Novo Hospital de Sintra começa a funcionar no primeiro semestre de 2024

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

O hospital será entregue "pronto e equipado no primeiro trimestre de 2024", mas entrará em funcionamento "progressivamente, não sendo tudo de um dia para o outro", avançou Pizarro.

O novo Hospital de Sintra, no bairro da Cavaleira, freguesia de Algueirão – Mem Martins, vai estar em funcionamento no primeiro semestre de 2024, tendo esta segunda-feira o ministro da Saúde garantido que irá recrutar 600 profissionais. Manuel Pizarro falava aos jornalistas após uma visita às obras de construção do futuro Hospital de Sintra, na qual esteve acompanhado, entre outros, do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta.

Está em vias de estar pronto. Conto que esteja pronto do ponto de vista da infraestrutura física e do equipamento no primeiro trimestre de 2024 e que esteja em plena operação no primeiro semestre de 2024″, disse o ministro, após uma visita às obras, que arrancaram no final de agosto de 2021.

De acordo com o governante, o hospital será entregue “pronto e equipado no primeiro trimestre de 2024”, mas entrará em funcionamento “progressivamente, não sendo tudo de um dia para o outro”. O primeiro serviço a entrar em funcionamento, segundo o ministro, será o “Serviço de Urgência, depois previsivelmente as consultas externas e, finalmente, os blocos operatórios e o internamento da unidade de convalescença, com cerca de 60 lugares [camas]”.

Segundo Manuel Pizarro, para que o hospital esteja em “pleno funcionamento” será necessário o “recrutamento de 600 profissionais”, que não vão entrar todos no mesmo dia, mas sim progressivamente, com uma parte proveniente de outras unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra). O ministro deu ainda conta de que foi acordado com a autarquia de Sintra que será nomeada em junho a comissão instaladora do hospital, que irá recrutar as equipas.

O novo hospital, com um investimento do município de mais de 45 milhões de euros, irá servir cerca de 400 mil utentes e está a ser construído no bairro da Cavaleira, junto à Autoestrada 16. O investimento total será de cerca de 70 milhões de euros, sendo a parte do investimento do Governo financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O novo hospital será composto por serviço de ambulatório, consultas externas e exames, unidade de saúde mental, medicina física de reabilitação, central de colheitas e os meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Terá igualmente unidade de cirurgia de ambulatório com bloco de cirurgia e recobro, serviço de urgência básica para servir cerca 60 mil urgências, cerca de metade das realizadas no Hospital Amadora/Sintra, farmácia, Unidade de Esterilização e ainda um espaço para ensino e formação.

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Síria participou na primeira reunião na Liga Árabe em 11 anos

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

É a primeira vez que responsáveis sírios participam numa reunião da Liga Árabe desde novembro de 2011, altura em que a organização suspendeu o regime do Presidente Bashar al-Assad por repressão.

A Síria pôs esta segunda-feira fim a mais de uma década de isolamento diplomático na Liga Árabe ao participar na sessão preparatória da cimeira da organização, que decorrerá sexta-feira na Arábia Saudita. “Seja bem-vinda a República Árabe Síria à Liga dos Estados Árabes”, disse o ministro das Finanças saudita, Mohammed al-Jadaan, na reunião do Conselho Económico e Social da Liga Árabe, que começou domingo em Jidá, em preparação da 32.ª cimeira da Liga Árabe, transmitida em direto pela televisão estatal al-Ekhbariya.

Trata-se da primeira vez que responsáveis sírios participam numa reunião da Liga Árabe desde novembro de 2011, altura em que a organização pan-árabe suspendeu o regime do Presidente Bashar al-Assad devido à violenta repressão dos protestos que se degeneraram num conflito que causou mais de 500.000 mortos e milhões de deslocados.

Num contexto regional de reaproximação diplomática, a Liga reintegrou o regime sírio a 07 deste mês. Três dias depois, a 10 de maio, o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salmane, convidou o Presidente sírio a participar na cimeira anual que se realiza sexta-feira naquela cidade costeira, junto ao Mar Vermelho. Esta é, também, a primeira participação do presidente sírio desde 2010, quando a cimeira se realizou na Líbia.

