Milhares de trabalhadores descem a Avenida da Liberdade por melhores salários e pensões

  • Lusa e ECO
  • 18 Março 2023

Trabalhadores do setor público e privado estão concentrados para uma manifestação nacional convocada pela CGTP-IN, para reivindicarem aumentos salariais e das pensões.

Trabalhadores do setor público e privado estão concentrados no Marquês de Pombal, em Lisboa, para uma manifestação nacional convocada pela CGTP-IN, para reivindicarem aumentos salariais e das pensões, que começou com cerca de uma hora de atraso.

Foram vários os autocarros estacionados nas imediações da praça do Marquês de Pombal, onde trabalhadores de vários pontos do país se preparam para descer a Avenida da Liberdade com destino aos Restauradores. Acompanhados por um dispositivo policial, os manifestantes que já chegaram empunham cartazes, faixas e bandeiras e começam a organizar-se para a marcha.

A manifestação nacional é convocada pela CGTP-IN, tendo como lema “Todos a Lisboa! Aumento Geral dos Salários e Pensões – Emergência Nacional”, para representar trabalhadores da administração pública dos setores das autarquias, educação, saúde e serviços públicos e também do setor privado, desde a indústria ao comércio, à hotelaria e alimentação, entre outros.

Convocado em 17 de fevereiro, no protesto a intersindical exige o aumento dos salários e pensões “no imediato” de pelo menos 10% ou de 100 euros no mínimo para todos os trabalhadores, bem como a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a taxação extraordinária “sobre os lucros colossais das grandes empresas”.

A manifestação nacional da CGTP acontece um dia depois de uma greve nacional da administração pública, convocada pela Frente Comum de Sindicatos, estrutura da CGTP.

Milhares de trabalhadores descem a Avenida da Liberdade

Milhares de trabalhadores começaram a descer hoje a Avenida da Liberdade, em Lisboa, já passava das 16:00, em direção aos Restauradores, para reivindicarem aumentos salariais e das pensões, entre outras medidas, face ao aumento do custo de vida.

“Costa, escuta: o povo está em luta” ou “o povo unido, jamais será vencido” são algumas das palavras de ordem que se ouvem entre os manifestantes que reclamam contra “os baixos salários”.

Entre faixas onde se pode ler “contra a precariedade”, “por salários reais” ou “posto de trabalho permanente igual a vínculo de trabalho efetivo”, um grupo de mineiros canta em protesto, outros jovens que defendem que a luta “continua nas empresas e na rua” ou um grupo alargado, com vários pensionistas, que protesta contra “uma vida a trabalhar, as pensões estão a roubar”.

Vários partidos marcaram presença neste protesto, sendo que para além da esquerda — Bloco de Esquerda e PCP já são uma presença habitual nas manifestações da CGTP — também o Chega participou na manifestação.

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Portugueses apostam na Web3 para uma internet sem donos

Porto foi a capital europeia da internet descentralizada nos últimos três dias, juntando especialistas e fundadores de negócios ligados à Web3. Conheça algumas das startups portuguesas envolvidas.

Portugal tem uma palavra a dizer na evolução da internet. Nos últimos três dias, a conferência ETHPorto reuniu a comunidade blockchain no antigo Mercado Ferreira Borges. A Web3 foi o ponto de partida dos debates, da exposição de empresas e da maratona de programação (hackaton) de 48 horas que decorreu numa das salas do atual Hard Club.

A Web3 apresenta-se como “a evolução para uma Internet mais descentralizada e mais segura”, no entender de Mário Ribeiro Alves, um dos organizadores da conferência. Fundador da LayerX, Mário Ribeiro Alves tem sido um dos rostos nacionais a apostar no desenvolvimento desta solução.

A comunidade tecnológica quer evoluir a internet para um modelo sem muros. “Enquanto a web1 era basicamente um ambiente de leitura (aparecimento das primeiras páginas de internet), e a web2 focava em interatividade e colaboração (aparecimento das primeiras redes sociais), a web3 procura dar o controlo e monetização dos seus dados ao próprio utilizador, sem a necessidade de um intermediário que tipicamente controla e monetiza estes dados em seu benefício próprio”, explica Mário Ribeiro Alves, em declarações ao ECO.

