Novos estatutos das CCDR prontos para serem aprovados “se ainda for oportuno”

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

Diploma com novos estatutos das comissões de coordenação regional, que prevê a reorganização dos serviços, está numa fase final e poderá ser aprovado este mês, diz Ana Abrunhosa

“Estamos numa fase final de circulação entre gabinetes da portaria que prevê os novos estatutos para a CCDR [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e a reorganização dos serviços nas regiões. […] Se ainda for oportuno, ainda durante este mês continuaremos, portanto, como já disse, a nossa intenção de aprovar os novos estatutos das CCDR, que já estão acabados, estão em circulação entre ministérios”, afirmou a ministra da Coesão Territorial.

Ana Abrunhosa foi esta quarta-feira ao parlamento defender a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), no dia seguinte à demissão do primeiro-ministro, António Costa.

As CCDR são, desde junho, institutos públicos de regime especial integrados na administração indireta do Estado e com personalidade jurídica própria, dotados de autonomia administrativa, financeira e patrimonial.

Se ainda for oportuno, ainda durante este mês continuaremos, portanto, como já disse, a nossa intenção de aprovar os novos estatutos das CCDR, que já estão acabados, estão em circulação entre ministérios.

Ana Abrunhosa

Ministra da Coesão Territorial

Esta reforma prevê novos estatutos para as CCDR, com inúmeras alterações, sobretudo do ponto de vista de reorganização dos serviços e de integração de recursos humanos.

Ana Abrunhosa destacou que a previsão do Governo era integrar nas CCDR, no primeiro trimestre de 2024, cerca de 2.000 trabalhadores que provêm de entidades regionais. Previa-se, assim, “um aumento de cerca de 159% face aos trabalhadores das CCDR, que atualmente são 767“. No entanto, “obviamente que é um processo que agora, neste momento, deverá ser politicamente ponderado”, admitiu Ana Abrunhosa.

A ministra destacou ainda que, tal como “tinha sido garantido”, não haverá deslocalização de trabalhadores, nem eliminação de postos de trabalho, mas uma reorganização de serviços, prevista no decreto-lei que já foi aprovado e nas portarias que estão em circulação entre os ministérios. Os documentos incluem “mais de 300 competências face ao que atualmente” as CCDR exercem.

“Estamos neste momento a fazer todos os cálculos. É complexo e, portanto, teremos também todo o gosto em prestar contas na devida altura”, salientou.

As entidades regionais que passariam competências e trabalhadores para as CCDR integram as áreas da Agricultura, Alimentação, Coesão Territorial, Ordenamento do Território, Cultura, Ambiente e Ação Climática, Educação e Economia.

António Costa pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que o chefe do Governo é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio. O Presidente convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.

Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável” e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça “em tudo o que entenda necessário”.

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PS é o único partido a preferir novo governo a eleições antecipadas

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 8 Novembro 2023

Livre não vê "grande ganho" em fechar o Orçamento do Estado, enquanto o PAN quer salvaguardar a conclusão do documento. Bloco pede novas eleições.

Após a demissão do primeiro-ministro, os partidos com assento parlamentar concordam com a dissolução da Assembleia da República e a convocação de novas eleições, com pelo menos o PCP e a Iniciativa Liberal (IL) a apontarem datas no calendário. No entanto, estão divididos no que toca ao Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), sendo o PAN o único a defender que o documento deve ser salvaguardado. Já o PSD garante que não “criará obstáculos” à aprovação do OE, se isso for benéfico para o país. O PS foi o único partido a defender que a solução “preferencial” é não ir às urnas e aponta que o partido tem “soluções” e “nomes alternativos” para assumir o cargo de primeiro-ministro.

O deputado único do Livre, o primeiro a ser ouvido pelo Presidente da República, defende que escolher dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, estas devem ser marcadas “o mais depressa possível”, não havendo “grande ganho” em fechar o OE2024 que está a ser discutido no Parlamento.

“Não interessa ao país que se prolongue uma situação de incerteza”, afirmou Rui Tavares, à saída da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, que durante esta quarta-feira recebe os partidos políticos, na sequência da demissão do primeiro-ministro. Repetindo que “este é o tempo do Presidente da República”, Rui Tavares realçou, em declarações transmitidas pela RTP3, que o Livre “respeita esse tempo e respeitará a decisão” do Chefe de Estado, não fazendo “pedidos, exigências ou pressões”.

No entanto, o deputado adiantou dois cenários possíveis. Para o primeiro, nomeadamente a dissolução do Parlamento e a marcação de eleições antecipadas, considera que “devem ser marcadas o mais depressa possível”; caso seja nomeado um novo primeiro-ministro, dentro da maioria parlamentar do PS, argumenta que Marcelo deve comunicar ao país “com que critérios é que o cenário podia ser outro que não o de eleições antecipadas”.

O Livre está preparado para ambos os cenários“, referiu Rui Tavares, assinalando que os dados indicam que o partido, que atualmente é representado apenas por um deputado, pode “ambicionar ganhar um grupo parlamentar”. Ainda assim, coloca “o interesse do país à frente do interesse partidário”.

