PIB a encolher mostra que é preciso “reforçar a procura interna”, reage Medina

  • Lusa
  • 31 Outubro 2023

O ministro das Finanças afirmou que os dados da evolução do PIB do terceiro trimestre reforçam a importância de estimular a procura interna, numa altura de desafios no exterior.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou esta terça-feira que os dados da evolução do PIB do terceiro trimestre reforçam a importância de estimular a procura interna, numa altura de desafios no exterior.

Fernando Medina respondia às interpelações dos partidos depois do discurso de abertura do segundo dia do debate na generalidade sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que culmina esta terça-feira com a votação do documento.

“Os números do PIB [Produto Interno Bruto] hoje conhecidos tornam claros: perante a recessão do exterior, da procura externa, temos de reforçar a procura interna”, afirmou.

Em causa estão os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado e contraiu 0,2% em cadeia.

A estimativa rápida do INE está em linha com os economistas consultados pela Lusa, que apontavam para um crescimento homólogo do PIB entre 1,7% e 2,4%, enquanto o intervalo em cadeia variava entre uma expansão do PIB de 0,4% e uma contração de 0,3%.

Nas previsões subjacentes à proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Governo prevê para a totalidade deste ano um crescimento da economia de 2,2%.

No período de intervenções dos partidos que decorreu antes desta afirmação de Medina, o deputado do PSD Duarte Pacheco considerou que o Orçamento é “pouco inspirador”, e acusou o executivo de aumentar a carga fiscal, caracterizando Fernando Medina como “o fiscalizador, aquele que vai buscar dinheiro a todo o lado”.

“Dê o senhor deputado as voltas que quiser dar, as métricas que quiser dar, o resultado é só um: com a aplicação das medidas do Governo, (…) há um ganho fiscal muito significativo para os portugueses”, respondeu Medina, com o deputado do PS Miguel Cabrita a considerar que a “grande marca deste Orçamento” é o aumento dos rendimentos e a criticar o PSD.

“É curioso que dez anos depois de, precisamente nesta Assembleia da República, (…) um Governo apoiado pelo PSD ter imposto aos portugueses um colossal aumento de impostos, estarmos hoje a ter um Orçamento que dá um colossal aumento de rendimentos”, disse.

Pela IL, João Cotrim de Figueiredo disse que Medina realizou “uma cambalhota”, uma vez que, em abril este ano, tinha considerado “absolutamente irresponsável reduzir o IRS em mais de 500 milhões de euros” e, nesta proposta orçamental, reduz “em mais de 1.300 milhões”.

À esquerda, o deputado do PCP Duarte Alves questionou “como é que o Governo continua a ignorar a necessidade de tributar em Portugal os lucros”, em particular da banca, uma pergunta que foi igualmente feita pela coordenadora do BE, Mariana Mortágua.

“Vai fingir que não vê os lucros da banca? Vai permitir que a banca continue a apresentar lucros astronómicos com a aflição das pessoas que não conseguem chegar ao fim do mês e pagar a prestação da sua casa ao banco?”, perguntou a líder bloquista, acusando também o Governo de “fazer sumir um imposto sobre os lucros excessivos da Galp”.

Sobre o setor energético, Medina respondeu que as empresas “estão sujeitas a uma tributação verdadeiramente efetiva em IRC, em derrama e em impostos especiais”, garantindo que os resultados dessas empresas “vão ser taxados e cobrados”.

Já relativamente à banca, o governante contrapôs que os 1.500 milhões de lucros “serão taxados em IRC, em derrama, em contribuição do setor bancário, em adicional da contribuição do setor bancário”: “É isto que é o contributo [da banca], é isto que é a taxação”, disse.

Pelo PAN, Inês de Sousa Real perguntou o que é que o Governo pretende fazer com o excedente orçamental, com o deputado único do Livre, Rui Tavares, a notar um “ponto de inflexão” na política fiscal – com Portugal a passar a ser “um país de excedentes em momentos de crescimento económico e de défices em momentos de estagnação ou contração económica” – defendendo, deve haver um debate sobre o que fazer com essa estratégia.