Para Sílvia Bessa, outra portuguesa envolvida nesta área, a web1 “foi uma espécie de páginas amarelas ou de catálogos digitais” e a web2 “facilitou a criação e publicação de conteúdo pelos utilizadores” embora “essencialmente centralizada numa meia dúzia de atores a nível mundial”. A web3, segundo esta especialista, “é a nova evolução da Internet e tem como principal objetivo descentralizá-la, garantido o acesso de pessoas a conteúdos sem depender de grandes empresas, ou governos, tornando-a assim mais independente, livre e resistente a censura”.

Antigo Mercado Ferreira Borges, no Porto, recebeu a conferência dedicada à Web3. Além de exposições, houve um hackaton e vários painéis de debate.

A nova forma de internet começou a ser utilizada sobretudo para a parte financeira, “especialmente em países cujo acesso a uma conta bancária ou controlo dos próprios fundos se torna difícil pelo seu contexto geopolítico”. A solução permite que “transações e dados sejam protegidos por criptografia e distribuídos através de uma rede descentralizada”.

El Salvador é pioneiro por isso: este país da América Central ficou conhecido, em 2021, por ter adotado oficialmente a bitcoin como meio de pagamento aceite a nível nacional. No início deste ano, o Parlamento local aprovou uma lei para regulamentar a emissão de ativos digitais pelo Estado e por entidades privados. Criar novas oportunidades de financiamento para empresas e cidadãos foi um dos objetivos desta medida, escreveu na altura a estação Al Jazeera.

Da banca para a identidade

Mário Ribeiro Alves também começou a envolver-se com a Web3 enquanto trabalhava na banca de investimento. “De forma autodidata fui absorvendo conhecimento e comecei a construir comunidades em Portugal de forma a disseminar esse conhecimento. Pelo caminho ajudei alguns projetos locais nesta área”, recorda o português, que criou o próprio negócio nesta área em 2018.

Nascida no Porto, a Taikai – agora conhecida como LayerX – liga as empresas a programadores através de experiências personalizadas de hackatons. Através do trabalho em rede com dezenas de milhares de programadoras, são desenvolvidas tecnologias inovadoras em conjunto com empresas como Microsoft, OutSystems, Pfizer e entidades como a Comissão Europeia.

Hackaton de 48 horas serviu para criar novas soluções para a web3, baseadas na tecnologia blockchain.

Sílvia Bessa foca-se no “desenho e desenvolvimento de novos mecanismos de coordenação e incentivos para alinhar os atores relevantes da ciência”, para “acelerar a criação do conhecimento científico e encurtar o ciclo de inclusão dos novos conhecimentos no desenvolvimento de tecnologias para resolver problemas do quotidiano ou melhorar a humanidade em geral”.

Para a portuguesa, a web3 é muito mais do que “incentivos monetários e criptomoedas”. A solução permite outros objetivos, como “garantir o acesso livre a informação, preservar o conhecimento da humanidade, assegurar inclusão financeira ou criar mecanismos alternativos de coordenação, governação e alocação de recursos para a aceleração da criação de bens de utilidade pública”.

Em Portugal há outros exemplos de startups baseadas nesta evolução da internet. Fundada em 2020, a ImpactMarket aproveita a tecnologia descentralizada do mundo financeiro (DeFi) para combater a pobreza nos países em desenvolvimento. Em 2021, a Talent Protocol aposta na área de talento, transformando um trabalhador num ativo digital, através da emissão de um talent token, que pode ser comprado pelos apoiantes.

Com a descentralização e a distribuição da rede, a web3 pode ajudar a reduzir o controlo das grandes empresas sobre a Internet, e permitir que os utilizadores participem mais ativamente na governança e na tomada de decisões, tal como acontecia nos primórdios da internet

Mário Ribeiro Alves

Fundador da LayerX

A Web3 também permite a criação de “novos modelos de negócio descentralizados“, conhecidos pela sigla DAO. Exemplo disso é a AthenaDAO, que com a portuguesa Inês Santos Silva como uma das fundadoras. Este coletivo pretende usar a tecnologia descentralizada e de criptografia para financiar investigações científicas que melhorem a saúde reprodutiva das mulheres. O lusodescendente Mitchell Amador criou, em 2020, a Immunefi, plataforma que recompensa os programadores especialistas em finanças descentralizadas que detetam falhas de segurança em contratos digitais nesta área.

Na área alimentar, a Lota Digital criou um sistema blockchain que envolve barcos de pesca (vendedores), restaurantes, pequenas lojas, grandes retalhistas e indústria (compradores) e também os consumidores. Que, graças à rastreabilidade digital, saberão tudo sobre o peixe à sua frente no momento de o consumir (origem do peixe, quando foi pescado, qual o barco usado e a tripulação, se cumpria todas as condições laborais ou se foi uma pesca sustentável).

