UBS compra o Credit Suisse por mais de três mil milhões

Acionistas do Credit Suisse vão receber uma ação do UBS por cada 22,48 ações do banco que é agora absorvido. Autoridades esperam conclusão do negócio até ao final de 2023.

Too big to fail“. É esta a explicação para um fim de semana louco, depois de uma semana que fez desaparecer 2,5 mil milhões de euros de valor do Credit Suisse em bolsa. O UBS chegou a acordo para a compra do Credit Suisse por um valor superior a três mil milhões de euros, uma solução de emergência entre privados, mas sem passar pela aprovação dos respetivos acionistas, com suporte de linhas de liquidez e de ‘back stop’ das autoridades públicas, para evitar uma crise de liquidez já no início da semana e uma falência desordenada.

Assim, o acordo entre os dois maiores bancos da Suíça foi anunciado em conferência de Imprensa neste domingo à noite e será cotado a uma fração do preço de fecho do Credit Suisse na sexta-feira. Isto depois de uma semana de turbulência que “limpou” 2,5 mil milhões de francos suíços ao valor da instituição na bolsa.

Em conferência de Imprensa alargada, já ao final do dia de domingo, foram anunciados os detalhes da operação de ‘take over’ do Credit Suisse pelo banco suíço rival, o UBS, o que vai acabar por criar um banco ainda maior do que aqueles que existiam. Foi a fórmula possível para evitar uma bancarrota, sem uma solução de resgate público, o conhecido ‘bailout’.

O Banco Nacional Suíço concordou em oferecer uma linha de liquidez de até 100 mil milhões de euros ao UBS como parte do acordo, confirmaram na conferência de Imprensa, depois da notícia avançada pelo FT. Além disse, o próprio Governo suíço aceitou conceder uma garantia de cerca de nove mil milhões de euros para cobrir potenciais perdas de créditos do Credit Suisse.

De acordo com a informação prestada nesta conferência de Imprensa, Ralph Hamers vai ser o presidente executivo do banco combinado UBS/Credit Suisse, e também ficou claro que não poderá haver distribuição de dividendos nem atribuição de bónus pelo período de concessão das ajudas públicas sob a forma de linha de liquidez e de garantia a eventuais perdas de crédito.

Credit Suisse afundou 25% numa semana

Fonte: Reuters

O acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS já está a merecer reações internacionais, nomeadamente dos EUA, do Banco Central Europeu e do Reino Unido. A secretária de Estado do Tesouro americana, Janet Yellen, afirmou que os EUA recebem este acordo de forma positiva e garante que o sistema financeiro americano tem uma posição sólida. Já a presidente do BCE, Lagarde, elogiou a resposta das autoridades suíças e considerou que estão criadas as condições para restabelecer a estabilidade financeira nos mercados.

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CEO da TAP impedida de apresentar lucros da empresa esta terça-feira

  • ECO
  • 19 Março 2023

A TAP vai prestar contas na terça-feira, quando deve revelar lucros superiores a 30 milhões de euros.

O Governo não vai permitir que a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, apresente os resultados da empresa esta terça-feira, avançou a SIC Notícias e confirmou o ECO, este domingo.

A gestora, que foi despedida mas mantém-se no cargo até ao fim do mês, queria fazer uma conferência de imprensa mas o Ministério das Finanças não autorizou essa intenção. Assim, os números referentes ao ano de 2022 vão ser apresentados em comunicado e numa videoconferência com investidores e analistas.

Ainda assim, Christine Ourmières-Widener, e o administrador executivo Gonçalo Pires deverão marcar presença na conference call. Na apresentação desta terça-feira, a TAP irá revelar lucros superiores a 30 milhões de euros referentes ao exercício fiscal de 2022, naqueles que serão os primeiros lucros desde 2017.

A decisão de demitir Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener foi anunciada pelo Governo no dia 6 de março, durante a apresentação do relatório da Inspeção-Geral de Finanças sobre o acordo celebrado entre a TAP e Alexandra Reis para a saída da administradora, que foi considera nulo por aquela entidade.

Se a ainda CEO da TAP deverá deixar as funções no final do mês, o futuro presidente executivo, Luís Rodrigues, só deverá entrar na companhia aérea depois de meados de abril. Um dos cenários que está a ser avaliado é a nomeação de um CEO interino.

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Putin visita Mariupol na primeira visita surpresa ao Donbass ucraniano

  • Lusa e ECO
  • 19 Março 2023

O Presidente russo fez uma visita de trabalho à cidade de Mariupol, na primeira viagem de Vladimir Putin ao Donbass, no leste da Ucrânia, avançou o Kremlin.

O Presidente russo fez uma visita de trabalho à cidade de Mariupol, na primeira viagem de Vladimir Putin ao Donbass, no leste da Ucrânia, avançou hoje o Kremlin. De acordo com a presidência russa, o chefe de Estado chegou de helicóptero à cidade do sul da região ucraniana de Donetsk, às margens do Mar de Azov, que no ano passado foi palco de violentos combates.

O Presidente russo foi “inspecionar alguns locais da cidade e conversar com os residentes”, e andou de automóvel pelas ruas de Mariupol, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro Marat Khusnulin, que o informou sobre o andamento das obras de construção e reconstrução. “Tratou-se da construção de novas unidades habitacionais, centros sociais e educativos, infraestruturas e instituições médicas”, acrescentou, num comunicado, o gabinete de imprensa do Kremlin, que não especificou a duração da visita.

Putin visitou depois a cidade de Rostov-on-Don, localizada no sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia, para uma reunião com o chefe das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, e vários comandantes militares.

