Ping An responsável por 23% dos danos de incêndio do Hotel Kimpton

  • ECO Seguros
  • 7 Março 2023

Property & Casualty da Ping An disse ter cobertura de resseguro que reduz exposição a sinistros do incêndio do Hotel Kimpton, com 42 andares, e que ardeu em fase final de contrução, em Hong Kong.

Na sequência do incêndio que devastou o Hotel Kimpton na passada sexta-feira, em Hong Kong, uma unidade do grupo de seguros Ping An admitiu a responsabilidade como seguradora que fornece a cobertura do acidente.

O Hotel Kimpton está segurado por um total de 335,3 milhões de dólares US, disse a Ping An.

A área de Propriedade e Acidentes (P&C) da Ping An disse que, com os acordos de resseguro em vigor, a seguradora é responsável por 23,06% dos sinistros no Hotel Kimpton, num montante máximo de 606,94 milhões de dólares de Hong Kong (HK), 73,32 milhões de dólares dos E.U.A (US). O total vem da seguradora, ao analisar que o imóvel tem uma cobertura total de 2,63 mil milhões dólares HK, 335,3 milhões de dólares US. Os custos globais incluem os 1,82 mil milhões de dólares HK de seguro de “todos os riscos dos empreiteiros” e 800 milhões de dólares de HK de cobertura de responsabilidade civil de terceiros.

O custo máximo de cobertura confirmado é superior à estimativa de um perito no setor dos seguros, que já considerava este o pagamento mais alto da história de Hong Kong. Chan Kin-por estimou que o pedido de indemnização pelo incêndio do Hotel Kimpton poderia ir de 25 milhões de dólares US até 64 milhões de dólares US.

Disposições de resseguro

“A empresa atribuiu grande importância ao incidente e criou um grupo de trabalho especial para acompanhar quaisquer serviços de emergência e de reclamações”, disse um porta-voz da Ping An, em declarações ao jornal South China Morning Post (SCMP).

O porta-voz acrescentou que a área de P&C da Ping An tinha resseguro para o montante do edifício segurado, resultando na cobertura, pela seguradora, de apenas uma fração do avultado custo associado ao fogo. O hotel de 42 andares já estava fase final de construção – 90% – quando se deu o sinistro, o que o habilita a um nível de indemnização elevado.

O pagamento, que poderá alcançar os 500 milhões de dólares HK, como estimado pelas seguradoras, é uma enorme quantia de compensação. Mesmo depois do resseguro, a responsabilidade para a Ping An permanecerá elevada e será uma má notícia para o preço das ações”, disse o especialista em estratégia da Everbright Securities, Kenny Ng Lai-yin.

Embora se espere que os custos do incêndio reduzam as ações do gigante dos seguros chinês, Ng Lai-yin disse que os seus efeitos durarão apenas algumas semanas. O estatuto de Ping An como companhia de seguros líder significa que é considerado normal enfrentar, pontualmente, enormes reclamações, embora aponte que “não é assim tão comum ter um incêndio enorme num arranha-céus”.

“Enquanto a Ping An tiver uma gestão de risco adequada, não haverá impacto negativo a longo prazo para a companhia”, confia Ng Lai-yin.

 

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Banco de Inglaterra emite alerta sobre reformas Solvência II

  • ECO Seguros
  • 7 Março 2023

"Insucesso das seguradoras mais provável sob as regras revistas", adverte Governador do Banco de Inglaterra em carta publicada pelo Comité do Tesouro antes da sessão de prova com supervisor britânico.

“A probabilidade de uma empresa de seguros de vida deter capital suficiente para suportar o nível de stress padrão de solvência será de 99,4%, quando comparado com o nível atual. Um aumento relativo da probabilidade de insucesso de cerca de 20%”, disse o Governador do Banco de Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, numa carta publicada pelo Comité do Tesouro, esta semana.

Na correspondência, Andrew Bailey aponta o aumento da probabilidade de colapso das seguradoras de vida britânicas no âmbito das reformas do Solvência II propostas pelo governo.

O governador do BoE, Andrew Bailey, destacou: “traduzir qualquer aumento da probabilidade de incumprimento em potenciais custos futuros para o Sistema de Compensação de Serviços Financeiros (FSCS) e em fundos públicos tem outros desafios”.

“Pensamos que, durante o período de um ano, é provável que a libertação de capital estimada em 14 mil milhões de libras – ou 14% dos fundos próprios no final de junho de 2022 – possa levar a um aumento na probabilidade anual de fracasso deste setor de aproximadamente 0,1 pontos percentuais”, disse ao deputado Harriett Baldwin, na carta citada pela publicação especializada Insurance Business.

“Significa que, durante um período de um ano, se uma empresa apenas cumprir as normas regulamentares mínimas, a probabilidade de uma empresa de seguros de vida possuir capital suficiente para suportar o nível de stress padrão de solvência será de 99,4%, quando comparado com o nível atual – um aumento relativo da probabilidade de insucesso de cerca de 20%”.

Segundo as alterações propostas, a margem de risco – que, como o Andrew Bailey resumiu, representa uma estimativa do custo da transferência das responsabilidades de uma seguradora para terceiros em caso de incumprimento – para as seguradoras do ramo vida seria reduzida em 65%.

