Lucros da Altri descem 60% para 28 milhões de euros no primeiro semestre
Empresa destaca nível de investimento nos primeiros seis meses, de 36,2 milhões de euros, o que compara com 18,8 milhões no período homólogo.
A Altri fechou o primeiro semestre de 2023 com um lucro de 28 milhões de euros, uma descida de 59,8% face ao mesmo período do ano passado, informou a empresa, esta quinta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No segundo trimestre, o resultado líquido agravou-se ainda mais (-79% em termos homólogos), atingindo 8,4 milhões de euros.
Este desempenho é reflexo do “reconhecimento da parte ineficaz da variação negativa no justo valor de um CFD contratado para a cobertura de flutuações no preço de compra de energia no longo prazo; do maior custo com juros, ainda que tenha sido em grande parte mitigado pelos ganhos dos instrumentos derivados associados ao hedge cambial; e do ganho não recorrente na venda de direitos de subscrição de ações no aumento de capital da Greenvolt obtido no período homólogo”, lê-se no comunicado.
Entre janeiro e junho deste ano, as receitas totais da empresa caíram 18,2% em relação aos primeiros seis meses de 2022, ascendendo a 426,6 milhões de euros. A papeleira justifica a quebra nas receitas com a “rápida evolução negativa dos preços da pasta Hardwood“, que, por sua vez, é consequência de “uma diminuição na procura global de pasta, que acabou também por afetar os volumes vendidos”.
As receitas também apresentaram uma redução no segundo trimestre, de 25,9%, comparativamente ao período homólogo, e uma quebra de 10,1% na variação em cadeia, totalizando 201,9 milhões de euros.
Segundo a empresa, depois de uma desaceleração no final de 2022 e de uma ligeira descida nos preços dos principais custos variáveis nos primeiros três meses deste ano, houve uma maior redução dos custos durante o último trimestre face ao período entre janeiro e março, em que se destaca a “evolução positiva do preços dos químicos, da energia elétrica e do gás natural, assim como do preço médio da madeira”.
Ao nível do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), verificou-se um decréscimo de 37,9% nos primeiros seis meses do ano, para 81,2 milhões de euros, apesar da “evolução positiva ao nível dos custos”, enquanto a margem EBITDA reduziu-se em 6,1 pontos percentuais, para 19%. No segundo trimestre, o EBITDA atingiu os 31 milhões de euros, menos 55,5% face ao período homólogo e menos 38,2% em relação ao trimestre anterior.
Através da Biotek, da Caima e da Celbi, a Altri produziu 519,8 mil toneladas de fibras celulósicas no semestre, uma redução homóloga de 7,6% em resultado da paragem programada da principal unidade industrial do grupo – a Celbi – nos primeiros três meses do ano. Para outubro está programada a paragem para manutenção das unidades da Biotek e da Caima.
Entre abril e junho, a produção do Grupo Altri atingiu as 280,2 mil toneladas, praticamente em linha (-0,7%) com o trimestre homólogo, apresentando um acréscimo de 17% face ao trimestre anterior.
As vendas da empresa tiveram um recuo de 10,8% no primeiro semestre em relação aos primeiros seis meses de 2022, pressionadas pelo “efeito de destocking“, num total de 251,4 mil toneladas. No segundo trimestre, registou-se um volume de vendas de 274,2 mil toneladas, 5,7% abaixo do mesmo período do ano passado, mas 9,1% acima do trimestre anterior.
No primeiro semestre, o investimento do Grupo Altri cresceu 92,5%, num total de 36,2 milhões de euros, o que compara com 18,8 milhões no período homólogo, onde se incluem cerca de 14,2 milhões relacionados com a nova caldeira de biomassa para a Caima. Ao mesmo tempo, a dívida líquida ascendeu a 401 milhões de euros.
Em relação ao Projeto Gama, na Galiza, em que reitera que prevê anunciar a decisão final de investimento até ao fim deste ano, o grupo refere que “continua a trabalhar nas várias frentes para a tomada de decisão, nomeadamente no estudo de impacto ambiental, projeto de engenharia, viabilidade económica, estrutura de financiamento e acesso a fundos da União Europeia”.
O projeto Gama decorre de um memorando de entendimento assinado com a Impulsa, um consórcio público-privado da Comunidade Autónoma da Galiza, para estudar em exclusivo a construção de uma unidade industrial de raiz, com uma capacidade produtiva anual de 200.000 toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis.
(Notícia atualizada às 18h59)
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