A web3 é a nova evolução da Internet e tem como principal objetivo descentralizá-la, garantido o acesso de pessoas a conteúdos sem depender de grandes empresas, ou governos, tornando-a assim mais independente, livre e resistente a censura

Sílvia Bessa

A Web3 também se aplica a áreas como a identidade digital e ao entretenimento, em que os NFT (non-fungible tokens) são os elementos mais conhecidos. A evolução da internet tem ainda “potencial de ser aplicada em áreas como governação, votação, gestão de cadeias de fornecimento e outras indústrias que requerem confiança e transparência”, assinala Sílvia Bessa.

ETHPorto contou com dois dias de debate dedicados ao futuro da internet.

Internet volta às origens

A descentralização proporcionada pela web3 também “pode contribuir para melhorar a ética na Internet e torná-la mais democrática, permitindo que os utilizadores tenham total controlo sobre os seus dados e transações”, entende Mário Ribeiro Alves. Este caminho pode mesmo levar a internet a regressar às origens.

“Com a descentralização e a distribuição da rede, a web3 pode ajudar a reduzir o controlo das grandes empresas sobre a Internet, e permitir que os utilizadores participem mais ativamente na governança e na tomada de decisões, tal como acontecia nos primórdios da internet”, antevê o fundador da LayerX.

A conferência que decorreu no antigo Mercado Ferreira Borges poderá contribuir para acelerar esta transformação digital. Resta saber se a população vai mesmo beneficiar com isso.

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Carlos Moedas anuncia pacote de 85 milhões para os bairros municipais de Lisboa

  • Lusa
  • 18 Março 2023

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa anunciou um pacote de 85 milhões de euros para investir nos bairros municipais, considerando que este investimento será "único na história da cidade".

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou hoje o lançamento de um pacote de 85 milhões de euros (ME) para investir nos bairros municipais, considerando que este investimento será “único na história da cidade”.

“Vamos avançar com um novo pacote de 85 ME – e vejo os olhos a brilhar do presidente da Gebalis – aos quais se juntam os 40 ME, e em que vamos ter que ter a capacidade de concretização, com a ajuda dos senhores presidentes da junta, que são aqueles que estão no terreno. Será um pacote único na nossa cidade e único na história da cidade”, afirmou o autarca.

Numa intervenção na conferência que assinalou os 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), uma iniciativa da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas salientou que estas verbas contam com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), numa iniciativa secundada pela ministra da Habitação, Marina Gonçalves, e pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

Carlos Moedas reforçou que a Câmara Municipal de Lisboa tem atualmente “1.000 habitações em construção”, além de outras 1.000 que foram construídas ou reabilitadas ao longo do último ano e que representaram um investimento de 40 ME na renovação dos bairros municipais.

“Estamos realmente a pôr o pé no acelerador”, disse, justificando o investimento anunciado com o “flagelo” de ver habitações vazias nos bairros municipais da cidade e a falta de construção na anterior década.

“Tivemos décadas em que não construímos habitação pública. A senhora vereadora apresentava os números factuais daquilo que aconteceu entre 2010 e 2020, em que não houve, praticamente. Eram 17 habitações por ano. Somos capazes se estivermos unidos também nas diferentes forças políticas para o fazer, unidos não só em construir, mas para o maior flagelo: vermos que temos habitações vazias nos nossos bairros municipais”, notou.

Por isso, o autarca de Lisboa descreveu o pacote de 85 ME como um “anúncio importante para a política em relação aos bairros municipais”.

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Erdogan anuncia prorrogação de acordo sobre exportação de cereais

  • Lusa e ECO
  • 18 Março 2023

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou a prorrogação do acordo internacional sobre a exportação de cereais ucranianos, sem especificar a duração desta extensão.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou este sábado a prorrogação do acordo internacional sobre a exportação de cereais ucranianos, sem especificar a duração desta extensão, noticiou a AFP.

“Após conversações com ambas as partes, garantimos a prorrogação do acordo que deveria terminar a 19 de março”, afirmou o líder turco num discurso emitido pela televisão. “O acordo sobre o corredor de cereais deveria terminar a partir de hoje. Como resultado de negociações com ambas as partes, prolongámos o tempo. A continuação e estabilidade do acordo é de importância vital”, disse Erdogan, também citado pela Europa Press.

