Pacotes rendem mais de mil milhões de euros às operadoras num semestre
Pela primeira vez num semestre, os pacotes renderam mil milhões de euros às operadoras, após Meo, Nos e Vodafone terem subido preços. Receita cresceu ao ritmo mais elevado desde 2016.
As receitas das operadoras com pacotes de serviços ultrapassaram os 1.000 milhões de euros no período de janeiro a junho, um valor que nunca tinha sido alcançado num semestre, confirmou o ECO junto de fonte oficial da Anacom.
O marco foi atingido depois de se ter registado uma subida de 8,8% nas receitas de serviços em pacote nesses seis meses, quando comparados com o mesmo período do ano passado, para 1.004 milhões, revelou esta quinta-feira o regulador. É, diz a entidade, a maior taxa de crescimento desde 2016.
Este aumento das receitas das empresas de telecomunicações coincide com um período que ficou marcado por aumentos de preços de até 7,8% por parte da Meo e da Nos em fevereiro, e da Vodafone em março, as três principais empresas do setor em quota de mercado. As empresas justificaram as subidas com o cenário inflacionista que está a afetar o país.
O aumento dos preços pelas operadoras fica ainda mais evidente na receita média mensal por subscritor de pacote, que cresceu 5,3% no primeiro semestre, para 36,61 euros, sem contar com o IVA. É, também, o maior aumento desde 2016, nota a Anacom.
Em 30 de junho de 2023, existiam 4,6 milhões de subscritores de pacotes de serviços, mais 2,9% do que no final do primeiro semestre de 2022. “O crescimento está exclusivamente associado às ofertas” com quatro e cinco serviços no mesmo pacote, segundo o relatório do semestre.
Em termos de quotas de mercado nos pacotes, a Meo continuou a liderar com 41,3% dos subscritores, seguindo-se o grupo Nos (35,4%), a Vodafone (20,5%) e a Nowo (2,8%). Esta última empresa foi alvo de uma oferta de compra por parte da Vodafone que se encontra a ser analisada pela Autoridade da Concorrência. “Em termos líquidos, a Nowo foi o único dos prestadores referidos a diminuir o número de subscritores de pacotes”, salienta o regulador num comunicado.
Olhando para as receitas, as percentagens não divergem muito. A Meo ficou com a maior “fatia” (41,2%), seguindo-se a Nos (40,4%), a Vodafone (16,6%) e a Nowo (1,6%).
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