As capitais regionais têm vindo a aproximar-se gradualmente de al-Assad, que tem mantido o poder e recuperado o território perdido com o apoio crucial do Irão e da Rússia, embora grandes áreas do norte da Síria continuem fora do controlo do Governo. Em abril, diplomatas de nove países árabes discutiram a crise síria na Arábia Saudita e cinco ministros dos Negócios Estrangeiros da região, incluindo o da Síria, reuniram-se na Jordânia no início deste mês.

Os Emirados Árabes Unidos, que restabeleceram os laços com a Síria em 2018, têm estado muito ativos na reintegração de Damasco na Liga. A atividade diplomática foi retomada com maior profundidade após o mortífero sismo que atingiu a Síria e a Turquia em 6 de fevereiro.

Na semana passada, Riade, que cortou relações com o governo sírio em 2012, confirmou que as missões diplomáticas na Síria e na Arábia Saudita iriam retomar o trabalho. Alguns países, porém, têm-se mostrado relutantes em renovar os laços com al-Assad, incluindo o Qatar, que se recusou a normalizar as relações com o Governo sírio.

Por outro lado, al-Assad foi convidado pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) para a conferência da ONU sobre o clima (COP 28), organizada por Abu Dhabi. Esta é também a primeira vez que al-Assad é convidado para uma cimeira internacional – que normalmente conta com a presença de vários chefes de Estado ocidentais – desde o início da guerra na Síria, em 2011.

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, defendeu que o regresso da Síria poderá reavivar “o princípio da solidariedade árabe”, de acordo com uma declaração do seu adjunto, o “número dois” da organização, Hossam Zaki. “Mas a atmosfera positiva [gerada pelo fim de alguns diferendos] não nos deve distrair da realidade a que a região árabe tem vindo a assistir há anos, nomeadamente a acumulação e sucessão de graves desafios”, disse Aboul Gheit.

Entre eles, acrescentou, aludindo à guerra no Sudão, encontra-se “uma nova vaga” de migração, que já provocou a fuga de cerca de 200 mil pessoas e a deslocação de centenas de milhares de outras. O conflito deverá ser um dos principais tópicos de discussão na cimeira de sexta-feira.

O general Abdel Fattah al-Burhane, chefe do exército sudanês e um dos dois beligerantes no centro do conflito, foi convidado para a cimeira de chefes de Estado da Liga Árabe, mas não esclareceu quem irá representar o Sudão na reunião. Representantes de al-Burhane e do seu opositor, o general Mohamed Hamdane Daglo, das Forças de Apoio Rápido (RSF), encontram-se em Jidá há mais de uma semana para conversações mediadas pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos.

Na reunião, e ao tomar a palavra, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Mohammad Samer al-Khalil, convidou os países árabes a investirem na Síria, “numa altura em que existem oportunidades promissoras e novas leis atrativas para o investimento”.

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Governo dos Açores quer café da região com qualificação comunitária

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

Governo dos Açores quer café da região com qualificação comunitária para "potenciar o nome" da região. Vai criar dois campos de experimentação de novas variedades de café.

O Governo Regional dos Açores vai preparar uma candidatura do café produzido na região a Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP), revelou esta segunda-feira o secretário da Agricultura.

“O café não é uma cultura recente nos Açores, tem centenas de anos, e [os Açores] são o único sítio da Europa onde se pode produzir café. Interessa que seja mais uma cultura económica da diversificação e que possa potenciar o nome dos Açores“, afirmou o titular da pasta da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Açores.

António Ventura falava aos jornalistas à margem de uma reunião com a Associação de Produtores Açorianos de Café (APAC), em Angra do Heroísmo.

O secretário regional da Agricultura acredita que o café produzido nos Açores tem “características únicas”. Por isso, o Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA) vai iniciar um processo de candidatura a uma “qualificação comunitária“.

O café não é uma cultura recente nos Açores, tem centenas de anos, e [os Açores] são o único sítio da Europa onde se pode produzir café. Interessa que seja mais uma cultura económica da diversificação e que possa potenciar o nome dos Açores.

António Ventura

Secretário da Agricultura

O governante comprometeu-se ainda a criar dois campos de experimentação de novas variedades de café, na Terceira e em São Miguel, a promover novas formações e a prestar apoio e aconselhamento técnico aos produtores de café.

Formada há perto de uma década, a APAC conta atualmente com 55 produtores em sete das nove ilhas dos Açores.

Aos jornalistas, o presidente da associação, Luís Espínola, disse que, nos últimos anos, a produção aumentou em cerca de “um hectare e meio” e há “cada vez há mais interessados” em produzir café.

