Fenprof admite greve às avaliações e exames se falhar acordo sobre tempo de serviço

  • Lusa
  • 10 Maio 2023

O secretário-geral da Fenprof admitiu a marcação de greves às avaliações e exames, caso falhe o acordo com o Governo para a recuperação do tempo de serviço dos docentes até 6 de junho.

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, admitiu esta quarta-feira a marcação de greves às avaliações e exames, caso falhe o acordo com o Governo para a recuperação do tempo de serviço dos docentes até 6 de junho.

“Se isso acontecer, o final deste ano será tranquilo. Se isso não acontecer, a luta continua e, no final do ano, só temos avaliações e exames. Não há mais nada”, afirmou o dirigente da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), em Beja.

Mário Nogueira falava à agência Lusa durante uma concentração na cidade alentejana, seguida de desfile entre a Escola Secundária Diogo de Gouveia e o Jardim do Bacalhau, onde se realizaram os discursos de dirigentes sindicais.

Assinalando que os professores estão dispostos a intensificar as ações de luta, o secretário-geral da Fenprof lembrou a greve que está marcada para o dia 6 de junho e outros protestos previstos até lá, que vão ser anunciados na sexta-feira.

O 6 de junho, sublinhou, “vai ser um dia histórico”, pois haverá “um acordo relativamente à recuperação do tempo de serviço” ou a paralisação que está marcada para esse dia vai ser “uma das maiores greves de sempre”.

“Estou convencido de que não há nenhum professor que trabalhe e que todos farão greve e, sobretudo, é o primeiro dia da luta do final do ano letivo, que, a seguir, só tem as avaliações finais e os exames”, referiu.

O sindicalista assinalou que os professores “estão absolutamente disponíveis para poder discutir o faseamento e um prazo para o faseamento” do tempo de serviço não contabilizado e indisponíveis para que lhes “roubem o tempo de serviço”.

No dia em se realizou a greve distrital de professores no distrito de Beja, Mário Nogueira vincou que o diploma relativo ao recrutamento agora promulgado pelo Presidente da República “não mereceu o acordo dos sindicatos”.

“Na verdade, é um diploma que deixa de fora outros tantos [professores] em precariedade com mais de três anos de serviço e é um diploma que é perverso nalgumas medidas que prevê”, considerou.

De acordo com o secretário-geral da Fenprof, este diploma mantém a precariedade, já que “permitirá que um professor no quarto ano de serviço se vincular e impedirá um professor no 14.º ano de serviço de vincular”.

Os professores que desfilaram pelas ruas da cidade alentejana empunhavam bandeiras dos sindicatos e cartazes com reivindicações e entoaram palavras de ordem como “a luta continua nas escolas e na rua” ou “o tempo é para contar não para roubar”.

Também em declarações à Lusa, Carlos Calixto, da Federação Nacional da Educação (FNE), apelidou este diploma de “tapa buracos”, por entender que mantém a precariedade.

“Está visto que os protagonistas têm que ser outros, com boa-fé e com vontade política. A questão é muito simples de resolver desde que haja vontade politica”, acrescentou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou, na segunda-feira, o diploma do Governo sobre recrutamento de pessoal docente, que, segundo o ministro da Educação, João Costa, permite a vinculação de mais de 10 mil professores.

De acordo com o novo regime, os professores poderão vincular quando acumularem o equivalente a três anos de serviço, uma alteração que, de acordo com o ministro da tutela, permitirá reduzir para metade a precariedade na profissão docente.

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Centeno destaca que “a estabilidade financeira faz parte da autoestima dos portugueses”

Mário Centeno destaca a importância que os portugueses dão à estabilidade do sistema financeira para alertar para a necessidade de todas as instituições se unirem na promoção da literacia financeira.

Mário Centeno reconhece que ainda há muito por fazer no combate à exclusão financeira digital em Portugal. O governador do Banco de Portugal destaca, por exemplo, que só metade dos inquiridos no Inquérito à Literacia Financeira Digital da População Portuguesa de 2022 indicam que utilizam o homebanking ou as aplicações dos bancos na gestão das suas finanças pessoais.

Isto apesar de, pelo menos desde 2008, o Banco de Portugal e muitas outras entidades públicas terem colocado na sua agenda a aposta na literacia financeira e promovido algumas ações.

Mário Centeno nota que as “duas últimas décadas foram de uma aprendizagem coletiva, forçada mais vezes do que desejávamos, de como lidar com a nossa dimensão financeira”, destacando a crescente sensibilidade e interesse por parte da população para os temas financeiros.

“O país, acusado e acossado interna e internacionalmente, entendeu que a estabilidade financeira devia fazer parte da sua autoestima”, lembra o governador do banco central, sublinhando que, “em consequência, valoriza mais as conquistas dessa estabilidade do que as de outras áreas igualmente relevantes para a vida nacional.”

Mário Centeno dá como exemplo a saída do país do procedimento por défices excessivos em 2017 ou a reclassificação da dívida portuguesa com recomendação de investimento como sendo eventos “mais relevantes para essa autoestima do que as conquistas que sempre estiveram no nosso imaginário coletivo, obtidas nos campos de futebol de França ou nos concursos musicais europeus.”

