Portugal volta a ter “crédito” face ao exterior ao fim de um ano

Há mais de um ano que a economia nacional apresentava uma dependência financeira face ao mercado internacional. Essa situação mudou no primeiro trimestre.

Há cerca de um ano que a economia nacional estava em dívida perante o estrangeiro. Segundo dados do Banco de Portugal, desde 2021 até ao final do ano passado que Portugal necessitava de recorrer ao estrangeiro para financiar a sua economia. Mas essa situação mudou no primeiro trimestre deste ano, com o rácio entre os ativos líquidos e a poupança financeira a passar para valores positivos.

De acordo com dados divulgados esta segunda-feira pelo banco central, a capacidade de financiamento sobre o exterior aumentou para um montante equivalente a 0,6% do PIB no primeiro trimestre. É o valor mais elevado desde o quarto trimestre de 2021 e o primeiro saldo positivo desde então.

Fonte: Banco de Portugal. Valores em percentagem do PIB.

“O setor financeiro, os particulares e as administrações públicas registaram um saldo positivo de 1,4%, 0,4% e 0,1% do PIB, respetivamente. As empresas não financeiras foram o único setor residente a apresentar necessidade de financiamento (1,3% do PIB)”, refere o comunicado do Banco de Portugal.

O banco central destaca a transferência dos ativos e das responsabilidades do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) neste período que “gerou um conjunto de fluxos entre as sociedades financeiras, as famílias e as administrações públicas, embora sem impacto nas capacidades de financiamento destes setores”. No entanto, salienta que, “com esta operação, o setor financeiro financiou os particulares em 1,2% do PIB, que, por sua vez, financiaram as administrações públicas no mesmo montante”.

A contribuir também para uma menor dependência da economia nacional do exterior esteve também o facto de os particulares terem sido financiados pelo setor financeiro através do aumento dos empréstimos bancários, mas também pela redução dos depósitos. “Em sentido contrário, os particulares financiaram as administrações públicas mediante a aquisição de Certificados de Aforro, parcialmente compensada pela amortização de Certificados do Tesouro, em 4,8% do PIB.”

O Banco de Portugal esclarece ainda que “as Administrações Públicas utilizaram o financiamento líquido recebido dos particulares e a capacidade de financiamento gerada no período (0,1% do PIB) para financiar o resto do mundo e o setor financeiro” através da amortização de títulos de dívida detidos por ambos os setores, da aquisição de títulos de dívida pública emitidos por não residentes e pelo aumento dos depósitos junto do banco central.

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