Costa pede ao PS para não cair na armadilha de criticar o Ministério Público
Costa pediu aos dirigentes socialistas para que se centrem na resposta aos problemas das pessoas e não na agenda mediática e para não caírem na armadilha de criticarem o Ministério Público.
O secretário-geral do PS pediu aos dirigentes socialistas para que se centrem na resposta aos problemas das pessoas e não na agenda mediática e para não caírem na armadilha de criticarem o Ministério Público.
Estes recados, segundo fontes socialistas, foram transmitidos por António Costa na intervenção final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que durou cerca de quatro horas e meia e terminou de madrugada, sem comunicado de conclusões.
Depois de vários membros da Comissão Política do PS terem feito críticas à atuação do Ministério Público no processo que conduziu à demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, na terça-feira, o ex-ministro Eduardo Cabrita deixou um aviso, estando no horizonte eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março.
“O adversário do PS é a direita. Não é o sistema judicial“, disse o ex-ministro — uma ideia que já tinha sido defendida pelo eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira.
Na intervenção final, António Costa procurou sobretudo aconselhar a futura direção do PS a não se centrar nas respostas à agenda mediática, mas antes nas respostas aos problemas das pessoas, defendendo que essa foi a linha de sucesso nas últimas eleições legislativas em 30 de março de 2022.
E falou mesmo da armadilha que poderá constituir se o PS, por causa do processo judicial que o envolve, criticar publicamente o Ministério Público.
O líder dos socialistas disse ainda não saber se o processo que o envolve “vai durar três meses ou três anos”. “Mas vou tratar dele“, declarou, citado por membros da Comissão Política Nacional do PS, num recado para que a futura direção do partido siga em frente.
António Costa defendeu o legado do PS nos últimos oito anos de Governo e considerou que a direita política, desde o primeiro dia em que o seu partido obteve maioria absoluta nas últimas eleições legislativas, só pensou na dissolução do parlamento.
Dentro de duas semanas, a Comissão Nacional do PS deverá marcar o congresso para 06 e 07 de janeiro e as eleições diretas para o cargo de secretário-geral socialista para 15 e 16 de dezembro. Eleições às quais vão concorrer, pelo menos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o ex-ministro e atual deputado socialista Pedro Nuno Santos.
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