No decorrer da apresentação da “Estratégia de Literacia Financeira Digital para Portugal”, que decorreu esta quarta-feira no Museu do Dinheiro, Mário Centeno referiu ainda que “a rápida e significativa transformação digital que temos vivido nos últimos anos veio alterar a forma como contactamos, como trabalhamos ou como fazemos compras.”

No entanto, sublinhou que “o sistema financeiro tem acompanhado estas mudanças com a digitalização de produtos e serviços financeiros e, também, com o aparecimento de novos prestadores assentes em canais digitais.”

Por forma a acompanhar esta evolução, o Banco de Portugal lançou agora uma estratégia assente em quase 40 medidas como forma de reduzir a exclusão financeira digital.

Mário Centeno espera que esta estratégia possa contribuir para “tornar os nossos consumidores mais resilientes à fraude e a ataques cibernéticos” e “com uma maior consciência dos enviesamentos comportamentais no acesso a serviços financeiros em canais digitais.”

No entanto, considera que esses objetivos não serão conseguidos sem a colaboração de todos. Apesar de notar que Portugal vive um momento único na sua história com uma melhoria significativa das qualificações escolares da população, marcada por um forte investimento na educação dos mais jovens, é crucial o envolvimento de todas as instituições na promoção da literacia financeira.

“Se as nossas instituições, públicas e privadas, decisores de políticas e executantes de políticas, não estiverem à altura desse esforço, não farão jus ao investimento das famílias, por vezes com muitos sacrifícios pessoais, e que tão necessário é para o progresso do país”, alerta o governador do Banco de Portugal.

“Soubemos ultrapassar as amarras que o atraso na literacia, entre outras a financeira, nos colocavam, não podemos utilizar essa liberdade, conquistada com um esforço ímpar na Europa, para deitar por terra o sonho que a estabilidade financeira traz às famílias portuguesas.”

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IX Congresso de advogados já tem listas de delegados. Inteligência artificial será um dos temas discutidos

IX Congresso dos Advogados decorre este ano a 14, 15 e 16 de julho, em Fátima, com o tema “Pela Advocacia que Queremos” . Conselho Regional de Lisboa apresenta três listas de candidatos a delegados.

Com o tema “Pela Advocacia que Queremos”, o IX Congresso de Advogados – evento que decorre apenas de cinco em cinco anos – está marcado para os dias 14 e 15 de julho, em Fátima, e já conta com as listas de delegados, que irão a votos nos dias 25 e 26 de maio.

Segundo o Regimento do Congresso, publicado no site da Ordem dos Advogados, “as propostas de candidatura são subscritas por um mínimo de 170 e 120 advogados com inscrição em vigor na área dos Conselhos Regionais de Lisboa e Porto, respetivamente, por um mínimo de 40 na área do Conselho Regional de Coimbra, por um mínimo de 15 nas áreas dos Conselhos Regionais de Évora e Faro e por um mínimo de quatro nas áreas dos Conselhos Regionais da Madeira e dos Açores.

Lisboa é o único caso que apresenta mais do que uma lista a candidatos a delegados: a Lista A, encabeçada por Luís Laureano Santos; a Lista B, encabeçada por António Jaime Martins e a Lista C, encabeçada por Alexandra Bordalo. As listas completas poderão ser consultadas aqui.

O número de delegados por Conselho Regional é fixado na razão de um delegado por cada 100 advogados inscritos a 31 de dezembro de 2022 nesse Conselho. Assim “o Congresso será composto por 355 delegados, cabendo ao Conselho Regional de Lisboa eleger 167, ao Conselho Regional do Porto 116, ao Conselho Regional de Coimbra 39, ao Conselho Regional de Évora 14, ao Conselho Regional de Faro 12, ao Conselho Regional da Madeira quatro e ao Conselho Regional dos Açores dois. A votação dos delegados decorrerá de forma eletrónica nos dias 25 e 26 de maio.

Desta feita, serão discutidas e votadas as conclusões relativas aos temas: “Novas Tecnologias ao Serviço da profissão”, o “exercício digno da Profissão” e a “Procuradoria ilícita”, em que serão levantadas questões relativas ao novo Estatuto dos advogados, à nova Lei das Associações Públicas Profissionais, Inteligência Artificial, Custas judiciais, Sistema de acesso ao direito e os direitos pessoais dos advogados.

O último Congresso dos Advogados decorreu em 2018, em Viseu, com Guilherme de Figueiredo como bastonário. Em cima da mesa estiveram temas como os atos próprios dos advogados, a publicidade, o sigilo profissional e o acesso ao direito e aos tribunais. Foi a primeira vez que as conclusões foram votadas eletronicamente.

Quem são os advogados portugueses: retrato da classe

Segundo dados da Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) do Ministério da Justiça, em 2021 estavam inscritos na Ordem 33.937 advogados, um número recorde. Se contarmos com os estagiários, esse número ascende aos 37.888. Ao longo dos últimos anos este número tem vindo a crescer, verificando-se apenas sete quebras dos advogados inscritos nos anos de 1988, 1991, 1996, 2002, 2007, 2009 e 2019.

A maior quebra foi em 2007, em que estavam registados 22.345 advogados face aos 25.716 em 2006, ou seja, um decréscimo de 3.371. Mas esta descida teve uma razão: estávamos no bastonato de Marinho e Pinto e por alguns meses desse ano houve suspensão de inscrição de advogados estagiários.

