Autarcas fazem ao Governo sugestões de “benfeitorias” para o pacote Mais Habitação

  • Ana Petronilho
  • 18 Março 2023

Criar incentivos para empresas e trabalhadores da construção civil ou deixar no privado a iniciativa de construção de habitação acessível, são algumas das medidas sugeridas pelos autarcas ao Governo.

O pacote de medidas propostas pelo Governo para a habitação tem de respeitar “a autonomia local” e os diplomas precisam de “muitas benfeitorias” porque há “muitos problemas da vida real” que “não estão acautelados” nos projetos-lei, que estão em discussão pública até dia 24 de março, avisam os dirigentes da Associação Nacional de Municípios (ANMP), que estiveram reunidos esta sexta-feira com a ministra da Habitação, Marina Gonçalves.

Para que o pacote Mais Habitação seja “o mais adequado possível às necessidades do país” no combate à crise da habitação, desde logo, os autarcas defendem que deve ser criado um programa “de incentivo ao trabalho na construção civil, de portugueses e de estrangeiros”, que inclua os trabalhadores e as empresas. Isto porque “não é possível construir mais, sem mais capacidade instalada nas empresas privadas”, salientou ao ECO o vice-presidente da ANMP, Ribau Esteves, autarca de Aveiro.

Além disso, os autarcas apontaram à ministra que a habitação a custos controlados deve ser “de iniciativa das empresas privadas” com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) a assumir uma função de apenas “tramitar de forma diligente e breve os processos de certificação e de financiamento”. E a somar à bonificação dos juros para a compra de habitação própria e permanente – medida aprovada em Conselho de Ministros desta semana – alegam que devem ser criados mecanismos “que obriguem a banca, começando pelos bancos do Estado, a ter custos baixos e prazos de empréstimo longos para a habitação”.

Outra das sugestões deixadas a Marina Gonçalves, segundo Ribau Esteves, foi a criação de “mecanismos que obriguem a EDP a apreciar e aprovar de forma célere” os projetos de eletricidade e a “executar de forma rápida os ramais de obra e definitivos” assim como “as alterações ou expansão de redes”. O presidente da Câmara de Aveiro sublinha ao ECO que atualmente a EDP “demora mais tempo a aprovar ramais de obra” do que os municípios a “analisar os licenciamentos”.

Estas foram apenas algumas das sugestões de medidas que os dirigentes da ANMP entregaram a Marina Gonçalves depois de analisarem o pacote legislativo, onde não encontram soluções “que acautelem” estes problemas.

Durante o encontro, conta Ribau Esteves, foram também deixadas “muitas chamadas de atenção” e levantadas “preocupações” para que seja “respeitada a autonomia local” frisando que a crise na habitação “não se resolve sem a abordagem objetiva à realidade”.

O vice-presidente da ANMP conta ainda ao ECO que, durante a reunião, a ministra revelou “claramente” abertura para “acolher” destas propostas.

O parecer final da ANMP ao pacote Mais Habitação vai agora ser consolidado para ser votado no dia 21 de março e os três projetos-lei propostos pelo Governo vão ser aprovados em Conselho de Ministros no dia 30 de março, seguindo, posteriormente, para o Parlamento.

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EDP anuncia 5,27 mil milhões em investimentos no Brasil para os próximos cinco anos

  • Lusa
  • 18 Março 2023

O presidente executivo da EDP Brasil anunciou que a empresa quer investir no país 30 mil milhões de reais nos próximos cinco anos. 50% desse valor será para construção de parques solares e eólicos.

O presidente executivo da EDP Brasil, João Marques da Cruz, anunciou na sexta-feira que a empresa ambiciona investir no país 30 mil milhões de reais (5,27 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos.

