Atividade económica diminuiu e consumo desacelerou em agosto

A atividade económica diminuiu em agosto, enquanto o clima económico abrandou no terceiro trimestre do ano, indica a última síntese económica de conjuntura, do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta quinta-feira. Os setores da construção e dos serviços registaram desacelerações no oitavo mês do ano, enquanto a indústria recuou.

Segundo a informação agregada pelo INE, que analisa um conjunto de dados já disponíveis, por vezes referentes a períodos diferentes, “os indicadores de curto prazo relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para agosto, apontam, em termos homólogos, para uma desaceleração em volume da construção e nominal dos serviços e para diminuições na indústria”.

Já na perspetiva da despesa, “o indicador de atividade económica diminuiu em agosto, tendo os indicadores de consumo privado e de investimento desacelerado”.

É de sinalizar que o Governo conta com a procura interna para impulsionar o crescimento do PIB no próximo ano, já que o arrefecimento da economia nos principais parceiros comerciais de Portugal está a prejudicar as exportações, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2024.

O INE também salienta que “os preços implícitos das exportações e das importações de bens, em agosto, registaram variações de -6% nas exportações e -14,2% nas importações, respetivamente (-4,2% e -9,1% em julho), refletindo sobretudo o ajustamento dos preços do petróleo e gás natural”. Excluindo os combustíveis e lubrificantes, “as exportações e as importações diminuíram 1,2% e 4,1%, respetivamente (-0,3% e -3,4%, pela mesma ordem, em julho)”, acrescenta.

No que diz respeito ao indicador de clima económico, que “sintetiza as questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas”, este diminuiu entre julho e setembro, após ter estabilizado no mês anterior.

O índice de volume de negócios na indústria diminuiu 5,2% em agosto, em termos nominais, enquanto o índice de volume de negócios nos serviços, que inclui comércio a retalho, cresceu 1,7% em agosto, uma desaceleração face aos 4,7% registados no mês anterior. Já o índice de produção na construção “abrandou para uma variação homóloga de 5,8% em agosto”, nota o INE.