Questionado se considera importante que o OE2024 seja aprovado em votação final global antes de Marcelo dissolver o Parlamento, Rui Tavares disse que as negociações orçamentais estão neste momento “completamente esvaziadas”, e não se vai conseguir negociar o documento da maneira que “seria desejável”. “Portanto, desse ponto de vista, protelar à espera de fechar o Orçamento, não nos parece que introduza um grande ganho para o país”, disse.

PAN defende “conclusão do Orçamento do Estado”

Já a porta-voz do PAN defendeu que deve ser “salvaguardada a conclusão do Orçamento do Estado”, adiantando que o Presidente da República partilha dessa preocupação, e manifestou apreensão com a atuação da Justiça no caso envolvendo António Costa.

“A nossa grande preocupação é que, seja qual for a decisão que possa vir a emanar da responsabilidade que agora impende sobre o Presidente da República, é que tenha em primeiro lugar esta preocupação com a conclusão do Orçamento do Estado”, apontou Inês de Sousa Real.

Relativamente ao cenário que vier a ser escolhido pelo chefe de Estado, a deputada do PAN garantiu que o seu partido está preparado “para qualquer circunstância”. Quanto à atuação da Justiça, manifestou preocupação por um primeiro-ministro se ter demitido “por força de uma investigação sem que haja conhecimento dos factos e sem que haja constituição como arguido”.

Eleições “são a melhor solução” para o BE

Por sua vez, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) voltou a apelar à convocação de eleições antecipadas, considerando ser “a melhor solução” para a crise política, mas deixa a decisão nas mãos de Marcelo, bem como os “prazos” para a mesma. “O importante é não arrastar o país para uma crise política que não traz qualquer solução para a vida das pessoas”, reiterou Mariana Mortágua.

Acerca do caso que envolve António Costa, a deputada bloquista salienta que, pela “gravidade das suspeitas”, o Ministério Público deve explicar “as razões que levaram à abertura do inquérito, bem como à sua divulgação”. Além disso, acrescenta, a investigação deve ser “o mais célere possível”.

Mariana Mortágua foi ainda questionada sobre a possibilidade de uma nova geringonça num cenário de novas eleições legislativas, mas a coordenadora do BE deixou esse “debate político para outro momento”.

PCP desvaloriza necessidade de um “Orçamento que é mau”

Acompanhando a posição do Bloco de Esquerda, da dissolução da Assembleia da República e convocação de eleições antecipadas, o secretário-geral do PCP assinalou que o calendário para a realização das mesmas é “muito semelhante” ao de há dois anos, devendo servir como “referência” para a situação atual. Ou seja, Paulo Raimundo defende que as eleições sejam agendadas para o final de janeiro do próximo ano.

Nas declarações aos jornalistas após a audiência com o chefe de Estado, Paulo Raimundo disse, a respeito da discussão do OE2024 no Parlamento, que “aquilo que se exige não é estarmos de volta de um Orçamento que é mau”. Antes deseja, indo para eleições antecipadas, “criar todas as condições para que, na futura Assembleia da República, haja um reforço do PCP e da CDU de maneira a contribuir para um Orçamento bom“.

Sobre a investigação que envolve o primeiro-ministro demissionário, o secretário-geral do PCP apela, à semelhança dos restantes partidos, para que os processos “sejam rapidamente esclarecidos” e “que cheguem a conclusões”. “É importantíssimo para a credibilidade da democracia, do ponto de vista da Justiça e também do ponto de vista político”, sublinhou.

IL aponta eleições para o fim de janeiro

Para a Iniciativa Liberal (IL), a única solução neste momento é a convocatória de eleições, que devem acontecer “mais cedo do que tarde”. “Diria que, o mais possível, a partir de fim de janeiro seria a data certa”, afirmou Rui Rocha, líder do partido, após o encontro com o Presidente da República.

Rui Rocha considera que a demissão de Costa “abre uma oportunidade” para um “novo capítulo na democracia portuguesa, virado para o crescimento, para o progresso social e económico”, perspetivando que “seria melhor que este Orçamento não entrasse em vigor“. Mas, ressalvou, isso não deve constituir “o núcleo da discussão política que o país tem de fazer”.

Questionado sobre uma eventual coligação pré-eleitoral, o deputado da IL disse que a disposição do partido é concorrer às eleições “com listas e propostas autónomas”. “Não temos disponibilidade nesta altura para nenhum tipo de entendimento”, reiterou.

Ventura “sensível” à questão orçamental

Já o presidente do Chega mostrou-se “sensível” à questão orçamental: “Será importante termos aqui um juízo de ponderação, entre a aprovação orçamental ou pelo menos haver um instrumento orçamental e a necessária rapidez que temos de ter para a tomada de posse de um novo Governo”.

Chamando a atenção que o PS tem de realizar um congresso para escolher um novo líder partidário, André Ventura disse que, por isso, as eleições antecipadas deverão ser “entre meados de fevereiro e início de março”.

PSD volta a defender a necessidade de dissolução da Assembleia da República

À saída da reunião com o Chefe de Estado, o presidente do PSD voltou a defender a necessidade de dissolução da Assembleia da República e, consequentemente, de convocar eleições antecipadas, de modo a “iniciar um novo ciclo” e a garantir que “o futuro Governo tem a autoridade política” que apenas “o voto pode garantir”. Para Luís Montenegro é premente um Executivo com “capacidade reformadora, transformadora e com capacidade de diálogo”.

