Famílias portuguesas voltaram a ganhar poder de compra no segundo trimestre

Entre os países da OCDE, apenas na Hungria houve um aumento do rendimento real per capita acima dos 1,53% registados em Portugal. Famílias nacionais continuam entre as mais endividadas.

As famílias portuguesas voltaram a registar um aumento do poder de compra no segundo trimestre, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económica (OCDE) publicados esta segunda-feira.

Depois de no primeiro trimestre o rendimento real per capita das famílias nacionais ter contraído 1,24%, os dados referentes os segundo trimestre mostram uma subida de 1,53% da capacidade de poder de compra das famílias portuguesas, para um nível inclusive acima da média dos países da OCDE, mas também revelam uma queda de 0,18% do PIB per capita no mesmo período (algo que não acontecia desde o primeiro trimestre de 2021).

Entre os 21 (dos 38) países da OCDE que apresentaram dados sobre o rendimento real das famílias, apenas a Hungria supera Portugal neste ranking, ao apresentar um crescimento trimestral de 2,98% do rendimento real per capita das suas famílias. “O rendimento real das famílias per capita na OCDE aumentou pelo quarto trimestre consecutivo, registando um aumento de 0,5% no segundo trimestre de 2023, enquanto o PIB real per capita cresceu 0,4%”, refere a OCDE em comunicado.

No entanto, quando se estende a amostra destes dados para o último ano, verifica-se que, entre o segundo trimestre de 2022 e o segundo trimestre de 2023, as famílias portuguesas até tiveram um aumento de 2,07% do seu rendimento real, mas fica abaixo do crescimento de 2,64% registado pela média das famílias dos países da OCDE.

Além disso, os dados da OCDE continuam a colocar Portugal entre os países com as famílias mais endividadas. Os números apresentados esta segunda-feira mostram que o total da dívida pendente das famílias nacionais é equivalente a 103,26% do rendimento disponível bruto, que fazem de Portugal um dos 10 países da OCDE com um rácio de endividamento acima dos 100%.

A dívida das famílias consiste, em grande parte, de empréstimos hipotecários para habitação, mas também noutros tipos de passivos, como o crédito ao consumo (por exemplo, cartão de crédito, empréstimos para automóveis).

“É evidente que rácios elevados de endividamento das famílias, tal como acontece com rácios elevados de dívida pública, podem criar um certo risco ou vulnerabilidade para as famílias, especialmente quando são distribuídos de forma desigual pelos diferentes grupos de famílias”, referem os técnicos da OCDE. No entanto, sublinham também que, “por outro lado, também se deve ter em conta a disponibilidade de ativos, por exemplo, habitações, para os quais o empréstimo foi contraído.”

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