O governador do BoE destacou: “traduzir qualquer aumento da probabilidade de incumprimento em potenciais custos futuros para o Sistema de Compensação de Serviços Financeiros (FSCS) e fundos públicos tem outros desafios. Em primeiro lugar, a falha de uma seguradora de grande dimensão resultaria provavelmente no pagamento de indemnizações aos segurados elegíveis através do FSCS. Os custos de financiamento destes pagamentos de compensação deveriam ser suportados, pelo menos em parte, pelo aumento das taxas FSCS sobre as companhias de seguros sobreviventes nos anos subsequentes”.

A carta de Andrew Bailey foi tornada pública pelo Comité do Tesouro antes da sessão de prova das 10h00 desta terça-feira, que contará com a presença do chefe executivo da Autoridade de Regulação Prudencial (PRA), Sam Woods.

“Na sessão, é provável que os deputados discutam as reformas propostas pelo governo à Solvência II, bem como as alterações aos regulamentos dos serviços financeiros, incluindo o regime de ring-fencing, que separa os serviços bancários de retalho de uma empresa do resto dos seus negócios, e o regime de gestores de topo, através do qual os reguladores responsabilizam os gestores de topo individuais”, observou o Comité do Tesouro na publicação online.

“O governo está também a propor que seja atribuído aos reguladores um novo objetivo secundário para promover ‘o crescimento e a competitividade’. É provável que se procure obter a opinião de testemunhas sobre a forma como isto irá alterar o funcionamento da ARP e se a regulamentação financeira atualmente restringe o crescimento do Reino Unido”.

 

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Corretora francesa SantéVet quer entrar no mercado pet em Portugal

  • ECO Seguros
  • 7 Março 2023

Especializada em seguros para animais de estimação, a corretora SantéVet afirma ter 50% do mercado francês e tem Portugal na sua mira de expansão. Segura cães, gatos, furões, coelhos e papagaios.

A SantéVet, marca da corretora Vetassur, baseada em Lyon, acabou de inaugurar uma sucursal em Milão, Itália, e tem agora na mira entrar em Portugal, Áustria Polónia e Países Baixos. Depois de França, onde começou em 2003, a expansão aconteceu para a Bélgica, Espanha, e Alemanha. Já está registada na ASF em Portugal em regime de livre prestação de serviços (LPS).

Com olhos em Portugal está, à esquerda, Hugues Salord, diretor geral da SantéVet, que substituiu o seu irmão Jérôme, fundador da empresa, durante o ano passado.

Colocando os seguros nas companhias francesas Allianz IARD e L’Equité, a SantéVet tem 300 mil apólices ativas, 450 empregados e 100 milhões de prémios emitidos. Conseguiu 21 milhões de receitas de comissões em 2021 – registando crescimento de dois dígitos nos últimos quatro anos – obtendo 9,6 milhões de euros de lucro líquido na operação francesa, que representa 85% do negócio. No entanto, a corretora pretende obter 40% das suas receitas fora de França até 2025.

Para a expansão refinanciou-se em 150 milhões de euros junto da Columna Capital, fundo de investimento que detém a maioria do capital desde 2017. Hugues Salord é diretor geral da SantéVet, tendo substituído o seu irmão Jérôme, fundador da empresa, durante o ano passado.

A SantéVet vende seguros para cães, gatos e aposta nos chamados novos animais de companhia como coelhos, furões, porquinhos-da-índia ou mesmo papagaios. Ainda nas inovações pretende lançar em França o agendamento de consultas online, crédito para donos de animais de estimação sem seguro, guarda de animais e telemedicina.

O potencial de crescimento do mercado tem sido o motor da SantéVet. Segundo a empresa, o mercado francês tem um potencial de crescer para 3 mil milhões quando 70% dos animais de estimação estiverem cobertos por seguros, tal como acontece na Suécia. Em Itália, onde abriram a nova sucursal. Apenas 12% dos 60 milhões de pets estão segurados.

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ASF desvenda o perfil ideal para os gestores de seguros e fundos de pensões

É preciso ser qualificado, idóneo, disponível e independente para poder gerir empresas de seguros. Está agora regulado o que significam essas competências de fit & proper para o supervisor.

Obter transparência e consistência na avaliação dos administradores e gestores de topos das empresas de seguros e fundos de pensões foram os principais objetivos da Circular Orientações da ASF Relativas à Avaliação e Registo Prévio para o Exercício de Funções Reguladas, emitida pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e agora publicada.

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, uniformizou critérios de avaliação para decidir quem tem passado e presente para ser gestor principal de uma companhia de seguros ou de uma gestora de fundos de pensões.Hugo Amaral/ECO

Administradores, diretores de primeira linha, membros de órgãos de fiscalização das empresas de seguros nacionais e estrangeiras a operar em Portugal e responsáveis por funções-chave das seguradoras e gestoras de fundos de pensões, são obrigados a registo prévio na ASF, e têm de ter os seus nomes aprovados de acordo com os seus méritos específicos para exercerem a atividade.