O líder do PSD não se compromete com uma data concreta, mas reitera que é “desejável” que a instabilidade política “se resolva o mais rápido possível”. Com o propósito de “unir o país”, Montenegro sublinha, no entanto, que “o calendário eleitoral deve oferecer ao PS” a possibilidade de escolher um novo líder, mas acredita que no espaço de cerca de dois meses “tudo isso pode acontecer”.

Montenegro deseja ainda que “a situação criada pela demissão do primeiro-ministro” e o facto de “o Governo ter ruído por dentro” tenha o mínimo impacto possível para o país”. Nesse sentido, diz que é “importante” que o Executivo esclareça as “vantagens e vantagens” de o Orçamento do Estado ser aprovado e entrar em vigor a partir de 1 de janeiro, garantindo que o PSD “não criará nenhum obstáculo” se isso for favorável para o país.

Depois de aceitar a demissão do primeiro-ministro, António Costa, na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa marcou as audiências dos partidos políticos para esta quarta-feira e convocou o Conselho de Estado para amanhã, após a qual falará ao país.

Por fim, o PS defendeu que o país não deve ir às urnas e sublinhou ao Presidente da República que o partido tem “soluções que podem dirigir o governo” sendo que “se tratam de pessoas respeitadas e com experiencia governativa e experiência internacional”.

À saída da audição com o Presidente da República, o presidente do PS, Carlos César, disse ainda que é “preferencial” prosseguir com a governação do PS por ser “possível no atual quadro parlamentar”. “É bom que não exista uma interrupção governativa. A nossa convicção é que a situação preferencial é a nomeação de um Governo com um novo primeiro-ministro”, defende.

O dirigente socialista diz que não apresentou hoje nenhuma proposta de um nome ao PR, lembrando que “esse nome terá de ser previamente aprovado na comissão política nacional que reúne amanha”, frisando, no entanto, que está fora “desse lote de nomes”.

Num cenário em que o país seja convocado para ir às urnas, Carlos César diz que o partido está crente numa “vitória do PS”. “Estamos muito à-vontade e muito tranquilos”, apontando março como data preferencial.

(Notícia atualizada às 20h49 com as declarações de Carlos César)

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Associação Portuguesa de Contribuintes quer ser parceira da Concertação Social

Paulo Carmona, presidente da APC, defende que "os portugueses, que pagam impostos, também devem estar representados no órgão que decide temas relevantes do ponto de vista fiscal".

A grande ambição da Associação Portuguesa de Contribuintes (APC), liderada por Paulo Carmona, é sentar-se à mesa da Comissão Permanente da Concertação Social com o Governo, ao lado de patrões e sindicatos. “Daqui por três anos, queremos ser considerados parceiros e ingressar na Concertação Social para que os portugueses, que pagam impostos, estejam também representados nesse órgão onde se decidem temas relevantes do ponto de vista fiscal”, revelou Paulo Carmona em entrevista ao ECO.

Para o líder da APC, o ingresso de uma associação deste teor na Concertação Social “não é caso único na Europa”. “Grande parte das nossas congéneres europeias da rede da qual fazemos parte, a Taxpayers Association of Europe, são membros da concertação social local dos países onde estão sediadas”, sublinhou.

Criada no dia 24 de outubro, a APC junta académicos, ex-governantes, consultores, fiscalistas e economistas e tem como principal objetivo “equilibrar a relação entre os contribuintes e a Autoridade Tributária, aumentar a literacia fiscal e analisar o propósito da existência de taxas e taxinhas”, afirma Paulo Carmona.

Uma análise da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), encomendado à Ernest & Young (EY) concluiu que “Portugal tem 4.000 taxas e taxinhas”, indicou. Por isso, “é com que os portugueses percebam por que é que estão a pagar impostos, para que servem esses impostos”, defendeu. “E nesses 4.000 impostos, há alguns que têm 350 euros de receita por ano. Fará sentido existirem ou não?”, questionou.

“Por que é que uma certidão nos custa dez euros? Um registo criminal cinco euros ou um passaporte custa o dobro do custo em Espanha e tem metade da validade?”, salientou Paulo Carmona, acrescentando que “o Estado já cobra impostos para prestar serviços públicos”. “Por que é que depois, um determinado serviço público cobrar muito acima do seu custo, quando o Estado devia ser uma entidade não lucrativa?”, criticou. “Ou seja, estes impostos são receitas líquidas, porque o custo é zero. É um imposto escondido”, reforçou.

Para além disso, aponta que existe muita burocracia. “Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) diz que somos o terceiro país da Europa com mais tempo necessário para preencher as obrigações fiscais”, destacou. “Por exemplo, o Fisco e a Segurança Social podem trocar informações, mas os privados não podem, têm de duplicar a informação. E se se atrasa um pouco, lá vem a multa em cima”, detalha. Paulo Carmona nota que, na cobrança de impostos, “o Estado tem meios para ir junto dos contribuintes que os contribuintes não têm”. Neste sentido, “a APC quer corrigir este desequilíbrio na cobrança de impostos que existe entre portugueses e Estado”, defendeu.

