otimistas quanto ao mesmo.

E porque é que isso acontece, na sua perspetiva?

As dificuldades surgem sempre a nível da medição do impacto. É necessário desmistificar a ideia de que avaliar o desempenho nestes domínios custa muito e é difícil. Existe uma série de ferramentas para fazer a medição do impacto para o negócio e a própria Deloitte desenvolve essa linha de ação.

Que papel estão a assumir as cleantech em Portugal face ao estado-da-arte desta tendência na Europa?

A diretiva da UE vem confirmar que muitos dos passos que estávamos a dar têm de ser reforçados, não combatidos ou desinvestidos. Este quadro consolida todas as tecnologias que são oportunidades concretizáveis no curto prazo, como a solar térmica, fotovoltaica, eólica, hidrogénio e biometano. E também participa nos temas sustentáveis de produção e consumo para que se obtenham abatimentos significativos a nível de emissões. Lembremos que a União Europeia tem de importar grande parte das matérias-primas críticas, nomeadamente para ter tecnologias de energia renovável.

Atualmente, estamos perante alterações ao mercado europeu, em termos de exigências a nível de desempenho das empresas em matéria de energia (e não só), e de exigências para colocar no mercado determinados produtos, o que obriga a que as empresas comecem a trabalhar já. E é, para mim, preocupante não ver uma movimentação substancial das empresas nacionais no sentido de se começarem a dotar de informação e das ferramentas que permitem fazer esse caminho.

Entre as grandes premissas que estão por cumprir, quais elegeria para a Europa chegar a alcançar um clean future?

A Europa, no seu conjunto, tem de ter uma resposta unida. As pressões tendem a gerar muita desunião porque há incerteza, há risco e há uma tendência para nos refugiarmos naquilo que é conhecido. Mas nós não estamos num ponto de desenvolvimento socioeconómico que nos permita regressar a essa situação de conforto.

E, portanto, é preciso que a reforma que a Comissão Europeia iniciou em matéria de desenvolvimento industrial, tecnológico, de inovação e ambiental não ceda perante a ameaça de querer regredir a uma posição confortável.

Dito isto, existem três pontos fundamentais para se conseguir avançar num clean future a nível europeu: acabar com as centrais a carvão, e Portugal já o fez; retirar os benefícios fiscais aos combustíveis fósseis, isto é, todos os subsídios em investimentos nesta área; e retirar impostos sobre o trabalho, reconhecendo que este é um recurso renovável, transferindo esses impostos para a poluição e desperdício de materiais e de recursos. Esta última proposta, que há muito é estudada na Comissão, ajudaria a dar o incentivo para que as empresas rapidamente reduzam o seu impacto ambiental, associando-o a um benefício financeiro mais evidente para a sua bottom line.

Há um caminho que tem de ser feito, e que implica trabalhar o awareness por parte dos líderes empresariais e capacitar as empresas com conhecimento para responder aos desafios. E isso passa por ajudar a medir e por ajudar a perceber que este investimento não é um custo, mas traz benefícios diretos e indiretos no curto, médio e longo prazo. Todas as empresas vão ser chamadas a responder, têm de se preparar.

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Greve parcial na CP alargada até 6 de agosto

  • Lusa
  • 23 Junho 2023

A greve vai afetar os comboios especiais disponibilizados pela empresa para a Jornada Mundial da Juventude, alerta o presidente da SFRCI.

A greve parcial dos revisores e trabalhadores das bilheteiras na CP foi alargada até ao dia 6 de agosto, abrangendo o período em que decorre em Lisboa a Jornada Mundial da Juventude. Os revisores e trabalhadores das bilheteiras iniciaram uma greve parcial no dia 5 de junho que se prolonga até 5 de julho, para contestar a “falta de equidade” salarial na CP – Comboios de Portugal.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, adiantou que a situação ainda não está resolvida e que os trabalhadores estão “descontentes”, pelo que na quarta-feira entregaram novo pré-aviso de greve para o período entre 6 de julho e 6 de agosto.

“De 6 a 10 de julho vamos ter uma greve parcial à sétima hora dos trabalhadores em Cascais. De 12 a 18 de julho a greve é ao trabalho extraordinário em todo o país. Durante todo o mês os trabalhadores farão greve aos comboios especiais e aos que têm mais de oito carruagens”, destaca.

