Costa Silva tem “a crença” de que paragem da Autoeuropa vai ser encurtada
Governo está a “identificar" componentes em falta e promete “fazer tudo para minimizar tempo de paragem”. Quase metade das empresas satélite dependem mais de 25% da unidade da Volkswagen em Palmela.
A fábrica da Autoeuropa anunciou a interrupção da produção de automóveis durante nove semanas, a partir de 11 de setembro, devido à falta de uma componente vinda da Eslovénia, mas o ministro da Economia diz ter “a crença de que a paragem vai ser menor do que aquela que está anunciada”.
Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação dos resultados do programa Bairros Comerciais Digitais, António Costa Silva adiantou que o Executivo está a “identificar com a Autoeuropa qual é exatamente o tipo de componentes que estão em falta”, prometendo “fazer tudo para minimizar o tempo de paragem” na unidade da Volkswagen em Palmela.
Um dia após a tutela ter anunciado que está em contactos com a indústria nacional de componentes para tentar encontrar alternativas de fornecimento, estando ainda a “identificar e mapear tudo o que” é produzido em Portugal neste setor, Costa Silva agendou para os “próximos dias” uma reunião que juntará as principais associações setoriais (AFIA E ACAP) e a administração da Autoeuropa, com o objetivo de “tentar encontrar soluções para, pelo menos, minimizar os problemas para o futuro”.
“Hoje não podemos ter cadeias de abastecimento que repousam apenas num fornecedor. E como temos uma indústria que é versátil e produz múltiplos componentes, pode ser que aumentemos a resiliência, a começar pela Autoeuropa e depois em todo o resto do setor”, acrescentou o governante.
Falando no Palácio da Bolsa, no Porto, o ministro da Economia reconheceu ainda que, a verificar-se a paragem de nove semanas nesta que é a maior empresa exportadora do país, que representa 1,5% do PIB nacional, “as consequências não são boas”. Inclusive para as cerca de 30 empresas satélite que foram “mapeadas” nos últimos dias pela tutela e que se estima que empreguem entre seis a sete mil trabalhadores.
Costa Silva calculou que “18 delas dependem menos de 25% da Autoeuropa, com as outras a dependerem em mais de 25%” da unidade de Palmela. Por esse facto, completou, o ministério optou por “dividi-las em dois grupos”, concentrando-se naquelas que mais dependem desta fábrica da Volkswagen, visando sobretudo “encontrar clientes alternativos para essas empresas satélite”.
Esta terça-feira, as negociações entre a Comissão de Trabalhadores (CT) e a administração da Autoeuropa terminaram com um acordo acerca dos termos do lay-off a implementar durante as semanas de paragem, que na prática vão tirar 5% do salário aos trabalhadores.
Segundo um comunicado divulgado pela CT, foi acordado um “complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, incluindo subsídio de turno”, a par com uma “compensação de 15% resultante da ferramenta de flexibilidade de down days, equivalente a um total de seis, com aplicação individual proporcional durante o período de lay-off“. Os trabalhadores perder assim 5% da remuneração atual.
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