(Notícia atualizada às 12h15)

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Portugal teve a quinta maior subida da carga fiscal entre os países europeus em 2022

Foi no Chipre que o rácio entre os impostos e contribuições e o PIB mais se agravou em 2022. No quinto lugar da tabela aparece Portugal, ainda que a carga fiscal no país seja inferior à média da UE.

Ainda que no conjunto da União Europeia (UE) o peso dos impostos e contribuições sociais na economia tenha recuado entre 2021 e 2022, em 12 dos países que compõem o bloco comunitário foi registada a tendência inversa, incluindo Portugal. Por cá, a carga fiscal subiu de 37,4% para 38%, tendo este sido o quinto maior agravamento entre os Estados-membros. O rácio português mantém-se, contudo, abaixo da média comunitária, mostram os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

“O rácio entre os impostos e o Produto Interno Bruto (PIB) — que equivale à soma dos impostos e contribuições sociais expressos em percentagem do PIB — situou-se em 41,2% na UE em 2022, o que corresponde um recuo em comparação com 2021 (41,5%)“, começa por sublinhar o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã.

Já no conjunto da Zona Euro, as receitas fiscais cresceram em linha com a evolução do PIB, “o que significa que o rácio entre os impostos e o PIB registado em 2021 estabilizou em 41,9%“, acrescenta o Eurostat.

No entanto, 12 países europeus contrariaram a tendência registada na globalidade do Velho Continente, contabilizando agravamentos da carga fiscal.

A maior subida foi verificada no Chipre (ver gráfico acima), onde o rácio em causa saltou de 34,8% para 36,5%, um aumento de 1,7 pontos percentuais. Seguiu-se a Hungria, com um agravamento de 1,2 pontos percentuais da carga fiscal, de 33,9% em 2021 para 35,1% para 2022.

No pódio, aparece ainda França, com um acréscimo de um ponto percentual do rácio entre os impostos e a economia, de 47% para 48%. E de seguida aparece a Grécia, com uma subida de 0,9 pontos percentuais, de 42,2% para 43,1%.

Já o quinto lugar dessa tabela é tomado por Portugal. Por cá, a carga fiscal agravou-se em 0,6 pontos percentuais, passando de 37,4% para 38%.

Tal como o Governo faz questão de repetir, no que diz respeito aos rendimentos do trabalho, não houve aumento nem das taxas de IRS, nem da Taxa Social Única (TSU), mas a valorização dos salários e o dinamismo do mercado de trabalho levaram as receitas a crescer, o que ajuda a explicar este agravamento.

Ainda assim, importa notar que a carga fiscal em Portugal manteve-se abaixo da média comunitária (38% contra 41,2%). Aliás, entre os vários Estados-membros, Portugal aparece a meio da tabela (ver gráfico abaixo), longe do rácio de 48% registado em França (o mais elevado da UE), mas também do de 21,7% verificado na Irlanda (o mais baixo da UE).

No destaque publicado esta manhã, o Eurostat salienta também que entre os países com as maiores cargas fiscais da Europa estão também a Bélgica (45,6%) e a Áustria (43,6%). Já na base da tabela, além da Irlanda, há a destacar a Roménia (27,5%) e Malta (29,6%).

Em termos absolutos, em 2022, as receitas provenientes de impostos e contribuições sociais aumentaram 480 mil milhões de euros na UE face a 2021, atingindo a marca de 6.549 mil milhões de euros, observa ainda o gabinete de estatística, que não detalha este indicador por países.

(Notícia atualizada às 12h15)

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Média mensal das Euribor volta a subir nos três prazos em outubro

  • Lusa
  • 31 Outubro 2023

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três meses e desceu a seis e a doze meses face a segunda-feira, mas a média mensal de outubro voltou a subir nos três prazos.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três meses e desceu a seis e a doze meses face a segunda-feira, mas a média mensal de outubro voltou a subir nos três prazos.