De acordo com Luís Bravo, a greve vai afetar [em agosto] os comboios especiais disponibilizados pela empresa para a Jornada Mundial da Juventude. “Estes comboios especiais são normalmente disponibilizados pela empresa para eventos especiais como concertos e neste caso vai afetar os da Jornada da Juventude, para a qual estão previstos 48 comboios especiais”, afirma.

Luís Bravo adiantou também que os trabalhadores vão fazer greve a comboios com mais de oito carruagens, explicando que há muitas obras em curso nas estações e tem havido casos em que os comboios param fora da gare, o que tem causado alguns incidentes com utentes.

A adesão à greve dos revisores e bilheteiras da CP tem sido “superior ao expectável”, segundo o sindicato. “Hoje decorre já uma greve na zona norte. Todos os trabalhadores a norte de Pombal estão em greve aos turnos que ultrapassam as 18 horas. A taxa de supressão é enormíssima a norte. No fundo mais uma vez os trabalhadores estão a mostrar à empresa que não é aceitável num momento de crise que os salários mais altos sejam os mais beneficiados”, diz.

O sindicato tem contestado o que diz ser a “falta e equidade na CP” e teme que sejam colocados em causa os postos de trabalho. A operadora já veio garantir que isso não irá acontecer, tendo chegado a acordo com os restantes sindicatos.

“Há mais de 10 anos que não acontecia. Havia aumentos, mas eram equitativos. A aplicação do aumento complementar atribuído pelo Governo na CP foi feita de forma desigual, prejudicando os trabalhadores com mais baixos salários. Os trabalhadores estão igualmente descontentes com o facto de estarem a ser postos em causa postos de trabalho de revisores” porque estão a ser retirados da função de acompanhamento de marcha.

Luís Bravo referiu que o sindicato teve uma reunião na terça-feira com a empresa, mas que não foi conclusiva.

A greve convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), com especial incidência nas bilheteiras e nos revisores da CP, levou à supressão de 3.938 comboios entre 5 de junho, quando se iniciou, e quarta-feira, segundo a CP. Assim, de um total de 19.908 comboios programados para este período, foram realizados 15.970, indicou à Lusa a transportadora ferroviária.

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Espanha cresceu 0,6% no primeiro trimestre à boleia da procura externa e do investimento

O PIB espanhol superou a expectativas e fechou o primeiro trimestre com um crescimento de 0,6%, face ao trimestre anterior. Procura externa foi a principal responsável por este desempenho.

A economia espanhola registou um crescimento de 0,6% no primeiro trimestre, um aumento de um ponto percentual face aos três meses anteriores, período em que o crescimento do PIB se situou nos 0,5%, de acordo como os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol. Os resultados superam as previsões avançadas a 28 de abril, quando se antecipava uma subida de 0,5% entre janeiro e março.

Segundo o INE espanhol, a variação homóloga do PIB foi de 4,2% — superior à previsão de 3,8% –, face aos 3,1% no trimestre anterior. Estes números afastam Espanha de uma recessão técnica, entendida como dois trimestres de crescimento negativo.

Segundo o INE, a procura externa, que contribuiu em 2,8 pontos para o crescimento da economia (mais 0,9 pontos percentuais face ao trimestre anterior) foi o principal contribuidor para este desempenho, superando a procura interna, que acumulou 1,4 pontos. Igualmente positivo foi o contributo do investimento (Formação Bruta de Capital Fixo). O investimento cresceu 1,8%, após dois trimestres de evolução negativo, enquanto as exportações aumentaram 5,7% (no trimestre anterior sofreram uma contração de 1%). O saldo comercial é positivo já que as importações cresceram 2,6%, após uma queda de 4,4% no quarto trimestre.

Na segunda-feira, recorda o Cínco Dias, o Banco de Espanha melhorou as suas previsões para a economia espanhola, tendo em conta os dados conhecidos ao longo dos primeiros seis meses deste ano. Os principais fatores que contribuíram para esta melhoria foram a descida dos preços do gás e, consequentemente, dos preços da eletricidade, a evolução positiva da economia mundial, os progressos na resolução de dificuldades nos processos de produção, a estabilização dos mercados financeiros após a turbulência de março, bem como um maior dinamismo dos setores ligados às atividades turísticas.