Erdogan participou hoje num evento público em Çanakkale, na Turquia ocidental, onde agradeceu à Ucrânia, à Rússia e às Nações Unidas pelo seu envolvimento nas negociações.

Ancara tinha dito anteriormente que esperava uma prorrogação de 120 dias, enquanto a Rússia insistia num acordo de 60 dias para estender o pacto que permite a exportação de produtos agrícolas ucranianos através dos portos do Mar Negro.

O acordo facilitou a exportação de 24 milhões de toneladas de cereais em mais de 1.600 viagens de navios mercantes desde julho passado. Cinquenta e cinco por cento destes alimentos foram para países em desenvolvimento.

Acordo para exportar cereais pelo Mar Negro válido por mais 120 dias

O acordo entre a Rússia e a Ucrânia para prolongar o acordo sobre a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro é valido por 120 dias, revelou hoje o governo de Kiev, citado pela EFECOM. “O acordo foi prorrogado por mais 120 dias”, disse o ministro ucraniano do Desenvolvimento Comunitário, do Território e Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, na sua conta do Facebook.

Kubrakov agradeceu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assim como a todos os países aliados envolvidos na mediação.

“Isto significa que a Ucrânia continua a exportar os seus produtos agrícolas através de três portos”, precisou o ministro, revelando que desde 01 de Agosto 25 milhões de toneladas de cereais tinham sido enviadas “para satisfazer as necessidades do mundo”.

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Miguel Albuquerque recusa-se a aplicar pacote Mais Habitação na Madeira

  • ECO
  • 18 Março 2023

Miguel Albuquerque defende que "a Região tem capacidade e autoridade para legislar sobre o tema".

Miguel Albuquerque critica o pacote de medidas Mais Habitação, apresentado pelo Governo de António Costa, reiterando que não vai aplicar o programa na Madeira, em entrevista ao Diário de Notícias (acesso livre). O presidente do Governo Regional da Madeira exige uma “solução específica, dimensionada e adequada à realidade regional”.

Para o governante madeirense, este conjunto de medidas “é uma ideia louca”, que “até se pode dizer que parece venezuelano”. Destaca o arrendamento forçado de habitações devolutas, que considera que “configura uma restrição desproporcional de direitos, liberdades e garantias, nomeadamente o direito de propriedade”.

Miguel Albuquerque critica ainda as medidas para o Alojamento Local, que diz ser feito um “bode expiatório sem sentido” para os problemas da habitação, sendo também um pacote que “defrauda a confiança dos investidores”. Assim, reitera que “o governo regional recusa-se a aplicar essas medidas do Programa Mais Habitação”, salientando que “a Região tem capacidade e autoridade para legislar sobre o tema”.

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Trump antevê que será detido por alegadamente pagar favores sexuais a mulheres

  • Lusa
  • 18 Março 2023

Donald Trump previu que será detido na terça-feira pelo procurador de justiça de Nova Iorque, no caso sobre o alegado pagamento a mulheres em troca de encontros sexuais.

O ex-Presidente norte-americano Donald Trump previu hoje que será detido na terça-feira pelo procurador de justiça de Nova Iorque, no caso sobre o alegado pagamento a mulheres em troca de encontros sexuais, noticia a AP.

Trump declarou na sua rede social que “fugas ilegais” do gabinete do procurador distrital de Manhattan indicam que “o candidato à liderança e ex-Presidente dos Estados Unidos será detido na próxima terça-feira”. Face a este anúncio, Trump exortou os seus seguidores a manifestarem-se.

Os procuradores em Nova Iorque têm vindo a realizar preparativos de segurança face à eventualidade de Trump poder ser acusado.

Até ao momento, não houve qualquer anúncio público de um prazo para a conclusão do trabalho do grande júri no caso, incluindo qualquer potencial votação sobre a possibilidade de indiciar o ex-Presidente por aqueles crimes.

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Pacote para habitação tem “problemas de credibilidade e confiança” que põem em causa eficácia, diz Cavaco Silva

Antigo Presidente da República critica novo programa do Governo para a habitação e expressa dúvidas quanto à sua eficácia devido a problemas de credibilidade e confiança.

Cavaco Silva arrasa o programa do Governo para responder à crise da habitação, reiterando que considera “pouco provável que tenha sucesso” devido a problemas de credibilidade e confiança. O antigo Presidente da República reitera mesmo que a atual crise na habitação “é o resultado do falhanço da política do Governo” nos últimos sete anos.

