Portugal sai do pódio dos mais endividados mas continua a ter quinta maior dívida da UE
A dívida pública de Portugal atingiu 110,1% do PIB no segundo trimestre deste ano, naquela que foi a segunda maior redução homóloga do rácio entre os países da UE.
Portugal já saiu do pódio dos mais endividados da União Europeia (UE), um objetivo declarado pelo ministro das Finanças, de acordo com os dados mais recentes do Eurostat. O país teve a segunda maior redução do rácio da dívida pública no segundo trimestre do ano, mas, ainda assim, continua a ter a quinta maior dívida entre os Estados-membros.
No final do segundo trimestre de 2023, a dívida pública de Portugal representava 110,1% do PIB, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo gabinete de estatísticas da UE. É uma redução de 2,2 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior (a terceira maior redução, apenas atrás da Croácia e Letónia) e de 11,8 p.p. face ao mesmo período do ano anterior, a segunda maior a seguir à Grécia (16,6 p.p.).
Com estas reduções do rácio da dívida — impulsionadas, nomeadamente, pelo crescimento do PIB –, Portugal passou para o quinto lugar dos mais endividados da UE, ficando de fora do pódio. Este agora é composto por Grécia (166,5% do PIB), Itália (142,4%) e França (111,9%), contando ainda com Espanha à frente de Portugal, com um rácio de 111,2% do PIB. Para o próximo ano, Portugal e Grécia são os que preveem maiores reduções da dívida.
Quanto à média dos países, na Zona Euro a dívida atinge os 90,3% do PIB, uma ligeira redução em cadeia, enquanto na UE a média é de 83,1%. É de salientar que em ambos os casos a dívida se situa acima da meta de 60% prevista no Programa de Estabilidade, sendo que existem ainda 13 Estados-membros com um rácio superior a este marco.
Portugal tem terceiro maior excedente da UE
O Eurostat divulgou também dados sobre as contas públicas que mostram que apenas seis Estados-membros registaram um excedente no segundo trimestre deste ano. Portugal foi um deles, registando o terceiro maior.
O excedente de Portugal foi de 2,3% do PIB no segundo trimestre, ficando apenas atrás da Dinamarca (2,8%) e Irlanda (2,4%). Por outro lado, foi na Hungria (-6,6%), Roménia (-6,3%) e Eslováquia (-4,8%) que se observaram os maiores défices, acima do limite de 3% previsto no PEC.
Já a média da UE e da Zona Euro apontam para défices. Na Zona Euro registou-se um défice, ajustado sazonalmente, de 3,3% do PIB, o que representa uma estabilização face ao trimestre anterior.
Entre os países da UE, a média aponta para um défice de 3,2% do PIB, o que se traduz num ligeiro aumento face aos 3,1% registados no trimestre anterior. Como nota o Eurostat, “medidas para aliviar o impacto dos elevados preços da energia continuaram a ter um forte impacto nos saldos orçamentais no segundo semestre de 2022 e primeiro e segundo trimestres de 2023 e a maioria dos Estados-membros continuou a registar um défice”.
(Notícia atualizada às 11h10)
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