Como a avaliação da sua qualificação, idoneidade, disponibilidade e independência é fundamental para os seus nomes serem aprovados, a ASF produziu este documento que estabelece os critérios a serem seguidos internamente por quem avalia e pelas empresas de seguros para que façam o trabalho prévio e proponham dirigentes que não colidam com o perfil exigido.

O Supervisor salienta que as orientações agora divulgadas consideraram o quadro legal e regulamentar vigente nacional e o de Direito da União Europeia, bem como um conjunto alargado de outras orientações, guias e manuais de recomendações e boas práticas em matéria de supervisão do sistema de governação, não só do setor segurador, como de outras entidades financeiras.

O que é um gestor qualificado, idóneo, disponível e independente

A Qualificação é especialmente relevada, no que toca aos conhecimentos teóricos, a posse de habilitações em certos setores mais ligados às atividades típicas das entidades supervisionadas, como o dos seguros, financeiro, economia, gestão, contabilidade, Direito, matemática, ciências atuariais ou estatística.

Quanto a experiência prática, a ASF valoriza cargos ou funções que a pessoa tenha desempenhado em entidades da mesma natureza ou envolvendo responsabilidades semelhantes. Os fatores avaliados incluem: o tipo de cargos ou funções anteriores, a respetiva duração e as entidades envolvidas.

Para o supervisor os traços de um padrão comportamental idóneo de um gestor de seguros ou de fundos de pensões são a capacidade a de contribuir para uma gestão sã e prudente, de decidir de forma ponderada e criteriosa dentro de critérios de racionalidade, de cumprir pontualmente as suas obrigações e de agir de modo compatível com a preservação da confiança do mercado.

Quem tem processos legais pode ser gestor? Pode, mas…

Para a ASF é valorada, para a análise de idoneidade de um gestor, uma simples “acusação” na qual estarão reunidos e desenvolvidos os indícios determinantes de processos, de natureza judicial, administrativa ou disciplinar, em curso. O legislador entendeu que este é um facto que tem obrigatoriamente de ser considerado na avaliação de idoneidade.

No entanto, a acusação não assume, pela sua natureza, uma gravidade semelhante à de uma “condenação”, e esta, por seu turno, à de uma condenação transitada em julgado, ou a outras circunstâncias confirmadas ou irreversíveis, com maior peso valorativo.

Pelo contrário, o facto de um processo judicial, administrativo ou disciplinar, findar com uma decisão favorável ao avaliado, não implica que a ASF conclua pela sua idoneidade, dada a prevalência do mérito sobre o tratamento processual. O supervisor terá de perceber o que motivou a decisão favorável, se um juízo efetivo sobre a ilicitude ou a culpa, ou se pormenores de cariz exclusivamente processual ou formais, como a desistência ou a transação.

Para efeitos da avaliação da idoneidade, e segundo as diferentes circunstâncias relevantes, as entidades supervisionadas e a ASF podem servir-se de fatores:

  • agravantes: natureza da infração – em especial com a conexão aos mercados financeiros -, a sua ligação ao desempenho de funções reguladas ou de especial confiança – como é o caso de funções de administração -, a reincidência, a culpa especialmente grave – dolo -, a recusa do avaliado em prestar esclarecimentos ou fornecer elementos que lhe sejam solicitados e, de um modo geral, a postura de não cooperação;
  • atenuantes: o caráter não definitivo da sanção – se ainda admite recurso -, a limitação dos efeitos da infração – não atinge diretamente o exercício de funções reguladas ou de especial confiança -, o seu caráter isolado ou antiguidade – período de tempo decorrido desde a última infração, que pode levar, inclusive, à prescrição da responsabilidade -, a culpa reduzida -negligência -, o comportamento colaborante ou outras evidências de reabilitação do avaliado -como a assunção da responsabilidade -, a adoção de medidas de restauração do dano ou a cooperação com autoridades judiciais ou administrativas.

A disponibilidade traduz-se, num primeiro nível, na capacidade de o avaliado assumir uma determinada função, por não existir risco grave de conflito de interesses face às funções já desempenhadas. Num segundo nível, se essa acumulação, permite dedicar-lhe tempo suficiente.

Ser identificado um risco de conflito de interesses não significa que o avaliado não possa ser registado para o exercício da função. Tal apenas sucederá se o risco for considerado “material” e se não for possível preveni-lo ou mitigá-lo.

Quanto à disponibilidade de tempo, esta pressupõe uma avaliação quantitativa, através da avaliação do número de cargos ou funções desempenhadas, para se julgar se a pessoa pode dedicar o mínimo de tempo razoável ao exercício da função objeto de registo. Também é realizada uma avaliação qualitativa da disponibilidade de tempo estimada, tendo em vista apurar se a mesma se coaduna com as exigências concretas da função objeto de registo e de acordo com as características da entidade.