Com as alterações desta terça-feira, a taxa Euribor a 12 meses voltou a ficar pela segunda sessão consecutiva com um valor inferior ao da taxa a seis meses.

No entanto, em outubro, as médias das Euribor a três, a seis e a 12 meses subiram respetivamente para 3,968% (mais 0,088 pontos que em setembro), 4,115% (mais 0,085 pontos) e 4,160% (mais 0,011 pontos).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta terça-feira para 4,052%, menos 0,026 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor a 12 meses subiu de 4,149% em setembro para 4,160% em outubro, mais 0,011 pontos. Durante o atual ciclo de subida, a média da Euribor nos três prazos só desceu no prazo de 12 meses em agosto face a julho. Segundo dados do Banco de Portugal referentes a agosto de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,7% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,4% e 23,2%, respetivamente.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, também recuou esta terça-feira, para 4,092%, menos 0,017 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro. A média da Euribor a seis meses subiu de 4,030% em setembro para 4,115% em outubro, mais 0,085 pontos.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou esta terça-feira face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,972%, mais 0,004 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008. Já a média da Euribor a três meses subiu de 3,880% em setembro para 3,968% em outubro, mais 0,088 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Galiza é mais rica e exporta mais 460 milhões de euros que o Norte de Portugal

Perda de população e assimetrias territoriais afetam Galiza e Norte de Portugal, assinala relatório do Eixo Atlântico. Região espanhola é mais exportadora e já saiu do grupo das regiões mais pobres.

O Norte de Portugal e a Galiza são regiões tradicionalmente exportadoras. Em 2022, a Galiza exportou 2.800 mil milhões de euros e o Norte de Portugal 2.340 mil milhões de euros, em contraste com o caráter deficitário das balanças comerciais de bens dos respetivos países. Em ambas os casos, o principal destino das vendas externas são os países da União Europeia, representando 75% das vendas galegas e 73% das nortenhas, contabiliza o segundo relatório socioeconómico do Eixo Atlântico, divulgado esta terça-feira.

Em termos de emprego, o setor primário (agricultura, florestas e pesca) tem um peso maior na Galiza (6%) do que na Região do Norte (2,4%), enquanto na indústria transformadora o peso é maior na Região Norte (24,4%) quando comparado com os vizinhos galegos (15,2%). Já o setor da construção tem um peso semelhante nas duas regiões (6,7%), enquanto nos serviços é do outro lado da fronteira que tem um peso superior (72,1% vs. 65,4%), nota o mesmo relatório, apresentado esta terça-feira em Braga.

Ambas as regiões foram desenvolvendo o setor dos serviços, designadamente o do turismo, que na Região Norte atingiu uma expressão relevante mais tarde do que na Galiza. “O turismo é, sem dúvida, um setor com um contributo incontornável para as duas economias, mas terá de evoluir para patamares mais exigentes de qualidade e de criação de valor, sob pena de ser um setor de baixos salários”, alerta o relatório socioeconómico do Eixo Atlântico.

 

No ano passado, o PIB galego cresceu 3,8%, um pouco abaixo da média nacional espanhola, enquanto na Região Norte também se terá aproximado da média portuguesa. Apesar de só se conhecer oficialmente a estimativa para o ano de 2021: 5,4%, um valor também próximo do crescimento do PIB português nesse ano, de acordo com o relatório do Eixo Atlântico.

“O crescimento do PIB dos dois países ibéricos e das duas regiões do noroeste peninsular foi muito impulsionado pelo aumento da procura externa, com um menor contributo da procura interna”, lê-se no mesmo documento.

Desemprego de longa duração pesa mais no Norte

Em 2022, na Região Norte verificou-se um aumento na taxa de emprego referente a pessoas com qualificação superior e secundária, e uma redução da população ativa com formação inferior ao 3º ciclo do ensino obrigatório. Contudo, a taxa de desemprego na região continua a ser menor no nível do ensino superior (4%), seguido pelo nível de qualificação até ao terceiro ciclo obrigatório (6%) e pelo do segundo ciclo (7,2%). “Não deixa, porém, de ser preocupante que o desemprego de longa duração ainda seja quase metade do desemprego total (47,5%)”, assinala o documento.