“Queremos investir nos próximos cinco anos 30 mil milhões de reais em geração renovável e redes, seja de transmissão, seja de distribuição“, afirmou João Marques da Cruz, durante o evento do lançamento institucional do Mapa Bilateral de Investimentos Brasil-União Europeia, em Brasília, um evento que contou com a presença da vice-presidente-executiva da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, e do vice-Presidente brasileiro, Geraldo Alckmin.

À margem do evento, João Marques da Cruz detalhou à Lusa que 50% desse valor será investido na construção de parques solares e eólicos. A outra metade será para reforçar o sistema de distribuição já existente nos estados de São Paulo e do Espírito Santo e ainda na construção de linhas de transmissão, sendo que este segundo investimento está dependente de futuros leilões.

Ainda durante o discurso, o presidente executivo da EDP Brasil enfatizou que o facto de o país ter “uma regulação estável e sofisticada, isso é um grande ativo”.

“Eu acredito, confio, espero que esse ativo não seja destruído e os indícios que temos vão no sentido de que as autoridades brasileiras querem manter esse ativo”, acrescentou, na palestra “Como estimular fluxos de investimento para alavancar cadeias de valor birregionais e facilitar a transição verde e digital’.

No início do mês, a EDP anunciou o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) de 100% sobre a EDP Brasil, financiada por um aumento de capital de 1.000 milhões de euros, dos quais 600 milhões estão já assegurados por principais acionistas.

Em comunicado enviado à CMVM, a EDP anunciou o lançamento de uma OPA de 100% sobre a sua subsidiária cotada EDP Brasil, detida a 56,05% (posição consolidada de 57,55%), “visando a sua retirada de bolsa numa transação que gera valor”. “Centrada nas redes renováveis e elétricas, esta operação visa também simplificar a organização empresarial”, explicou a EDP.

A OPA será financiada por um aumento de capital de 1.000 milhões de euros, colocado junto de investidores institucionais, e 600 milhões de euros têm já o compromisso de investimento dos principais acionistas, incluindo o grupo China Tree Gorges (CTG).

o preço oferecido aos acionistas minoritários da EDP Brasil é de 24 reais por ação (cerca de 4,4 euros), correspondendo, assim, a um investimento potencial total de 5.770 milhões de reais (cerca de 1.040 milhões de euros). A EDP Brasil registou lucro de cerca de mil milhões de reais (181 milhões de euros) em 2022, resultado que indica uma queda de 52,7% face a 2021.

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UBS em negociações para comprar Credit Suisse

  • ECO
  • 17 Março 2023

Para acabar com a desconfiança, o UBS está a negociar a compra de parte ou totalidade do Credit Suisse. Os reguladores querem uma solução até à abertura da bolsa na segunda-feira de manhã.

O UBS está em negociações para comprar parte ou a totalidade do Credit Suisse, com os conselhos de administração dos dois maiores bancos da Suíça a prepararem reuniões separadas no fim de semana para avaliar uma eventual fusão, de acordo com jornal Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

O Banco Central da Suíça e o regulador Finma estão a coordenar as negociações num esforço para restaurar a confiança no sistema financeiro helvético. Uma intervenção que surge depois de o banco central ter lançado uma boia de salvação ao Credit Suisse no valor de 50 mil milhões de francos suíços, que não foi suficiente para conter a pressão dos mercados.

Uma fonte adiantou ao Financial Times que os reguladores suíços já comunicaram aos homólogos dos EUA e do Reino Unido, esta sexta-feira à noite, que a fusão dos dois bancos era o “plano A” para travar a espiral de desconfiança em torno do Credit Suisse, que teve uma semana louca com um afundanço de 25% no seu valor de mercado, depois de o principal acionista ter descartado mais capital.

Credit Suisse afunda 25% esta semana

Fonte: Reuters

O jornal avança ainda que há outras opções em discussão entre os dois bancos, que se encontram a avaliar restrições regulatórias em diferentes jurisdições. O próprio UBS está a analisar os riscos potenciais que a fusão com o Credit Suisse ou outra opção possa ter para o seu negócio.

