Polícia Judiciária e Ministério Público fazem buscas na Direção-Geral de Recursos da Defesa
A Polícia Judiciária e o Ministério Público estão a realizar buscas nas instalações da Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, "no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021".
O Ministério da Defesa anunciou esta sexta-feira buscas da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas instalações da Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, “no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021”.
“O Ministério da Defesa Nacional confirma a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021″, lê-se em comunicado.
Fonte ligada ao processo confirmou à Lusa que estas buscas estão relacionadas com a operação ‘Tempestade Perfeita’, que envolve vários altos quadros do setor da Defesa Nacional e investiga corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento, ilícitos relacionados com adjudicações efetuadas.
Numa curta nota enviada às redações, o ministério liderado por Helena Carreiras acrescenta apenas que “reafirma a sua total colaboração com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado“.
Estas buscas são realizadas no dia em que o secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, pediu a demissão. O primeiro-ministro já remeteu a proposta de demissão ao Presidente da República que, entretanto, já foi aceite pelo Presidente da República. Esta é a 13.ª demissão no Governo desde que tomou posse.
Apesar de o gabinete de António Costa não adiantar os motivos para a demissão, esta surge no dia em que o Expresso noticia mais uma controvérsia envolvendo o percurso de Marco Capitão Ferreira: terá contratado um “assessor fantasma” quando era presidente da holding das indústrias de Defesa, antes de entrar no Governo. O secretário de Estado demissionário já terá sido constituído arguido, segundo avança a SIC Notícias e o Jornal de Negócios (acesso livre).
Fonte ligada ao processo confirmou à Lusa que o ex-governante é mais um arguido no caso Tempestade Perfeita, ligado à Direção-Geral de Recursos da Defesa e que já contava com pelo menos 19 arguidos. Marco Capitão Ferreira é suspeito dos crimes de corrupção e participação económica em negócio. Um dos detidos nesta operação é o antigo diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional, Alberto Coelho, que ocupava o cargo quando foram feitas as obras no hospital militar.
Outra controvérsia recente que colocou Marco Capitão Ferreira sob pressão foi uma assessoria de 61 mil euros ao Ministério da Defesa que durou cinco dias. Inclusivamente, já foi aprovada uma audição parlamentar para Capitão Ferreira prestar esclarecimentos aos deputados.
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