“Não faltaram planos apresentados com pompa e circunstância que ficaram no papel ou power-point sem que apareça sequer um secretário de Estado a assumir responsabilidade pelos erros cometidos”, atira o ex-presidente, numa sessão para comemorar os 30 anos do PER organizada pela Câmara Municipal de Lisboa.

Apesar de admitir que o “novo programa apresenta algumas medidas positivas, como o fim dos vistos gold“, mas tem também várias medidas negativas “que reforçam dois problemas que atingem muitas das políticas anunciadas pelo Governo e põem em causa a sua eficácia”: a credibilidade e a confiança.

Por um lado, a credibilidade “é importante porque influencia expectativas dos indivíduos, empresas e organizações, e influencia decisões de investimento e financiamento”, mas “como historial do Governo não é positivo em matéria de cumprimento de promessas feitas, o novo programa vai sofrer” deste problema. Cavaco Silva aconselha assim que o Governo “se encoste à credibilidade das câmaras municipais, colocando-as no centro”.

Deixa ainda mais recomendações, nomeadamente que o Governo “afaste absurda ideia de fazer do Estado um agente imobiliário ativo e que perceba que os senhorios não são um instrumento de política social”. Aconselha também que o Governo “deixe de lado preconceitos ideológicos e perceba que não é possível aumentar” a oferta de casas sem investidores privados.

A iniciativa da construção por parte dos privados também é uma das sugestões que os dirigentes da Associação Nacional de Municípios deixaram à ministra da Habitação. Os autarcas apontaram que a habitação a custos controlados deve ser “de iniciativa das empresas privadas” com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana a assumir uma função de apenas “tramitar de forma diligente e breve os processos de certificação e de financiamento”.

Já sobre a confiança, o antigo Presidente diz que “ao longo dos sete anos de poder, o Governo tem feito o possível para corroer confiança dos investidores”. Com o novo pacote de medidas, o Governo deu “novos golpes no clima de confiança”, nomeadamente ao “pôr em causa o direito de propriedade através da ameaça de arrendamento coercivo”.

Montenegro concorda com Cavaco na crítica “justificada e fundamentada” ao Governo

O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou hoje “justificada e fundamentada” a crítica de Cavaco Silva ao programa do Governo “Mais habitação”, defendendo que estas medidas não trazem “confiança, estabilidade e previsibilidade” como seria preciso para combater esta crise.

Luís Montenegro esteve hoje na plateia da conferência que assinalou os 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), uma iniciativa da Câmara de Lisboa, tendo ouvido as duras críticas feitas pelo antigo Presidente da República em relação ao novo programa “Mais Habitação” e à atuação do Governo socialista liderado por António Costa.

“A crítica que foi feita foi sobretudo justificada e fundamentada. Isso é o mais importante. Nós temos vindo a alertar para esta opção de o Governo trazer tudo menos aquilo que se pretende, que é confiança, estabilidade, previsibilidade e capacidade de executar um verdadeiro programa que aumente a oferta da habitação em Portugal”, enfatizou.

Para o presidente do PSD, era fundamental que estas medidas suprissem “várias das dificuldades que hoje se sentem do lado da procura” e que também trouxessem “alguma inovação do ponto de vista das respostas”.

“Nada disso se consegue alcançar com a proposta do Governo. Isso esteve na base da apresentação da proposta que o PSD apresentou esta semana na Assembleia da República, que para já teve a viabilização do PS, e que se essa viabilização for consequente, conseguirá, apesar de tudo, eliminar vários dos problemas que aqui foram evidenciados e com os quais nós estamos de acordo”, defendeu.

(Notícia atualizada às 15h35)

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📹 Sabe como funcionam os vistos para cidadãos da CPLP emitidos online?

Os imigrantes de países oriundos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa com processos pendentes no SEF já podem pedir uma autorização de residência online. Saiba como funciona.

Os imigrantes de países oriundos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) com processos pendentes no SEF já podem pedir uma autorização de residência online. Medida visa abranger, no máximo, 150 mil cidadãos e terá um custo de 15 euros. Saiba como funciona.

http://videos.sapo.pt/UggShSOZaBOPpwnTtmLP

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Afinal, quem está na “corrida” para o Credit Suisse?

O UBS está em negociações para comprar Credit Suisse mas começam a surgir notícias de outras instituições financeiras interessadas no banco suíço.