Foi a primeira visita oficial do líder russo à região do Donbass, onde já decorriam combates com forças separatistas pró-russas desde 2014. No sábado, Putin já tinha feito uma outra visita surpresa à Crimeia para assinalar o nono aniversário da anexação da península ucraniana pela Rússia em 2014. No início de março, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, também fez uma visita oficial a Mariupol para analisar as obras de reconstrução da infraestrutura na cidade.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu na sexta-feira um mandado de captura contra o Presidente russo por crimes de guerra, pelo seu alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia. O procurador-geral do TPI identificou na sua petição de ordem de detenção de Vladimir Putin a deportação para a Rússia de “pelo menos centenas de crianças de orfanatos e instalações infantis” ucranianos.

O britânico Karim Khan alegou que estes atos de deportação de menores ucranianos para a Rússia e a sua adoção por famílias russas “demonstram a intenção de retirar permanentemente estas crianças do seu próprio país”, um ato ilegal contrário às Convenções de Genebra. O procurador-geral referiu ainda que tais atos foram cometidos no contexto de “atos de agressão” do exército russo contra a Ucrânia. O mandado de captura contra o chefe do Kremlin foi descrito como “legalmente nulo e sem efeito” pela Rússia, uma vez que o país não reconhece a legitimidade do TPI.

Kiev acusa Putin de visitar Mariupol “de noite” para ocultar destruição

As autoridades ucranianas acusaram hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, de visitar Mariupol, no leste do país, aproveitando-se da noite para ocultar a realidade de uma cidade totalmente destruída pelo seu exército e para evitar “olhares curiosos”. “Como convém a um ladrão, Putin visitou a cidade ucraniana de Mariupol a coberto da noite”, afirmou o Ministério da Defesa ucraniano na sua conta do Twitter.

Putin fê-lo, em primeiro lugar, porque é mais seguro e também porque a noite lhe permitiu destacar “o que quer mostrar”, prossegue a publicação, segundo a qual se manteve oculta a realidade de uma cidade “completamente destruída” e sem os olhares curiosos dos poucos sobreviventes.

A mensagem surge no decorrer da visita de Putin a Mariupol, que o Kremlin classificou “de trabalho” e que, aparentemente, foi decidida de forma espontânea depois da sua visita no sábado à Crimeia, coincidindo com o aniversário de anexação daquela península em 2014.

Putin diz que não estava “ansioso” por confrontos e que esperava resolução “pacífica”

O presidente russo assegurou hoje que não desejava iniciar uma confrontação com a Ucrânia e que antecipava uma resolução “pacífica” das tensões com Kiev antes do começo de anos de conflito que levaram à invasão russa daquele país.

Putin voltou ao tema da anexação da Crimeia em 2014, um dos precedentes diretos do atual conflito armado, para afirmar que o seu país “simplesmente não podia dar uma espada ao povo da Crimeia quando este já estava a confrontar os nacionalistas”. A Rússia acabou por anexar a península ao seu território através de um decreto declarado ilegal por Kiev e os seus aliados.

“Tínhamos assumido que seríamos capazes de resolver a situação de forma absolutamente pacífica. Jamais estive ansioso de desencadear alguma confrontação”, afirmou o Presidente russo, numa entrevista com o canal Rossiya 1, citado pela agência de notícias TASS. “Não podíamos simplesmente recusar o nosso apoio e proteção ao povo da Crimeia. Eles já estavam sob ataque dos nazis, como dizem os ucranianos, e era nosso dever sagrado protegê-los”, explicou.

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📹 OCDE quer portagens a variar consoante emissões dos veículos

Avaliação ambiental da OCDE sobre Portugal propõe introduzir uma taxação nas portagens em função das emissões de CO2 dos veículos, para tirar os carros mais poluentes de circulação

Para ajudar a tirar os carros mais poluentes de circulação, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) propõe introduzir uma nova forma de cobrança das portagens em Portugal — que varie consoante as emissões dos veículos.

Além disso, para reduzir as emissões de dióxido de carbono e a poluição, a entidade recomenda que Portugal deve “colmatar a diferença fiscal entre o gasóleo e a gasolina, e suprimir o tratamento fiscal para os veículos mais antigos, a fim de rejuvenescer a frota e promover veículos menos poluentes”.

http://videos.sapo.pt/KK9rh6TL437oJMGo5c6H

“Embora os impostos sobre os combustíveis sejam eficazes para reduzir as emissões de carbono, as taxas baseadas na distância em função das emissões dos veículos e no local de condução são a melhor opção para combater a poluição atmosférica local”, lê-se.

As sugestões fazem parte da quarta revisão de desempenho ambiental de Portugal divulgada esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), na qual a organização de 38 países analisa o desempenho ambiental do país na última década e deixa 26 recomendações.

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CMVM diz que não há impactos diretos para Portugal da queda do Credit Suisse

  • Lusa
  • 19 Março 2023

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários assegurou que não há impactos diretos em Portugal da crise do Credit Suisse e das falências dos bancos nos Estados Unidos.

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa, assegurou este domingo que não há impactos diretos em Portugal da crise do Credit Suisse e das falências dos bancos nos Estados Unidos.

Em entrevista à rádio Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Laginha de Sousa disse que “não há motivo para preocupação” com os impactos diretos da falência dos bancos americanos e da crise no banco suíço, advertindo, contudo, para a necessidade de manter a vigilância, porque a confiança tem de ser preservada.

“Temos que ter a noção de que não vivemos num mundo composto de ilhas e, às vezes, depois, há fenómenos de segunda ordem e, sobretudo, em matérias onde aquilo que por vezes está em causa são elementos que são intangíveis — estamos a falar de confiança. E, desse ponto de vista, as autoridades, seja a nível nacional, seja a nível europeu, têm que atuar, no sentido de contribuir para preservar esse bem”, afirmou.

