Reservas de gás da UE atingem meta de 90% de armazenagem, dois meses antes do prazo

As reservas de gás dos 27 Estados-membros já estão cheias para o próximo inverno, mais de dois meses antes do prazo acordado. Portugal preencheu 93,19% das reservas nacionais.

As reservas de gás natural da União Europeia (UE) atingiram os 90% de capacidade, mais de dois meses antes do prazo acordado entre os 27 Estados-membros. As reservas de gás em Portugal ultrapassam meta e situam-se nos 93%.

De acordo com a Gas Infrastructure Europe, associação dos operadores europeus de infraestruturas e redes de transporte de gás, as reservas de gás da União Europeia atingiram esta quinta-feira os 90,12% da capacidade – superando o objetivo de 90% com o qual o bloco europeu se comprometeu em atingir até 1 de novembro de 2023. Segundo a plataforma, estão acumulados cera de 1024.0777 terawatts-hora (TWh) de gás.

Esta é o segundo ano em que o bloco europeu avança com a necessidade de acumular gás no âmbito do RePowerEU. A estratégia estabelece como meta que cada país deverá ter, no mínimo, 90% de reservas de gás em instalações subterrâneas a 1 de novembro
de 2023 e nos anos seguintes. A decisão, anunciada em 2022, acontece face à necessidade de garantir stocks suficientes para o inverno, dado que as importações de gás natural provenientes da Rússia, através do Nord Stream, foram interrompidas na sequência da sabotagem do gasoduto.

Entre os 27 Estados-membros, Espanha é o país que reúne mais metros cúbicos de gás acumulados, tendo preenchido 99% das reservas nacionais. A Croácia e a Suécia seguem em segundo e terceiro, respetivamente, com 96% e 95% dos stocks cheios, enquanto a Eslováquia preencheu 93% das reservas do país. Portugal aparece em quinto, tendo preenchido 93.19% dos stocks nacionais de gás natural, cerca de 3,3 TWh.

“A confirmação de hoje de que cumprimos os nossos requisitos de armazenamento de gás até agora antes do previsto sublinha que a UE está bem preparada para o inverno e isso ajudará a estabilizar ainda mais os mercados nos próximos meses“, afirmou a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, em declarações ao Politico.

“O mercado energético da UE está numa posição muito mais estável do que no ano passado”, acrescentou, reconhecendo que “nas últimas semanas o mercado do gás continua sensível” e que a Comissão continuará a monitorizá-lo à medida que o continente se aproxima de um clima mais frio. Esta quinta-feira, pelas 16h, os futuros da cotação europeia do gás natural, o holandês TTF, referência para os mercados europeus, para entrega em setembro custavam 37 euros por MWh.

No primeiro trimestre de 2022, a Rússia era o maior fornecedor de gás natural dos 27, detendo uma quota de 38,8%, seguida da Noruega (38,1%). A situação inverteu-se no arranque do ano, com a quota de Moscovo a cair 21,4 pp para 17,4%, na sequência da guerra da Ucrânia.

No que respeita ao gás natural liquefeito (LNG), a Rússia (18,1%) foi o segundo maior fornecedor da UE, atrás dos Estados Unidos (48,6 %), no primeiro trimestre de 2022. Em relação ao primeiro trimestre de 2023, a quota da Rússia diminuiu 4,9 pontos percentuais para 13,2%, mantendo-se como a segunda principal fonte de LNG da UE.

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