“Temos duas variedades bem adaptadas, o Caturra Vermelho e o Bourbon Amarelo. Existem produtores instalados, alguns há já quase uma década, com alguma escala. Estamos a formar mais pessoas”, adiantou.

O impulso da produção de café nos Açores contou com uma parceria com a Delta, que comparticipou quatro missões de formação. A mais recente, já com o apoio do Governo Regional, juntou mais de 100 pessoas, em São Miguel e na Terceira, com consultores do Brasil.

A associação não tem, no entanto, qualquer parceria comercial com a empresa. “A Delta será um player igual a outro. Não temos exclusividade de venda à Delta”, explicou Luís Espínola.

“Existem produtores que já mandaram café para várias partes do mundo, desde o Alasca à Europa central, mas canais de exportação não tenho conhecimento. Alguns dos produtores estão numa fase de crescimento dos seus negócios.

Luís Espínola

Presidente da Associação de Produtores Açorianos de Café (APAC)

Segundo o presidente da APAC, os Açores não têm dimensão para produzir em “larga escala”, mas têm potencial na produção de “cafés de especialidade“, que atualmente cativam sobretudo os turistas que visitam o arquipélago, que o consomem e muitas vezes o compram como “souvenir”.

“Existem produtores que já mandaram café para várias partes do mundo, desde o Alasca à Europa central, mas canais de exportação não tenho conhecimento. Alguns dos produtores estão numa fase de crescimento dos seus negócios”, revelou.

Luís Espínola defende que há condições para apostar na produção de café nos Açores; é preciso apenas criar estímulos dentro da diversificação agrícola e aprimorar o conhecimento.

“É importante experimentarmos novos materiais genéticos que sejam mais competitivos e tenham mais resistência às nossas condições edafoclimáticas, principalmente ao vento e à humidade, e que traga um produto mais uniforme, de forma a que possamos reduzir o custo da mão de obra e ter um produto de excelência”, salientou.

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Sana forçado a fazer alterações de fundo ao projeto que transforma antigo quartel da Graça em hotel

  • Ana Petronilho
  • 15 Maio 2023

Câmara de Lisboa e DGPC pediram ao consórcio de empresas do grupo Azinor alterações na arquitetura do projeto que transforma o quartel da Graça num hotel de cinco estrelas.

A Câmara de Lisboa e o Estado, através da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), pediram às empresas do grupo Azinor, dono dos hotéis Sana, alterações de fundo ao projeto que requalifica e transforma o antigo convento e quartel da Graça num hotel de cinco estrelas.

Em causa estão alterações ao projeto – por aprovar pelos serviços da autarquia – “nas vertentes de arqueologia, arquitetura e arquitetura paisagista”, para requalificar o edifício e o espaço exterior, disse ao ECO a Câmara de Lisboa.

Desta forma, a abertura prevista para o final de 2022 do futuro hotel – que foi adjudicado ao Sana através do programa Revive em dezembro de 2019 – vai sofrer um longo atraso.

Ao ECO a autarquia liderada por Carlos Moedas explicou ainda que tendo em conta que o edifício está classificado como Monumento Nacional desde 1910 “foram pedidos pareceres a entidades externas” e que foram realizadas “duas audiências prévias no seguimento de pareceres desfavoráveis”.

Quartel da GraçaRevive/Turismo de Portugal

E, em abril deste ano, “foi feita uma notificação” ao consórcio de empresas do grupo Azinor para “realizar alterações no projeto, de forma a garantir o cumprimento de questões técnicas identificadas no mais recente parecer da Direção-Geral do Património Cultural”.

Sem entrar em detalhes sobre as alterações pedidas, até ao momento, a Câmara de Lisboa “aguarda a entrega de novos elementos” pelas empresas que vão explorar o hotel. Questionado pelo ECO sobre as mudanças pedidas ao projeto e quando serão entregues, o Sana não respondeu até à hora da publicação deste texto.

O pedido de licenciamento para as obras no antigo quartel da Graça deu entrada nos serviços de Urbanismo da autarquia em janeiro de 2021.

Mas o contrato de concessão do projeto – com um prazo de 50 anos – foi assinado a 17 de dezembro de 2019, com o consórcio constituído pelas empresas Aziriver, Lda., Património Crescente, SA, Azilis, SA e Sesimbrotel, SA, que vão investir cerca de 30 milhões de euros para transformar o edifício num hotel de cinco estrelas com 120 quartos.