O antigo administrador do Banco de Portugal que, desde novembro, preside ao supervisor do mercado de capitais adiantou que a CMVM está a acompanhar a situação, acrescentando que o assunto deverá ser abordado na reunião regular do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, que decorre na segunda-feira.

“Acho que aquilo que é importante assinalar é que nós acompanhamos essas matérias e, neste momento, naquilo que tem que ver com esses efeitos diretos da exposição direta, não vemos neste momento motivo para qualquer preocupação“, vincou o responsável.

Na quinta-feira, o Credit Suisse tornou-se no primeiro banco de grande dimensão à escala mundial a receber uma ajuda pública de emergência desde a crise financeira de 2008.

Sobre a subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), Laginha de Sousa disse acreditar que a decisão foi tomada “à luz da melhor informação disponível”, considerando tratar-se de uma “evolução salutar”, uma vez que se revê num modelo em que o acesso aos recursos financeiros tem um custo.

“No contexto daquilo que é o normal funcionamento de uma economia, é normal que quem precise de financiamento tenha que pagar por ele e não tenha taxas de juro negativas”, observou, lembrando, contudo, que é importante assegurar que existem formas de apoiar “aqueles que não conseguem lidar com as consequências disso”.

O presidente da CMVM defendeu ainda a necessidade de tornar o investimento em capital “mais atrativo”, considerando fundamental “canalizar incentivos ou eliminar desincentivos” para que as empresas possam ter “vontade de investir”.

“A fiscalidade é um ponto que é incontornável, mas não é único e aí há escolhas políticas que têm de ser feitas e quem faz essas escolhas tem que olhar para um leque muito mais alargado de equilíbrios do que quem está só na perspetiva do mercado de capitais”, concluiu.

Na quinta-feira foi anunciado que o Credit Suisse iria receber um empréstimo de até 50 mil milhões de francos suíços (50,7 mil milhões de euros) do banco central da Suíça para “fortalecer” as contas da instituição. Ao mesmo tempo, o segundo maior banco suíço anunciou uma série de operações de recompra de dívida no valor de cerca de três mil milhões de francos suíços (3,04 mil milhões de euros).

A ajuda surgiu um dia depois de o Credit Suisse ter enfrentado a sua sessão mais negra na bolsa, perdendo um quarto do valor, com as ações a caírem para um nível historicamente baixo, abaixo de dois francos suíços (2,03 euros). Este período de turbulência no setor bancário começou antes, com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, após a qual se deu uma acentuada queda em bolsa na quarta-feira do Credit Suisse.

Também na quinta-feira, o BCE anunciou a subida das taxas de juro em 50 pontos base, apesar da agitação que se vive no setor bancário. A instituição justificou a decisão com a determinação em assegurar “um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”. O BCE tinha anunciado a intenção de decidir um novo aumento de 50 pontos base logo após a última reunião, no início de fevereiro.

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UBS oferece até mil milhões para comprar Credit Suisse, avança FT

O acordo entre os dois maiores bancos da Suíça poderá ser assinado este domingo à noite. No entanto, Credit Suisse acredita que valor é muito baixo.

O UBS fez uma oferta para comprar o Credit Suisse por até mil milhões de dólares, avança o Financial Times este domingo. No entanto, o Credit Suisse estará a lutar contra o acordo que valoriza o banco abaixo do valor de mercado. As autoridades suíças estarão a planear mudar as leis do país para evitar uma votação dos acionistas sobre a transação, tendo em vista finalizar um acordo antes de segunda-feira, quando os mercados reabrirem.

O acordo entre os dois maiores bancos da Suíça poderá ser assinado no domingo à noite e será cotado a uma fração do preço de fecho do Credit Suisse na sexta-feira. Isto depois de uma semana de turbulência que “limpou” 2,5 mil milhões de francos suíços ao valor da instituição na bolsa.

Credit Suisse afundou 25% numa semana

Fonte: Reuters

A oferta terá avançado com um preço de 0,25 francos suíços por ação a ser pago em ações do UBS, muito abaixo do preço de fecho do Credit Suisse de 1,86 francos suíços na sexta-feira, noticia o jornal britânico com base em fontes próximas do assunto. No entanto, a situação está a evoluir rapidamente e os termos ainda podem mudar.

A Bloomberg avança que o Credit Suisse acredita que a oferta é muito baixa e prejudicaria acionistas e funcionários que têm ações, segundo indicaram pessoas com conhecimento do assunto.

O UBS tem estado em negociações para comprar parte ou a totalidade do Credit Suisse, sendo que avançaram durante este fim de semana reuniões separadas com os conselhos de administração dos dois maiores bancos da Suíça para avaliar uma eventual fusão.

O Banco Central da Suíça e o regulador Finma estiveram a coordenar as negociações num esforço para restaurar a confiança no sistema financeiro helvético. Uma intervenção que surge depois de o banco central ter lançado uma boia de salvação ao Credit Suisse no valor de 50 mil milhões de francos suíços, que não foi suficiente para conter a pressão dos mercados.

O governo suíço estará a preparar medidas de emergência para acelerar a aquisição e planeia introduzir uma legislação que contornará o período normal de consulta de seis semanas exigido para os acionistas do UBS para que o acordo possa ser selado imediatamente, apurou o FT. As autoridades suíças já terão garantido a pré-aprovação dos reguladores relevantes nos EUA e na Europa, que devem emitir declarações coordenadas hoje.

Suíça pondera nacionalização de Credit Suisse caso não haja acordo com UBS

Apesar da maratona de negociações nos últimos dias, ainda não é certo que se chegue a um acordo para a UBS adquirir o Credit Suisse. Perante o cenário de ausência de consenso, a Suíça coloca em cima da mesa a possibilidade de uma nacionalização total ou parcial, avança a Bloomberg.