No que concerne ao género, o sexo feminino tem dominado a classe, com exceção do ano de 2008. Atualmente, dos 33.937 advogados, 18.802 são mulheres (cerca de 56%) e 15.135 são homens. Recorde-se que a advocacia esteve durante vários anos restringida às mulheres e só em 1918 é que viram assegurado o seu direito de acesso à profissão.

Dados do Jobted, uma plataforma de recrutamento, referem que o salário médio de um advogado em Portugal em 2021 é de 2.110 euros brutos, quase mais 1.000 euros que a média nacional. Já os prémios são em média no valor de 560 euros por mês ou 6.700 euros por ano. Ou seja, por ano um advogado pode receber em média 25.300 euros.

O regime salarial dos advogados nas várias etapas também vai sofrendo alterações e vai aumentando conforme a subida hierárquica O salário pode começar nos 980 euros e pode ascender aos 5.000 euros por mês, segundo o Jobted. Em média, o salário mensal de um advogado associado é de 2.410 euros, de um júnior 1.610 euros e de um estagiário de 760 euros.

Já um estudo da consultora Michael Page refere que o salário anual bruto de um estagiário pode variar entre 0 e os 14.500 euros nas sociedades de pequena dimensão e os 14.400 e 27.000 euros nas de média ou grande dimensão.

Os advogados associados com um a três anos de carreira podem auferir entre 10.800 e 30.000 euros nas de pequena dimensão e 21.600 e 42.000 euros nas de média ou grande dimensão. Entre o 4.º e 7.º ano, os associados podem receber entre 11.000 e 35.000 euros nas pequenas firmas e 30.000 e 65.000 nas restantes. Depois oito da agregação e até ao décimo ano, um advogado por auferir 15.000 a 48.000 euros, num pequeno escritório, ou 33.600 a 80.000 euros, nas restantes. Por fim, após os 10 anos da agregação os valores podem ascender aos 78.000 euros nas pequenas e 150.000 nas de média e grande dimensão.

O mesmo estudo apresenta que um sócio num escritório de pequena/média dimensão pode auferir anualmente entre 60.000 e 120.000 euros, num de grande dimensão entre 120.000 e 192.000 euros, e em empresas/consultoras o salário anula pode variar entre 100.000 e 1.000.000 euros.

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Ministro da Economia defende mexidas nos impostos para aumentar competitividade

"Analisando a história do país, muitas vezes somos conservadores do ponto de vista fiscal, precisamos de um pensamento novo e de refrescar as nossas políticas", disse Costa Silva.

“Temos de mexer na fiscalidade e há todas as indicações nesse sentido, inclusivamente a fiscalidade relativamente ao trabalho”. A afirmação é do ministro da Economia, esta terça-feira no Parlamento. António Costa Silva reconhece a necessidade de “um pensamento novo” e de “refrescar as políticas” fiscais do país.

É um obstáculo se não tivermos uma fiscalidade competitiva em relação a outros países”, disse o ministro da Economia aos deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas e, Planeamento e Habitação. “Neste debate, sou sempre favorável à seguinte perspetiva: temos de confiar nas empresas, nas pessoas e na força de trabalho. Se tivermos uma fiscalidade equilibrada e competitiva com os outros países vamos libertar potencial produtivo para a economia, trabalhadores e pessoas qualificados”, explicou António Costa Silva.

O ministro da Economia, apesar de reconhecer a necessidade de “mexer na fiscalidade”, recordou que no Orçamento do Estado para 2023 já existem propostas nesse sentido, como o IRS jovem e os programas para captar quadros qualificados. Além disso, o ministro das Finanças, na apresentação do Programa de Estabilidade, já anunciou a possibilidade de reduzir o IRS sobre o trabalho, recordou Costa Silva. “É uma grande questão diminuirmos os obstáculos para fixar talento”, acrescentou.

“Analisando a história do país, muitas vezes somos conservadores do ponto de vista fiscal, precisamos de um pensamento novo e de refrescar as nossas políticas“, reconheceu ainda António Costa Silva, sem não entanto dar mais detalhes sobre como tornar a fiscalidade nacional mais competitiva a nível europeu. Aliás, questionado diretamente pelo deputado do Iniciativa Liberal se “a fiscalidade é competitiva a nível europeu”, o ministro da Economia respondeu: “Está a ser melhorada para ser competitiva”.

Carlos Guimarães Pinto considerou a resposta “uma escapatória para dizer que não é”. “Nos últimos meses ganhou uma enorme capacidade de ir respondendo sem responder”, disse o deputado. “Era mais fácil falar consigo há um ano, porque era mais direto nas suas respostas. Agora é mais evasivo, talvez seja do media training”, atirou.

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Seguro Sanches deixa presidência da CPI à TAP. Lacerda Sales é o substituto

  • ECO e Lusa
  • 10 Maio 2023

O socialista Jorge Seguro Sanches deixou a presidência da comissão parlamentar de inquérito à TAP. Ex-secretário de Estado da Saúde irá ocupar o lugar.

O socialista Jorge Seguro Sanches vai deixar a presidência da comissão parlamentar de inquérito à TAP. Na terça-feira o deputado já tinha deixado a indicação de que se poderia afastar, depois de divergências com os partidos sobre a grelha de tempos para as audições.