O banco central espanhol prevê que o segundo trimestre mantenha o mesmo ritmo e antecipa um crescimento do PIB de cerca de 0,6% em cadeia, tendência que poderá manter-se ao longo da segunda metade do ano.

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Herança de Rendeiro não foi reclamada. Há uma dívida de 35,2 milhões por pagar

  • ECO
  • 23 Junho 2023

Além de uma mansão na Quinta Patiño, da coleção de arte contemporânea e das contas com ativos e dinheiro, há também uma dívida de cerca de 35,2 milhões de euros por pagar.

Terminou o prazo para reclamar a herança do banqueiro João Rendeiro e nenhum dos potenciais beneficiários informou o tribunal de que estaria interessado, avança esta sexta-feira o Expresso (acesso pago). Além de uma mansão na Quinta Patiño, da coleção de arte contemporânea e das contas com ativos e dinheiro, a herança do fundador do Banco Privado Português envolve também uma dívida de cerca de 35,2 milhões de euros por pagar.

“Ninguém se apresentou em juízo a fim de reclamar a herança”, constata o juiz Rui Teixeira na sentença a que o Expresso teve acesso. Também a viúva de João Rendeiro, Maria de Jesus, renunciou à herança ao perceber que a dívida é superior aos ativos. Rendeiro, que se enforcou na cela onde estava detido numa prisão sul-africana a 12 de maio de 2022, não tinha filhos ou irmãos e apenas um primo perguntou ao tribunal “informação sobre os ativos e passivos” e o “relacionamento de bens que compõem a herança”, explicou uma fonte judicial.

É o Ministério Público que irá agora representar a herança no processo em que Rendeiro foi condenado a dez anos de prisão e a pagar, “solidariamente” com os outros arguidos do processo (Paulo Guichard, Fezas Vital e Fernando Lima), cinco milhões de euros ao Estado e 30 milhões à massa falida do BPP. Mas o Estado não pode ser chamado a pagar as dívidas de Rendeiro.

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Euribor põe Fisco a pagar juros nos reembolsos do IRS

  • ECO
  • 23 Junho 2023

Trata-se de uma compensação pelo montante a mais retido durante o ano passado. 

Na hora de receber os reembolsos do IRS, muitos contribuintes estão a ser surpreendidos pelo pagamento de juros por parte da Autoridade Tributária, avança o Correio da Manhã (acesso pago) esta sexta-feira. Ainda que os valores pagos não sejam muito significativos, trata-se de uma compensação pelo montante a mais retido durante o ano passado. Segundo as regras do IRS, a taxa para aplicar sobre o valor que é devolvido aos contribuintes está indexada à Euribor a 12 meses.

Um trabalhador que recebeu uma nota de liquidação com um reembolso no valor de 1.399,57 euros foi compensado com mais 3,88 euros a título de “juros de retenção-poupança”. Noutro acerto de contas, um contribuinte foi reembolsado num montante total de 1.986,38 euros, dos quais 13,57 euros correspondem a essa tal compensação, segundo os relatos feitos por contribuintes ao jornal. Os valores pagos são inesperados face aos resultados apresentados pelas simulações.

De acordo com o último balanço do Fisco, de quarta-feira, já foram reembolsados reembolsou perto de 2.480 milhões de euros. Apesar de as Finanças não o reconhecerem, os pagamentos estão a ser feitos num prazo mais alargado face ao que foi prática comum nos anos anteriores. O prazo de entrega do IRS termina a 30 de junho e até ao momento já foram submetidas 5,42 milhões de declarações.

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“É do interesse geral dos bancos” ajudar mais as famílias, diz presidente da APB

  • ECO
  • 23 Junho 2023

Vitor Bentor reconhece que o setor se tem disponibilizado para ajudar os clientes a pagar as prestações das casas, sublinhando ser do "interesse geral dos bancos" fazê-lo.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) considera ser “do interesse geral dos bancos” ajudar os clientes com dificuldades no pagamento das prestações da casa. Em entrevista conjunta ao Diário de Notícias e à radio TSF, Vítor Bento afirma que a banca tem estado a ajudar as famílias em dificuldade, enumerando as medidas postas em prática, nomeadamente, a renegociação dos créditos ou a bonificação dos juros. “É do interesse dos bancos, de facto, facilitarem a vida aos seus clientes e estão a fazê-lo e, tanto quanto me é dado saber, não há situações críticas”, adianta o banqueiro.