Uma referência da ASF quanto à carga de funções de gestão acumuladas indica que, no total, o trabalho de um gestor não deve exceder uma média de 60 horas semanais

Não existe uma limitação legal do número de cargos ou funções que uma mesma pessoa pode acumular. São as entidades supervisionadas que têm de, caso a caso, assegurar que a pessoa é capaz de disponibilizar tempo suficiente a um correto exercício da função e ao cumprimento de todas as responsabilidades inerentes, o que implica que conheça o seu negócio, estratégia, riscos e procedimentos e que, se necessário, reforce a disponibilidade em períodos específicos, de crise ou de intensificação da atividade como por exemplo, em cenários de fusões, aquisições ou reestruturações. Outra referência da ASF à carga de funções acumuladas indica que, no total, o trabalho de um gestor não deve exceder uma média de 60 horas semanais.

A independência exprime a capacidade de o avaliado exercer as suas funções com isenção, não estando sujeito à intervenção, pressão ou influência de terceiros. É relevante a pesquisa ou declaração de existência de laços pessoais, profissionais e ou económicos.

Contudo, a existência de fatores prejudiciais da independência de um determinado membro do órgão de administração de uma entidade supervisionada não é impeditivo do seu registo. A decisão final da ASF atenderá, sobretudo, à explicação dada pela entidade, que suporte que a capacidade de atuação isenta do avaliado não se encontra significativamente comprometida, aliada ao seu percurso profissional e aos traços comportamentais evidenciados ou conhecidos, em especial se a pessoa forma opiniões próprias, é capaz de resistir à mentalidade de grupo, é ativa na forma como exerce as suas funções e se não existem indícios ou situações passadas que sugiram o contrário.

O que pretendeu a ASF com esta circular

O supervisor decidiu tipificar estas orientações, destinando-as um público-alvo interno, a própria ASF, e externo que são os operadores ou entidades supervisionadas, com o objetivo de :

  • melhorar a avaliação, pela ASF, da adequação das pessoas propostas para o exercício de funções reguladas;
  • uniformizar as avaliações, quer as realizadas pela ASF – avaliações de segunda linha -, quer as realizadas pelas entidades supervisionadas – avaliações de primeira linha;
  • aumentar a disciplina das entidades supervisionadas, previamente à apresentação de um requerimento de registo prévio, evitando que este venha incorretamente instruído ou que sejam apresentados a registo candidatos que não preenchem os requisitos de adequação aplicáveis;
  • remediar fragilidades procedimentais e práticas que a ASF tem vindo a identificar;
  • tornar mais transparente a atuação da ASF, quanto às regras e princípios em que se baseia esta atuação e aos entendimentos internos adotados;
  • reforçar a aplicação do princípio da proporcionalidade, através de uma abordagem de supervisão consistente, isto é, com requisitos e exigências similares para entidades com natureza, dimensão e complexidade de riscos semelhantes;
  • reforçar o sistema de governação, garantindo que as entidades supervisionadas são dotadas de recursos humanos adequados a uma gestão sã, prudente e profissional.

Obrigações abrangem centenas de gestores de seguros e pensões

Para as empresas de seguros ou de resseguros com sede em Portugal, devem ser avaliados os membros do órgão de administração e outras pessoas que dirijam efetivamente a empresa, os membros do órgão de fiscalização, o revisor oficial de contas (ROC) a quem compete a certificação legal de contas da empresa e os diretores de topo, os que constituem a primeira linha hierárquica da empresa.

Devem ainda ser previamente analisados o atuário responsável, os responsáveis por funções-chave, incluindo, obrigatoriamente, a Gestão de Riscos, Verificação do Cumprimento (compliance), Auditoria Interna e Atuarial. As empresas ou a ASF podem ainda identificar outras funções-chave como Encarregado de Proteção de Dados (DPO) e a pessoa responsável pela aplicação das políticas e procedimentos de adequação dos membros do órgão de administração responsáveis pela atividade de distribuição de seguros e de resseguros.

Para as Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões (SGFP), com sede em Portugal, são verificados os membros do órgão de administração e outras pessoas que dirijam efetivamente a empresa, os membros do órgão de fiscalização e o revisor oficial de contas. São ainda objeto de análise os responsáveis pelas funções-chave de gestão de riscos, de verificação do cumprimento e de auditoria interna, podendo as sociedades ou a ASF identificar outras funções-chave, tal como no caso das empresas de seguros ou de resseguros.

Para as empresas participantes, incluindo as sociedades gestoras de participações no setor dos seguros, que integrem um grupo supervisionado pela ASF, são analisados os membros do órgão de administração e outras pessoas que dirijam efetivamente a empresa, os membros do órgão de fiscalização, quando exista, o ROC e o atuário responsável.

As sucursais de empresas de seguros ou de resseguros com sede em Portugal apenas precisam de ver aprovado o nome do seu mandatário geral. Já as mesmas empresas com sede num país terceiro à União Europeia necessitam de fazer aprovar o mandatário geral e o seu substituto, o ROC, os diretores de topo, os responsáveis por funções-chave e o atuário responsável.

Veja na íntegra esta Circular N.º 2/2023 Orientações da ASF Relativas à Avaliação e Registo Prévio para o Exercício de Funções Reguladas aqui .

 

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Marcelo admite nova recandidatura de Ana Gomes a presidente

  • Lusa
  • 7 Março 2023

"Tivemos ali uma candidata, e quem sabe se ela não será a próxima Presidente da República Portuguesa. Quem sabe, daqui a dois anos e dez meses", disse o presidente apontando a Ana Gomes.

