Caixa atinge lucro recorde de quase 1.000 milhões até setembro
Banco público registou lucros de 987 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mais 42% em relação a 2022. Paulo Macedo anunciou que vai pagar dividendos de 461 milhões ao Estado.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros recorde de quase mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano e anunciou que vai pagar dividendos de 461 milhões de euros em 2024. “Se a Caixa tiver margem para pagar mais dividendos, assim fará”, disse o CEO Paulo Macedo esta sexta-feira.
O banco público atingiu um resultado líquido de 987 milhões até setembro, um aumento de 42,6% em relação ao mesmo período de 2022, à boleia da subida das taxas de juro. A margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – mais do que duplicou para 2,1 mil milhões de euros. “Este resultado permite saldar os prejuízos acumulados desde 2011”, sublinhou a CFO, Paula Geada.
A responsável adiantou que o banco já devolveu 1,675 mil milhões de euros da ajuda dos contribuintes aquando da recapitalização e revela que até 2025 conta pagar os restantes 825 milhões relativos à ajuda pública de 2016. Isto quando já pagou os mil milhões da recapitalização privada com as obrigações AT1 (2022) e T2 (2023).
O disparo da margem compensou largamente a descida das comissões, que caíram quase 7% para 425,6 milhões de euros. O produto bancário aumentou quase 80% para 2,8 mil milhões.
Apesar do bom desempenho operacional, a Caixa viu a carteira de crédito encolher 0,5% para 52,8 mil milhões de euros, com os empréstimos a particulares em Portugal a caírem 1,8% para 25,6 mil milhões.
Já os depósitos caíram 5,3% para 79,5 mil milhões, devido à fuga para os Certificados de Aforro e também às amortizações antecipadas. O banco diz que conseguiu inverter a tendência de descida no terceiro trimestre.
Investir no Novobanco?
Paulo Macedo adiantou que a Caixa vai fechar o ano com “os maiores capitais próprios de sempre”, na ordem dos 10 mil milhões de euros. “A maioria dos capitais foi gerada organicamente e não veio da recapitalização“, lembrou.
“Quando há capital a mais ou se devolve ao Estado [em dividendos] ou se investe. É o que a Caixa fará”, indicou o gestor, questionado sobre um eventual interesse no Novobanco.
(Notícia atualizada às 18h17)
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