O responsável disse ainda acreditar que a renumeração dos depósitos vai aumentar. “Não tenho dúvidas de que vai inevitavelmente haver um processo concorrencial, porque acima de tudo nestas coisas o que é essencial assegurar é que haja concorrência, e para haver concorrência é preciso os dois lados, isto é, é preciso também que os clientes sejam parte ativa nessa concorrência”, frisou.

Sem se querer pronunciar abertamente sobre a atualidade política, Vítor Bento defendeu implicitamente uma remodelação governamental ao equiparar um Governo a uma equipa de gestão. “As equipas de gestão são compostas por um líder e por uma equipa que tem de ser o mais funcional possível. Portanto, compete ao líder dotar-se da equipa que seja o mais funcional possível e, portanto, as fraquezas da equipa refletem-se na performance do líder e a performance do líder, as escolhas do líder, refletem-se nas capacidades da equipa”, explicou.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos alertou ainda para os riscos de a inflação perdurar no tempo e como isso potencia uma nova recessão. Por isso apelou a que se mantenha a inflação “contida”. “Se deixarmos que ela perdure por mais tempo vamos ter de ter um esforço maior e provavelmente uma recessão, aí sim uma recessão maior que vai ter um custo social maior“, afirmou.

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EX-CEO da TAP vai exigir indemnização que pode ascender a três milhões de euros

  • ECO
  • 23 Junho 2023

Ourmières-Widener vai reclamar indemnização de três milhões por salários em falta, previstos no contrato até 2026, e apresentar queixa contra Ministério das Finanças, Infraestruturas e IGF.

A antiga presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, vai avançar com vários processos judiciais contra o Estado, incluindo um pedido de indemnização milionária que pode ascender a três milhões de euros, avança esta sexta-feira o Jornal Económico (acesso pago). Queixas na Justiça deverão dar entrada em já julho.

As ações estão na reta final de preparação e poderão visar os Ministérios das Finanças e Infraestruturas e a Inspeção Geral de Finanças (IGF). Segundo o jornal, com a ação judicial, que deverá dar entrada já em julho, a responsável — que foi substituir Marc Rochet na presidência executiva do Grupo Dubreuil, proprietário das companhias aéreas Air Caraibes e French Bee — pretende impugnar a demissão por justa causa e pedir uma indemnização que poderá atingir os três milhões de euros, por alegados danos reputacionais e não patrimoniais sofridos em virtude da decisão de Fernando Medina e João Galamba. Mas também para exigir o pagamento dos salários que teria direito até ao fim do contrato (1,6 milhões de euros), que só terminava em junho de 2026.

“Estamos na reta final de preparação da defesa da Eng. Christine Ourmières-Widener. Obviamente vamos impugnar a justa causa e reclamar os demais danos não patrimoniais sofridos”, disse a advogada da ex-CEO ao Jornal Económico. Inês Arruda, sócia da Vasconcelos, Arruda & Associados, não quis avançar mais detalhes ou datas concretas quanto à entrada dos processos nos tribunais.

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Hoje nas notícias: inflação, aumentos salariais e TAP

  • ECO
  • 23 Junho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, apela aos bancos para que ajudem mais as famílias e diz acreditar que os juros dos depósitos vão aumentar. Já o Governo prepara aumentos de cerca de 8% para quase 100 trabalhadores do setor privado. Christine Ourmières-Widener, a antiga presidente executiva da TAP, demitida pelo Governo, vai avançar com vários processos judiciais contra o Estado, incluindo um pedido de indemnização milionária que pode ascender a três milhões de euros. A herança de João Rendeiro, que envolve uma dívida de 35,2 milhões de euros, não foi reclamada por nenhum dos potenciais beneficiários. E nos reembolsos do IRS, alguns contribuintes estão a ser surpreendidos com o pagamento de juros.