As autoridades suíças estarão assim a considerar uma nacionalização total ou parcial do Credit Suisse como a única outra opção viável fora de uma aquisição do UBS, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto, revela a Bloomberg.

Há várias opções a serem avançadas, numa altura em que as autoridades estão a tentar finalizar uma solução para o banco idealmente antes dos mercados asiáticos abrirem, o que ocorre já perto da uma da manhã na Europa.

(Notícia atualizada às 15h15)

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“Empresário exemplar” e “exemplo de capacidade empreendedora”. As reações à morte de Nabeiro

Da esquerda à direita, figuras da política portuguesa elogiam o exemplo de cidadania e o "espírito empreendedor" do fundador da Delta Cafés.

As reações à morte do empresário Rui Nabeiro, aos 91 anos, começaram a chegar. Da esquerda à direita, figuras da política portuguesa elogiam o exemplo de cidadania e o “espírito empreendedor” do fundador da Delta Cafés.

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu que o legado de Rui Nabeiro “ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país”, elogiando o “percurso inspirador” e o exemplo de cidadania, humildade e responsabilidade social.

“O legado do Comendador Rui Nabeiro ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país. O seu percurso foi inspirador, pela força, energia e sempre o sonho de fazer acontecer”, enalteceu António Costa, numa publicação na rede social Twitter acompanhada de três fotografias, a preto e branco, nas quis o primeiro-ministro aparece com Rui Nabeiro.

António Costa destacou o “exemplo de cidadania e humildade”, mas também de “responsabilidade social e de paixão pela sua terra”, considerando que o empresário, que hoje morreu aos 91 anos, teve “uma vida em prol da comunidade”. “Os meus sentimentos à família, amigos e a todos os campomaiorenses”, afirmou.

O Presidente da República também já reagiu, considerando que Rui Nabeiro “foi um precursor” e que a sua “preocupação social e participação cívica” devem “ser um exemplo e uma inspiração” para os que podem devolver à sociedade.

“O Presidente da República lamenta a morte do empresário Rui Nabeiro e apresenta à família as mais sentidas condolências. Ainda ontem [sábado], ao fim da tarde, o Presidente da República teve a oportunidade de o visitar no hospital”, refere uma nota no sítio oficial da Presidência da República.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “num tempo económica e socialmente desafiante, o exemplo de Rui Nabeiro, na sua preocupação social e participação cívica, com a comunidade e com o país, devem ser um exemplo e uma inspiração para todos quantos podem devolver à sociedade um pouco daquilo que esta lhes deu”.

“Rui Nabeiro foi um precursor, construiu uma marca global, como há poucas no nosso país, mantendo sempre a sede e o coração da sua atividade em Campo Maior, terra onde nasceu e onde deixa um generoso legado”, elogia.

Já o presidente do PSD, Luís Montenegro, recordou hoje Rui Nabeiro como “um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, considerando que o empresário mostrou ser “possível criar riqueza com trabalho e inovação”.

“Rui Nabeiro foi um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, enalteceu Luís Montenegro, através de uma mensagem na rede social Twitter na qual apresentou “sentidos pêsames” à família do empresário.

Para o líder do PSD, Rui Nabeiro “mostrou que é possível criar riqueza com trabalho e inovação e que, a partir daí, se gera emprego e qualidade salarial”.

 

Quando ao ministro da Economia, considerou que o desaparecimento de Rui Nabeiro, que morreu hoje, marca uma “enorme perda”, destacando a visão estratégia do empresário e a importância que deu à responsabilidade social muito antes de esta entrar no debate.

“Hoje é um dia muito triste para Portugal. O desaparecimento de Rui Nabeiro marca uma perda enorme para o país. É um exemplo de um empresário que desenvolveu uma visão estratégica, que foi capaz de criar riqueza, de disseminar a sua empresa pelos quatro cantos do mundo”, disse à Lusa o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

O governante destacou ainda que Rui Nabeiro “teve a assunção da responsabilidade social”, muito antes de esta se tornar um “mantra dos debates atuais”, com a ligação “profunda não só aos colaboradores, mas também a toda a comunidade envolvente”. Classificando a trajetória do empresário de “extraordinária”, Costa Silva afirmou que se o país tivesse mais homens como Rui Nabeiro, “talvez a economia portuguesa hoje fosse diferente e mais avançada”.

O ministro deixou ainda os seus pêsames à família, defendendo que todos devem lutar para que o “legado extraordinário continue a desenvolver e a prosperar” e manifestando-se convicto de que “nas mãos da sua família isso vai acontecer”.

Reação chegou também do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou hoje que Rui Nabeiro foi “um dos maiores e melhores empresários portugueses” e “muito atento aos direitos dos seus trabalhadores”, recordando o “amor a Portugal e à sua terra”.

“Rui Nabeiro distinguiu-se pelo amor a Portugal e à sua terra de sempre, Campo Maior, que serviu como autarca e cidadão”, referiu Santos Silva numa publicação na rede social Twitter em reação à morte do empresário Rui Nabeiro.

Para o presidente da Assembleia da República, o fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés “foi um dos maiores e melhores empresários portugueses, muito atento aos direitos dos seus trabalhadores”. “Permanecerá na memória de todos”, enfatizou.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, também lamentou a morte do empresário Rui Nabeiro, realçando o seu prestígio e “princípios e formas de estar na vida”, que outros deveriam acompanhar. Rui Nabeiro era “uma pessoa muito prestigiada, muito conhecida no país inteiro, até do ponto de internacional e, em particular, nesta região” do Alentejo, disse à agência Lusa o secretário-geral comunista.

A Câmara de Lisboa também deixou uma mensagem de pêsames, com uma publicação onde “lamenta profundamente a morte do Comendador Rui Nabeiro e envia à família e amigos, as mais sentidas condolências”. “Rui Nabeiro foi agraciado com a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa, em 2021”, recordam.