Segundo a SIC Notícias, que avançou inicialmente com a informação, Jorge Seguro Sanches deu conta ao Presidente da Assembleia da República de que iria deixar o cargo, numa reunião realizada esta manhã. O deputado socialista já tinha levantado essa possibilidade durante a reunião de ontem da comissão, que foi especialmente tensa.

O Grupo Parlamentar do PS enviou esta tarde um comunicado onde confirma a renúncia do presidente da CPI. Para o seu lugar, vai indicar ao Presidente da Assembleia da República o deputado António Lacerda Sales, ex-secretário da Saúde.

Os socialistas reafirmam “a confiança no senhor deputado Jorge Seguro Sanches e na forma ponderada, séria, rigorosa, independente e competente como desempenhou as suas funções enquanto Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, tendo contribuído para a credibilização dos trabalhos em curso”.

O PS considera ainda “inaceitável o ataque de caráter que foi perpetrado por um parlamentar do PPD/PSD, contra o senhor deputado Jorge Seguro Sanches e que é atentatório da sua integridade pessoal, da sua honra e do seu bom nome, tendo concorrido de forma determinante, como foi público, para este desfecho”.

A grelha de tempos a usar na audição de Humberto Pedrosa, antiga acionista e administrador da TAP, e nas dos próximos dias gerou discórdia na reunião desta terça-feira. Vários partidos pediram que fosse usada a grelha A, que dá oito minutos para a primeira ronda de questões, e não a B, que atribui apenas três minutos.

Seguro Sanches assinalou que as audições foram convocadas com a grelha B, pelo que não iria estar a alterar, pelo menos na de Humberto Pedrosa, que iria acontecer em seguida. Perante a insistência dos deputados da oposição, o presidente da mesa questionou a confiança dos mesmos na sua liderança.

“A forma como fui questionado de forma deselegante leva-me a questionar se tenho condições para continuar” a “liderar a condução dos trabalhos”, disse Seguro Sanches. Acabou por deixar a sala, cedendo a presidência da mesa a Paulo Rios Oliveira, deputado do PSD. A audição acabaria por ser feita com a grelha A, depois de essa possibilidade ser posta à votação por Paulo Rios de Oliveira, que desempatou.

A saída de Jorge Seguro Sanches da comissão é a segunda baixa entre os socialistas, depois do deputado Carlos Pereira, em abril, na sequência da sua participação numa reunião preparatória com a ex-CEO da TAP, antes da sua audição na Comissão de Economia, em janeiro. Carlos Pereira foi substituído por Cristina Sousa, que era suplente. Agora deverá passar mais um deputado suplente a efetivo.

No final da conferência de líderes, no parlamento, Augusto Santos Silva foi questionado pelos jornalistas sobre as notícias que davam conta de que Seguro Sanches já teria a sua decisão de saída tomada. “Não recebi ainda nenhum pedido de demissão que me deve ser apresentado, se e quando vier e receber pedirei ao partido que tem o direito, que está na sua vez, de designar o presidente da comissão que faça essa proposta”, afirmou, citado pela Lusa referindo-se ao Partido Socialista.

“Estou desde as 10:30 fora do meu gabinete, às 10:29 não tinha chegado nenhuma correspondência nesse sentido”, acrescentou Santos Silva.

A reunião de ontem ficou também marcada pelo chumbo de dois requerimentos do PSD, um deles sobre a troca de emails entre a TAP e o Ministério das Infraestruturas. Joaquim Miranda Sarmento pronunciou-se hoje sobre o tema.

“Foi decidido no início da CPI que um conjunto de informação tinha de ser prestada. Perante a falta dessa informação, isso foi sinalizado pelo PSD e outros grupos parlamentares. O senhor presidente da CPI perguntou que informação era essa e em vez de exigir a entrega dessa informação por parte do Governo conforme os requerimentos aprovados, voltou a colocar à votação, sendo que essa entrega de documentação foi rejeitada pela maioria absoluta. Lamentamos profundamente que o PS, perante o enredo em que se viu envolvido nesta CPI , por sua culpa exclusiva esteja a boicotar e a tentar desvalorizar o trabalho da comissão”, afirmou o líder parlamentar dos sociais-democratas, e declarações transmitidas pelas televisões.

“Não temos informação oficial. Se isso se confirmar é mais uma tentativa do PS em desvalorizar e obstaculizar o trabalho da comissão”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento numa reação à possibilidade de Seguro Sanches deixar a presidência da CPI.

O líder parlamentar do PS acusou, por sua vez, o deputado do PSD Paulo Moniz de ter atacado a honra e o caráter do presidente da comissão de inquérito. Eurico Brilhante Dias sustentou que Jorge Seguro Sanches, no plano pessoal, foi alvo de “um condenável ataque de caráter”, por parte do deputado social-democrata Paulo Moniz, que foi “para além da boa educação” ao acusar o presidente da comissão de inquérito de falta de seriedade.

Interrogado por várias vezes se Jorge Seguro Sanches vai demitir-se do lugar de presidente da comissão de inquérito sobre a gestão da TAP, o líder do Grupo Parlamentar do PS respondeu que a questão da continuidade faz parte da “relação entre” Jorge Seguro Sánchez e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

O líder do Chega também já reagiu. “A saída do senhor deputado Jorge Seguro Sanches mostra como o PS está a tentar capturar e sequestrar esta comissão de inquérito. Nós vamos pedir ao Presidente da Assembleia da República que leve a cabo um inquérito para que Jorge Seguro Sanches tenha toda a liberdade para dizer quem o pressionou, que segredos não quiseram que fossem revelados e que prazos não quiseram que fossem cumpridos. É algo que vamos fazer esta tarde”, disse André Ventura.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015.

Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias, devendo terminar a 23 de maio. O prolongamento dos trabalhos por um prazo mais longo, para o qual a utilização de uma grelha com tempos mais dilatados contribui, terá concorrido também para a saída de Seguro Sanches, que desde o arranque da comissão sublinhou a necessidade de os trabalhos decorressem de forma “rápida”, “eficaz” e dentro do prazo estipulado.

(notícia atualizada às 16h57)

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Preços dos combustíveis voltam a cair em março

Com os preços do gasóleo e gasolina simples em queda, em março, a ERSE dá conta que os hipermercados continuaram a disponibilizar as ofertas mais baratas para abastecer o depósito.

O preço dos combustíveis manteve a trajetória de descida durante o mês de março, em linha com os mercados internacionais, sendo que os hipermercados continuaram a ser o ponto de abastecimento mais barato para os consumidores.

Segundo o relatório divulgado esta quarta-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), o preço médio médio da gasolina simples 95 diminuiu 0,9% em março, face ao mês anterior, para 1,738 euros por litro, enquanto o preço médio do gasóleo recuou 2,1%, para 1,642 euros por litro, “seguindo a trajetória observada no preço do barril de petróleo” no North-West Europe.

Em ambos os casos, verificaram-se apenas acréscimos nos preços dos combustíveis aditivados. No caso da gasolina 95 aditivada, esta custou aos consumidores, em média, mais 2,5% do que a gasolina simples 95, para 1,767 euros por litro. Já no caso do gasóleo aditivado, este representou um acréscimo de 6,0 cêntimos por litro face ao gasóleo simples para 1,668 euros por litro.

Segundo a ERSE, os hipermercados mantêm as ofertas mais competitivas nos combustíveis rodoviários, seguidos pelos operadores do segmento low cost.

No caso da gasolina, abastecer num hipermercado esteve 1,3 cêntimos por litro mais barato, em março, do que os operadores do segmento low cost e 5,8% inferiores aos dos postos de abastecimento que operam sob a insígnia de uma companhia petrolífera, representando uma diferença de 10,1 cêntimos por litro.

Relativamente ao gasóleo, a oferta nos hipermercados esteve cerca de 9,6 cêntimos por litro abaixo do preço médio nacional, durante o mês de março. O regulador acrescenta que os operadores com ofertas low cost disponibilizaram gasóleo simples a um preço médio de 1,532 euros por litro, o que representa um adicional de 1,2% face ao preço dos hipermercados. As companhias petrolíferas de bandeira reportaram preços médios de 1,630 euro por litro, cerca de 2,2 cêntimos por litro acima do preço médio nacional.

Quanto às regiões, os distritos de Braga, Santarém e Castelo Branco registaram os preços de gasóleo e gasolina mais baixos em Portugal continental. Beja, Bragança e Lisboa apresentaram os preços mais altos, informa a ERSE.

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Siemens instala novo hub em Portugal. Tem 30 vagas

  • Trabalho
  • 10 Maio 2023

O hub, integrado no Global Business Services (GBS), tem 30 vagas para "profissionais qualificados em vendas, de diversas nacionalidades, que irão operar exclusivamente através de canais digitais". 

A Siemens instalou um novo hub em Portugal, o Digital Industries Inside Sales para servir os mercados mercados sueco, norueguês, britânico e polaco. Tem 30 vagas.

“Já temos em Portugal outros hubs relevantes a operar com sucesso há vários anos. Essas provas dadas foram essenciais para captar um hub único no universo Siemens. A chegada do Hub de Inside Sales a Portugal reflete o investimento que temos feito no país, assim como características muito relevantes de Portugal, propícias à captação deste género de centros de serviços: a qualidade dos recursos humanos, a estabilidade dos indicadores macroeconómicos e do sistema fiscal, a solidez e qualidade do sistema educativo e a facilidade dos portugueses em falar várias línguas ou de colaborarem entre diferentes culturas”, afirma Alf Franzoni, responsável pelo Global Business Services da Siemens na Europa Ocidental e em Africa, citado em comunicado.

O hub, integrado no Global Business Services (GBS), tem 30 vagas para “profissionais qualificados em vendas, de diversas nacionalidades, que irão operar exclusivamente através de canais digitais”.

“Cada elemento desta equipa será responsável por um portefólio de clientes da Siemens Digital Industries, a área de indústria da empresa, dos mercados sueco, norueguês, britânico e polaco, e por oferecer um serviço personalizado de soluções tecnológicas que juntam o mundo virtual ao real, contribuindo para os objetivos de descarbonização e de sustentabilidade das várias organizações”, refere a Siemens.

Posteriormente, este projeto poderá estender-se a outras geografias.

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Marcelo foi a Estrasburgo deixar oito prioridades para a Europa. Saiba quais são

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Maio 2023

Da urgência da paz na Europa à aceleração da recuperação económica, à atenção aos jovens ou ao combate às alterações climáticas, o Chefe de Estado enumerou as questões essenciais para o futuro da UE.

