Declarações racistas da extrema-direita abanam governo finlandês
Poucas semanas após o anúncio da coligação governamental, em 16 de junho, declarações racistas antigas de membros do Partido dos Finlandeses ensombram o Executivo liderado por Petteri Orpo.
A coligação de direita que governa a Finlândia já enfrenta alguma instabilidade, menos de um mês após ter chegado a acordo para a formação de Governo. No centro da polémica estão figuras do Partido dos Finlandeses, um partido de extrema-direita que teve a segunda maior votação nas legislativas de abril, o que lhe permitiu ter lugar no novo Executivo, liderado pelo conservador Petteri Orpo.
Primeiro, o ministro da Economia, Vilhelm Junnila, viu-se forçado a apresentar a demissão depois de, alegadamente, ter feito uma piada sobre o nazismo. Agora, é a própria líder do partido de extrema-direita, Riikka Purra, que se encontra sob pressão devido a alegações de que proferiu insultos racistas em blogues na internet e encorajou a violência contra pedintes sob a forma de cuspidelas, escreve o Politico.
Riikka Purra, que é vice-primeira-ministra com a pasta das Finanças, afirmou na segunda-feira que anteriormente se expressou de uma maneira que não aprovaria atualmente.
Perante estas polémicas, o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, tem procurado manter-se discreto. Mas o líder do Partido da Coligação Nacional, de centro-direita, está agora a ser cada vez mais pressionado para dar uma resposta mais firme às declarações que têm vindo a público dos seus parceiros de Governo.
A pressão chega, inclusive, do Presidente Sauli Niinistö, que disse que seria sensato o Governo expressar “tolerância zero contra o racismo”. Anna-Maja Henriksson, que lidera o Partido Popular Sueco – outro membro da coligação governamental –, também se manifestou: “Para que este Governo possa continuar a trabalhar no outono, tem de ser perfeitamente claro que diz ‘não’ a todas as formas de racismo e isso também tem de ser visto no que os ministros fazem e também no que dizem”.
Na segunda-feira, Orpo disse apenas que era “necessário” que Purra se “distanciasse da violência”.
O partido de centro-direita Coligação Nacional, liderado por Petteri Orpo, venceu as eleições legislativas da Finlândia a 2 de abril, com 20,8% dos votos, derrotando o Partido Social Democrata (centro-esquerda) de Sanna Marin, que concorria a um segundo mandato e conquistou 19,9% dos votos.
Com 20,1% da votação, o Partido dos Finlandeses ficou em segundo lugar e, juntamente com o Partido Popular Sueco e os democratas-cristãos, de menor dimensão, formou um Governo maioritário de direita no país nórdico, liderado pelo Coligação Nacional.
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