Já a Câmara de Campo Maior (Portalegre) decretou cinco dias de luto municipal pela morte do empresário Rui Nabeiro, considerado um “pai” para as gerações mais recentes daquele concelho, disse à agência Lusa o presidente do município. “Rui Nabeiro é a figura de destaque, é a figura que se pode considerar o pai destas gerações recentes do povo de Campo Maior, é uma referência, uma figura incontornável, é um humanista”, disse Luís Rosinha.

Patrões homenageiam “exemplo de fazer bem”

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, sublinhou hoje que Rui Nabeiro foi um exemplo de fazer bem, cuja dimensão humana deve servir de “farol” a todos. Para António Saraiva, o país viu hoje partir um dos seus melhores empresários, um homem que era “um exemplo de fazer, de fazer bem, de responsabilidade”.

O líder da CIP salientou que, além de ter construído do nada uma empresa de referência nacional e internacional, se destacou pelos valores, princípios e ética. Numa declaração à Lusa, o presidente da CIP referiu-se a Nabeiro como um exemplo de determinação e de visão “porque sempre apontou para três objetivos na atividade empresarial”, que deviam ser seguidos pelo país: dimensão empresarial, inovação e internacionalização.

António Saraiva destacou ainda a dimensão humana de Rui Nabeiro e a forma como era apreciado por todos os colaboradores, pela região onde vivia e mesmo por todo o país e cujo percurso “deve servir de farol, de luz avisadora para outros exemplos que felizmente o país tem”. Confiante de que o neto de Rui Nabeiro continuará a obra do avô, o presidente da CIP acentuou o legado que o empresário deixou e que estava refletido na sua capacidade de aliar a gestão a princípios, valores, ética, humanismo e responsabilidade social.

Já a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) enalteceu o “extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação” de Rui Nabeiro, manifestando “grande pesar” pela morte do empresário, aos 91 anos.

“Rui Nabeiro foi um extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação. A sua visão e determinação foram cruciais para transformar a Delta Cafés numa marca líder em Portugal e uma referência internacional no setor do café. Ao longo de décadas, liderou a empresa com paixão e dedicação, procurando sempre novas formas de melhorar e expandir o negócio”, referiu a entidade.

Num comunicado enviado às redações, a CCIP considerou que a morte de Rui Nabeiro é “uma perda enorme não apenas para a família, amigos e colaboradores, mas também para a comunidade empresarial portuguesa e para o país como um todo”, recordando ainda a visão do empresário e as suas preocupações sociais ao longo de uma “notável carreira”.

“Foi também um humanista, alguém que colocou o bem-estar dos seus colaboradores, clientes e comunidade no centro da sua atividade. Conhecido pela generosidade e sensibilidade social, deixa um legado de responsabilidade e compromisso social que será sempre lembrado”, assinalou a CCIP, que enviou “sinceras condolências” à família Nabeiro e aos trabalhadores das suas empresas.

Legado do empresário vai perdurar durante várias gerações, diz CEO da Sonae

A presidente executiva do grupo Sonae, Cláudia Azevedo, acredita que o legado de Rui Nabeiro irá perdurar durante várias gerações, considerando que o nome do empresário estará sempre ligado à preocupação na criação de valor social.

Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Cláudia Azevedo manifestou, em nome pessoal e da Sonae, às condolências à família do empresário de Rio Maior, que morreu hoje aos 91 anos. “Apesar do desaparecimento do Homem, estou certa de que o seu legado perdurará durante várias gerações”, afirma.

A empresária recorda que “durante muitos anos” o grupo contou com a presença de Rui Nabeiro na abertura de centenas das suas lojas, “comprovando a generosidade que sempre teve para com a Sonae”. “O seu nome estará para sempre ligado a um dos grandes empresários nacionais e a uma grande preocupação na criação de valor social”, salientou.

(Notícia em atualização)

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De um armazém de 50 metros quadrados para uma faturação de 460 milhões, Nabeiro levou Delta para o topo

Rui Nabeiro criou a Delta em 1961 com apenas duas bolas de torra de 30 quilos. Marca cresceu e já está presente em 40 países, tendo em vista continuar a expandir-se.

Tudo começou num pequeno armazém com 50 metros quadrados, em Campo Maior. Foi a partir desta vila alentejana que Rui Nabeiro criou uma marca de cafés, em 1961, que se viria a tornar um nome reconhecido por todos os portugueses, mas que está também presente noutros países para encher as chávenas de café Delta um pouco por todo o mundo.

Nabeiro, que morreu este domingo aos 91 anos, começou a atividade com apenas duas bolas de torra de 30 quilos de capacidade, como se lê na história da empresa, mas pouco tempo depois começou a ser distribuída por todo o país. Em 1963, a Delta Cafés abriu um entreposto comercial em Lisboa, ao que se seguiu um no Porto no ano seguinte.

Foi depois a partir dos anos 70 que a estrutura comercial da Delta Cafés se consolidou, com o desenvolvimento de novos produtos e serviços. “É neste contexto que surge em 1984 a separação da atividade de comercial, assegurada pela empresa Manuel Rui Azinhais Nabeiro Lda., da atividadede industrial, desenvolvida pela Novadelta, primeira empresa certificada neste setor, em 1994, pelo sistema de normas NP 29002“, indica a empresa. O grupo chegou a ter a maior fábrica de torrefação da Península Ibérica, que existia na altura.

Quatro anos depois dessa primeira certificação avança uma reengenharia no Grupo Nabeiro/Delta Cafés, que dá origem à criação de 22 empresas, com várias áreas estratégicas tendo em vista reforçar a atividade principal do grupo. Entretanto consegue a certificação dos produtos Delta Diamante, Platina e Ouro, hoje conhecidas nos vários cafés e pastelarias de Portugal.

