Obrigacionistas da Efacec acusam Governo de estar a criar novos lesados
A aprovação dos obrigacionistas ao corte de 50% da dívida significa a criação de "uma nova geração de lesados em Portugal" e "põe em causa a confiança dos investidores no próprio Estado".
Os obrigacionistas da Efacec associados da associação Maxyield consideram que o Governo está a criar um novo conjunto de lesados em Portugal com a proposta de reestruturar a dívida da empresa e aconselha ao chumbo da proposta.
Em comunicado, os detentores de obrigações da Efacec membros da associação de investidores Maxyield dizem que ficaram “alarmados” com a publicação em 07 de julho de uma convocatória da empresa a submeter à aprovação dos obrigacionistas um corte de 50% da dívida detida por estes investidores privados emitida em 2019, no valor de 58 milhões de euros.
Para estes investidores tal, a ser aprovado, significa a criação de “uma nova geração de lesados em Portugal” e “põe em causa não apenas a Efacec, mas a confiança dos investidores no próprio Estado”.
O Estado português controla a Efacec (com 71,7% do capital social), após a nacionalização da participação de Isabel dos Santos em 2020. Atualmente, decorre o processo de privatização com venda ao fundo alemão Mutares.
Uma das condições para que a venda ocorra é que haja um acordo com os credores financeiros para reduzir a dívida, incluindo os obrigacionistas.
Para os obrigacionistas da Efacec associados da Maxyield, a reestruturação proposta lesa “os investidores privados que apoiaram a Efacec e que investiram na mesma com plena confiança na sua valia empresarial” e prejudica “manifestamente o mercado de capitais português numa estratégia lesiva dos legítimos direitos dos seus credores privados”.
Estes investidores consideram ainda que a gestão estatal da Efacec nos últimos três anos foi “verdadeiramente desastrosa, com a situação líquida da empresa a cair de 277 milhões de euros em dezembro de 2019 para 74 milhões de euros negativos em abril deste ano”.
Já o número de trabalhadores diminuiu em mais de 600 e “deverá sofrer mais cortes pós-privatização nas mãos do fundo Mutares”, acrescentam.
Estes investidores dizem ainda que o Mutares se propõe investir 15 milhões de euros na Efacec e que esse valor “é manifestamente insuficiente para viabilizar a empresa”.
Os obrigacionistas da Efacec associados da Maxyield terminam o comunicado a aconselhar todos os obrigacionistas a recusarem tal proposta de redução do valor das obrigações, na assembleia geral de obrigacionistas de 07 de agosto.
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