“É do interesse geral dos bancos” ajudar mais as famílias, diz presidente da APB

É do interesse geral dos bancos” ajudar mais as famílias com dificuldades a pagar as prestações das casas, defende o presidente da Associação Portuguesa de Bancos. Em entrevista ao DN/TSF, Vítor Bento, disse acreditar que a remuneração dos depósitos vai aumentar. “Não tenho dúvidas de que vai inevitavelmente haver um processo concorrencial, porque acima de tudo nestas coisas o que é essencial assegurar é que haja concorrência, e para haver concorrência é preciso os dois lados, isto é, é preciso também que os clientes sejam parte ativa nessa concorrência”, frisou.

Leia a entrevista completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Governo prepara aumentos de 8% para quase 100 mil trabalhadores do privado

Oito ministros assinaram um projeto de portaria que dita aumentos retroativos a abril de 7,8% e 8,1% para 94 mil administrativos do setor privado. Diretor de serviços, analista de informática, tesoureiro e técnico de recursos humanos estão entre as profissões que podem ser abrangidas pelas subidas nominais. A nova grelha salarial varia entre 760 euros e os 1.207 euros.

Lei a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

EX-CEO da TAP vai exigir mais três milhões de euros

A antiga presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, vai avançar com vários processos judiciais contra o Estado, incluindo um pedido de indemnização milionária que pode ascender a três milhões de euros. Ministérios das Finanças e Infraestruturas e até a própria Inspeção Geral de Finanças (IGF) poderão estar entre os visados. Queixas na Justiça deverão dar entrada em julho.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Herança de Rendeiro sem potencial beneficiário

Terminou o prazo para reclamar a herança do banqueiro João Rendeiro. Até 16 de junho, nenhum potencial beneficiário da riqueza acumulada pelo fundador do Banco Privado Português informou o tribunal de que estaria interessado. Além da mansão na Quinta Patiño, da coleção de arte contemporânea e das contas com ativos e dinheiro, faz parte da herança uma dívida de cerca de 35,2 milhões de euros. O montante a pagar — superior aos ativos da herança — afastou todos os potenciais herdeiros, a começar por Maria de Jesus, viúva de João Rendeiro.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Euribor põe Fisco a pagar juros nos reembolsos

Muitos contribuintes estão a ser surpreendidos com o pagamento de juros nos reembolsos do IRS. Ainda que os valores pagos não sejam significativos, trata-se de uma compensação pelo valor a mais retido durante o ano passado. Segundo as regras do IRS, a taxa para aplicar sobre o valor que é devolvido aos contribuintes está indexada à Euribor a 12 meses.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de junho

  • ECO
  • 23 Junho 2023

Ao longo desta sexta-feira, 23 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Chefias na origem de 42% dos casos de violência verbal ao profissional LGBTQIA+

Há mais pessoas a assumir a sua orientação sexual ou género no trabalho, mas 6% dos profissionais LGBTQIA+ dizem sentir-se discriminados no recrutamento, percentagem que sobe para 50% na pessoa trans.

Quatro em cada dez profissionais LGBTQIA+ em Portugal partilham a sua orientação sexual no local de trabalho, mas 4% destes profissionais já foi vítima de violência verbal devido à sua identidade de género ou orientação sexual, um ataque verbal que, em 42% dos casos, terá tido origem em chefias. Quase um terço das empresas nacionais dizem ter programas de diversidade e inclusão LGBTQIA+, mas 6% dos profissionais dizem sentir-se discriminados no recrutamento, percentagem que sobe para 50% na pessoa trans, revelam os dados do estudo “Diversity at Work”, do ManpowerGroup, a que o Trabalho by ECO teve acesso.

Há motivos para otimismo no que toca à inclusão da comunidade LGBTQIA+ no mundo do trabalho e das empresas em 2022, quando se compara com 2021, destaca Sónia Bento. “25% das empresas nacionais contam com programas de diversidade e inclusão LGBTQIA+ e este valor representa uma evolução positiva, quase duplicando o resultado de 13% que se anunciava em 2021“, refere a people & culture manager do ManpowerGroup. Mais: “32% das empresas inquiridas dizem que apoiam publicamente esta comunidade, e também este resultado é superior em 12 pontos percentuais ao registado no último estudo.”