Na Galiza também se observou um aumento da taxa de ocupação e uma redução do desemprego, cuja taxa foi maior para as mulheres, jovens, imigrantes e pessoas com menores estudos. Verificou-se também uma redução da sazonalidade do trabalho, em resultado da nova legislação laboral aprovada em finais de 2021. O desemprego de longa duração também atinge um valor elevado (37,8% do número total de desempregados), embora bastante abaixo da expressão que tem na Região do Norte.

As duas regiões que integram o Eixo Atlântico têm estatutos diferentes no quadro da Política de Desenvolvimento Regional da União Europeia. A Região do Norte é considerada uma região menos desenvolvida, por ter um PIB per capita inferior a 75% da média comunitária, enquanto a Galiza é uma região em transição, por ter um PIB per capita situado entre 75% e 90% daquela média.

No passado, ambas tiveram o mesmo estatuto de regiões de convergência, agora designadas como menos desenvolvidas. No entanto, enquanto o Norte ainda não conseguiu mudar de estatuto, a Galiza teve um processo mais avançado de convergência, a ponto de ter saído do grupo das regiões mais pobres da União. Em ambos os casos, porém, o nível de rendimento, medido pelo mesmo indicador, é inferior à média nacional dos respetivos países numa percentagem bastante próxima uma da outra: 87,1% e 85,5%, respetivamente.

A sombra das assimetrias territoriais

O mesmo relatório assinala que as duas regiões apresentam “disparidades internas consideráveis”, ao evidenciar um modelo de desenvolvimento territorial bastante desequilibrado. Em 2022 o PIB per capita da Galiza representava 85,5% do valor médio de Espanha e o da Região Norte 87,1% do de Portugal.

Em ambas os casos, as principais assimetrias internas refletem essencialmente diferenças entre o litoral e o interior, ainda que não de forma exclusiva. Na Região Norte, o litoral representa 77% do PIB regional, 72% da população, 70% do número total de empresas, 85% das grandes empresas, 82% do valor total de faturação das empresas, ou ainda 77% da oferta hoteleira.

Na Galiza, o litoral representa 78% do PIB total da região, 72% da população, 72% da população empregada ou 75% da oferta hoteleira (número de camas). Assimetrias internas desta ordem surgem nas duas regiões em praticamente todos os domínios de atividade, incluindo a educação, qualificações, investigação, desenvolvimento e inovação (IDI), dinâmicas demográficas, etc., conforme resulta da leitura deste relatório socioeconómico.

De acordo com o Eixo Atlântico, na última década ambas as regiões perderam população, em termos absolutos e relativos face aos países em que se integram. Assinala ainda que têm ambas um grau de envelhecimento da população superior ao dos respetivos países, uma taxa de fecundidade muito baixa e um aumento acentuado da população com mais de 75 anos, em contraste com a evolução dos menores de 14 anos. Os territórios interiores tiveram maiores perdas de população e são mais envelhecidos do que as zonas do litoral.

Espanha tem maior fatia nos fundos europeus

Espanha encaixou 35,4 mil milhões de euros da Política de Desenvolvimento Regional e de Coesão (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional-FEDER, Fundo Social Europeu-FSE e Fundo de Coesão-FC), mais 44,2 mil milhões da PAC, 10,9 mil milhões do REACT e 878 milhões de euros do Fundo para a Transição Justa (FTJ).

Por outro lado, Portugal beneficiou de 23 mil milhões da Política de Desenvolvimento Regional (FEDER, FSE e FC), mais 9,8 mil milhões da Política Agrícola Comum, 1,6 mil milhões do REACT e 225 milhões do FTJ.