A concessão foi atribuída através de concurso público que colheu sete candidatos e exclui a área da igreja e o respetivo jardim, estando igualmente fora do âmbito do concurso o Jardim da Cerca da Graça. Em contrapartida pela exploração do edifício, que conta com uma área bruta de 15.495 metros quadrados, o grupo Azinor fica responsável por construir os espaços que vão acolher as capelas mortuárias de apoio à igreja.

Além disso, será paga ao Estado pelo grupo Azinor uma renda anual de 1,79 milhões de euros que o Ministério da Economia e Mar disse ao ECO que “será atualizável”, mas só vai ser cobrada após “quatro anos de vigência do contrato”, ou seja, a partir de dezembro de 2023.

Com a abertura do hotel no antigo quartel da Graça, a rede Sana passa a contar com onze unidades hoteleiras em funcionamento em Lisboa.

O Convento da Graça foi construído em 1271 (no século XIII), pela Ordem dos Agostinhos Eremitas, tendo sido reedificado no século XVI e restaurado após o terramoto de 1755.

Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, foi ocupado pelo exército, passando, então, a chamar-se quartel da Graça. Antes de ficar vazio, o quartel acolheu serviços da GNR e do Exército.

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BCP duplica lucros para 215 milhões no primeiro trimestre

Resultados do BCP continuam condicionados pelo negócio na Polónia. Ainda assim, subida dos juros impulsionou lucros do BCP no arranque do ano para 215 milhões de euros.

O BCP registou lucros de 215 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, quase o dobro em relação ao mesmo período do ano passado. Tal como os outros bancos, também a instituição liderada por Miguel Maya beneficiou da subida dos juros, mas continua condicionada pela Polónia.

A margem financeira — diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos — aumentou 42,9% para 664,6 milhões de euros, com a taxa da margem a avançar de 2,19 para 3,25%. Em Portugal, a taxa situou-se nos 2,44%, com o CEO Miguel Maya a sublinhar que está em linha com outros países, como a Alemanha.

Nem tudo foram boas notícias, O banco manteve-se pressionado pelo seu negócio na Polónia. O Bank Millennium continua a enfrentar problemas relacionados com a carteira de empréstimos em francos suíços e a ter de colocar dinheiro de lado para eventuais decisões negativas do tribunal — mais de 1.200 milhões em provisões, cerca de 56% da carteira problemática. De acordo com o banco, os encargos com a unidade polaca ascenderam a mais de 200 milhões no primeiro trimestre.

No que diz respeito ao negócio doméstico, os lucros ascenderam a 170 milhões de euros, 75% do lucro de todo o grupo. O lucro de 54 milhões do Bank Millennium deveu-se à venda da seguradora.

Em termos operacionais, o produto bancário totalizou os 999 milhões de euros, o que corresponde a uma subida homóloga, o que corresponde a uma subida homóloga de 42%. Para lá do disparo da margem, à boleia da subida dos juros do BCE, o BCP contabilizou 195 milhões de euros em receitas com comissões, estabilizando face ao trimestre de 2022.

BCP resiste à fuga de depósitos

O crédito caiu 2% em termos globais, com a carteira de empréstimos a encolher para 57,3 mil milhões de euros. Apenas o crédito pessoal cresceu. O crédito à compra de casa contraiu 1,7% para 27,7 mil milhões e o crédito às empresas caiu 3,4% para 23,5 mil milhões.

No que diz respeito à evolução no segmento empresarial, o banco diz que foi “influenciado pelo ambiente de menor procura de crédito devido às taxas de juro mais elevadas e atrasos em projetos de investimento e, também, pela redução de stock de NPE”.

Nos depósitos, o BCP resistiu à saída de poupanças para os Certificados de Aforro no arranque do ano. Os recursos de cliente em Portugal aumentaram 0,5% para 67 mil milhões de euros, com os depósitos a subirem para 51,5 mil milhões. “É o único banco que apresentou um crescimento positivo dos recursos”, apontou. De acordo com o Banco de Portugal, os bancos perderam cerca de 7,6 mil milhões em depósitos no primeiro trimestre.