“Portugal estava, está e estará na primeira linha da defesa da Europa e da União Europeia”. Foi este o mote de Marcelo Rebelo de Sousa para o seu discurso diante dos eurodeputados, a quem pediu urgência para tratar das “questões essenciais” da Europa, que são “uma, mais sete”, quando falta apenas um ano para as próximas eleições europeias.

A questão mais urgente é “garantir que, da guerra, (…) possa sair uma paz legal, justa e moral, respeitando o direito internacional e os direitos humanos, prevenindo novas guerras, dando novo futuro a quem hoje vive na incerteza pessoal, económica e social“, afirmou o Presidente da República, esta quarta-feira, no Parlamento Europeu.

Marcelo Rebelo de Sousa na sessão plenária em Estrasburgo© European Union 2023

Uma vez garantida essa paz, Marcelo considera existirem sete questões de “médio e longo prazo” a ter em conta:

  • O papel da UE no pós-guerra: “Quer a União sair no pós-guerra e pós-recuperação económica sustentável como efetiva potência global? A minha resposta é simples: o maior, o mais forte possível, só possível em unidade; senão acabará por ser o menor, o mais fraco possível”;
  • Política de alargamento: “De que UE estamos a falar com o alargamento, e, se sim, como e em que termo? A minha resposta é sim: com alargamento, dentro do melhor possível, isto é, com a melhor preparação política, institucional, económica e financeira possível”;
  • Poder económico: “A UE com que poder económico — o que significa com que capacidade de recuperação e consolidação económica social?”. É preciso “pensar naquilo que está a sacrificar milhões de europeus, acelerar a recuperação da economia, não minimizar (…) os efeitos políticos da inflação”.
  • Governação económico-financeira: “A UE com que linhas mestras de governação económica financeira de longo prazo, sobretudo se pensarmos no alargamento a mais Estados-membros e nas suas legítimas expectativas quanto aos fundos europeus? A minha resposta é: não adiar a clareza na definição dessas linhas mestras económicas financeiras para o futuro, porque se adiarmos essa definição tudo ficará mais pesado e atribulado para resolver mais tarde”.
  • Acordos com outros continentes: “A UE com que política de relacionamento com os outros continentes — o que é mais vasto do que apenas política de migrações? A UE quer ficar distante, fechada sobre si mesma por causas antigas e recentes, como a pandemia e a guerra, ou quer ser ativa, antecipatória, aberta? A UE não pode esquecer que noutros continentes está difícil de se compreender que esta guerra não é europeia, é global; não pode esquecer ou congelar por egoísmos fúteis parcerias e acordos com continentes fundamentais para ela, como África, América Latina e nalguns aspetos a Ásia. Não pode adiar aquilo que a prazo só criará problemas nas migrações e na compreensão do peso da Europa no mundo. Os egoísmos nacionais têm de ceder perante os valores da UE.”
  • UE na frente da transição energética e no combate às alterações climáticas: “A UE quer ou não continuar pioneira do clima, na transição energética, no digital, no conhecimento, na ciência, na tecnologia? Ou prefere esperar pelo fim deste período, desta conjuntura que se vive, para enfrentar estes desafios. A minha resposta é: não são separáveis as questões. Uma potência global como a UE quer ser tem de ser pioneira no clima, na ciência, na tecnologia, no conhecimento, no digital, na energia. Se não for, ficará para trás.”
  • Jovens: “A UE atenta à juventude, à solidariedade entre gerações, à mudança geracional nos sistemas económicas e sociais ou [será] lenta a renovar, contrastando com outras sociedades e continentes que são jovens e por isso mais rápidas a agir ou antecipar? Não tenho dúvidas, a resposta só pode ser: a UE tem de acelerar a mudança geracional (…), tem de apostar na juventude.”
Marcelo Rebelo de Sousa e Roberta Metsola© European Union 2023

Nesse sentido, o Chefe de Estado considerou que “o tempo urge e a Europa não pode perder tempo” para fazer cumprir os desígnios da UE. O Parlamento Europeu “não pode ficar apenas pelas ideias abstratas, um ou outro grupo de trabalho, deleitando-se com debates de pormenores institucionais que não dizem nada ao dia-a-dia dos europeus”, rematou, alertando que “só se ganha o futuro vendo a médio e longo prazo”.

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Costa Silva quer “minimizar responsabilidades financeiras” para o Estado na Efacec

Ministro da Economia rejeita liminarmente a venda da Efacec em partes e defende a necessidade de a solução final minimizar as responsabilidades financeiras do Estado.

O ministro da Economia reiterou no Parlamento que recusa “liminarmente” a venda da Efacec em partes e agora que o processo de reprivatização está na sua fase final diz acreditar que será possível “chegar a uma solução equilibrada, minimizando também as responsabilidades financeiras do Estado”.

O processo e reprivatização da Efacec está “na sua fase final”, disse António Costa Silva aos deputados da Comissão de Economia e Obras Públicas. “As quatro propostas recebidas estão a ser analisadas”, disse. “Esperamos uma recomendação da Parpública, com quem temos falado para ver os contornos do que vai suceder”, precisou em reposta às questões colocadas pelo deputado do Chega.

