Banco de Portugal mais pessimista revê em baixa crescimento do PIB para 1,2% em 2024
Banco de Portugal estima que inflação poderá ser mais baixa que o esperado. Aponta para taxa, medida pela variação do índice harmonizado de preços, de 2,9% em 2024.
O Banco de Portugal (BdP) está mais pessimista relativamente à evolução da economia portuguesa, tendo revisto em baixa as previsões de crescimento para 1,2% em 2024, segundo o boletim económico de dezembro, publicado esta sexta-feira. O número compara com a estimativa de crescimento de 1,5% inscrita no boletim de outubro, enquanto a projeção para 2023 de um crescimento de 2,1% se mantém.
São também expectativas mais baixas do que as do Governo demissionário no que diz respeito ao próximo ano. Fernando Medina inscreveu no Orçamento do Estado para 2024 uma projeção de crescimento de 1,5% em 2024.
Já para os anos seguintes, o banco central liderado por Mário Centeno prevê que a economia vai crescer 2,2% em 2025 e 2% em 2026. “A recuperação da atividade será gradual ao longo do próximo ano, beneficiando da aceleração da procura externa, do efeito da descida da inflação no rendimento das famílias e do impulso dos fundos europeus no investimento“, explica o BdP.
No que diz respeito à inflação (medida pela variação do índice harmonizado, que permite comparação com outros países europeus), esta “deverá prosseguir a trajetória descendente, reduzindo-se de 5,3% em 2023 para 2,9% em 2024 e para 2% até ao final do horizonte de projeção”, indica o banco central, diminuição que “reflete os efeitos desfasados da redução de custos de produção e das decisões de política monetária do Banco Central Europeu”. Estes números foram revistos em baixa face às projeções de outubro, que apontavam para taxas de 5,4% e 3,6%.
Olhando para outros indicadores, Centeno está mais otimista do que Medina no que concerne ao saldo orçamental: o Banco de Portugal estima que o excedente atinja 1,1% do PIB em 2023, “sobretudo devido ao fim das medidas relacionadas com a pandemia”. A projeção inscrita no Orçamento do Estado é de 0,8%. Já em 2024, o BdP projeta a diminuição do excedente, para 0,1% do PIB, próximo do estimado pelas Finanças (0,2% do PIB).
“Em 2023, a melhoria do saldo decorre do desaparecimento das medidas relacionadas com a pandemia e, em menor medida, do contributo positivo cíclico”, justifica o BdP. Por outro lado, a diminuição do excedente em 2024 “resulta do abrandamento da atividade económica e de uma política expansionista, destacando-se a natureza permanente das novas medidas adotadas”.
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