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta terça-feira esperar que Portugal venha a ter uma mulher Presidente da República, e admitiu que a primeira possa ser Ana Gomes, sua ex-adversária nas presidenciais de 2021.

Marcelo Rebelo de Sousa falava em inglês, na sessão de encerramento de um seminário sobre mulheres na diplomacia e globalização, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, num discurso em que considerou que ainda há muita misoginia em Portugal. “Em quase 49 anos de democracia em Portugal, nunca tivemos uma mulher Presidente”, assinalou.

Em seguida, referindo-se à diplomata Ana Gomes, que estava na assistência, e às presidenciais de 2026, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: “Tivemos ali uma candidata, e quem sabe se ela não será a próxima Presidente da República Portuguesa. Quem sabe, daqui a dois anos e dez meses”. “É algo que todos esperamos que mude em breve”, afirmou.

A este propósito, o Presidente da República mencionou que Portugal foi “um dos poucos países europeus com rainhas, isso era muito raro na Europa, e algumas delas realmente excecionais”. Marcelo Rebelo de Sousa realçou que desde o 25 de Abril de 1974 Portugal teve “só uma ministra dos Negócios Estrangeiros, Teresa Gouveia, em 2003, 2004, só uma“, e lamentou que as mulheres sejam apenas “cerca de um terço” do atual corpo diplomático português.

“Ainda mais preocupante, e isso são as más notícias do ano passado: os últimos números de candidatos selecionados para a carreira diplomática mostram uma redução da presença de mulheres”, apontou, questionando: “Porquê tão poucas mulheres selecionadas?”.

Marcelo Rebelo de Sousa apelou a estudantes e diplomatas para que “não se contentem com o que já foi atingido em termos de igualdade de género” e elegeu a luta pelos direitos e por um papel ativo das mulheres em Portugal como “um imperativo não apenas para o poder político mas também para a sociedade civil”.

“Nós em Portugal ainda somos muito, muito misóginos em tantos casos”, considerou, defendendo que há “barreiras por quebrar” e “muito por fazer” nesta matéria. Este seminário realizou-se na véspera do Dia Internacional da Mulher, que se celebra em 08 de março.

Ana Gomes, militante socialista, antiga embaixadora em Jacarta, foi candidata às presidenciais de 2021 sem apoio do PS, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa obteve 60,67% dos votos expressos nessas eleições. Ana Gomes, que apenas recebeu do seu partido uma saudação à sua candidatura, ficou em segundo, com 12,96%.

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Petição em defesa do Aeroporto de Beja vai ser entregue ao presidente da AR

  • Lusa
  • 7 Março 2023

Petição em defesa do Aeroporto de Beja e da criação de acessibilidades à infraestrutura, com mais de 3.000 assinaturas, vai ser entregue ao gabinete do presidente da Assembleia da República.

Uma petição em defesa do Aeroporto de Beja e da criação de acessibilidades à infraestrutura, com mais de 3.000 assinaturas, vai ser entregue ao gabinete do presidente da Assembleia da República, na segunda-feira, pela plataforma cidadã promotora.

Fonte da comissão dinamizadora da Plataforma Sim ao Aeroporto Internacional de Beja explicou à agência Lusa que a entrega da petição pública ao gabinete do presidente da Assembleia da República (AR), Augusto Santos Silva, vai ser feita às 15h00, no parlamento, em Lisboa.

Em comunicado, a plataforma indicou que a petição, intitulada “SIM! O Aeroporto de Beja é parte da solução“, vai ser entregue “com mais de 3.000 das cerca de 3.400 assinaturas já disponíveis”. Além disso, a delegação vai entregar “um dossier digital com um amplo conjunto de documentação que justifica e sustenta” a petição, lê-se no comunicado.

“Trata-se de uma decisão cujo objetivo é antecipar ao máximo todo o processo subsequente à entrega das petições”, disse a entidade promotora.

A plataforma pretende que a petição pública “possa ser levada a plenário [da AR] o mais rápido possível e que este possa decidir a comissão permanente que lhe deverá dar seguimento, a qual, em princípio deverá ser 6.ª”, ou seja, a de “Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, presidida pelo deputado Afonso Oliveira, do grupo parlamentar do PSD”, acrescentou.

Com esta “antecipação”, os representantes da Plataforma Cidadã Sim ao Aeroporto Internacional de Beja visam garantir a sua audição pela comissão parlamentar “no mais curto espaço de tempo“, admitiu o movimento cidadão.

Apesar da “entrega imediata da petição”, tal “não implica” a paragem da recolha de assinaturas, alertou à Lusa a mesma fonte da comissão dinamizadora da plataforma.

A recolha de assinaturas vai prosseguir “até 30 dias” após a petição dar entrada na comissão parlamentar.

A plataforma cidadã lembrou que, a 26 de janeiro, a AR aprovou uma resolução, sem votos contra, em que é recomendado ao Governo que “valorize o Aeroporto de Beja no âmbito do sistema aeroportuário nacional, aproveitando todos os seus recursos e potencialidades”, para que este seja “promotor da fixação de população e da indústria na região“.