Entretanto foi também criado o conceito Delta Q, em 2007, numa evolução que acompanhava as principais tendências do setor.

Toda esta evolução foi supervisionada pelo fundador, o comendador Rui Nabeiro, que em 2021 passou o leme da presidência executiva da empresa para o neto Rui Miguel Nabeiro. O fundador Rui Nabeiro continuava ainda assim a ser presidente do Conselho de Administração, órgão composto pelos membros da família João Manuel Nabeiro e Helena Nabeiro (filhos) e Rui Miguel Nabeiro, Ivan Nabeiro, Rita Nabeiro (netos) e ainda António Cachola.

Com presença em 40 países, o grupo Delta fechou o ano passado com “uma faturação de 460 milhões de euros”, o que representa “um crescimento de 12% a nível global”, como adiantou Rui Miguel Nabeiro numa entrevista no mês passado. A Delta quer “competir com as grandes marcas de cápsulas” de café e por isso, prepara-se para abrir novas lojas próprias em Madrid e Paris.

A Delta torra mais de 100 toneladas de café por dia e mais de 25% do volume de negócios é exportado. Conta ainda com mais de três mil colaboradores, atualmente.

Esta empresa já tem mais de 60 anos mas continua no topo, sendo que ainda em 2022 a Delta foi a a marca com maior relevância e reputação no país em 2022, segundo o estudo elaborado pela consultora OnStrategy. Já Rui Nabeiro ocupava a primeira posição na categoria Economy Business Leaders.

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Bancos dos EUA pedem às autoridades que garantam todos os depósitos

  • Lusa
  • 19 Março 2023

Uma aliança de bancos norte-americanos pediu aos reguladores federais que garantissem todos os depósitos dos seus clientes durante dois anos, independentemente do valor.

Uma aliança de bancos norte-americanos pediu aos reguladores federais que garantissem todos os depósitos dos seus clientes durante dois anos, independentemente do valor, para evitar um contágio após a falência de dois bancos.

A medida “interromperia imediatamente o êxodo de clientes de bancos menores, estabilizaria o setor bancário e reduziria muito o risco de outras falências”, argumentou a Aliança de Bancos de Média Dimensão da América, numa carta dirigida às autoridades.

Atualmente, nos Estados Unidos, a agência responsável pela garantia dos depósitos (FDIC) protege os depósitos bancários até 250 mil dólares (232.500 euros), mas a carta, citada pela Bloomberg, pediu no sábado a proteção de todos os depósitos, mesmo acima do limite.

O período de turbulência no setor bancário começou em 08 de março, com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), a que se seguiu a falência do Signature Bank, causando uma crise de confiança no setor, disse a aliança.

“Independentemente da saúde geral do setor bancário, a confiança foi afetada para todos, exceto para os grandes bancos”, sublinhou a carta. A aliança apelou à FDIC, à Reserva Federal e à secretária do Tesouro, Janet Yellen, para “restaurarem a confiança” no sistema financeiro. O grupo de bancos ofereceu-se para financiar a medida, aumentando o valor das contribuições que já pagam à FDIC para garantir os depósitos dos clientes.

Após o colapso do SVB, muitos clientes de bancos mais pequenos decidiram retirar o seu dinheiro para depositá-lo em bancos maiores, considerados demasiado importantes para não serem resgatados pelo Estado norte-americano em caso de crise.

Em resposta, a Reserva Federal (Fed) – banco central norte-americano – comprometeu-se a emprestar os fundos necessários a outros bancos para que possam responder aos levantamentos dos clientes.

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CMVM garante não estar condicionada pela mediatização do caso Alexandra Reis

  • Lusa
  • 19 Março 2023

CMVM "não demorará mais do que o estritamente necessário" a tomar uma decisão, assegura Laginha de Sousa.

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa, disse este domingo que a mediatização do caso da saída de Alexandra Reis da TAP não está a condicionar a atuação do supervisor do mercado de capitais.

Em janeiro, a CMVM anunciou estar a avaliar “com todo o cuidado” a informação prestada pela TAP sobre a saída de Alexandra Reis, acrescentando que caso houvesse uma contraordenação essa seria comunicada “o mais rápido possível”.

Em entrevista à rádio Antena 1 e Jornal de Negócios, Laginha de Sousa não quis adiantar em que fase está a ação de supervisão da CMVM, limitando-se a assegurar que a instituição está atenta a tudo o que é publicado e que possa constituir uma mais-valia para o processo.

“Não somos indiferentes àquilo que se passa à nossa volta, mas isso não é no sentido de nos condicionar. É no sentido de perceber se há às vezes aspetos que nos possam estar a faltar”, referiu.

O presidente da CMVM esclareceu ainda que a função do supervisor não é avaliar se a decisão que foi tomada pela empresa foi boa ou má, mas sim assegurar que os investidores “têm a informação que lhe permita avaliar tudo aquilo que entender relevante e tomar as suas decisões”.

Já em relação à atuação da CMVM neste processo, Laginha de Sousa garantiu que o regulador do mercado tem “tudo muito bem documentado” e que as decisões são tomadas “à luz da melhor interpretação e da melhor informação disponível”.

Na primeira audição na comissão de Orçamento e Finanças no parlamento como presidente da CMVM, em janeiro, Laginha de Sousa foi questionado várias vezes sobre a informação prestada pela TAP ao regulador do mercado financeiro sobre a saída de Alexandra Reis, pois a companhia aérea comunicou apenas a renúncia da administradora na informação ao mercado, quando posteriormente se soube que houve uma negociação para a saída.

