120 países da ONU pedem tréguas em Gaza. “Este é um momento de verdade”, diz Guterres

António Guterres apelou ao cessar-fogo humanitário no Médio Oriente, à libertação incondicional de todos os reféns e ao fornecimento de bens, no dia em que ONU aprovou umas tréguas humanitárias.

“Este é um momento de verdade”. As palavras são de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas (ONU), na rede social X (antigo Twitter) sobre o conflito no Médio Oriente. Estas palavras surgem após a Assembleia-Geral da ONU ter aprovado, com 120 votos a favor, uma resolução que apela a uma “trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada” em Gaza e à rescisão da ordem de Israel para deslocação da população para o sul do enclave.

“Reitero o meu apelo a um cessar-fogo humanitário no Médio Oriente, à libertação incondicional de todos os reféns e ao fornecimento de bens que salvam vidas, à escala necessária. Todos devem assumir as suas responsabilidades. Este é um momento de verdade. A História julgar-nos-á a todos“, lê-se.

O projeto de resolução apresentado pela Jordânia, e copatrocinado por mais de 40 Estados-membros da ONU, obteve 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções dos 193 Estados-membros da ONU. Votaram contra este texto países como Estados Unidos, Áustria ou Hungria e entre os países que se abstiveram estão Ucrânia, Canadá, Albânia ou Cabo Verde. Portugal votou a favor.

Apesar de não ter caráter vinculativo, esta resolução carrega um peso político e mostra o posicionamento da comunidade internacional em relação à forma como Israel está a conduzir a sua guerra contra o grupo islamita Hamas.

Uma emenda proposta pelo Canadá, que contou com o apoio de dezenas de países, entre eles de Portugal, Estados Unidos ou Reino Unido, que condena inequivocamente os ataques terroristas do Hamas de 7 de outubro e que apela à imediata e incondicional libertação dos reféns, foi também colocada a votação, mas não foi aprovada, uma vez que não recebeu votos favoráveis de dois terços dos Estados-membros (recebeu 88 votos a favor, 55 contra e 23 abstenções).

Esta emenda surgiu na sequência de duras críticas lançadas na quinta-feira pelo embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, que criticou o facto de o texto da Jordânia não ter uma única referência aos ataques do Hamas. Também os Estados Unidos haviam criticado o facto de o projeto da Jordânia não usar a palavra “reféns”.

A votação ocorreu numa sessão especial de emergência da Assembleia-Geral da ONU, convocada após o bloqueio do Conselho de Segurança da ONU, que até ao momento não conseguiu aprovar nenhuma das quatro resoluções que foram a votos sobre o tema.

No terreno, o movimento islamita Hamas relatou esta sexta-feira estar envolvido em “violentos combates” na Faixa de Gaza com as forças israelitas, que terão feito incursões terrestres em dois setores do território. “Estamos a enfrentar incursões israelitas em Beit Hanoun (norte) e Boureij (centro) e há combates violentos”, indicou o braço armado do Hamas, as brigadas Izz al-Din al-Qassam, em comunicado.

O porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, anunciou esta sexta-feira que os militares vão ampliar as operações terrestres na Faixa de Gaza, em paralelo com o bombardeamento do enclave. “Como continuação da atividade ofensiva que realizamos nos últimos dias, as forças terrestres vão expandir a sua atividade esta tarde”, disse.

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