Na recomendação, publicada em Diário da República a 9 de fevereiro, é sugerido, no caso da ferrovia, a modernização e eletrificação de toda a Linha do Alentejo, “na ligação entre Casa Branca-Ourique/Funcheira, incluindo o estudo da ligação ao Aeroporto de Beja“. Na rodovia, é defendida a construção do Itinerário Principal 8 (IP8), “com duas vias e sem portagens entre Sines e a A2 [Autoestrada do Sul]”.

A plataforma cidadã criticou ainda o facto de “o troço Beja-Ourique e a variante ao aeroporto continuarem a não estar considerados para financiamento” no Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030) ou no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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PSD sempre defendeu privatização da TAP e PS é que tem “política errática”

  • Lusa
  • 7 Março 2023

"O PSD é a favor da privatização da TAP", diz Montenegro, que acusa o primeiro-ministro de "uma inversão completa" de posição.

O presidente do PSD afirmou esta terça-feira que o partido sempre defendeu a privatização da TAP e acusou António Costa de ter tido “uma política errática e de ziguezagues”, que custou aos contribuintes 3,2 mil milhões de euros.

“O dr. António Costa creio que perdeu a noção do ridículo. Desde sempre defendi a privatização da TAP, estive ao lado do Governo em 2015 quando ela foi decidida, estive contra a renacionalização que dr. António Costa fez 2016 e não acompanho os termos na nacionalização a 100% em 2020″, disse Montenegro, no final de um debate sobre “Mulheres e o Mercado de Trabalho”, Luís Montenegro quando questionado sobre as críticas feitas horas antes pelo primeiro-ministro.

Numa iniciativa no Seixal, António Costa foi confrontado com declarações proferidas pelo vice-presidente da bancada do PSD Paulo Rios de Oliveira, na rádio Observador, de que a TAP não deve ser privatizada “neste momento”. “Sou absolutamente incapaz de comentar as posições do PSD sobre a TAP tal a volatilidade das posições do PSD sobre a TAP”, reagiu o primeiro-ministro.

Confrontado com estas declarações, Montenegro afirmou que “não foi isso que o deputado disse”, e reafirmou a posição do PSD sobre a matéria: “O PSD é a favor da privatização da TAP”. Para Montenegro, foi António Costa que fez “uma inversão completa” de posição, ao defender agora a privatização que reverteu.

“O dr. António Costa anda efetivamente muito desnorteado na condução do Governo e nas declarações que profere (…) A politica de António Costa em sete anos foi errática, andou aos ziguezagues e com os ziguezagues fez gastar aos portugueses 3, 2 mil milhões de euros”, disse. No entanto, questionado se a demissão da CEO e do chairman da TAP, anunciados na segunda-feira pelo Governo, pode prejudicar a privatização da companhia aérea, o líder do PSD admitiu essa possibilidade.

“Não sei responder a isso. Do ponto de vista teórico, toda a instabilidade que a empresa possa viver não será muito favorável a um processo de privatização, mas eu não sei se isso implica ou não uma diminuição do valor da companhia”, afirmou.

Na rádio Observador, Paulo Rios de Oliveira foi questionado se o PSD entende que a TAP não deve ser privatizada agora: “Neste momento, não. Cada português meteu na TAP 320 euros, nunca mais o vai ver, convinha vendê-la em melhores condições”, respondeu o ‘vice’ da bancada social-democrata.

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CTT contrata financiamento de 35 milhões para objetivos sustentáveis

  • ECO
  • 7 Março 2023

Correios portugueses apostam em financiamento que será concedido mediante redução de emissões carbónicas até 2025 de pelo menos 30% das emissões relativas a 2013.

Os CTT contrataram um financiamento de 35 milhões de euros em papel comercial ligado a objetivos de sustentabilidade. Os Correios negociaram esta operação junto dos bancos Novobanco e BBVA-Portugal, refere o comunicado divulgado junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nesta terça-feira.

Para obter as linhas de financiamento, os CTT têm de reduzir as emissões carbónicas na sua atividade, até 2025, em pelo menos 30% face aos registos de 2013, refere o documento. Para isso, até 2025, metade da frota de veículos de última milha será sem emissões; até 2030, será a totalidade do parque automóvel nesta modalidade, para cumprir o objetivo de neutralidade carbónica.

“Com estas operações, os CTT consolidam a ligação entre o seu custo de financiamento e o seu desempenho ao nível da sustentabilidade, reforçando e demonstrando a sua relevância estratégica e o compromisso de atingirem metas ambiciosas de liderança no que se refere a indicadores ESG (Environment, Social and Governance)”, conclui o documento.

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Pharol agrava prejuízo para 2,5 milhões em 2022

  • Lusa
  • 7 Março 2023

Para este resultado contribuíram os custos operacionais recorrentes (2,2 milhões de euros) e a contabilização pelo justo valor de ativos financeiros de tesouraria (310.000 euros).

A Pharol registou um prejuízo de 2,5 milhões de euros em 2022, quando, no ano anterior, tinha verificado um resultado líquido negativo de 2,3 milhões de euros, foi comunicado ao mercado.