O estudo — que resulta de mais de 5.000 respostas em 14 países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Eslováquia, Grécia, Israel, Itália, Hungria, Roménia, Suíça, Reino Unido e República Checa) incluindo Portugal — revela que 44% da comunidade LGBTQIA+ em Portugal já partilha a sua orientação sexual no trabalho, uma subida de três pontos percentuais (p.p.) face a 2021, destaca Sónia Bento, referindo ainda o facto de mais líderes comunicarem, abertamente e de forma visível, a toda a empresa que são desta comunidade: mais 12 p.p., atingindo atualmente os 35%.

Quem mais partilha?

São os profissionais em posições mais seniores — com 67% das lideranças executivas a fazerem-no — e os mais juniores — com 56,7% — aqueles que mostram maior confiança em partilhar a sua orientação sexual ou identidade de género. Já os que ocupam uma função de gestão intermédia (44,5%) ou técnica (52,6%) são os mais avessos em fazer essa partilha.

“Diversity at Work”, do ManpowerGroup

Uma decisão com impacto na produtividade — com 64% das pessoas LGBTQIA+ a considerarem que a sua capacidade de trabalho aumentou após revelarem a sua orientação sexual ou identidade de género no emprego — e na inovação de toda a empresa, com 8,5 em cada dez de todos os profissionais a acreditarem que espaços de trabalho diversos promovem também a inovação e a geração de novas ideias, um resultado alinhado com 2021.

Evoluções positivas, mas ainda longe da situação em Espanha. “Relativamente à disponibilidade dos profissionais LGBTQIA+ em partilharem a sua orientação sexual ou identidade de género, Espanha apresenta dados mais favoráveis, com 50% dos inquiridos a afirmarem que já o fazem, face a 44% em Portugal”, refere Sónia Bento. Mas, numa ótica mais positiva, “após esta partilha, são os portugueses que mais consideram que a sua produtividade se viu reforçada, com 64% a ter sentido este impacto positivo, valor superior aos 44% do país vizinho”, e também acima da média europeia (42%).

“É também em Espanha que a hierarquia mais impacta a abertura dos profissionais em revelarem a sua orientação sexual e identidade de género, uma vez que são os espanhóis em cargos mais juniores que mais evitam fazer esta partilha — com apenas 31% a admitirem fazê-lo –, face a 57% dos portugueses no mesmo nível. Em ambos os países, estão nas lideranças executivas os profissionais que mais se abrem sobre esta temática, com 67% dos líderes portugueses a assumirem a sua sexualidade ou identidade de género, face a 70% dos espanhóis”, refere a people & culture manager do ManpowerGroup.

São as empresas do setor Social — que inclui ONG e fundações — que assumem a liderança no índice de inclusão (4,57 pontos num máximo de 5); seguido do Retalho e Distribuição (4,13 pontos); Hotelaria, Turismo e Lazer (3,79 pontos). Já a indústria (2,86 pontos) e logística e transportes (2,62 pontos) estão entre os setores menos inclusivos.

“Diversity at Work”, do ManpowerGroup

Mas na altura de medir quão inclusiva é a organização, há uma diferença de perceção. De acordo com os profissionais inquiridos, apenas 25% das empresas contam com programas de diversidade e inclusão LGBTQIA+. No entanto, 32% das companhias inquiridas dizem que apoiam publicamente a comunidade LGBTQIA+, através de comunicação ou de políticas claras.

Em Espanha existe um maior desencontro entre o apoio que as empresas anunciam publicamente à comunidade LGBTQIA+ e os programas que realmente implementam. 42% das empresas espanholas assumem este posicionamento público, mas apenas 17,5% têm programas concretos, segundo os seus profissionais”, aponta Sónia Bento.

No que respeita às estratégias desenvolvidas pelas entidades, a formação é a medida de inclusão mais difundida, presente em 17% das empresas, seguida dos grupos de apoio, opção desenvolvida por 8% das organizações.

Na hora de escolher uma empresa para trabalhar, para 32% das pessoas LGBTQIA+ a opção passa por empresas com políticas de diversidade definidas (+4 p.p.) valor que, no caso da Geração Z, sobe para 50%.