Rácios de capital com “reforço significativo”

O BCP chegou ao final de março com um rácio CET1 de 13,6%, 4,2 pontos percentuais acima dos requisitos. O banco fala em “reforço significativo dos rácios” e Miguel Maya considera que estão finalmente “ajustado ao modelo de negócio” da instituição e agradeceu o “suporte dos acionistas e forte compromisso das equipas do banco na geração de resultados”.

Em termos de rentabilidade, o ROE disparou para 17,7%. “Não é projetável para o ano, mas permite alcançar o guidance [acima de 10%] que demos ao mercado”, disse Maya, notando que algumas contribuições — para o Fundo de Resolução, por exemplo — só serão contabilizadas posteriormente.

(Notícia atualizada às 18h16)

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Costa salienta bons resultados mas avisa que Portugal tem de continuar a pedalar

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

"Quando temos uma boa notícia na economia, isso não nos deve fazer descansar", disse o primeiro-ministro, em reação às projeções económicas da Comissão Europeia para Portugal.

O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que as previsões económicas da Comissão Europeia são uma boa notícia para Portugal, mas advertiu que é preciso “continuar a pedalar” para a economia portuguesa manter a sua trajetória. Esta posição foi transmitida por António Costa no final da reunião de trabalho com a primeira-ministra islandesa, Katrin Jakobsdotti, depois de interrogado sobre as previsões económicas da Comissão Europeia para a economia portuguesa.

Bruxelas reviu em alta a projeção de crescimento da economia portuguesa deste ano para 2,4%, a terceira maior taxa da zona euro, e estimou uma taxa de inflação de 5,1% em 2023, esperando uma moderação para 2,7% em 2024. “As previsões efetivamente sinalizam uma expectativa de crescimento mais forte do que aquela que se antevia anteriormente. Portanto, significa que podemos manter a trajetória que temos seguido no sentido de reforçar o impacto da economia na vida dos portugueses”, declarou o primeiro-ministro.

Perante esta “boa notícia” de Bruxelas, o líder do executivo português voltou a usar a imagem da bicicleta para a aplicar à economia e para combater uma ideia de conformismo. “Quando temos uma boa notícia na economia, isso não nos deve fazer descansar. Pelo contrário, deve fazer-nos compreender o seguinte: Tal como nas bicicletas, ou continuamos a pedalar e a economia continua a crescer, ou se paramos então a bicicleta não anda e até pode mesmo descarrilar”, disse.

Por isso, para António Costa, “a solução é mesmo continuar a pedalar para que a economia continue a dar bons resultados, traduzindo-se numa melhoria da qualidade de vida dos portugueses”. Segundo o primeiro-ministro, em relação ao futuro, Portugal terá de “continuar a manter um elevado nível de emprego, porque essa é a melhor forma de a economia se traduzir no dia-a-dia das pessoas”.

“Em segundo lugar, temos de manter a trajetória de recuperação dos rendimentos, que está patente no acordo de concertação social que assinámos de forma a garantir que, no final da legislatura, os salários dos portugueses aumentam o seu peso no Produto Interno Bruto para 48%, ou seja, a média comunitária”, disse.

Também de acordo com António Costa, os mais recentes indicadores revelam que Portugal está em condições de “continuar a adotar o mesmo tipo de medidas de combate à inflação, com redução do IVA, apoios às famílias, aumento intercalar dos vencimentos a pagar este mês à função pública e, em julho, aos pensionistas”.

“Esta capacidade de continuar a sustentar as políticas de rendimentos são da maior importância, ao mesmo tempo que continuamos a ter recursos para melhorar o Serviço Nacional de Saúde ou a escola pública”, acrescentou.

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Secretário-geral da NATO em Portugal na quinta-feira

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

Jens Stoltenberg desloca-se a Portugal na próxima quinta-feira para um encontro com o primeiro-ministro português.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, desloca-se a Portugal na quinta-feira para um encontro com o primeiro-ministro português, António Costa, anunciou a Aliança Atlântica.

Em comunicado, a NATO refere que Jens Stoltenberg e António Costa darão uma conferência de imprensa conjunta na quinta-feira.

António Costa deverá ser um dos chefes de Governo presentes na cimeira da NATO que vai decorrer em julho na Lituânia, que deverá ser marcada pelo contexto da invasão russa da Ucrânia.

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Benfica SAD levanta 50 milhões de euros junto de 6 mil pequenos investidores

A operação pública de subscrição das obrigações Benfica SAD 2023-2026 terminou com a procura a exceder 2,4 vezes a oferta e com o prémio mais baixo pago pela SAD encarnada numa emissão obrigacionista.