“O resultado líquido da Pharol, em 2022, foi negativo em 2,5 milhões de euros”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Para este resultado contribuíram os custos operacionais recorrentes (2,2 milhões de euros) e a contabilização pelo justo valor de ativos financeiros de tesouraria (310.000 euros). Em 2021, a empresa tinha verificado um prejuízo de 2,3 milhões de euros.

No período em análise, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da empresa foi negativo em 2,17 milhões de euros, quando no ano anterior tinha sido de menos 2,41 milhões de euros. Por sua vez, os custos operacionais consolidados fixaram-se em 2,17 milhões de euros, valor que compara com os 2,41 milhões de euros de 2021.

Os resultados antes de impostos em 2022 foram negativos em 2,48 milhões de euros e, no ano anterior, tinham sido de menos 2,33 milhões de euros, “resultado do efeito conjugado das perdas nas carteiras de investimentos efetuados a partir de agosto de 2022 e da inferior receita de reembolsos da Autoridade Tributária” relativos ao exercício anterior.

No final de 2022, o capital próprio da empresa ascendia a 69,3 milhões de euros, quando no período homólogo tinha sido de 91,94 milhões de euros. “Diversos fatores condicionaram o ritmo de recuperação económica em 2022 […]. Num ambiente de fortes incertezas e dimensões em que a sua atividade se desenrola, uma das prioridades da Pharol continuará a ser a manutenção da tendência de redução de custos, alcançada uma vez mais em 2022”, afirmou, citado no mesmo comunicado, o presidente da empresa, Luís Palha da Silva.

Na sessão da bolsa, as ações da Pharol desceram 1,40% para quase 0,06 euros.

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Ucrânia: Pelo menos 12 jornalistas mortos em 2022

  • Lusa
  • 7 Março 2023

Pelo menos 12 profissionais dos media foram mortos no desempenho das suas funções durante o ano passado e no contexto da invasão russa da Ucrânia.

Pelo menos 12 profissionais dos media foram mortos no desempenho das suas funções durante o ano passado e no contexto da invasão russa da Ucrânia, avança o Conselho da Europa, num relatório hoje divulgado.

Segundo o documento, intitulado “A guerra na Europa e a luta pelo direito de informar”, também foram registados, no mesmo período, 21 jornalistas feridos enquanto trabalhavam.

A análise, realizada pelas organizações parceiras da Plataforma do Conselho da Europa para a promoção, proteção do jornalismo e segurança dos jornalistas, refere que a guerra na Ucrânia tem decorrido “num contexto de degradação continuada” da liberdade de imprensa em toda a Europa e alerta para um “aumento significativo do número de jornalistas detidos”.

Durante o ano de 2022, a plataforma publicou 289 alertas sobre graves ameaças ou ataques à liberdade de imprensa em 37 Estados, denunciando casos de jornalistas assassinados, presos, agredidos, ameaçados e submetidos a campanhas de difamação.

Este número inclui alertas relativos à Rússia, já que as organizações parceiras decidiram continuar a monitorizar o estado da liberdade de imprensa e os ataques contra jornalistas naquele país mesmo depois da sua expulsão do Conselho da Europa, em março do ano passado, acrescentou o relatório hoje conhecido.

Temos vindo a assistir a um aumento preocupante de ataques e ameaças contra jornalistas no último ano”, admitiu a secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic Buric, citada no relatório.

Segundo Marija Pejcinovic Buric, ao longo de 2022 “muitos jornalistas demonstraram coragem” e outros “pagaram com a vida pelo direito de dar notícias após a agressão da Rússia à Ucrânia“, iniciada em 24 de fevereiro do ano passado.

“O facto de muitos desses ataques ficarem impunes constitui uma ameaça aos alicerces das nossas sociedades“, alertou a responsável, apelando aos Estados-membros do Conselho da Europa para que “levem esta questão a sério” e “respeitem plenamente os direitos dos jornalistas, garantam a sua segurança, protejam as suas fontes e evitem a censura e outras formas de interferência no seu trabalho”.

Relativamente à situação fora do cenário da guerra na Ucrânia, a plataforma concluiu que as detenções arbitrárias e de jornalistas se tornaram comuns na Europa.

Apesar de ter registado menos alertas sobre ameaças e ataques em manifestações contra as restrições ligadas à pandemia de covid-19 (em comparação ao ano anterior), o Conselho da Europa lamenta o número de jornalistas detidos por fazerem o seu trabalho.

Em 31 de dezembro de 2022, 127 jornalistas e profissionais de comunicação social estavam detidos, incluindo 95 com alertas ativos na plataforma (o que representa um aumento de 60% em relação a 31 de dezembro de 2021) e 32 profissionais na Bielorrússia, cujos alertas ainda não tinham sido publicados”, apontou a organização.

Durante o ano passado, a plataforma registou 74 alertas relativos a ataques à integridade física de jornalistas, o que representa mais de um quarto do total de alertas, adiantou o relatório hoje divulgado.

Além disso, os parceiros que monitorizam a situação na Europa registaram 41 alertas de detenções e prisões de jornalistas (14% do total de alertas), 94 de casos de assédio e intimidação (32%) e 80 relativos a outros atos que ameaçam a liberdade de imprensa (28%).