O UBS tem um valor de mercado de 56,6 mil milhões de dólares, enquanto o Credit Suisse, depois de perder 2,7 mil milhões esta semana, tem um market cap de 8 mil milhões.

Do lado do banco central, o objetivo passa por chegar a um acordo sobre uma solução simples e direta antes da abertura dos mercados na segunda-feira.

Nenhuma das partes envolvidas neste processo quis fazer comentários.

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EUA investigam TikTok por espionagem a jornalistas norte-americanos

  • Lusa
  • 17 Março 2023

O Departamento de Justiça dos EUA está a investigar a empresa chinesa ByteDance, proprietária do TikTok, por espiar duas jornalistas americanas que cobrem o setor de tecnologia.

O Departamento de Justiça dos EUA está a investigar a empresa chinesa ByteDance, proprietária do TikTok, por espiar duas jornalistas americanas que cobrem o setor de tecnologia, publicaram hoje meios de comunicação norte-americanos.

A primeira a avançar a informação foi a jornalista da revista Forbes, Emily Baker-White, uma das duas cujos dados foram obtidos irregularmente por funcionários da ByteDance, que foram demitidos após a empresa reconhecer o ocorrido, em dezembro de 2022.

Segundo a Forbes, que cita fontes ligadas à investigação, o FBI também tem está a realizar entrevistas sobre o ocorrido, embora não esclareça se as investigações estão relacionadas.

Também o jornal New York Times confirmou a investigação do Departamento de Justiça norte-americano, que segundo as suas fontes foi lançada no final do ano passado.

Em dezembro, a empresa chinesa disse em comunicado que condenava “firmemente” as ações dos funcionários e que não trabalhavam mais para a empresa. Além disso, prometeu colaborar com qualquer investigação.

Os funcionários supostamente acederam a dados como endereços IP de jornalistas e vários dos seus contactos enquanto tentavam determinar se houve vazamento de documentos e conversas internas, relata o The New York Times.

A notícia surge numa altura em que as autoridades norte-americanas estão a endurecer a postura em relação à rede social TikTok, justificando que teme poder ser utilizada para recolher dados que vão parar ao governo chinês.

Em fevereiro, a Casa Branca deu às agências federais dos EUA 30 dias para remover a rede social de todos os dispositivos eletrónicos do governo.

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Redução dos preços nos supermercados “só se vai sentir nos próximos meses”

  • Ana Petronilho
  • 17 Março 2023

O diretor-geral da Associação Portuguesa de Distribuição (APED) refere que "só agora os preços vão ser renegociados", avisando que um ajuste nos valores dos produtos alimentares não será imediato.

A redução dos preços dos alimentos nos supermercados só se vai fazer sentir “nos próximos meses”, tendo em conta que “só agora vão ser renegociados”, avisa o diretor-geral da Associação Portuguesa de Distribuição (APED).

Gonçalo Lobo Xavier elogiou as mais recentes declarações do ministro da Economia, António Costa Silva, rejeitando a ideia de fixar preços. Em declarações à SIC Notícias, o porta-voz das retalhistas defendeu que a autorregulação “é o melhor instrumento que temos” para reduzir os valores dos alimentos nos supermercados e hipermercados.

“As declarações [de Costa Silva] só pecam por tardias porque o ministro vem aceitar um dado objetivo. Os preços têm vindo a aumentar na cadeia de distribuição por uma razão objetiva: durante um ano os produtos aumentaram ao produtor agrícola 35,9%, na indústria alimentar 31,7% e nos retalhistas aumentou 19,9%”, contabilizou.

Portanto, sublinha o diretor-geral da associação que representa marcas como o Continente ou o Pingo Doce, “subiram menos os preços, em relação ao que os fornecedores aumentaram”. “Isto não é nenhum passa culpas, é a realidade”, rematou Gonçalo Lobo Xavier.

Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, em entrevista ao ECO - 19ABR22
Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APEDHugo Amaral/ECO

Uma semana depois da polémica conferência de imprensa em que o ministro aludiu a um “comportamento completamente dissonante” das retalhistas, a APED diz que, desta vez, António Costa Silva “veio colocar a questão de forma séria”, estando “certo” ao defender que a concorrência “é benéfica para os consumidores”.

Até porque, completa Gonçalo Lobo Xavier, é a livre concorrência entre as empresas do setor que “vai permitir que haja preços mais baixos — porque nenhuma empresa quer perder clientes” para concorrentes que pratiquem valores inferiores. Neste cenário, a fixação de preços é “uma contradição dos termos” porque “se há setor concorrencial em Portugal é o da distribuição alimentar”.

Ninguém está a ganhar dinheiro. Todos estamos a sentir pressão na cadeia de valor, que é sentida de igual forma. Não há ninguém contente com o aumento dos preços.

Gonçalo Lobo Xavier

Diretor-geral da APED

Questionado ainda sobre o aumento expressivo registado nos produtos alimentares em Portugal, o dirigente da APED garantiu ainda que “ninguém está a ganhar dinheiro”. “Todos estamos a sentir pressão na cadeia de valor, que é sentida de igual forma. Não há ninguém contente com o aumento dos preços”, rematou Gonçalo Lobo Xavier.

Estas declarações surgem um dia depois de a CEO da Sonae, que detém os supermercados Continente, vir alertar que “tentar fixar preços é querer prateleiras vazias”. Cláudia Azevedo contrapôs, na conferência de imprensa para a apresentação dos resultados de 2022, que devia antes haver apoios aos produtores para enfrentarem aumentos de preços e ajudas para subir os rendimentos das famílias, que estão a comprar menos e bens de menor valor.

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Marcelo mantém confiança em Gouveia e Melo após missão falhada do navio Mondego

  • Lusa
  • 17 Março 2023

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que mantém a confiança no chefe de Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, após a missão falhada do navio Mondego na Madeira.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira que mantém a confiança no chefe de Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, após a missão falhada do navio Mondego na Madeira.

“Acontece que o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas é quem nomeia as chefias militares e, portanto, um chefe militar que está em funções tem a confiança do Presidente da República, além de ter a do Governo que propõe essa nomeação”, declarou.

O chefe de Estado falava à chegada à Madeira, onde participa, no sábado, no encerramento do Congresso dos Juízes Portugueses e na inauguração da delegação da Madeira da SEDES — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, no Funchal.

Marcelo Rebelo de Sousa indicou que não pretende visitar o NRP (Navio da República Portuguesa) Mondego, que falhou no sábado à noite uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, porque 13 dos militares da guarnição (quatro sargentos e nove praças) se recusaram embarcar por razões de segurança.

“Estamos a falar de um processo que está em curso. Estamos num Estado de direito democrático e deve respeitar-se isso mesmo. Fez-se o que se devia ter feito. Verificar as circunstâncias de facto. Agora, ouvir os envolvidos. E, depois, atuar em conformidade”, explicou. “É por isso que eu não visito o navio, nem vou andar nas cercanias do navio”, assegurou Marcelo.

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Diplomas da habitação ainda não chegaram a Belém para promulgação

Em causa estão propostas do Governo que "devido à sua urgência e lógica social de subsídio aos inquilinos e de bonificação dos juros, seriam despachados rapidamente", frisa Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República revelou esta sexta-feira que os dois diplomas do Pacote da Habitação aprovados esta semana em Conselho de Ministros ainda não chegaram a Belém, apesar do seu caráter de urgência.

Em causa estão os dois diplomas que avançaram já “por serem mais urgentes”, mas “ainda não chegaram à Presidência da República”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa, recordando as palavras da véspera. E que “devido à sua urgência e lógica social de subsídio aos inquilinos e de bonificação dos juros, seriam despachados rapidamente”, insistiu.