Neste momento, a associação está a lançar uma campanha para angariar novos membros, sendo que a meta é chegar aos 3.000 associados até ao final do próximo ano. “Precisamos de ganhar algum músculo financeiro para poderemos avançar com propostas bem estruturadas e apresentá-las aos partidos políticos”, indicou Carmona.

O líder da APC ressalva que “esta associação é apartidária, agrega pessoas de várias culturas ideológicas”, sublinhando que está completamente desligado da Iniciativa Liberal, partido do qual fez parte durante dois anos. “Poderemos ter meia dúzia de militantes partidários, mas são sempre militantes não interventivos que não têm cargos em qualquer partido. E temos militantes de vários partidos, desde o partido do Governo até ao CDS”, acrescentou.

A associação tem como presidente Paulo Carmona, ex-jornalista, ex-adjunto da Iniciativa Liberal, empresário, membro do conselho de energia da CIP e do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas. Da direção fazem ainda parte Filipa Santos (Deloitte), Ricardo Fonseca Luz (empresário), João Villalobos (consultor de comunicação) e Ana Cristina Reis (jurista).

O Conselho Geral, que irá “coordenar a preparação e emissão de pareceres e propostas”, é constituído por académicos, consultores fiscais, consultores de comunicação e ex-governantes, como Álvaro Nascimento, Ana Paula Dourado, António Nogueira Leite, Carlos Lobo, Carlos Loureiro, Cecília Meireles, Clotilde Celorico Palma, Daniel Bessa, Diogo Feio, Diogo Ortigão Ramos, João Líbano Monteiro, Luís Leon, Luís Magalhães, Pedro Santa Clara e Rosa Areias.

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Câmara de Montalegre avança para tribunal para travar exploração de lítio

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

Câmara de Montalegre vai interpor uma providência cautelar para travar a exploração de lítio no concelho na sequência da investigação que levou à demissão do primeiro-ministro.

A Câmara de Montalegre vai interpor uma providência cautelar para travar a exploração de lítio no concelho, anunciou esta quarta-feira a autarquia, referindo-se a um dos projetos na origem da investigação que na terça-feira levou à demissão do primeiro-ministro.

A informação foi avançada à agência Lusa pela presidente daquele município do norte do distrito de Vila Real, Fátima Fernandes.

Vamos interpor uma ação administrativa e providência cautelar no tribunal para parar a exploração na mina do Romano“, afirmou a autarca socialista, lembrando que a autarquia está contra o projeto da empresa Lusorecursos.

Quanto à investigação revelada na terça-feira e que levou à demissão do primeiro-ministro, António Costa, Fátima Fernandes disse confiar “totalmente na justiça”, que, acredita, “fará o seu caminho e irá apurar aquilo que houver a apurar”.

A investigação visa as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas, também no distrito de Vila Real), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines (distrito de Setúbal) e o projeto de construção de ‘data center’ desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

Os dois projetos mineiros obtiveram uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, mas condicionada à concretização de medidas de compensação e de mitigação.

Fátima Fernandes especificou que a ação judicial pretende impedir que a mina do Romano avance para a fase de exploração.

“Porque consideramos que há matéria que nos permite fazer esta ação administrativa e porque verdadeiramente consideramos que é um projeto que não traz nada de bom para o nosso território”, justificou.

A autarca apontou para o impacte “muito negativo” na água da barragem do Alto Rabagão, um bem que considerou essencial quer para o consumo público, quer para a alimentação dos animais e a irrigação dos campos.

Além disso, indicou a necessidade de proteger o lobo-ibérico, considerou um contrassenso “destruir a natureza em nome do ambiente” e disse ainda que “não se pode considerar normal desalojar” pessoas que residem na zona onde vai ser implantada a mina.

“E temos um projeto muito maior que é o facto de sermos Património Agrícola Mundial. Esse, sim, é que nos pode projetar para o futuro, temos a certeza disso”, defendeu.

A mina de lítio do Romano obteve em 07 de setembro uma DIA favorável condicionada por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que impõe a alocação de ‘royalties’ ao município de Montalegre, medidas compensatórias para as populações locais e de minimização para o lobo-ibérico.

A Lusorecursos já disse que tenciona iniciar a exploração mineira em 2027.

A Associação Montalegre Com Vida, criada para lutar contra a exploração mineira, disse que a investigação divulgada na terça-feira “põe em causa toda a lisura do procedimento na atribuição da concessão de exploração do lítio em Montalegre”.

Por isso mesmo, exigiu às entidades competentes que “ajam em conformidade e procedam à anulação de todo o processo”.

Desde o início que a associação apontou para “a falta de transparência” no processo.

Câmara de Boticas ultima ação de impugnação à mina de lítio

O presidente da Câmara de Boticas afirmou que o município está a ultimar uma ação de impugnação à continuidade da mina do Barroso, incluída na investigação que levou à demissão do primeiro-ministro.