Depois de ser conhecido que a UBS está em negociações para comprar parte ou a totalidade do Credit Suisse, surgem possíveis novos concorrentes na corrida. O Financial Times avançou esta manhã que a BlackRock estaria a trabalhar numa oferta rival pelo Credit Suisse, mas a gestora veio negar avanços. Entretanto, a Bloomberg indica que o Deutsche Bank está a acompanhar a situação à procura de uma possível abertura para certas aréas de negócio.

Quanto à BlackRock, foi noticiado que a gestora de ativos teria em vista superar um plano aprovado pelo banco central suíço para o UBS adquirir o rival neste fim de semana, sinalizaram fontes com conhecimento do assunto ao jornal britânico. Por agora, estariam em cima da mesa uma série de opções, nomeadamente avançar com uma oferta apenas para partes do negócio.

Fontes indicaram também que a BlackRock já teria comunicado esta intenção ao Credit Suisse, que está em negociações avançadas com a UBS sobre uma transação que pode resultar numa combinação total ou parcial. O CEO da Blackrock Larry Fink é quem estará a liderar a oferta, da sociedade gestora que é há vários anos cliente do Credit Suisse.

 

Apesar desta notícia, a BlackRock disse este sábado à Bloomberg que por agora “não está a participar em nenhum plano para adquirir a totalidade ou parte do Credit Suisse”, desmentindo a notícia do Financial Times.

A Bloomberg avançou entretanto com uma nova possibilidade: o Deutsche Bank estará de olho em alguns ativos do Credit Suisse, noticiam, sendo que as discussões internas do credor alemão tocam em ativos potenciais. Segundo o jornal, o Deutsche Bank já estudou os ativos e as unidades do banco suíço e estará a analisar as opções.

Não há ainda garantia de que uma transação será acordada com nenhum dos players, sendo de ressalvar que qualquer acordo teria de ultrapassar obstáculos regulatórios significativos na Europa e nos EUA.

O Credit Suisse viveu uma semana de turbulência, com um afundanço de 25% no seu valor de mercado, depois de o principal acionista ter descartado mais capital. Esta queda “limpou” 2,5 mil milhões de francos suíços ao valor da instituição na bolsa.

(Notícia atualizada às 13h50)

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CGTP espera milhares de trabalhadores na manifestação em Lisboa

  • Lusa
  • 18 Março 2023

A CGTP espera milhares de trabalhadores de todo o país na manifestação nacional, em Lisboa, para reivindicarem aumentos dos salários e das pensões e outras medidas face ao aumento do custo de vida.

A CGTP espera hoje a participação de milhares de trabalhadores de todo o país na manifestação nacional, em Lisboa, para reivindicarem aumentos dos salários e das pensões e outras medidas face ao aumento do custo de vida.

“Esperamos uma participação massiva dos trabalhadores vindos de todos os distritos e setores de atividade, tanto da administração pública como do setor privado”, disse a dirigente da CGTP Ana Pires, em declarações à Lusa.

Segundo a dirigente sindical, “o nível de indignação registado nos locais de trabalho é muito significativo, os trabalhadores estão a passar dificuldades extremas por via dos seus baixos salários” perante o aumento dos preços e dos custos com a habitação e “há famílias que têm de fazer opções diárias entre pagar as suas contas ou pôr comida na mesa”.

Na manifestação, cujo início está previsto para as 15:00, em Lisboa, estarão trabalhadores da administração pública dos setores das autarquias, educação, saúde e serviços públicos e também do setor privado, desde a indústria ao comércio, à hotelaria e alimentação, entre outros.

A CGTP tem transportes organizados para a deslocação de trabalhadores dos vários distritos a Lisboa, vindo, por exemplo, três comboios do Porto para a capital, referiu a sindicalista, acrescentando que “também há muitos trabalhadores que vêm pelos seus próprios meios, trazendo a família”.

O início da manifestação, que tem como lema “Todos a Lisboa! Aumento Geral dos Salários e Pensões – Emergência Nacional”, está marcado para as 15:00, arrancando de dois pontos diferentes da cidade.

A manifestação será organizada por setores e terá duas pré-concentrações, uma da Administração Pública, que parte das Amoreiras, e outra dos trabalhadores do setor privado e do setor empresarial do Estado, que arranca à mesma hora do Saldanha. Os trabalhadores seguem depois rumo ao Marquês de Pombal, descendo a Avenida da Liberdade em direção aos Restauradores, onde estão previstas as intervenções da Interjovem e da secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.