O Governo aprovou um decreto-lei que cria um apoio extraordinário designado “Apoio à renda” e um apoio extraordinário à subida acelerada do crédito à habitação, consubstanciado na “Bonificação de Juros”.

O “Apoio à renda” destina-se a arrendatários com taxas de esforço superiores a 35%, com rendimentos até ao limite máximo do 6.º escalão do IRS e contratos celebrados e registados junto da Autoridade Tributária até 15 de março de 2023, será pago pela Segurança Social, com efeitos retroativos a janeiro de 2023, e poderá ascender aos 200 euros mensais.

Já a “Bonificação de Juros” assume a forma de bonificação temporária de juros e destina-se aos mutuários de contratos de crédito para aquisição ou construção de habitação própria permanente, e visa dar resposta à rápida variação do indexante de referência, com incidência num dos principais encargos do orçamento familiar.

Em declarações aos jornalistas na Madeira, onde revelou que o inquérito da Marinha concluiu que não havia razões suficientes para determinar a não execução da missão de fiscalização ao navio russo, Marcelo disse ainda que o presidente do Governo regional da Madeira lhe fez chegar a carta que enviou ao primeiro-ministro onde sublinha os três pontos em que tem posições diferentes da ação governativa: o alojamento local, o arrendamento forçado e os vistos gold. Oposição que se prende com “a especificidade turística e habitacional global da Madeira”, esclareceu.

“Os outros diplomas estão numa fase em que tudo isso está a ser ponderado. Vamos esperar por essa ponderação”, disse o chefe de Estado, sublinhando que algumas das matérias passam pela Assembleia da República e que há propostas de alteração, nomeadamente do PSD, que foram viabilizadas pelo Parlamento e que “desceram à comissão para ser objeto de conversações”.

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Estado devolve mais 25 hectares aos proprietários expropriados da Herdade dos Machados

  • ECO
  • 17 Março 2023

Estado tem vindo a devolver parcelas de terreno da Herdade dos Machados aos seus antigos proprietários, que foi expropriada pelos os primeiros governos após o 25 de Abril.

O Estado vai devolver mais uma parcela de terreno da Herdade dos Machados aos seus antigos proprietários, que foi expropriada pelos primeiros governos após o 25 de Abril de 1974. Depois dos 77 hectares devolvidos o ano passado, somam-se agora mais 25 hectares.

É aprovada a reversão” da “área total de 25,6244 ha, constituída pelos lotes 27-A e 64-F, que fazem parte integrante do prédio rústico denominado «Herdade dos Machados», com a área de 6.101,0825 hectares, inscrito na matriz cadastral sob o artigo 1, da secção i a i-8, da freguesia de Santo Agostinho, atual União de Freguesias de Moura (Santo Agostinho e São João Baptista) e Santo Amador, concelho de Moura”, refere a portaria publicada esta sexta-feira em Diário da República.

Serão cinco os herdeiros a receber mais uma parcela de terreno desta herdade, que pertencia a Ermelinda Neves Bernardino Santos Jorge, neta do fundador da herdade criada no século XIX e um dos símbolos da reforma agrária.

A Herdade dos Machados tem uma área de cerca de 6.101 hectares e faz parte do leque de terrenos que foram expropriados após o 25 de abril de 1974, quando vários trabalhadores ocuparam as terras sob o lema “a terra a quem a trabalha”. Estes lotes tinham sido nacionalizados em dezembro de 1975 e voltam agora às mãos dos antigos proprietários, sendo que a reversão da expropriação está a ser feita de forma gradual. Já em 2015 tinha sido decidida a devolução de 26 hectares da propriedade e em 2012 cerca de 200 hectares.

O Governo justifica mais esta devolução com o facto de os lotes em causa estarem devolutos. “No momento em que o pedido foi efetuado”, os lotes não constituem “objeto de qualquer contrato de entrega para exploração celebrado entre o Estado e terceiro”. Assim, estão reunidos os requisitos legais para a reversão”, explica a mesma portaria.