Esta é sem dúvida uma grande argumentação para que o projeto não vá para a frente”, realçou à agência Lusa o social-democrata Fernando Queiroga, referindo-se à investigação divulgada na terça-feira.

O autarca disse que o município está a ultimar a ação que dará entrada no tribunal no prazo estimado de 15 dias e que tem como objetivo travar o avanço da mina do Barroso, que obteve a 31 de maio uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, embora condicionada à concretização de medidas de compensação e mitigação.

A investigação visa as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines e o projeto de construção de “data center” desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

A mina do Barroso foi o primeiro projeto de lítio em Portugal que obteve uma DIA favorável.

O projeto desenvolvido pela empresa Savannah prevê uma exploração a céu aberto, tem uma duração estimada de 17 anos, a área de concessão prevista é de 593 hectares, e é contestado por associações locais e ambientalistas, bem como pela Câmara de Boticas.

“Só nos dá mais força para continuarmos a nossa contestação e se a empresa continuar com o processo, como já emitiu um comunicado a dizer que vai continuar, nós também vamos continuar com o nosso processo”, afirmou.

Fernando Queiroga lembrou que já foi também submetida uma providência cautelar por parte da Junta de Freguesia.

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O papel da tecnologia na internacionalização das seguradoras

  • ECO Seguros
  • 8 Novembro 2023

Qual o impacto do uso da tecnologia na internacionalização do setor segurador? Este foi o mote do debate ECO Seguros, com a tecnológica Cleva Inetum e especialistas tecnológicos da Fidelidade.

A forma como a tecnologia pode impactar positivamente os negócios tem levado a que muitas empresas se interessem por adotar novas estratégias e métodos de trabalho que incluam esta ferramenta na sua comunicação, quer interna, quer externa.

As vantagens são muitas e, principalmente para as empresas que ambicionam internacionalizar os seus negócios, esta pode ser uma oportunidade para chegar a várias geografias mais rapidamente e sem grandes custos associados.

Ora, se a tecnologia tem sido uma vantagem para tantos setores no mercado, o setor segurador não foi exceção e também ele tem vindo a beneficiar do uso desta ferramenta para a internacionalização dos seus negócios. Como? É isso que foi discutido, no dia 7 de novembro, numa conversa intitulada “O papel da tecnologia na internacionalização de uma companhia de seguros”.

Este debate, moderado por Francisco Botelho, ECO Seguros, e por Sandra Ferreira, Key Account Manager da Cleva Inetum, contou como oradores com Rosa Mimoso, IT Strategy Lead da Fidelidade, e Miguel Casanova Pinto, Responsável dos Sistemas de Informação Internacional da Fidelidade.

Sendo a Fidelidade uma companhia de seguros internacional, com presença em 13 países, mas baseada em Portugal, esta conversa terá como objetivo perceber de que forma a tecnologia foi um aliado para que esta companhia de seguros se tenha conseguido tornar líder não só em Portugal, mas também na Bolívia, e a 3ª maior companhia em Moçambique e no Peru.

As vantagens, mas também os desafios do uso da tecnologia para a internacionalização do negócio segurador foram o mote desta conversa, que poderá assistir aqui.

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Bruxelas recomenda negociar adesões da Ucrânia e Moldova à UE

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

A Comissão recomenda que o Conselho "dê início às negociações de adesão com a Ucrânia", mas impõe porém quatro condições, uma das quais referente ao combate à corrupção.

A Comissão Europeia recomendou esta quarta-feira ao Conselho que inicie negociações para a adesão da Ucrânia e da Moldova à União Europeia (UE), dados os esforços feitos por Kiev para cumprir requisitos e por considerar que a Moldova cumpriu os critérios para assegurar a estabilidade democrática e o Estado de direito.

Hoje é um dia histórico porque hoje a Comissão recomenda que o Conselho abra negociações formais com a Ucrânia e a Moldova“, anunciou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa em Bruxelas.

As declarações surgem no dia em que a instituição divulga que “à luz dos resultados alcançados desde junho de 2022 no âmbito dos critérios políticos, no quadro das sete etapas e posteriormente, a Comissão considera que a Ucrânia cumpre suficientemente os critérios relativos à estabilidade das instituições que garantem a democracia, o Estado de direito, os direitos humanos e o respeito e a proteção das minorias, estabelecidos pelo Conselho Europeu de Copenhaga em 1993, desde que prossiga os seus esforços de reforma e satisfaça os requisitos remanescentes no âmbito das sete etapas”.

“Nesta base, a Comissão recomenda que o Conselho dê início às negociações de adesão com a Ucrânia”, refere o documento, que impõe porém quatro condições, uma das quais referente ao combate à corrupção.

A Ucrânia tem de continuar a lutar contra a corrupção, construindo um novo historial de investigações e condenações por corrupção. A Comissão acompanhará continuamente os progressos e a conformidade em todos os domínios relacionados com a abertura das negociações e apresentará um relatório ao Conselho até março de 2024″, adianta Bruxelas no documento.

Quanto a Moldova, “em linha com os resultados alcançados desde junho de 2022 sob critérios políticos, no âmbito de um quadro de nove etapas e além disso”, a Comissão considera que o país “cumpre suficientemente os critérios relacionados com a estabilidade das instituições que asseguram a democracia, o Estado de direito, direitos humanos e respeito pela proteção de minorias”.