Chefias na origem de 42% dos casos de violência verbal

Apesar de algumas evoluções, o estudo revela ainda o caminho a percorrer na sociedade e nas organizações em prol de uma maior inclusão da comunidade: em Portugal, 4% das pessoas LGBTQIA+ inquiridas dizem ter sido vítimas de violência verbal no seu local de trabalho devido à sua identidade de género ou orientação sexual, menos 8 p.p. face ao estudo anterior.

O número compara com Espanha, onde essa situação tem proporções bem maiores. “Apenas 4% dos portugueses dizem ter sido vítimas (de violência verbal por questões de orientação sexual), face a 40% dos inquiridos espanhóis, que revelaram este flagelo, e que resulta num aumento face ao último estudo de 2021 neste país”, denuncia a people & culture manager do ManpowerGroup.

No entanto, apesar do recuo no número de pessoas a assinalar ter sido vítima de violência verbal em Portugal, em 42% dos casos esse ataque verbal tem origem em chefias.

A discrepância entre Portugal e Espanha é ainda visível no que toca à discriminação, “com 21% dos profissionais espanhóis a admitirem ter sofrido esta realidade em contexto laboral, valor superior aos 6% do talento nacional. É também em Espanha que mais pessoas (32%) testemunharam discriminação para com esta comunidade, valor superior em 18 pontos percentuais à realidade portuguesa”, aponta Sónia Bento.

Em Portugal, 14% dos profissionais já testemunharam no trabalho comportamentos discriminatórios contra colegas LGBTQIA+, pese embora o recuo de 15 p.p. face ao estudo anterior.

E a discriminação também se faz sentir no momento de entrada dos profissionais numa organização: 6% das pessoas da comunidade LGBTQIA+ pensam ter sido discriminadas durante os processos de recrutamento, perceção que é superior a 50%, no caso das pessoas trans.

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Celeste mete mais pães e bolos no “forno” entre Guimarães e Luxemburgo

Com 11 lojas e fábricas em Guimarães, Vizela, Ermesinde e Luxemburgo, o grupo liderada por Teresa Vaz, que emprega 400 pessoas e fatura 25 milhões de euros, está a expandir a capacidade industrial.

O Grupo Celeste, com mais de 50 anos de experiência na área da indústria de panificação e pastelaria, tem quatro unidades de produção, onze lojas e emprega mais de 400 pessoas, faturando 25 milhões de euros. Fruto da estratégia de crescimento, vai agora investir dois milhões de euros, entre Portugal e o Luxemburgo, para aumentar em 30% a capacidade de produção e vai renovar a imagem das lojas e aumentar o portefólio de artigos.

“Ao nível da industrialização, vamos aumentar a capacidade de congelação e aumentar em 30% a produção instalada nas unidades fabris no início de 2024. Está ainda nos planos do grupo aumentar o leque de produtos, apostar na exportação dos produtos produzidos em Portugal e investir na industrialização do embalamento”, conta ao ECO/Local Online a CEO do Grupo Celeste, Teresa Vaz. Atualmente, a empresa exporta apenas 4% da produção para Luxemburgo, Bélgica, França e Mónaco.

Em Portugal conta com três unidades fabris localizadas em Guimarães, Vizela e Ermesinde, e dez lojas próprias. No Luxemburgo tem uma unidade fabril, um supermercado, um restaurante e uma padaria. Entre as fábricas de Vizela, Guimarães e Luxemburgo, produz mais de 14 milhões de pães por mês, o que corresponde a mais de oito mil toneladas por ano. A unidade de Ermesinde é mais direcionada para o fabrico de bolachas e pão de forma, com uma produção mensal acumulada de 200 mil artigos nestas categorias.

Com o aumento da capacidade produtiva em 30%, o Grupo Celeste prevê produzir mais duas toneladas de pães e bolos, passando para as 11 mil toneladas por ano. Por outro lado, está a renovar a imagem das lojas e prestes a inaugurar um laboratório de investigação e desenvolvimento (I&D) na unidade industrial de Guimarães. “É muito importante na área da indústria termos uma área fora da produção que esteja constantemente a testar novos produtos”, contextualiza a gestora.

 

Recuando na história, com apenas 12 anos, António da Silva Pereira Vaz já ajudava o pai, José Vaz, na laboração do pão. Em 1968, decide criar esta empresa com a construção de uma unidade industrial em Guimarães e, 15 anos depois, abre a primeira loja na cidade Berço, com o conceito “Pão Quente”, nome pelo qual passou inicialmente a ser conhecida. Só mais tarde é que o fundador dá o nome de uma das cinco filhas ao projeto empresarial.