A 11 de abril apresentaram uma Best and Final Offer (Bafo), o consórcio formado pela Visabeira e pela Sodecia e os três fundos de private equity – o português Oxy Capital e os internacionais Mutares e Oaktree. Fora da corrida à compra da posição de controlo (71,73%) que pertencia à empresária angolana Isabel dos Santos ficou a Mota Engil.

Costa Silva revelou que “muito proximamente, a decisão vai ser levada a Conselho de Ministros” onde será analisada a recomendação da Parpública. “Estamos a lutar para ter um projeto de futuro para a Efacec, porque é uma grande empresa tecnológica que emprega muitos trabalhadores”, sublinhou.

O ministro da Economia aproveitou para voltar a sublinhar que recusa “liminarmente a venda por peças e por partes”. “Nunca foi esse o projeto. Sempre foi vender a totalidade da empresa, assegurar a continuidade da empresa em Portugal, do projeto industrial e tecnológico, assegurar todas as suas valências”, sublinhou.

“Creio que vamos chegar a uma solução equilibrada, minimizando também as responsabilidades financeiras do Estado”, frisou.

Não posso prometer nem garantir nada. Estamos a fazer o melhor possível para ter da parte de quem adquirir a empresa todo o compromisso com a mesma e com o país.

António Costa Silva

Ministro da Economia

Mas, Costa Silva fez questão de dizer que não pode “prometer, nem garantir nada”. Em resposta ao deputado do PCP, Bruno Dias, o responsável sublinhou que o Executivo está “a fazer o melhor possível para ter da parte de quem adquirir a empresa todo o compromisso com a mesma e com o país”. E sublinhou que é importante “evitar erros” como os cometidos em termos de destruição de valor à semelhança do que aconteceu com a Cimpor, Portugal Telecom, Sorefame.

O setor industrial só representa 10 a 12% do PIB e ele é muito importante porque alavanca o crescimento económico, explicou o ministro, justificando assim a aposta que está a ser feita para criar um pólo de química do século XXI em Estarreja, mas também em Sines.

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Governo define regras para transferência de 60 milhões de reforço do PART

Serviços públicos de transportes de passageiros recebem apoio extraordinário para atenuar prejuízos com a perda de procura e receitas devido à pandemia. Devem fazer prova da quebra de receita.

Foi publicado esta quarta-feira em Diário da República o despacho que regula os termos para a concretização das transferências de verbas do Fundo Ambiental — na ordem dos 60 milhões de euros — para as Áreas Metropolitanas (AM) e para as Comunidades Intermunicipais (CIM). Este apoio extraordinário destina-se a assegurar o financiamento dos serviços públicos de transportes de passageiros, abrangidos pelo Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), ainda afetados pelos efeitos da crise pandémica.

Devem, contudo, fazer prova da quebra de receita causada pela pandemia, e dos custos diretos e indiretos suportados pelos operadores de transporte.

Para fazer face aos prejuízos resultantes das perdas de procura e de receitas nos serviços essenciais de transporte público coletivo por causa da pandemia da Covid-19, já a 30 de dezembro de 2022 o Governo decretou “a possibilidade de um reforço extraordinário de até mais 60 milhões de euros para assegurar os níveis de oferta nos sistemas de transportes públicos abrangidos pelo PART em 2023″.

De acordo com o despacho desta quarta-feira, a utilização das verbas extraordinárias “fica sujeita a uma avaliação e autorização condicional, em função da demonstração das repercussões das perdas de procura e de receitas decorrentes da pandemia na prossecução dos serviços essenciais de transporte público coletivo”.

[A utilização das verbas extraordinárias] fica sujeita a uma avaliação e autorização condicional, em função da demonstração das repercussões das perdas de procura e de receitas decorrentes da pandemia na prossecução dos serviços essenciais de transporte público coletivo.

Diário da República

Assinado pelos secretários de Estado do Tesouro, Pedro Nuno Rodrigues, e da Mobilidade Urbana, Jorge Moreno Delgado, o despacho refere ainda que as AM e as CIM devem submeter até ao final do mês seguinte de cada trimestre, relatórios trimestrais, na plataforma do Fundo Ambiental, para terem direito a estas verbas extraordinárias. Estes documentos devem incluir a seguinte informação:

  • Avaliação da execução das verbas atribuídas relativas aos trimestres já decorridos, onde conste informação da oferta de transporte assegurada (veículos e quilómetros), sobre a procura de transporte (passageiros transportados), análise desagregada das fontes de financiamento do sistema de transportes (receitas de bilheteira, compensações Sub23 e Social). Deve, contudo, constar a demonstração da quebra de receita provocada pela pandemia, e custos diretos e indiretos suportados pelos operadores de transporte, imputáveis à realização dos serviços públicos de transporte coletivo”, lê-se no despachado do Diário da República.
  • Declaração subscrita por contabilista certificado responsável pela contabilidade do operador, na qual conste o apuramento da informação sobre receitas (desagregadas por natureza) e custos indiretos e diretos imputáveis;
  • Estimativa fundamentada das necessidades de financiamento para o trimestre subsequente.

Por fim, a atribuição deste financiamento está sujeita à supervisão e fiscalização por parte da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), devendo as AM e CIM disponibilizar toda a informação solicitada. A ATM também deve apresentar uma proposta de financiamento fundamentada aos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e pelo ambiente e a ação climática, no prazo de 30 dias após a submissão da informação pelas AM e CIM.