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A semana louca que “tirou” 2,5 mil milhões ao Credit Suisse

Banco suíço poderá decidir futuro este fim de semana, depois de uma semana frenética e alucinante, que “limpou” 2,5 mil milhões do seu valor na bolsa. O que vem a seguir?

Credit Suisse. EPA/MICHAEL BUHOLZEREPA/MICHAEL BUHOLZER

Qual o futuro do Credit Suisse? Grande demais para falir, mas também grande demais para ser salvo? Fusão com o rival UBS? Os responsáveis do banco estarão reunidos esta semana em múltiplos encontros para analisar os números e decidir qual o próximo passo a dar. E isto depois de uma semana louca que “limpou” 2,5 mil milhões de francos suíços ao valor da instituição na bolsa.

Credit Suisse afunda 25% esta semana

Fonte: Reuters

Segunda-feira, 13

As repercussões do colapso do californiano Silicon Valley Bank não demoraram muito a atravessar continente americano e o Atlântico e a fazer-se sentir na banca europeia. Que nem com as medidas extraordinárias da Administração Biden para os bancos americanos se salvou, com os investidores a temerem um risco de contágio no Velho Continente.

Nessa sessão, o Credit Suisse afundou 9,6%, uma queda expressiva que não se destacou, ainda assim, entre as perdas de outros bancos como o Commerzbank ou o Sabadell, que caíram 12%.

Desempenho na bolsa: -9,6% (-942 milhões de francos suíços)

Terça-feira, 14

Com os bancos no centro das preocupações dos investidores, o timing não podia ser o mais sensível para o Credit Suisse anunciar que detetou fraquezas materiais nos seus relatórios financeiros nos últimos dois anos devido a controlos internos ineficazes. Se não faltavam motivos para os investidores desconfiarem da instituição financeira helvética, depois dos sucessivos escândalos nos últimos anos com o caso da Archegos ou o colapso dos fundos Greensill, esta notícia veio abalar ainda mais a confiança dos mercados.

O banco suíço ia apresentar contas na semana anterior, mas recebeu uma chamada de última hora do regulador americano que fez adiar a publicação das contas do ano passado.

Em todo o caso, depois da queda de quase 10% na véspera, a sessão terminaria com perdas moderadas de cerca de 1% para a instituição financeira helvética, antes de entrar numa verdadeira espiral vendedora.

Desempenho na bolsa: -0,8% (-67 milhões de francos suíços)

Quarta-feira, 15

O maior acionista, o Saudi National Bank, descartou novas injeções no Credit Suisse porque isso iria elevar a sua participação para mais de 10% no banco suíço — adquirida poucos meses antes através de um aumento de capital de 4.000 milhões de francos suíços para financiar a profunda transformação do banco. “Não podemos, é uma questão regulatória”, avisou o chairman dos sauditas, Ammar Al Khudairy, em declarações à agência Reuters que alarmaram por completo os investidores.

Enquanto o banco afundava mais de 25% na bolsa, o CEO desdobrou-se declarações para assegurar a robustez financeira da instituição que, nos bastidores, pedia ao Governo e ao banco central para mostrar publicamente que ia segurar o banco.

Nouriel Roubini, conhecido por Dr. Doom, levantou a questão que todos os investidores colocam: “O problema é que o Credit Suisse, segundo alguns padrões, pode ser grande demais para falir, mas também grande demais para ser salvo”.

O setor financeiro europeu tombou 8%, naquela que foi a pior sessão para os bancos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Desempenho na bolsa: -24,2% (-2.140,1 milhões de francos suíços)

Quinta-feira, 16

Como quem vai quase a naufragar, o Credit Suisse recebe uma “boia de salvação” do Banco Central da Suíça, que abriu uma linha de financiamento de 50 mil milhões de francos suíços para assegurar liquidez à instituição financeira. Parte do dinheiro serviu para recomprar obrigações no mercado e tentar recuperar alguma credibilidade. “Não se justifica o pânico”, dizia o acionista árabe.