Apesar de não estar na mesma situação que a Ucrânia, Ursula von der Leyen reconheceu que a Moldova “também sofre as suas consequências”: “A Moldova está a acolher um grande número de refugiados da Ucrânia e, como a Ucrânia, fez grandes esforços para reformar, por exemplo, o sistema judicial, aumentou bastante o trabalho para combater a corrupção”.

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Lacerda e Escária só deverão ser ouvidos na quinta-feira

O MP ainda não entregou às defesas dos arguidos os factos indiciados. Advogados terão de consultar o processo antes do interrogatório judicial. Prazo para ser feito acaba esta quinta-feira.

Os cinco detidos da investigação que levou esta terça-feira à demissão do primeiro-ministro, António Costa, vão ser presentes perante o juiz de instrução Nuno Dias da Costa, do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, esta quarta-feira. Mas só deverão ser interrogados na quinta, já que o Ministério Público (MP) ainda não entregou aos advogados de defesa a indiciação dos factos que lhes são imputados.

Diogo Lacerda Machado, detido no âmbito da investigação que levou à demissão de António Costa, foi contratado pela Start Campus para “aproveitar a sua relação de amizade com o primeiro-ministro” e a “proximidade” com Vítor Escária. A informação consta dos autos de buscas da operação citados pelo Expresso e a que o ECO também teve acesso.

No âmbito desta operação foram detidos o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; o advogado Diogo Lacerda Machado; o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; e os dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, este último também sócio da Morais Leitão.

O MP constituiu ainda como arguidos o ministro João Galamba e o presidente do Conselho Diretivo da APA, Nuno Lacasta. Em causa, segundo a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) estão crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.

Os autos indicam a existência de reuniões suspeitas entre o advogado Lacerda Machado e o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária. De acordo com o mandado de detenção, essas reuniões aconteciam na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, e também num gabinete usado por Vítor Escária na sede do Partido Socialista (PS), em Lisboa.

Outros encontros podiam ser marcados no escritório da Start Campus, empresa investigada neste caso de negócios de hidrogénio verde e lítio, e ocorrer em “almoços e jantares privados” em que em algumas ocasiões as refeições atingiam um “valor não despiciendo”. Segundo a equipa de procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), “o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, almoçavam e jantavam por isso sem nada pagar”.

Os procuradores, citados pelo Expresso, indicam ainda que o advogado Diogo Lacerda Machado foi contratado pelos investidores da Start Campus e depois diretamente por esta empresa, através de Afonso Salema, um dos administradores.

De acordo com os procuradores, o objetivo era “aproveitar a sua relação de amizade próxima com o primeiro-ministro”, bem como da relação de “proximidade” com Vítor Escária.

O advogado usaria igualmente essa proximidade para pressionar outros membros do Governo, através de Escária, bem como entidades como Instituto da Conservação e da Natureza e das Florestas (ICNF) ou o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, para “conferir andamento mais célere e favorável” a assuntos de interesse da Start Campus.

Nos autos de busca é também referido que João Galamba terá usado dois motoristas que prestaram serviço no seu gabinete enquanto secretário de Estado da Energia e Ambiente para que realizassem deslocações apenas para seu “beneficio pessoal”.

Segundo o Ministério Público (MP), o ministro “tem vindo a interferir em praticamente todas as matérias objeto de investigação”, desde os factos relacionados com a mina do Romano até ao projeto de data centre da Start Camps, um projeto avaliado em 500 milhões de euros, mas “perspetivando-se” que rapidamente ascenda aos 2 mil milhões de euros.

O MP indica que João Galamba é também “suspeito de ter ajudado a convencer a autarquia de Boticas a não se opor à exploração do lítio, financiando a autarquia com uma estrada no valor de 20 milhões de euros, acordo que terá tido a colaboração do presidente da APA”.

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Universidade Aberta e dona do Continente criam licenciatura em gestão de vendas e retalho

Licenciatura visa desenvolver conhecimentos, competências e aprofundar práticas no domínio da gestão, particularmente orientada para a área das vendas e do retalho.

A Universidade Aberta e a MC, dona do Continente, apresentaram uma nova licenciatura em gestão de vendas e retalho. O curso foi criado em parceria entre a instituição de ensino superior e a empresa do grupo Sonae para dar resposta às necessidades do setor de retalho e arranca com uma turma de 50 alunos.

Com 180 ECTS, a licenciatura visa desenvolver conhecimentos, competências e aprofundar práticas no domínio da gestão, particularmente orientada para a área das vendas e do retalho. Destina-se a profissionais que já exercem ou esperam vir a exercer a função de gestores e dirigentes em empresas de retalho de qualquer setor.

“Pretende-se desta forma contribuir para a aquisição de um conjunto de competências, nomeadamente no uso das tecnologias digitais, da identificação e caracterização dos mercados e no planeamento e gestão de operações, preparando os seus estudantes para o exercício da vida ativa”, destaca a reitora da Universidade Aberta, Carla Padrel de Oliveira, em comunicado.