A Benfica SAD voltou a conseguir financiar-se com sucesso junto dos pequenos investidores. Na 13.ª operação pública de subscrição de obrigações da sua história, a SAD do clube da Luz colocou junto de 6.058 pequenos investidores a totalidade dos 50 milhões de euros da oferta das obrigações Benfica SAD 2023-2026.

“É um sinal de confiança do mercado nesta administração do Benfica”, refere Domingos Soares Oliveira, administrador da Benfica SAD.

De acordo com informação avançada esta segunda-feira pela Euronext Lisboa, a operação contou com uma procura 2,42 acima da oferta, com as ordens a ultrapassarem os 121 milhões de euros. Os dados da operação revelam ainda que a procura superou logo no primeiro dia a oferta.

“Sabemos que há investidores nas obrigações do Benfica que não são benfiquistas”, nota do responsável da Benfica SAD em conferência de imprensa.

No seguimento da oferta de subscrição, a Benfica SAD tinha também a decorrer uma oferta pública de troca (OPT) das obrigações Benfica SAD 2020-2023. Segundo a Euronext, a operação de troca contou com a entrega de 27,86 milhões de euros por substituição das novas obrigações por parte de 42% dos subscritores iniciais destes títulos.

Com a OPT, a Benfica SAD reduziu em 56% o montante em dívida nas obrigações Benfica SAD 2020-2023, com o saldo vivo a situar-se agora nos 22,14 milhões de euros. Estes títulos irão vencer a 17 de julho.

As novas obrigações da SAD encarnada têm maturidade a 17 de maio de 2026 e carregam uma taxa de cupão de 5,75% ao ano, com os juros a serem pagos semestralmente a 17 de maio e 17 de novembro. Trata-se da quarta taxa de cupão mais elevada entre as 13 emissões obrigacionistas que a Benfica SAD realizou desde 2004.

“O prémio de risco que apresentámos é inferior a 2,75%. Nunca fizemos uma emissão com prémio tão baixo”, referiu Domingos Soares Oliveira, administrador da Benfica SAD, notando que a taxa de cupão teve em conta a taxa swap a três anos acrescido de um prémio – a 26 de abril, quando o prospeto da operação foi aprovado pela CVMVM, a taxa swap a três anos estava a negociar nos 3,3%.

Segundo Domingos Soares Oliveira, até então, o prémio de risco pago pela Benfica SAD situava-se entre 3,25% a 4%, acima da taxa swap a três anos. A anterior operação contou “com um prémio de 60% acima do spread que pagamos nesta operação”, nota o administrador.

A operação decorreu entre 2 e 12 de maio, tendo registado a 9 de maio um aumento de 25% do volume da oferta para os 50 milhões de euros.

Segundo o prospeto da operação, a Benfica SAD pretende utilizar o dinheiro angariado junto dos pequenos investidores para reembolsar parcialmente o empréstimo obrigacionista denominado “Benfica SAD 2020-2023” e financiar a atividade corrente da Benfica SAD, bem como consolidar o passivo da empresa num prazo mais alargado.

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17 mil enfermeiros foram reclassificados até ao momento, avança ministro

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

"Nós tínhamos uma expectativa inicial de que iríamos reclassificar cerca de 20 mil enfermeiros temos mais de 17.000. Admito que haja casos para serem resolvidos", disse Manuel Pizarro.

O ministro da Saúde disse esta segunda-feira que já foram reclassificados 17 mil enfermeiros, quando a expectativa do governo era de 20 mil, e que o executivo tem reunido regularmente com sindicatos sobre o assunto.

“O Governo chegou a acordo com a grande maioria dos sindicatos de enfermeiros no final do ano passado para um sistema de contagem dos seus pontos que conduziu já a uma revalorização na carreira e, naturalmente, também na remuneração de mais de 17.000 enfermeiros”, disse Manuel Pizarro a jornalistas após uma visita às obras de construção do futuro Hospital de Sintra, no bairro da Cavaleira, freguesia de Algueirão – Mem Martins.

De acordo com o ministro, o processo ainda está em curso, “vendo agora caso a caso, situações em que um ou outro profissional não acha que foi bem reclassificado”. “Nós tínhamos uma expectativa inicial de que iríamos reclassificar cerca de 20 mil enfermeiros temos mais de 17.000. Admito que haja casos para serem resolvidos”, disse, lembrando que foram pagos retroativos a janeiro de 2022 a todos os enfermeiros requalificados.