Ao início da tarde, já depois de saber que o banco suíço tinha sido resgatado, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma subida de 50 pontos base nas suas taxas de referência. O banco central da Zona Euro assegurou que estava a monitorizar de perto as “tensões no mercado” e que responderá “conforme necessário” para preservar a estabilidade financeira.

Desempenho na bolsa: +19,2% (+1.280,9 milhões de francos suíços)

Sexta-feira, 17

Apesar do “suporte de vida” do banco central, o Credit Suisse voltou ao centro do furacão, sem conseguir afastar a desconfiança em relação ao seu futuro. O banco viu a DBRS cortar o rating para BBB e surgiu a notícia de que poderá enfrentar uma ação em tribunal nos EUA num caso de alegada fraude. Já se fala em fusão com o rival UBS.

O fim de semana será decisivo para o que vem a seguir, com o banco a ter reuniões que envolverão equipas que reportarão ao CFO, Dixit Joshi, para analisar números e cenários que podem reformular o futuro do Credit Suisse, de acordo com a Reuters.

Desempenho na bolsa: -8,0% (-638,5 milhões de francos suíços)

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Joe Biden pede ao Congresso para endurecer sanções na gestão da banca

  • Lusa
  • 17 Março 2023

Agência responsável pela garantia dos depósitos devia ter poderes para "reclamar" remunerações pagas aos banqueiros infratores, impor-lhes multas e proibi-los de exercer futuramente no setor.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, defendeu esta sexta-feira que “o Congresso deve agir para sancionar de forma mais firme os dirigentes de bancos cuja má gestão contribui para a falência” dessas entidades.

Em comunicado divulgado numa fase de turbulência no sistema bancário, Biden considerou que “ninguém está acima da lei” e que “o endurecimento da responsabilidade tem um importante efeito dissuasivo na prevenção de casos futuros de má gestão”.

Biden defendeu que deveria ser “mais fácil para os reguladores” sancionar financeiramente os banqueiros, constatando que a lei atual limita a capacidade de atuação das autoridades administrativas.

O Presidente pediu aos legisladores norte-americanos para darem mais poder às autoridades reguladoras e, em particular à agência responsável pela garantia dos depósitos (FDIC), o organismo que intervém em caso de falência de um banco.

Segundo Joe Biden, este organismo deveria ter poderes para “reclamar” remunerações pagas aos banqueiros infratores, impor-lhes multas e proibi-los de exercer futuramente no setor.

O partido democrata, de Biden, controla o Senado, mas a Câmara dos Representantes é dominada pelos republicanos, que geralmente são contra o endurecimento da regulação bancária.

O apelo do Presidente surge numa altura em que o setor bancário norte-americano vive dias agitados, depois do colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. Mais recentemente, um outro banco regional, o californiano First Republic Bank, tem estado em dificuldades.

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NOS mostra o Triunfo em nova campanha

Assinada pela Havas e realizada pela Garage, a campanha foi filmada em Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro e Coimbra, mas também em Londres, Paris e Barcelona.

O Triunfo é a campanha que a nós vai lançar estar sexta-feira para mostrar “a satisfação e surpresa dos clientes NOS em Portugal e a desilusão de clientes dos outros países que experienciam uma velocidade de net mais baixa“.

Assinada pela Havas, e produzida pela Garage, com realização de João Nuno Pinto, o spot foi filmado em Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro e Coimbra, mas também em Londres, Paris e Barcelona, conta a operadora.

A campanha vem na sequência de a rede 5G da operadora ter sido considerada, pelo segundo semestre consecutivo, a mais rápida em Portugal, de acordo com a Ookla. “Análises aos dados Speedtest Intelligence® 3T-4T 2022 revelam que a net móvel 5G em Lisboa ou no Porto é mais rápida que a mais rápida de Londres, Paris ou Barcelona. E até em Aveiro ou Setúbal superam algumas destas cidades internacionais”, acrescenta a NOS.