A PSP alertou na sexta-feira para constrangimentos no trânsito rodoviário, hoje, em diversas artérias do centro de Lisboa, entre as zonas da Baixa, Amoreiras e Saldanha, aconselhando o uso de transportes públicos.

A manifestação da CGTP foi convocada em 17 de fevereiro. A intersindical exige o aumento dos salários e pensões “no imediato” de pelo menos 10% ou de 100 euros no mínimo para todos os trabalhadores, bem como a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a taxação extraordinária “sobre os lucros colossais das grandes empresas”.

A manifestação nacional da CGTP acontece um dia depois de uma greve nacional da administração pública, convocada pela Frente Comum de Sindicatos, estrutura da CGTP.

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Investimento captado por vistos gold sobe 31% em fevereiro para 55,2 milhões

  • Lusa
  • 18 Março 2023

O investimento captado por via do programa vistos gold subiu 31% em fevereiro para 55,2 milhões de euros, de acordo com contas feitas pela Lusa com base nos dados do SEF.

O investimento captado por via do programa vistos ‘gold’ subiu 31% em fevereiro, em termos homólogos, para 55,2 milhões de euros, de acordo com contas feitas pela Lusa com base nos dados do SEF.

No mês passado, o montante captado através do programa de Autorização de Residência para o Investimento (ARI), que cumpriu 10 anos em outubro passado, subiu 31% face a fevereiro de 2022 e progrediu 27% face a janeiro (43,4 milhões de euros), totalizando mais de 55,2 milhões de euros.

Em fevereiro foram atribuídos 130 vistos ‘gold’, dos quais 87 por via de aquisição de bens imóveis (50 tendo em vista a reabilitação urbana) e 43 por transferência de capital. Mais uma vez não houve ARI concendidas por via da criação de postos de trabalho.

O montante captado através da compra de imóveis somou 39,3 milhões de euros, dos quais 17,1 milhões de euros dizem respeito à aquisição para reabilitação urbana, de acordo com os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). O critério de transferência de capitais somou 15,9 milhões de euros em fevereiro.

Em fevereiro, a China voltou ao primeiro lugar — depois de ter sido ‘batida’ pelos Estados Unidos em janeiro — na lista de nacionalidades com maior número de vistos ‘gold’ atribuídos. Assim, no mês passado a China obteve 23 ARI, seguido dos Estados Unidos, com 21, Turquia (14), Índia (12) e Brasil (nove).

Em fevereiro foram ainda atribuídos 209 vistos para familiares reagrupados, sendo que em janeiro foram 153, o que soma 362 nos dois primeiros meses do ano. No total, o investimento captado através dos vistos ‘dourados’ em janeiro e fevereiro deste ano ascendeu a 98,7 milhões de euros, mais 9,5% do que em igual período de 2022 (90,1 milhões).

Em termos acumulados — desde que o programa foi criado, em outubro de 2012, até fevereiro, o investimento totaliza mais de 6.852 milhões de euros. Neste período, foram atribuídos 11.758 ARI, dos quais 5.281 à China, 1.187 ao Brasil, 579 aos Estados Unidos, 561 à Turquia e 514 à África do Sul.

Desde o arranque do programa foram concedidos 10.755 vistos ‘gold’ por via da aquisição de bens imóveis, num total de mais de 6.118 milhões de euros. Deste montante, 562,4 milhões de euros dizem respeito à compra para reabilitação urbana, num total de 1.566 vistos ‘dourados’ concedidos.

Em termos de transferência de capital, o montante acumulado ascende a 734,6 milhões de euros, num total de 981 ARI atribuídos, sendo que em mais de 10 anos de programa apenas foram concedidos 22 vistos ‘gold’ por via da criação de postos de trabalho. O investimento em 2022 ascendeu a 654,2 milhões de euros, um aumento de 41,9% face ao ano anterior. No acumulado, foram concedidos 19.171 vistos ‘gold’ para familiares reagrupados.

No âmbito de medidas para combater a especulação imobiliária, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo iria deixar de conceder vistos ‘gold’ mediante este critério. “Quanto aos vistos ‘gold’ já concedidos, (…) só haverá lugar à renovação se forem habitação própria e permanente do proprietário e do seu descendente, ou se for colocado o imóvel duradouramente no mercado de arrendamento”, anunciou o primeiro-ministro, no mês passado.

