Lucro do BCP cresce 7 vezes para 650,7 milhões até setembro
BCP multiplicou lucro por sete vezes entre janeiro e setembro. Subida dos juros continua a engordar resultados, mas CEO Miguel Maya avisa que pico da margem já terá sido atingido.
Os lucros do BCP dispararam para 650,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, sete vezes mais que no período homólogo, anunciou o banco esta segunda-feira.
A principal alavanca dos resultados do banco liderado por Miguel Maya foi a margem financeira – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos –, que aumentou 37% para 2,12 mil milhões de euros, “a beneficiar da normalização das taxas de juro” do BCE, segundo explicou o CEO em conferência de imprensa.
Miguel Maya avisou que o pico da margem de juros já terá sido atingido, lembrando que no mercado polaco já se deu uma redução de 100 pontos base das taxas do banco central polaco desde setembro.
O produto bancário somou 35,3% para 2,8 mil milhões, incluindo as comissões, que praticamente estabilizaram nos 578,5 milhões de euros.
O banco também dá conta de um impacto positivo da venda de 80% do capital da seguradora na Polónia por parte do Millennium Bank, no âmbito da qual registou um ganho extraordinário de 127 milhões de euros. Por outro lado, o resultado deste ano beneficia do facto de em 2022 ter contabilizado um encargo de mais de 300 milhões de euros com as “férias de crédito” na Polónia.
Os recursos de clientes subiram 1,4% para 92,38 mil milhões de euros, sendo que em Portugal se registou uma queda de 2,3% para 65,64 mil milhões de euros, perante a “concorrência dos Certificados de Aforro”.
A carteira de empréstimos contraiu 3,3% para 56,66 mil milhões de euros, refletindo o aperto da política monetária do BCE que procura “arrefecer a economia” e diminuir a procura de crédito por parte das famílias e empresas. Em Portugal a redução foi mais expressiva, de 4% para 39,4 mil milhões.
Dividendos à vista
Miguel Maya adiantou que o banco tem hoje “uma situação normalizada” e que o esforço que pediu no passado aos acionistas com a não distribuição dos dividendos é “pretérito”.
“Seguramente que o esforço de não pagar dividendos, que foi um esforço muito importante, é pretérito, não vou pedir qualquer esforço nesta matéria porque o banco está bem capitalizado”, referiu. Mas lembrou que há um caminho pela frente e há alguma prudência sobre este tema, devido à guerra na Ucrânia e também ao conflito no Médio Oriente.
Efacec? “Fomos ao limite do nosso esforço”
Sobre a reprivatização da Efacec, cujo processo foi possível depois de um corte da dívida dos bancos, incluindo do BCP, o gestor considerou que o banco foi ao limite do esforço que podia aceitar para viabilizar a empresa.
“Felizmente criaram-se condições para a Efacec prosseguir o seu caminho e que o conhecimento adquirido permaneça e os postos de trabalho permaneçam”, ressalvou Miguel Maya sem adiantar os valores que foram perdoados pelo banco neste processo, dizendo apenas que: “Fomos ao limite do esforço que poderia ser feito pelo banco”.
(Notícia atualizada às 18h36)
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