As respostas vagas do responsável desagradaram vários deputados que iam repetindo a pergunta sobre a ação da CMVM no caso e se considerava que foi prestada informação errada pela TAP.

“A informação disponível não era a que devia estar. Depois, as consequências que pode ter ou não em termos de contraordenação é uma análise que tem de ser feita com todo o cuidado”, afirmou Laginha de Sousa, acrescentando que não pode entrar no caso em concreto pelo sigilo a que a CMVM está sujeita, mas que esta “não demorará mais do que o estritamente necessário” a tomar uma decisão.

Em fevereiro de 2022, a TAP comunicou à CMVM a saída da administradora Alexandra Reis, referindo a companhia aérea que tinha sido Alexandra Reis a renunciar ao cargo.

Em dezembro, Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro, tendo então ‘estalado’ a polémica sobre a indemnização que recebeu quando saiu da companhia aérea detida pelo Estado (500 mil euros).

Numa declaração escrita enviada à Lusa, nesse mês, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções “como administradora das empresas do universo TAP” e a revogação do “contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais”.

Em 28 de dezembro, a TAP enviou um novo esclarecimento à CMVM, referindo que a renúncia apresentada por Alexandra Reis “ocorreu na sequência de um processo negocial de iniciativa da TAP, no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação de todos os vínculos contratuais existentes entre Alexandra Reis e a TAP”.

Já a presidente executiva (CEO) da TAP, Christine Ourmières-Widenerdisse, disse em janeiro, no parlamento, que as comunicações enviadas à CMVM sobre a indemnização de Alexandra Reis foram recomendadas por advogados e garantiu que existem documentos e “provas escritas” sobre todo o processo.

Em 06 de março, a presidente executiva da companhia aérea e presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, foram exonerados pelo Governo depois de anunciados os resultados de uma auditoria da Inspeção Geral das Finanças (IGF), que concluiu que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e a indemnização de perto de meio de milhão de euros terá de ser devolvida.

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Morreu o empresário Rui Nabeiro (1931-2023), um empreendedor com consciência social

O empresário Rui Nabeiro, fundador do grupo que tem a Delta Cafés, morreu este domingo aos 91 anos. O funeral realiza-se na terça-feira, 21 de março em Campo Maior.

Foto de arquivo datada de 23 abril 2014 do presidente da Delta Cafés, Rui Nabeiro, na sua em Campo Maior.O empresário Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés morreu hoje, 19 março 2023, aos 91 anos, vítima de doença, num hospital em Lisboa.NUNO VEIGA/LUSANUNO VEIGA/LUSA

O empresário Rui Nabeiro, fundador do grupo Nabeiro – Delta Cafés morreu hoje aos 91 anos, vitima de doença, no hospital da Luz, em Lisboa, disse à Lusa fonte do grupo. “É com profundo pesar que a família Nabeiro informa que faleceu hoje, dia 19 de março, o Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, Presidente e Fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, aos 91 anos”, confirmou minutos depois, a família, em comunicado.

Rui Nabeiro tinha um espírito empreendedor, como recorda a família, em comunicado. “O espírito empreendedor e a sua ética de trabalho estiveram sempre presentes nos momentos decisivos da sua vida”. Rui Nabeiro fundou o seu próprio negócio em 1961, a Delta Cafés, hoje o maior grupo empresarial de produção de café em Portugal, em concorrência com marcas internacionais, com uma faturação da ordem dos 340 milhões e euros e mais de três mil colaboradores.

Toda a família Delta está profundamente triste com esta perda e estende as sinceras condolências a todos aqueles que também hoje perderam um grande amigo. Estamos todos empenhados em continuar o seu legado e honrar a sua visão, continuando a produzir o melhor café do mundo, apoiando as comunidades locais e promovendo a sustentabilidade”.

Rui Nabeiro foi um empreendedor, criou uma marca de raiz a partir de um pequeno armazém em Campo Maior, foi presidente de Câmara da sua terra natal, chegou a ser condenado por fraude fiscal no final da década de 80, e a viver em Badajoz, mas recorreu da sentença e foi absolvido. Sempre próximo da comunidade local, nunca saiu de Campo Maior, e com uma ligação à população local.

O crescimento empresarial do grupo assentou também na preparação da sucessão do grupo, sempre com perfil familiar, mas com gestão profissional. Rui Nabeiro era presidente do Conselho de Administração, a gestão executiva é do neto, Rui Miguel Nabeiro, e a comissão executiva tem ainda João Manuel Nabeiro e Helena Nabeiro (filhos) e Ivan Nabeiro e Rita Nabeiro (netos) e ainda António Cachola.

O funeral realiza-se na próxima terça-feira, 21 de março. A missa de corpo presente decorrerá nesse dia, às 12:00, seguindo-se um cortejo fúnebre até ao cemitério de Campo Maior, onde será sepultado o empresário, segundo a CNN. Antes disso, na segunda-feira, começam as cerimónias fúnebres, às 09:50, altura em que um cortejo vai sair da Novadelta, passando depois pela Tecnidelta, Sede e Camelo, para terminar na Igreja Matriz de Campo Maior, onde terá lugar o velório, pelas 12:00.

Leia o comunicado na íntegra

O espírito empreendedor e a sua ética de trabalho estiveram sempre presentes nos momentos decisivos da sua vida. Em 1961, criou a Delta Cafés, dando origem a um grupo empresarial que hoje lidera o mercado dos cafés em Portugal e hoje em forte expansão nos mercados internacionais. Toda a família Delta está profundamente triste com esta perda e estende as sinceras condolências a todos aqueles que também hoje perderam um grande amigo. Estamos todos empenhados em continuar o seu legado e honrar a sua visão, continuando a produzir o melhor café do mundo, apoiando as comunidades locais e promovendo a sustentabilidade.