A campanha estreia durante a tarde de sexta-feira no digital e em televisão no prime-time.

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Governo e pescadores dos Açores exigem que a Europa subsidie áreas protegidas

  • Lusa
  • 17 Março 2023

Governo dos Açores e Federação de Pescas exigem que a Comissão Europeia crie mecanismos de compensação aos pescadores e armadores. Para minimizar impacto do aumento de áreas marinhas protegidas.

O Governo dos Açores e a Federação de Pescas exigem que a Comissão Europeia compense os pescadores e armadores pelo aumento de áreas marinhas protegidas na região, que vai fazer reduzir as zonas de pesca nas ilhas.

“Para que sejam implementadas mais áreas marinhas protegidas, tem de haver condições para que algum armador que queira cessar a sua atividade, por via do abate de artes de pesca, ou por via do abate definitivo da embarcação, possa ter condições de o fazer”, justificou o presidente da Federação de Pescas dos Açores, Gualberto Rita, em declarações à Lusa.

O dirigente associativo, que esteve reunido esta semana, na Horta, com o secretário regional do Mar e das Pescas, para discutir diferentes problemas que afetam o setor, disse estar “preocupado” com o impacto que o aumento de áreas marinhas protegidas possa ter no setor.

“Estamos a falar em reduzir significativamente a área de pesca no arquipélago. E o que nós temos sempre chamado a atenção do programa Blue Azores e do Governo Regional é que a Federação e as associações de pesca não vão aceitar que haja a implementação de áreas marinhas protegidas, sem que haja uma reestruturação do setor“, insistiu Gualberto Rita.

Para que sejam implementadas mais áreas marinhas protegidas, tem de haver condições para que algum armador que queira cessar a sua atividade, por via do abate de artes de pesca, ou por via do abate definitivo da embarcação, possa ter condições de o fazer.

Gualberto Rita

Presidente da Federação de Pescas dos Açores

O Governo dos Açores já tinha anunciado a intenção de antecipar, para 2023, a obrigação definida pela Europa de aumentar, até 2030, a percentagem de 30% de áreas marinhas protegidas no arquipélago, para preservação das espécies piscícolas e da fauna e flora marinha.

Manuel Humberto São João, secretário regional do Mar e das Pescas, concorda com a pretensão da Federação de Pescas dos Açores e garante que a Comissão Europeia está já a “tratar deste assunto”, no sentido de compensar os profissionais pela redução de áreas de pesca.

Existe disponibilidade da Comissão Europeia para tratar deste assunto, porque nós, nos Açores, vamos acrescentar uma grande mais-valia e temos de ser compensados, obviamente, por isso”, sublinhou o governante, em declarações à Lusa.

O titular das pastas do Mar e das Pescas nos Açores disse também que a região “não tem capacidade financeira” para suportar todos os encargos que é necessário atribuir aos profissionais da pesca. Defende, por isso, que sejam criados mecanismos de compensação europeus.

Existe disponibilidade da Comissão Europeia para tratar deste assunto, porque nós, nos Açores, vamos acrescentar uma grande mais-valia e temos de ser compensados, obviamente, por isso.

Manuel Humberto São João

Secretário regional do Mar e das Pescas

“Tendo em conta a exiguidade das áreas de pesca, e a repartição por nove ilhas e comunidades piscatórias, que estão muito dependentes desta atividade, teremos um especial cuidado em articular todas estas medidas, com aquilo que serão os apoios a nível europeu.”

Nos Açores, o projeto está a ser desenvolvido pela Fundação Blue Azores, em parceria com a Sociedade Portuguesa do Estudo das Aves, o Observatório do Mar dos Açores, a Direção Regional do Ambiente e a Federação de Pescas dos Açores.

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