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“A literacia financeira é hoje uma componente básica que tem de ser adquirida na escola”, defende Vítor Bento

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos sublinha o papel das escolas na promoção da literacia nacional, mas também salienta a importância de haver um apoio aos seniores.

Os bancos são um dos agentes mais interessados no aumento da literacia financeira da população, dado o elevado nível de bancarização da sociedade.

“A literacia financeira é desde logo importante para facilitar a comunicação e o entendimento entre bancos e clientes”, referiu Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), esta quarta-feira na apresentação da “Estratégia de Literacia Financeira Digital para Portugal”.

No decorrer da sua intervenção, Vítor Bento destacou também a importância da promoção de ações que visem a digitalização por forma a que “os clientes [bancários] sejam capacitados no duplo sentido: saberem fazer as coisas bem e em segurança.”

Por todas esta situações, o presidente da APB defende que “a literacia financeira é uma composição básica que tem de ser adquirida na escola”. Vítor Bento sublinha que, atualmente, “não é suficiente saber ler e fazer contas”, dado que “hoje, o dinheiro está muito mais desmaterializado e as próprias componentes financeiras são muito mais sofisticadas.”

Distinguindo na forma de promover a literacia financeira digital tanto a jovens como à população mais idosa, Vítor Bento destaque que a abordagem tem de ser distinta, dadas as diferenças dos dois perfis.

“Se nos seniores a principal dificuldade é a digitalização”, nos mais jovens, apesar de serem muito capacitados “podem ter menos sensibilidade na componente de segurança.”

Vítor Bento destaca, por exemplo, que “do pontos de vista da segurança não há nada de novo face ao passado, mas refere que “tal como a natureza se adapta pela evolução, também as formas de malícia se vão adaptando pela evolução.”

Essa realidade é vista, segundo o presidente da APB, cada vez mais digitalmente que contribui para uma “massificação mais rápida” das fraudes.

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“Os alunos que entram nas empresas são alunos para a vida”, diz global head of HR do Santander

Capacidade de questionar, pensamento lateral, empatia, multidisciplinaridade foram algumas das competências destacadas por Alexandra Brandão, global head of HR do Santander.

Em plena transformação digital e, com o consequente impacto no mercado de trabalho, a aprendizagem ao longo da vida torna-se mais fundamental do que nunca. As necessidades de talento nas próprias empresas estão a mudar e, em conjunto com instituições de ensino e com os próprios profissionais, é preciso investir em formação, nomeadamente através do upskilling e reskilling.

“Os trabalhos estão a mudar. Provavelmente 15% dos trabalhos que conhecemos hoje em dia não vão existir, e, provavelmente, os que vão existir, se não formamos, se não fizermos reskilling e upskilling junto dos profissionais, eles não vão estar à altura de desempenhá-los“, defendeu Alexandra Brandão, global head of HR do banco Santander, durante a sua intervenção no painel “Formando de maneira digital”, no âmbito do V Encontro Internacional de Reitores Universia, que decorre na cidade espanhola de Valência.

“Os alunos que entram nas empresas são alunos para a vida”, acrescentou a gestora de pessoas, salientando que, no banco, uma das primeiras skills que está a a ser pedida ao talento jovem é uma atitude e mentalidade de desenvolvimento, de formação contínua.

Capacidade de questionar, pensamento lateral, empatia, multidisciplinaridade foram algumas das competências que Alexandra Brandão destacou como fundamentais no atual contexto do mercado de trabalho e considerou mesmo que “talvez não sejam assim tão soft skills”, como costumamos defini-las. Ao nível das competências mais técnicas, a global head of HR do Santander salientou que as competências digitais são imprescindíveis e já transversais a qualquer setor.

Uma preparação que deve, desde logo, começar nas universidades, mas continuar ao longo da vida. “Como já ouvi aqui, a universidade está longe de ser algo que deveria terminar aos 22 anos”, disse.

Tornar as universidades mais competitivas

Edward Roekaert Embrechts, reitor da Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas (UPC – Peru), salientou também a importância de formar de forma integral, e de os jovens e os profissionais continuarem a atualizar-se ao longo da vida. No entanto, com as gerações de hoje a pedirem cada vez mais uma formação com maior liberdade e poder de escolha, o reitor admitiu que é preciso mudar a forma como as instituições universitárias ensinam.

Começam a aparecer instituições mais ágeis e com programas, muitas vezes, mais pertinentes. Se queremos competir com estas instituições, temos de mudar a forma como operámos até aqui.

“Começam a aparecer instituições mais ágeis e com programas, muitas vezes, mais pertinentes. Se queremos competir com estas instituições, temos de mudar a forma como operámos até aqui”, considerou.

Sobre a educação à distância, Edward Roekaert Embrechts disse ainda que o principal atual desafio neste campo é que essa opção — que muitas universidades já oferecem — “não seja uma oferta de menor qualidade”. “Isso requer muito trabalho, e mudar o mindset a muitos docentes, habituados ao modelo presencial.”

O V Encontro Internacional de Reitores Universia, que começou na passada segunda-feira e termina esta quarta, conta com a presença de cerca de 700 reitores e representantes de instituições do ensino superior de 14 países da Europa e América.

*O ECO Trabalho viajou a Valência (Espanha) a convite do Santander

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