Mecatrónica de Castelo Branco vence Prémio PME Inovação COTEC-BPI

A Mecalbi, empresa de mecatrónica para a indústria automóvel liderada por Jorge Amaral e que fatura 11 milhões de euros, sucede aos powerbanks para camiões de frio da Addvolt.

Uma empresa de mecatrónica para a indústria automóvel fundada em 2006 e sediada em Castelo Branco, com um volume de faturação anual superior a 11 milhões de euros, venceu a 19ª Edição do Prémio PME Inovação COTEC-BPI. A Mecalbi sucede à matosinhense Addvolt, que no ano passado se apresentou a concurso com um projeto de powerbanks para camiões de frio.

Criada por Jorge Amaral, atual presidente e acionista maioritário, a empresa distinguida esta quarta-feira, numa cerimónia em Lisboa, fabrica máquinas industriais para a realização do processo de retração térmica de mangas de proteção das junções soldadas de cablagens automóvel.

 

Em comunicado, a organização destaca que a Mecalbi integra um grupo de sete empresas e exporta 99% da produção, tendo entrado no mercado com a “introdução de máquinas inovadoras que substituíram o processo clássico de contração através de convecção pela tecnologia de infravermelhos, permitindo economia de energia, eficiência e rapidez, sempre com a inovação presente”.

“Apesar de todas as fragilidades conhecidas e do impacto das diferentes crises que atravessaram a nossa história recente, os empresários portugueses, e especialmente os líderes das PME que apostam na inovação para vencerem no mercado, mostraram ter uma notável capacidade de não se deixarem abater pela adversidade e encontrar novos caminhos e soluções para continuar a fazer progredir os seus negócios”, frisou António Rios Amorim, presidente da COTEC Portugal.

António Rios Amorim, presidente da direção da COTEC PortugalVítor Hugo Teixeira 30 novembro, 2022

De um total de 198 candidaturas, a organização tinha selecionado seis empresas finalista, avaliadas por “critérios exigentes” de robustez financeira, investimento em conhecimento e inovação, e desempenho económico a nível internacional.

O júri desta edição foi presidido por Pedro Barreto (BPI) e composto por Ana Teresa Lehman (Universidade do Porto), António Portela (BIAL), Carlos Oliveira (Fundação José Neves), António Grilo (ANI), João Bigote (Universidade de Coimbra), José Carlos Caldeira (INESC TEC), Lua Queiroz Pereira (Semapa), Manuel Mira Godinho (ISEG) e Manuela Tavares de Sousa (Imperial).

Pedro Barreto, administrador executivo do BPI, salientou a “evolução notável de muitas PME portuguesas na última década, que conseguiram aliar uma maior robustez financeira ao investimento nas várias dimensões da inovação, para aumentar a sua competitividade nos mercados internacionais”. “As empresas que estamos a reconhecer mostram que Portugal é hoje um país muito diferente na inovação, registando uma evolução muito positiva de acordo com todos os indicadores internacionais”, acrescentou.

Conheça as outras cinco finalistas do Prémio PME Inovação COTEC – BPI 2023

Controlar. Empresa do Porto que fabrica sistemas que testam diariamente o funcionamento de milhares de componentes nas linhas de montagem dos principais fabricantes da indústria automóvel. Fundada em 1995, tem como clientes os fornecedores Tier 1 das principais marcas mundiais e tem introduzido novas soluções que permitem integrar operações na mesma estação de trabalho e, assim, reduzir custos, diminuir o tempo de ciclo na linha de produção e melhorar a eficiência da utilização de recursos. Tem filiais na Europa, Ásia e América do Sul.

Genan. Sediada em Ovar, transforma pneus em fim de vida em novas matérias-primas de “elevada qualidade”, tendo iniciado atividade em 1990 com a abertura da primeira fábrica de reciclagem na Dinamarca. O granulado, aço e têxtil que resultam da separação do pneu é transformado em matérias-primas aplicadas em pavimentos de campos desportivos e recreativos, calçado, fibras têxteis e novos pneus. Integrada numa rede de seis unidades na Europa e EUA, a fábrica de Ovar (antiga Biosafe, fundada em 1997) tem capacidade de reciclar 40.000 toneladas de pneus por ano, o equivalente a cinco milhões de pneus usados.

Mtex NS. A partir de Vila Nova de Famalicão, concebe, desenvolve e fabrica impressoras digitais para aplicações em linhas de produção industriais. Desde que foi fundada em 2011, a empresa tem marcas multinacionais na lista de clientes, tendo vindo a “crescer através de um posicionamento constante na vanguarda tecnológica e desenvolvimento de novos produtos” para várias aplicações, como embalagens flexíveis, rótulos, etiquetas comerciais, têxtil, vestuário e calçado.

Solancis. É na arte e técnica de transformar a pedra natural em obras de “grande efeito estético e arquitetónico” que esta empresa da Benedita se tem destacado a nível mundial. Fundada em 1969, extrai e transforma pedra calcária que aplica em projetos de construção à medida em 70 países, exportando 95% da produção. Estes “artesãos da pedra modelada”, descreve a COTEC, inserem-se num ecossistema de mercado que inclui promotores, aplicadores, arquitetos e designers de interiores e construtores.

Siscog. Pioneira na aplicação combinada de técnicas de inteligência artificial e algoritmos de investigação operacional ao planeamento e gestão de recursos em operações de transporte ferroviário, esta spin-off fundada por dois professores do Instituto Superior Técnico (IST), com 37 anos no mercado, tem alargado os campos de aplicação das suas soluções a outros setores de transportes. Recentemente, iniciou uma nova linha de crescimento com o desenvolvimento de soluções de aprendizagem automática para o setor agrícola.

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