O negócio é o culminar de uma paixão que passou de geração em geração. Em 2003, a segunda geração assume a gestão do grupo, passando em 2007 o negócio a ser gerido por Teresa Vaz, filha do fundador, que começou a trabalhar na empresa em 1995, logo após concluir o curso de Relações Internacionais, Económicas e Políticas na Universidade do Minho.

Teresa Vaz, CEO do Grupo Celeste

Em 2013, o grupo aposta na internacionalização e escolhe recaiu sobre o Luxemburgo. Nos planos está a abertura de uma loja junto de outra comunidade emigrante na Europa, “para que possa usufruir da tradição dos produtos portugueses no país de residência”. A partir de 2026, embora os detalhes ainda não estejam definidos, realça a gestora de 45 anos, será retomado o plano de expansão comercial em Portugal e no estrangeiro.

Finalmente, na área da sustentabilidade, o grupo nortenho já colocou em marcha a instalação de painéis fotovoltaicos nas unidades industriais de Guimarães e Vizela, num total de mil em cerca de 2.600 metros quadrados. Uma medida que vai permitir uma cobertura de cerca de 25% das necessidades energéticas do grupo e evitar a emissão de 340 toneladas de CO2 anualmente. O Grupo Celeste tem ainda vindo a aumentar o número de veículos elétricos e híbridos, prevendo até 2031 renovar 70% da frota.

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Venda de casas na região de Lisboa no nível mais baixo desde 2016

Transacionaram-se mais casas no Norte do que na região de Lisboa no arranque do ano, ainda que as habitações na capital tenham sido mais caras. Tendência é de arrefecimento no país.

A venda das casas em Portugal está a abrandar e a subida dos preços fixou-se em 8,7% no primeiro trimestre do ano, valor que representa uma desaceleração face ao trimestre anterior. Este arrefecimento é sentido particularmente na Área Metropolitana de Lisboa, onde as vendas de casas, com exceção do trimestre do início da pandemia, atingiram o nível mais baixo desde o fim de 2016.

Olhando para a análise regional disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), foi no Norte que se transacionaram mais casas no arranque do ano (9.924 habitações). Já na Área Metropolitana de Lisboa, “registaram-se 9.761 transações, o que, excetuando o 2º trimestre de 2020, sob influencia da pandemia da Covid–19, constitui o número mais baixo de vendas nesta região desde o 4º trimestre de 2016″.

Apesar de haver menos transações, as casas na região da capital continuam a ser mais caras. “Entre janeiro e março de 2023, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 40,6% do valor total das habitações transacionadas, seguindo-se o Norte com 23,5%”. Sendo que para ambos, os valores das transações foram os mais baixos dos últimos dois anos.

Mas a tendência é geral. “No 1º trimestre de 2023, todas as regiões registaram uma redução homóloga no número e no valor das transações de alojamentos”, assinala o INE. Mesmo assim, Lisboa registou as maiores quedas tanto em número como em valor. Já no Algarve observaram-se taxas de -25,4% no número e de -15,1% no valor das casas vendidas.

Já no Norte, “o número de transações reduziu-se em 19,8%, sendo que, em valor a redução foi 15,6%”, enquanto “o Centro e a Região Autónoma da Madeira apresentaram reduções do número das transações de 12,2% e 12,3%, respetivamente”. Pelo Alentejo e na Região Autónoma dos Açores a amplitude da taxa de variação fixou-se em torno dos -17,0%.

Na média nacional, nos primeiros três meses do ano, os indicadores do INE apontam para uma queda de 20,8% no número de transações de alojamentos e uma diminuição de 15,2% no valor das casas comercializadas, nos primeiros três meses do ano.

Esta evolução dá-se numa altura em que as subidas de juros decidas pelo Banco Central Europeu nos últimos meses têm tido um impacto também no crédito à habitação em Portugal, tornando o financiamento mais caro. É de salientar que o Governo avançou também com um conjunto de medidas para fazer face à crise no setor, com o pacote Mais Habitação. Apesar de se venderem menos casas, o preço continuou a subir face ao ano passado.

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