Isabel Barros (administradora do pelouro people e transformação da MC) à esquerda e Carla Padrel de Oliveira (reitora da Universidade Aberta) à direita

Isabel Barros, administradora com o pelouro de people e transformação da MC, refere estar “muito entusiasmada com esta parceria” e acredita que “o futuro do trabalho não se fará sem uma aprendizagem e formação contínuas — e as nossas pessoas foram as primeiras a aceitar este desafio”. “A qualificação de adultos, através de uma licenciatura, foi mais uma etapa formativa da nossa estratégia de upskilling“, completa.

Esta é a primeira licenciatura da Universidade Aberta neste setor de atividade e tem a duração de três anos. Com um corpo docente composto por especialistas na área, centrada no modelo de ensino à distância e vocacionada para adultos, “permite assegurar a flexibilidade do ensino, a alunos com uma atividade profissional exigente, como é a atividade de retalho”.

Fundada em 1988, a Universidade Aberta (UAb) é a única instituição de ensino superior público à distância em Portugal.

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Metade dos municípios não reporta dados financeiros

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

A proposta de OE2024 prevê que os municípios que não reportem dados sobre a execução das competências recebidas no âmbito da descentralização tenham como sanção a retenção de 20% das verbas.

Cerca de metade dos municípios não reporta dados financeiros, afirmou esta quarta-feira a ministra da Coesão Territorial, justificando desta forma a proposta de aumento para 20% da retenção das transferências do Orçamento do Estado para os incumpridores.

Ana Abrunhosa está esta quarta-feira no parlamento a defender as propostas do Ministério da Coesão Territorial para o Orçamento do Estado do próximo ano (OE2024), no dia seguinte à demissão do primeiro-ministro, António Costa.

A proposta de OE2024 prevê que os municípios que não reportem dados de desempenho financeiro nem informações sobre a execução das competências recebidas no âmbito da descentralização tenham como sanção a retenção de 20% das verbas que receberiam através do Orçamento. Atualmente esta sanção já existe no Orçamento do Estado para 2023, mas é de 10%.

“Cerca de metade dos municípios dos municípios não reporta dados”, disse Ana Abrunhosa, destacando que a proposta partiu do ministério porque o Governo precisa que as autarquias façam esse reporte.

A governante destacou ter toda a disponibilidade para alterar a proposta e para um trabalho conjunto com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) “para que esta situação não exista”.

A ministra afirmou ainda que a falta de previsão de continuidade da Comissão de Acompanhamento da Descentralização na proposta de OE2024, outra das críticas da ANMP ao documento, “é um lapso”.

“É um lapso e ela deve continuar a existir”, disse.

Segundo a ANMP, atualmente são 77 as câmaras que estão com 10% das verbas retidas por falta de reporte financeiro.

A presidente da associação, Luísa Salgueiro, considera que “não faz sentido penalizar os municípios que não consigam fazer este reporte adequadamente“, porque o processo é muito burocrático e penaliza sobretudo as autarquias mais pequenos.

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Audição de Duarte Cordeiro adiada para sexta-feira. Parlamento publica novo calendário para Orçamento

Há novas datas para as audições dos ministros no âmbito do Orçamento do Estado, que continuam a desenrolar-se enquanto não há uma formalização da demissão do primeiro-ministro.

Enquanto a demissão do Governo não é formalizada, os trabalhos na Assembleia da República continuam como se estivesse tudo normal — quer isto dizer que os ministros continuam a ter de ir defender um Orçamento do Estado que pode não avançar. Para já, foram anunciadas alterações no calendário: por exemplo, o ministro do Ambiente deveria ir ao Parlamento esta quarta-feira para responder às perguntas dos deputados, mas a data terá mudado para sexta-feira.

O calendário da apreciação do Orçamento do Estado na especialidade já foi publicado no mês passado, contemplando mais de duas semanas de audições a todos os ministros e algumas organizações. Mas o site do Parlamento tem agora uma nota informativa com novas datas, cuja publicação indicada é de dia 6 de novembro.

Nestas novas datas há mudanças face ao calendário anterior, como a audição de Duarte Cordeiro, que estava marcada para esta quarta-feira, mas que terá passado para dia 10 de novembro (o Ministério do Ambiente foi um dos alvos das buscas desta terça-feira). Já a ministra da Habitação deveria ir na sexta-feira à Assembleia, mas está agora escalada para as 15h30 desta quinta-feira.

A ministra da Coesão está esta quarta-feira de manhã no Parlamento, como previsto, seguida pelo ministro da Cultura, que deveria ir dia 9, mas cuja data foi antecipada. Há ainda espaço para a ministra da Agricultura e da Alimentação esta quarta-feira, mas que também estava agendada para dia 9.

No dia 9 de novembro estavam previstas as audições do Conselho Económico e Social — que já não figura no calendário — e do Conselho das Finanças Públicas, cuja data se mantém.

Já no dia 10, estava prevista a audição da ministra da Habitação de manhã e do ministro das Infraestruturas à tarde. Mas, afinal, será Duarte Cordeiro ouvido às 9h00 (isto se até lá não for publicada a exoneração do Governo) e João Galamba às 15h30.

