Médicos mantêm greves parciais na próxima semana após ronda negociações com Governo
Depois de mais uma ronda de negociações com o Executivo, os sindicatos dos médicos consideram insuficiente o aumento salarial proposto pelo ministro Manuel Pizarro.
As negociações entre o Governo e os sindicatos médicos continuam a não dar frutos. Esta quinta-feira, terminada a reunião no Ministério da Saúde, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, disse que as greves no setor se vão manter e criticou a proposta de aumento salarial de 3,6%, considerando-a “claramente insuficiente”.
Segundo Jorge Roque da Cunha, para os médicos, que estão há cerca de 14 anos sem qualquer aumento salarial, um aumento de 3,6% não vai permitir fixá-los no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Em vez de terem 3.800 euros líquidos, passariam a ter 3.900 euros líquidos”, declarou, à saída da ronda negocial com o ministro Manuel Pizarro.
“Essa circunstância vai continuar a fazer com que as pessoas saiam do SNS, com que haja menos médicos nos hospitais, nos serviços de urgência, nas consultas e nas cirurgias“, continuou, alertando que, simultaneamente, os portugueses ver-se-ão obrigados, “para além da quantidade de impostos que pagam para o Estado, a fazerem mais seguros de saúde e a mais necessidade de intervenção da ADSE”.
O secretário-geral do SIM deixou um apelo ao primeiro-ministro, António Costa, e ao ministro das Finanças, Fernando Medina, “para que, junto do ministro da Saúde, criem condições para que os portugueses tenham um SNS”. “Não pomos em causa o seu empenho (de Manuel Pizarro), mas não tem sido suficiente”, apontou.
De acordo com um pré-aviso do SIM, os médicos da área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão estar em greve nos dias 13 e 14 de setembro.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) também esteve presente na reunião desta quinta-feira. Em declarações aos jornalistas, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, disse que “pouco se avançou”. “O Governo não tem bom senso: propuseram-nos um aumento de pouco mais de 3,6%, transversal para todos os médicos”, criticou.
“Não há qualquer tipo de vontade política por parte desta equipa ministerial em tentar resolver a situação dos médicos, nem que a população consiga ter um SNS universal, acessível, de qualidade e eficiente”, lamentou Joana Bordalo e Sá, reiterando que os protestos do setor vão continuar.
Este sábado, vai ser decidido, no conselho nacional, se a FNAM participa na próxima reunião com o Ministério da Saúde, marcada para terça-feira da próxima semana, adiantou ainda Joana Bordalo e Sá.
(Notícia atualizada às 19h16)
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