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“Não tenho nenhum preconceito ideológico” com as PPP na Saúde, assume novo bastonário da Ordem dos Médicos

Carlos Cortes lembra que o envelhecimento da população gera a "necessidade de mais médicos" e insta o Governo a estudar "de forma criteriosa" as necessidades, bem como o "enquadramento local"

O novo bastonário da Ordem dos Médicos garante que não tem “nenhum preconceito ideológico” sobre as parcerias público-privadas (PPP) na Saúde, interessando-lhe apenas os cuidados de saúde prestados. Em entrevista ao ECO, Carlos Cortes sublinha ainda que a situação no Hospital Beatriz Ângelo é “paradigmática”, dado que quando terminou a PPP, o grupo Luz Saúde “levou muitos profissionais” e que este hospital está inserido numa zona com elevada falta de médicos de família.

“Não tenho nenhum preconceito ideológico [com as PPP na Saúde]. Não tenho em relação ao público, não tenho em relação ao privado e não tenho na esfera pública em relação à gestão privada. Quero é que as coisas funcionem bem”, assegura Carlos Cortes, referindo que como bastonário da Ordem dos Médicos é-lhe “irrelevante o modelo da gestão”, sendo que o importante é garantir que “os cuidados de saúde sejam dados com qualidade e haja um acesso equitativo para todas as pessoas”.

Os problemas na urgência pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, que levaram ao encerramento deste serviço e à demissão em bloco de 11 chefes do serviço de Urgência Geral, reacenderam o debate em torno das PPP na Saúde. O que levou Adalberto Campos Fernandes, antigo ministro da Saúde, a acusar o Governo de “irresponsabilidade política” e de “impulso ideológico” na gestão deste hospital. Também o presidente da Câmara de Loures, o socialista Ricardo Leão, admitiu um regresso deste modelo de gestão no Hospital Beatriz Ângelo, que terminou em janeiro de 2022.

Já o diretor executivo do SNS disse, em entrevista à RTP3, que “a transição entre as várias formas de gestão privada para a gestão pública” não foram feitas “de forma adequada e houve enormes sobressaltos”. “Essa não foi uma transição tranquila, planeada, organizada para que não houvesse impacto nos doentes“, apontou Fernando Araújo.

Tomada de posse do novo bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes - 15MAR23

Em reação a estas críticas — e após ter referido que “não houve decisão política” de terminar com as PPP e que as que não foram renovadas foi por “recusa legítima” dos privados em manter o contrato durante a renovação, referindo-se ao Hospital de Loures, Cascais, Braga e Vila Franca de Xira –, o ministro da Saúde admitiu o regresso das PPP. Mas sublinhou que há problemas para resolver primeiro. “Esses hospitais têm problemas que não se compadecem com esperarmos dois anos por um resultado de um concurso para uma eventual decisão dessas”, afirmou Manuel Pizarro, à margem da tomada de posse do novo bastonário da Ordem dos Médicos.

Sobre o caso do Hospital Beatriz Ângelo, o médico especialista em patologia clínica lembra que “quando o grupo Luz Saúde saiu dessa PPP levou muitos profissionais” e que este “é um hospital paradigmático porque está inserido numa zona de influência do ACES Loures/Odivelas“, onde o número de utentes sem médico de família “já ultrapassou os 100 mil”.

“Portanto, está numa situação verdadeiramente calamitosa. Não há uma resposta em termos de cuidados de saúde primários e não há uma resposta no conjunto de valências dentro do hospital, que vai ser ajudado por outros hospitais para dar essa resposta”, acrescenta Carlos Cortes.

Em entrevista ao ECO, o novo responsável da Ordem dos Médicos diz ainda que, além da questão remuneratória, a que aludiu na cerimónia da tomada de posse, “a principal queixa dos médicos do SNS é não terem condições para atenderem os seus doentes”, referindo que é preciso um investimento em instalações e equipamentos. “A questão remuneratória tem que estar em paralelo com aquela que é a elevada responsabilidade e diferenciação do trabalho”, acrescenta.

Já sobre a falta de médicos, o novo bastonário lembra que, com o envelhecimento da população, “cada vez temos necessidade de mais médicos” e que até 2030 o SNS vai perder 5 mil profissionais. Por isso, insta o Ministério da Saúde e a direção executivo do SNS a estudar “de forma criteriosa” as reais necessidades em cada especialidade, bem como o respetivo “enquadramento local”.

“Há comportamentos diferentes e aquilo que a direção executiva do SNS tem que fazer não é cegamente estar a replicar soluções. (…) Portanto, as medidas têm que ser adaptadas às realidades de cada local”, conclui Carlos Cortes.

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