A continuação dos trabalhos depende, neste momento, do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir os partidos esta quarta-feira e reúne com o Conselho de Estado na quinta-feira, dia em que vai falar ao país e explicar qual será o rumo a tomar. Se decidir dissolver o Parlamento, o processo para.

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Dona da Mariano Shoes compra fábrica em Oliveira de Azeméis para duplicar produção

Salva da falência em 2019 por um conjunto de empresários, a nova dona da Mariano Shoes, de São João da Madeira, adquiriu uma unidade em Oliveira de Azeméis para apostar no calçado de senhora.

Fundada em 1945 em São João da Madeira pelo mestre artesão Manuel de Almeida Jorge, a Mariano Shoes, que foi comprada em 2020 pela All Around Shoes, mantém o espírito de artesão vivo e continua a apostar no calçado feito à mão, que chega a clientes de todo o mundo. Com o objetivo de duplicar a capacidade produtiva e apostar na produção de calçado de senhora, a dona da empresa de São João da Madeira adianta ao ECO/Local Online que comprou uma fábrica em Oliveira de Azeméis que produz calçado feminino de “alta qualidade”.

Com esta aquisição, contextualiza a diretora executiva, Fátima Oliveira, a Mariano Shoes passa a ter uma capacidade de produção de 400 a 600 pares de sapatos por dia, dependendo da tipologia do produto. A empresa fatura um milhão de euros — 80% são obtidos na exportação — e emprega agora um total de 60 pessoas nas duas unidades industriais.

“A All Around Shoes adquiriu uma nova empresa para dotar a marca de uma capacidade total de produtos de senhora. Na unidade de São João da Madeira não produzíamos sapatos de saltos e algumas tipologias de produto e adquirimos essa unidade para nos dar essa capacidade. A aquisição desta unidade possibilitou-nos duplicar a capacidade instalada, explica a gestora, sem revelar o valor deste negócio.

A All Around Shoes adquiriu uma nova empresa para dotar a marca de uma capacidade total de produtos de senhora. Na unidade de São João da Madeira não produzíamos sapatos de saltos e algumas tipologias de produto e adquirimos essa unidade para nos dar essa capacidade de produção.

Fátima Oliveira

Diretora executiva da All Around Shoes

Depois de passar por um período conturbado, a Mariano Shoes foi comprada em 2019 pela All Around Shoes, que impediu a falência da empresa de calçado. Os novos donos são um conjunto de acionistas de Lisboa, que incluí o empresário Fernando Neves de Almeida. Manteve os mesmos colaboradores, mas deu um novo rumo ao negócio, mantendo a produção de calçado de forma artesanal, desde o primeiro corte ao polimento final, a partir do local original na Rua Jaime Afreixo.

Um ano depois da aquisição da Mariano Shoes, que mantém colaboradores descendentes do fundador, a All Around Shoes investiu um milhão de euros na empresa de São João da Madeira para internacionalizar a marca. “Esse investimento destinou-se à compra da marca, ao processo de internacionalização e a investimentos de marketing“, sublinha a gestora.

Fátima Oliveira frisa que o “objetivo inicial na aquisição da marca era fazer a sua expansão nacional e internacionalmente. Mantemos os investimentos na marca Mariano e os mesmos esforços de internacionalização”. O Médio Oriente, Europa e os EUA são os mercados externos mais relevantes para a marca de calçado.

Foi no final de 2020 que a marca Mariano Shoes apostou no calçado feminino, algo que tem “corrido muito bem” e tem pernas para andar. “Temos tido um muito bom feedback e as vendas têm vindo a aumentar”, afirma a diretora executiva, Fátima Oliveira.

Abre duas lojas em Lisboa e “caminha” para norte

Além da aposta na internacionalização, a Mariano Shoes continua a afirmar-se no mercado nacional e acaba de inaugurar a segunda loja própria na capital portuguesa. Os planos de expansão não ficam por aqui e está prevista a abertura de uma loja no Porto no próximo ano.

O primeiro espaço comercial foi aberto na Rua Castilho, em 2021, e o segundo foi inaugurado em outubro no Centro Comercial Colombo. A abertura desta loja no shopping da capital integra-se na estratégia de reforçar a presença da marca em Lisboa. O próximo passo é abrir lojas próprias noutras localizações, sendo a cidade Invicta a “localização privilegiada”.

“Temos planos para abrir num futuro próximo lojas noutras localizações, sendo a prioridade o Porto. Vamos analisar os dados, os resultados e posteriormente definir quando fazer a expansão da rede de retalho. Diria que será no próximo ano, é esse o nosso objetivo”, completa Fátima Oliveira, diretora executiva da All Around Shoes.

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Euribor sobe a três meses e desce a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a terça-feira.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a terça-feira. Com estas alterações, a taxa Euribor a 12 meses voltou a ficar pela oitava sessão consecutiva com um valor inferior ao da taxa a seis meses.

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou para 4,027%, menos 0,001 pontos do que na terça-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados do Banco de Portugal referentes a setembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,1% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,7% e 23,4%, respetivamente.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, também caiu para 4,066%, menos 0,006 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • Em sentido inverso, a Euribor a três meses avançou face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,973%, mais 0,007 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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