No que respeita à Política de Desenvolvimento Regional, a afetação de 3,4 mil milhões de euros para o Programa Operacional do Norte, que corresponde a 14,8% da dotação total para Portugal e a 35% da dotação para os Programas Operacionais Regionais, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Por seu turno, a Galiza mobilizou 2.300 milhões de euros do FEDER e do FSE para reformar a coesão económica, social e territorial neste período.

Mais produtividade do outro lado da fronteira

Já no que diz respeito à produtividade dos recursos, Portugal apresenta ao longo de todos os anos analisados valores que ficam sempre abaixo daquilo que são os valores da média da UE relativamente ao ano de 2015, apresentando um menor montante de produto gerado face ao consumo de materiais utilizados. Em 2022, os valores da produtividade dos recursos em Portugal (59,6) ficou muito aquém da média da União Europeia (122,7) e Espanha (167,6).

Espanha, ao longo dos anos analisados, apresenta sempre valores de produtividade acima da média da UE de e de Portugal a partir de 2015.

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Promotores têm 10 dias para manifestar interesse no leilão eólico offshore

Os promotores interessados terão um prazo de 10 dias para submeter a candidatura à DGEG. Experiência e modelo de financiamento serão alguns dos critérios avaliados.

Está aberto o período de manifestação de interesse de participação no primeiro concurso público de eólicas offshore.

De acordo com o diploma publicado esta terça-feira em Diário da República, os promotores interessados têm a partir de hoje um prazo de 10 dias para apresentar as suas candidaturas, sendo estes posteriormente convidados a “participar numa fase de diálogo com vista à discussão de opções relativas aos modelos de pré-qualificação e de licitação”.

Segundo o diploma, nesta primeira fase do leilão, que tem em vista licitar, pelo menos, 2 gigawatts (GW) de capacidade de energia eólica, tal como prevê o Plano Nacional de Energia e Clima, os interessados deverão submeter à Direção-Geral de Energia e Geologia um conjunto de documentos por email.

Entre eles, deverão ser submetidos documentos relativos à identificação da sociedade e do representante do promotor; histórico do desenvolvimento de projetos de energias renováveis em terra e no mar; indicação dos lotes com interesse; modelos de financiamento e planos de desenvolvimento das cadeias de fornecimento de equipamentos e de assemblagem dos projetos.

O período de manifestação de interesse surge um dia depois de o Governo ter colocado em consulta pública a versão final do Plano de Afetação de Energia Eólica Offshore (PAER). Ao todo, serão colocadas a concurso até ao final da década seis lotes de 10 GW: Viana do Castelo (Norte e Sul), Leixões, Figueira da Foz, Ericeira e Sines.

A Norte de Viana de Castelo serão leiloados 1,09 GW, enquanto o Sul do distrito fica 1,03 GW, acumulando um total de 2,1 GW. Na região de Leixões poderão ser explorados até 2 GW e na Ericeira os promotores poderão concorrer até 0,5 GW de capacidade. Na Figueira da Foz a capacidade será de 4 GW e em Sines o valor é de 1,5 GW. Até 2030, a ambição do Governo é de leiloar 10 GW de capacidade eólicas offshore.

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Câmara de Castelo Branco compra antiga residencial para alojar estudantes e médicos

  • Lusa
  • 31 Outubro 2023

No piso superior, que possui mais de 30 quartos, vai ficar instalada a residência partilhada, que tem com prioridade os estudantes. O imóvel foi comprado por 666 mil euros.

A Câmara Municipal de Castelo Branco vai investir 666 mil euros na aquisição de uma antiga residencial situada no centro da cidade, que será transformada numa residência partilhada, com prioridade para estudantes.

“Trata-se de um investimento importante atendendo à necessidade de reforçar a oferta de quartos para estudantes e também para outros profissionais que se desloquem à cidade e que venham a necessitar de alojamento, nomeadamente médicos”, disse esta terça-feira à agência Lusa o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues (PS).

A aquisição do imóvel foi aprovada, por unanimidade, em reunião extraordinária do executivo, na segunda-feira.

O autarca explicou que o valor total da compra do imóvel, situado na Avenida 1º de Maio, é de 666 mil euros, sendo que o piso inferior fica destinado à instalação de empresas.