O ministro da Saúde reconheceu também que “demora tempo” a generalização de bons procedimentos de gestão hospitalar para fazer face aos atrasos no acesso a algumas especialidades. Questionado sobre o facto de a marcação de uma primeira consulta na Guarda estar com um atraso de cerca de 1.200 dias, ou na zona do Fundão uma consulta de apoio à fertilidade ter uma espera de 900 dias, números avançados no domingo pelo comentador da SIC Luis Marques Mendes, o ministro da Saúde disse que também viu “outros gráficos onde eram apresentadas melhorias”.

“Vi gráficos de grande melhoria da situação do hospital Santa Maria, uma situação muito positiva no hospital São João”, referiu, adiantando a necessidade de se criarem “bons procedimentos de gestão, que permitem que alguns hospitais públicos tenham uma resposta excelente e atempada”. De acordo com o ministro, esse processo “demora tempo a generalizar-se e há de ser feito paulatinamente”, sendo que “a expectativa é que os resultados venham a melhorar progressivamente”.

Para Manuel Pizarro “há que organizar melhor os recursos disponíveis”, em alguns casos contratar outros serviços “preferencialmente contratar profissionais dentro do SNS”, mas sem qualquer problema em contratar fora caso haja necessidade.

O ministro adiantou que tinha dado conta ao presidente da câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, que está em curso uma operação que vai entrar em ação “no próximo outono” para o alargamento da parceria publico privada do Hospital de Cascais, “com cerca de mais 100 camas” destinadas aos utentes de um conjunto de freguesias do concelho de Sintra.

Quanto à questão da falta de médicos de família em Sintra, onde cerca de 60% dos utentes esperam atribuição, Manuel Pizarro reconheceu que a Câmara Municipal de Sintra tem sido “exemplar no seu esforço para contribuir para que o SNS consiga superar algumas das suas dificuldades”, admitindo a falta de profissionais.

“Nós temos especialistas de medicina geral e familiar a menos. Eu tenho muita expectativa que o concurso que está agora a decorrer, lançado no dia 2 de maio, no qual abrimos no país todas as vagas possíveis, permitam colocar um número significativo. As nossas expectativas são entre 200 a 250 médicos”, disse.

Manuel Pizarro frisou que o país necessita de um total de 978 especialistas de medicina geral e familiar, garantindo que irá contratar “todos os que estejam disponíveis para trabalhar no SNS”, lembrando que agora formaram-se cerca de 300. O ministro não colocou de parte abrir concursos para os médicos “que acabaram agora a especialidade, depois de conhecido o resultado deste concurso” que decorre.

“Depois deste concurso anunciaremos novas medidas para continuar a mitigar este problema”, sublinhou. Neste momento, e segundo dados avançados pelo ministro, há cerca de 1,6 milhões de pessoas sem médico de família.

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Rolex raro de 1958 alcança valor recorde de 2,2 milhões num leilão

Um comprador a cargo da Rolex terá adquirido o modelo Milgauss pelo dobro do projetado inicialmente. O modelo é capaz de resistir a campos magnéticos e foi descontinuado em março passado.

Um relógio Rolex Milgauss foi leiloado no passado sábado, em Genebra, pelo valor recorde de 2,24 milhões de francos suíços (cerca de 2,28 milhões de euros), o valor mais alto em registo para este modelo, avança a Bloomberg (acesso pago). O relógio da marca suíça foi desenhado para cientistas em 1958 e foi vendido pela Phillips Auctioneers.

Com a capacidade para resistir a campos magnéticos, o Milgauss foi leiloado pelo dobro do valor antecipado inicialmente, de um milhão de francos suíços. Em comparação, uma versão semelhante de 1958 do Milgauss foi vendida em 2013 por 317 mil francos, ao passo que outro em 2022 arrecadou pouco mais de 300 mil francos.

Segundo fontes citadas pela Bloomberg, o comprador operou por parte da própria Rolex, mas a empresa recusou comentar a compra. A última versão do Milgauss foi descontinuada em março passado, tendo o relógio sido produzido para cientistas. No entanto, o modelo nunca foi tão popular quanto os outros relógios profissionais da marca, como os relógios para mergulho ou pilotos.