O Comendador Rui Nabeiro encontrava-se hospitalizado no Hospital da Luz, devido a problemas respiratórios.

A data e o programa das cerimónias fúnebres serão oportunamente comunicados.

Campo Maior, 19 de março de 2023

(Notícia atualizada às 17h30)

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Cozido à portuguesa fica 21% mais caro e já custa quase 42 euros

O 'Índice Cozido à Portuguesa' serve para medir o aumento de preços alimentares em Portugal a partir de um prato típico. Preço para quatro pessoas chega a 42 euros.

A inflação não tem dado tréguas e a tendência é, sobretudo, sentida nos preços dos alimentos, o que tem vindo a pesar na fatura das famílias portuguesas na hora de ir ao supermercado. E o ‘Índice Cozido à Portuguesa’, de acordo com os cálculos do ECO, revela um aumento expressivo de preço. Uma receita para quatro pessoas está 21% mais cara face a março de 2022. O custo atual é agora de quase 42 euros, dado que alguns dos seus ingredientes principais, como a couve-coração, o arroz, a cenoura, a batata ou a lombada de porco viram os seus preços disparar entre 124% e 36%.

Em fevereiro, a inflação abrandou para 8,2%, isto é, o quarto mês consecutivo de abrandamento de preços. Contudo, a taxa de inflação dos produtos alimentares não transformados voltou a subir em fevereiro pelo terceiro mês consecutivo, fixando-se em 20,09%. É o valor mais elevado em 38 anos. Há nove meses que os preços dos alimentos estão nos dois dígitos.

Esta tendência é, aliás, sinalizada pela Deco que adianta que o cabaz de bens alimentares subiu, na última semana, para 234,84 euros, isto é, um novo recorde desde o início da monitorização (a 5 de janeiro de 2022). Se compararmos com há um ano atrás (a 16 de março de 2022) este cabaz encareceu 43,26 euros, isto é, um aumento de 22,58%. Já se a comparação for feita com o início da guerra na Ucrânia (a 23 de fevereiro de 2022) a diferença é ainda maior: encareceu 51,21 euros, o que representa um aumento de 27,89%.

Mas, afinal, quanto custa confecionar um receita de cozido à portuguesa? O ECO fez uma simulação de uma receita para quatro pessoas (250 gramas de carne e verduras por pessoa) tendo por base os dados fornecidos pela Deco e pela Associação dos Comerciantes de Carne do Concelho de Lisboa e Outros (ACCCLO). Para o efeito foram escolhidos 12 produtos: chouriço de carne, chouriço de sangue, farinheira, lombada de porco, chispe, carne de novilho, couve-coração, arroz carolino, cenoura, batata, feijão manteiga e…, claro, o sal.

Destes produtos, a couve-coração foi o produto que mais encareceu. Se há um ano custava 1,03 euros por quilo (kg), atualmente custa já 2,31 euros/kg. Contas feitas, o preço mais do que duplicou (aumentou cerca de 124%, isto é, 1,28 euros). Segue-se a cenoura, cujo preço passou de 0,79/kg para 1,29/kg (63%), o arroz carolino, que custa agora 2,11 euros/kg contra os anteriores 1,20 euros/kg (76%) e a batata vermelha, que passou de 0,88 euros/kg para 1,31 euros/kg (49%), segundo os dados da Deco.

Por sua vez, se em março de 2022 um quilo de lombada de porco custava 2,77 euros, atualmente já custa 3,78 euros, de acordo com os dados da ACCCLO. Trata-se, portanto, de um aumento de 36% (1,01 euros). Ao mesmo tempo, um quilo de carne de novilho para cozer custava há um ano 6,69 euros, estando atualmente a custar 8,07 euros (aumentou 21%, isto é, 1,38 euros), enquanto uma lata de feijão manteiga custava 1,06 euros e custa agora 1,27 euros (aumentou 20%), segundo a Deco. E para temperar não pode faltar o sal, cujo preço/kg passou de 0,39 euros para 0,46 euros (subiu 18%).

Mas a “essência” deste prato tão típico está mesmo nos enchidos e o no chispe, cujos aumentos são menos significativos. Se em março de 2022 um quilo de farinheira custava 5,78 euros, atualmente custa 6,40 euros (aumentou 11%), ao passo que o chouriço de carne passou de 7,69 euros/kg para 8,30 euros/kg (aumentou 8%). Já o chispe passou de 2,33 euros/kg para 2,49 euros/kg (aumentou 7%) e, por fim, o chouriço de sangue passou de 3,87 euros/kg para 4,06 euros/kg (aumentou 5%), adianta a ACCCLO.

Contas feitas, se há um ano confecionar um cozido à portuguesa para quatro pessoas custava 34,38 euros, atualmente o preço subiu 7,38 euros (cerca de 21%), passando a custar 41,85 euros.

Certo é que a escalada de preços na alimentação tem estado na ordem do dia. O setor do retalho assegura que “não há especulação”, mas o ministro da Economia e do Mar chegou a dizer que existe uma “divergência muito grande em alguns produtos entre os preços de aquisição e de venda ao público”, notando que isso “não é criminoso” mas “é um alerta”. Ainda assim, Costa e Silva manifestou-se contra uma eventual fixação de preços.

Para tentar controlar os preços, o Governo garante que tomará “todas as medidas” necessárias, sendo que o primeiro-ministro anunciou na quinta-feira que para a semana o Executivo vai aprovar novas medidas de apoio às famílias. O anúncio surge na semana em que o ministro das Finanças disse ser necessário recalibrar os apoios para passar a ajudar, sobretudo, os mais vulneráveis. Ainda assim, Fernando Medina já veio afastar a hipótese de, tal como Espanha, eliminar a taxa de IVA em certos produtos, justificando que isso não resolve o problema.

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