No piso superior, que possui mais de 30 quartos, após as necessárias obras de adaptação e de requalificação, vai ficar instalada a residência partilhada, que tem como prioridade os estudantes.

“Aquele é um espaço que já está construído. Precisa de obras de adaptação, mas dá resposta à necessidade de reforçar a oferta de quartos para estudantes”, afirmou.

Leopoldo Rodrigues disse ainda que, tratando-se de um espaço que se situa no centro de Castelo Branco, numa zona que tem vindo a perder alguma dinâmica, nomeadamente ao nível do comércio, “a ideia passa também por levar mais população e movimento para aquela zona”.

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“Direita não sabe reduzir a dívida” e esquerda “discorda sempre do ritmo e oportunidade”, acusa Medina

No segundo dia do debate no Parlamento, ministro das Finanças destaca "responsabilidade" deste Orçamento com a redução da dívida. Direita critica subida da carga fiscal e dos impostos indiretos.

O ministro das Finanças atira a ambos os lados do espetro político no arranque do último dia do debate sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024, na generalidade. Fernando Medina acusa a direita de “não saber reduzir a dívida” e a esquerda de “discordar sempre do ritmo e oportunidade”.

No Parlamento, o governante refutou a crítica de que os aumentos dos impostos indiretos superam a descida dos impostos diretos, argumentando que a subida da receita fiscal é explicada pelo “ritmo e composição da atividade económica”. Reitera também que as “medidas de reforço dos rendimentos superam a variação dos impostos indiretos”, atingindo cinco mil milhões de euros. Ou seja, calculou, “500 euros por residente”.

Depois de Centeno, o cativador, temos agora Medina, o fiscalizador, que vai buscar dinheiro a todo o lado.

Duarte Pacheco

Deputado do PSD

No entanto, esta justificação continua sem convencer os partidos da direita. O deputado do PSD, Duarte Pacheco, atestou que a carga fiscal aumenta nesta proposta — “pode pintar com as cores que quiser”, criticou. O parlamentar laranja disse ainda que os “portugueses perceberam que baixam os impostos diretos, mas vão aos indiretos buscar [receita], ao estilo sanguessuga que precisa de impostos para sobreviver”.

“Depois de Centeno, o cativador, temos agora Medina, o fiscalizador, que vai buscar dinheiro a todo o lado”, acrescentou o deputado social-democrata.

Já João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, apontou um “mistério da cambalhota”, nomeadamente com a “aritmética de IRS”. O deputado apontou ainda várias questões relativas às mexidas no mínimo de existência, questionando se “não é verdade que as pessoas que ganham entre 820 e 970 euros por mês, se forem aumentados em 10 ou 20 euros, pagam taxa marginal de 47,7% — igual ao último escalão”.

À esquerda, tanto o Bloco como o PCP defendeu a tributação dos lucros extraordinários das empresas, com destaque para a banca que está a “lucrar com as prestações do crédito à habitação”, como aponta Mariana Mortágua.

Na resposta aos deputados, Medina começa por “desmentir do discurso da direita”, defendendo que “os portugueses pagarão em 2024 menos impostos que pagaram em 2023”. Quanto à questão de Cotrim Figueiredo, aponta que a tributação a seguir ao limite do mínimo de existência era de 100%, pelo que foi feita “uma reforma para diminuir”.

No que diz respeito às reivindicações da esquerda para a tributação das grandes empresas, aponta que no setor da energia as “empresas estão sujeitas a uma tributação efetiva em IRC, a derrama e impostos especiais sobre setor energético”. Já na banca, “os 1.500 milhões de lucros serão taxados em IRC, derrama e contribuição do setor bancário”, bem como o adicional.

O ministro reagiu ainda aos dados do crescimento do PIB, divulgados esta terça-feira, que mostram uma contração de 0,2% no terceiro trimestre, apontando que tornam claros: que “perante a recessão do exterior, da procura externa, temos de reforçar a procura interna”.