A plataforma foi criada pelo Conselho da Europa em 2015, em cooperação com organizações não-governamentais (ONG) ligadas à liberdade de expressão e com associações de jornalistas.

O Conselho da Europa foi criado em 1949 para defender os Direitos Humanos, a Democracia e o Estado de Direito e integra atualmente 46 Estados-membros, incluindo todos os países que compõem a União Europeia (UE).

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REN propõe Shi Houyun e Qu Yang para administradores

  • Lusa
  • 7 Março 2023

Os nomes serão agora submetidos à ratificação dos acionistas na próxima Assembleia Geral Anual.

O Conselho de Administração da REN – Redes Energéticas Nacionais vai propor aos acionistas a nomeação de Shi Houyun e Qu Yang para o cargo de administradores, em substituição de Mengrong Cheng e Li Lequan, segundo comunicação enviada esta terça-feira ao mercado.

No comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a REN deu conta de ter recebido, em 01 de março, “a carta de renúncia de Li Lequan ao cargo de vogal do Conselho de Administração”.

“Mais se informa que, na reunião de dia 07 de março, o Conselho de Administração deliberou cooptar para o cargo de administradores da REN até ao final do mandato em curso Shi Houyun, em substituição de Mengrong Cheng e Qu Yang, em substituição de Li Lequan”, adiantou a gestora dos sistemas elétricos e de gás natural.

Estes nomes serão submetidos à ratificação dos acionistas na próxima Assembleia Geral anual. A REN tem como principal acionista a energética chinesa State Grid, que detém 25% do capital da empresa.

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Empresas de água e luz já sinalizam casas vazias aos municípios todos os anos. Mas não resolve problema dos devolutos

Empresas de telecomunicações, gás, eletricidade e água enviam obrigatoriamente aos municípios, até ao dia 1 de outubro de cada ano, listas de casas devolutas desde 2019. Receita de IMI é das câmaras.

As empresas eletricidade e água já enviam obrigatoriamente aos municípios, até ao dia 1 de outubro de cada ano, uma lista atualizada da ausência de contratos de fornecimento ou de consumos baixos. Esta medida que volta a estar inscrita no pacote “Mais Habitação”, apresentado pelo Governo a 16 de fevereiro, não tem, no entanto, posto fim à existência de prédios devolutos.

“As empresas de telecomunicações, gás, eletricidade e água enviam obrigatoriamente aos municípios, até ao dia 1 de outubro de cada ano, uma lista atualizada da ausência de contratos de fornecimento ou de consumos baixos, por cada prédio urbano ou fração autónoma, através de comunicação eletrónica ou outro suporte informático”, lê-se no decreto-lei de 2019 que procede ao agravamento do imposto municipal sobre imóveis relativamente a prédios devolutos em zonas de pressão urbanística, em 12 vezes o valor da taxa de IMI. Uma receita que é das câmaras municipais.

Sendo que por “consumos baixos de água e eletricidade”, a lei entende “consumos cuja faturação relativa não exceda, em cada ano, consumos superiores a 7m3, para a água, e de 35 kWh, para a eletricidade”.

A E-Redes fornece anualmente a cada município de Portugal continental, uma lista atualizada de instalações de consumo que se encontram ligadas à rede em que se verifique a ausência de contratos de fornecimento ou de baixos consumos, ou seja, cuja faturação não exceda os valores anuais de 35 kWh”, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa. No entanto, não avança qual a dimensão desta lista porque “não é informação publicamente disponível”.

Um procedimento seguido também pela Epal. “A Epal só tem clientes domésticos em Lisboa e enviamos sempre a informação que nos é solicitada, anualmente, pelo município”, disse ao ECO fonte oficial.

Os dados enviados pelas empresas de serviços têm depois de ser objeto de uma análise mais fina por parte das autarquias, porque os consumos baixos podem não corresponder sempre a casas devolutas.

Mas, segundo o presidente da Câmara de Lisboa, a autarquia não tem capacidade para analisar as listas de ausências de consumos ou consumos baixos. “É totalmente irrealista”, disse Carlos Moedas. “A câmara não tem pessoas que possam estar no dia-a-dia a fazer um trabalho de investigação. Imagine o que é toda a informação que virá em relação a faturas de água, eletricidade, para depois a câmara ir dizer se a fração está devoluta”, disse à margem de um evento na segunda-feira. Uma informação que, no entanto, a câmara já recebe.

Lisboa tem presentemente cerca de dois mil imóveis devolutos, avançou esta terça-feira Carlos Moedas.

A ideia de obrigar as empresas de serviços a fazer essa comunicação foi legislada em 2016, mas o fornecimento da informação foi esbarrando na falta de definição legal do que era um “consumo baixo”. Uma definição que apenas surgiu no Decreto-Lei n.º 67/2019. No entanto, foi o Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU) de 2006 (quando Eduardo Cabrita era secretário de Estado com a tutela da habitação) que definia ser um “indício de desocupação a inexistência de contratos em vigor com prestadores de serviços públicos essenciais, ou de faturação relativa a consumos de água, eletricidade, gás e telecomunicações”.

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