De acordo com Tony Traina, editor da revista norte-americana especializada em relojoaria Hodinkee, o resultado deste leilão comprova que os colecionadores ainda estão dispostos a pagar valores recorde por relógios antigos e raros da Rolex. Durante o fim de semana foi também leiloado um Rolex Daytona chamado John Player Special pelo valor de 2,24 milhões de francos, o mais elevado em registo para esse modelo.

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Galp tem um Summer Camp. Está à procura de 19 estagiários

Programa de estágios está direcionado para estudantes universitários e recém-formados preferencialmente nas áreas de Gestão, Recursos Humanos, Marketing, Economia, Engenharia e Analytics.

A Galp arranca em julho com o Summer Break Galp, programa de estágios de verão dirigido a estudantes universitários e recém-formados. Tem 19 vagas para o programa com duração de dois meses. Candidaturas decorrem até 23 de maio.

Com duração de dois meses – começa dia 3 julho e termina a 31 agosto –, o programa de estágios está direcionado para “estudantes universitários e recém-formados (licenciatura, mestrado ou curso profissional), preferencialmente nas áreas de Gestão, Recursos Humanos, Marketing, Economia, Engenharia e Analytics“.

O Summer Break Galp “conta com um vasto programa de atividades, que vão desde ações de voluntariado, uma visita à Refinaria de Sines, team buildings e uma formação de productivity hacks“.

O programa de estágios de verão não é remunerado, mas a Galp “oferece o subsídio de refeição, mais subsídio de transportes” aos participantes.

Na sequência do Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens – uma iniciativa da Fundação José Neves, “a Galp está a apostar cada vez mais na atração, desenvolvimento e notoriedade perante as novas gerações, que serão fundamentais para a transição energética que está a desenvolver”, refere a companhia.

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TAP deve recuperar indemnização de Alexandra Reis com rapidez, diz Medina

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

“Será resolvido pela TAP que, aliás, é quem está mandatada para resolver o problema”, disse Fernando Medina.

O ministro das Finanças disse esta segunda-feira que a TAP tem obrigação de recuperar o valor da indemnização, de 500.000 euros, pago a Alexandra Reis para sair da companhia antecipadamente, esperando que a empresa o faça “com a maior rapidez”.

“Será resolvido pela TAP que, aliás, é quem está mandatada para resolver o problema”, declarou Fernando Medina, quando questionado sobre os problemas registados na devolução desta verba.

Em declarações prestadas aos jornalistas portugueses em Bruxelas, à entrada para a reunião do Eurogrupo, Fernando Medina sublinhou que a TAP “não só tem autoridade, como obrigação de o fazer, aliás por despacho do Ministério das Finanças”.

“Espero que o faça com maior rapidez”, adiantou o ministro das Finanças. Já quando questionado sobre eventuais consequências desta situação, o governante indicou: “Não admito consequências, admito que a TAP proceda à notificação dos valores efetivamente devidos e que eles sejam recuperados dada a intenção da engenheira Alexandra Reis, desde a primeira hora, de fazer a devolução de todo o dinheiro que fosse entendido que deveria devolver”.

No início de maio, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) disse que cabe à TAP fazer o cálculo do valor da indemnização a devolver pela ex-administradora Alexandra Reis e que já transmitiu essa informação à empresa. “Já respondemos à TAP que compete à empresa fazer esse cálculo”, afirmou a diretora-geral do Tesouro e Finanças, Maria João Araújo, numa audição na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea.

A responsável respondia, na altura, a questões da deputada bloquista Mariana Mortágua, na sequência das afirmações do ex-presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, que, na sua audição na comissão de inquérito, quando ainda estava em funções, disse que a TAP estava a aguardar instruções da DGTF sobre o valor a devolver por Alexandra Reis. Alexandra Reis tinha dito à comissão de inquérito que não tinha devolvido a indemnização até àquela altura, porque aguardava a indicação do valor por parte da TAP.

A comissão parlamentar de inquérito foi constituída na sequência das notícias sobre a indemnização de 500.000 euros a Alexandra Reis, para sair da TAP antecipadamente, e que foi negociada ao abrigo do código das sociedades comerciais, e não do estatuto do gestor público. Ao abrigo daquele estatuto, as indemnizações só podem ser pagas a administradores que estiveram no mínimo 12 meses em funções, que não é o caso.

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