“Sistema atual não funciona”. Especialistas em Educação defendem novos modelos de ensino

Da tecnologia à inclusão, o setor da educação atravessa hoje diversos desafios, dificuldades e oportunidades que podem provocar sérias mudanças aos modelos de ensino, entendem especialistas.

O mundo está em mudança e, a par disso, também os modelos de ensino devem ser revistos e repensados, nomeadamente à luz das novas tecnologias. Esta visão foi defendida esta semana pelos especialistas em Educação que participaram no Innovators Forum, uma iniciativa dinamizada pela Sonae que juntou profissionais nacionais e internacionais para discutirem as tendências, desafios e oportunidades da área educativa.

“O sistema atual não funciona, é inútil. Tem de ser mudado”, sublinhou o pedagogo José Pacheco, que fundou a Open Learning School, escola que implementa modelos de ensino mais flexíveis do que os tradicionais.

E não ficou sozinho no apelo a essa mudança. Pedro Santa Clara, professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) e fundador da escola 42, sublinhou que o facto de a Educação ser altamente regulada pode ser problemático, avisando que “é crucial que possamos permitir mais experimentação, deixando surgir mais modelos educativos“.

Por sua vez, Sugata Mitra, cientista de computação e teórico educacional, destacou que o sucesso dos alunos não deve ser medido pelo nível de conhecimento, mas antes pela sua capacidade de compreensão, comunicação e computação. “O propósito da Educação passa por permitir às pessoas viver vidas felizes, saudáveis e úteis”, realçou.

Já David Kellermann, consultor e professor universitário, reconhecido pelo trabalho na aplicação de inteligência artificial e machine learning para melhorar o sistema de ensino, apontou o holofote para o impacto da tecnologia nos modelos de ensino. Isto é, para as questões em torno da forma como o digital, a Inteligência Artificial e a Realidade Aumentada podem melhorar a experiência humana no contexto educativo.

“Sobre este tema, o académico explicou o trabalho que tem vindo a desenvolver na University of New South Wales, em Sydney, onde se tem focado em integrar a tecnologia como fator potenciador do processo de aprendizagem em quatro realidades: na relação da e com a comunidade escolar; no contexto de sala de aula; nos processos de avaliação dos alunos; e, também, no cenário de laboratório de investigação”, é explicado na nota enviada às redações.

E perante todas estas potencialidades, o professor David Kellermann assinalou também que “temos de começar a evoluir no que respeita ao campus digital”.

No Innovators Forum, participaram também representantes da Sonae. No arranque, a CEO Cláudia Azevedo defendeu que “precisamos de novas abordagens, novas experiências e muita determinação dos vários agentes da sociedade”. Já no encerramento, Paulo Azevedo, presidente do Conselho de Administração da Sonae, destacou que a inclusão continua a ser um dos principais problemas. “Hoje, dependendo do sítio onde se nasce e dos meios que se tem, não se pode chegar às melhores escolas, às melhores universidades. Sem isso, parte-se para a vida com desigualdade”, reconheceu.

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