As questões dos deputados que se seguiram focaram-se também nas empresas, que dizem estar pouco presentes neste OE. A isto, Medina responde que “só no primeiro semestre de 2023, já vamos em 17 mil milhões de euros” de investimento empresarial e destaca ainda que o “stock de investimento estrangeiro aumentou de 2015 para 2023 48 mil milhões de euros”, o que representa 35%.

Já sobre a habitação, diz que está “em marcha uma profunda alteração estrutural do nosso mercado de habitação, com um parque de iniciativa pública para arrendamento acessível: estão já contratualizadas 17.500 habitações, 2.900 já concluídos, 10 mil em obra e 4.500 projetos em curso”.

(Notícia atualizada às 12h30)

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Inflação na Zona Euro baixa para 2,9%. É valor mais baixo desde julho de 2021

A taxa de inflação na Zona Euro terá passado de 4,3% em setembro para 2,9% em outubro. A confirmar-se, terá sido a segunda maior correção trimestral desde 1997.

A inflação continua a abrandar na Zona Euro. De acordo com dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat, a taxa de inflação homóloga no espaço da moeda única terá alcançado os 2,9% em outubro, o valor mais baixo desde julho de 2021 e menos 1,4 pontos percentuais face aos 4,3% registados em setembro.

A confirmarem-se as projeções do gabinete de estatísticas da União Europeia, outubro será o 12.º mês consecutivo de abrandamento da taxa de inflação homóloga na Zona Euro e a segunda maior correção mensal desde 1997 — a maior ocorreu em março deste ano, quando a taxa de inflação homóloga corrigiu 1,6 pontos percentuais.

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No entanto, é importante notar que esta correção surge também por um efeito de base. Em outubro do ano passado, a taxa de inflação homóloga na Zona Euro, que é medida através do Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC), atingiu os 10,6%, o valor mais elevado deste a adoção do Euro.

Analisando em mais detalhe a composição dos vários itens da inflação da Zona Euro, o Eurostat revela que “espera-se que os produtos alimentares, o álcool e o tabaco apresentem a taxa anual mais elevada em outubro (7,5%, em comparação com 8,8% em setembro), seguidos dos serviços (4,6%, em comparação com 4,7% em setembro), dos produtos industriais não energéticos (3,5%, em comparação com 4,1% em setembro) e da energia (-11,1%, em comparação com -4,6% em setembro).”

Entre os 20 Estados-membros da Zona Euro, a Eslováquia e a Croácia são os países com as mais elevadas taxa de inflação, contabilizando em outubro uma subida homóloga da generalidade dos preços de 7,8% e 6,7%, respetivamente.

No canto oposto está a Bélgica e os Países Baixos, os dois únicos países do espaço da moeda única que registam atualmente uma taxa de inflação negativa, como resultado de uma contração homóloga dos preços em outubro de 1,7% e 1%, respetivamente.

Portugal fica a meio da tabela, ligeiramente acima da média da Zona Euro, contabilizando em outubro uma taxa de inflação homóloga também medida pelo IHPC de 3,3%, que compara com 4,8% registado em setembro.

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Economia da zona euro encolheu 0,1% no terceiro trimestre. Portugal é o quarto país com pior desempenho

Economias da zona euro registaram uma contração de 0,1% no terceiro trimestre em cadeia. Em Portugal, o PIB caiu mais (-0,2%), mas há três economias que tiveram um desempenho ainda pior.

Irlanda, Áustria e República Checa foram as três economias europeias que registaram uma contração mais significativa no terceiro trimestre face aos três meses anteriores. Superiores ao valor médio da zona euro que também diminuiu 0,1%, segundo os dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat. Portugal, a par da Estónia, teve uma contração de 0,2%, o quarto pior desempenho entre as economias para as quais já há dados disponíveis — e superior a média do espaço da moeda única.

Já no conjunto da União Europeia foi registado um crescimento em cadeia de 0,1%. Em termos homólogos tanto as economias da zona euro, como da União Europeia, registaram um crescimento de 0,1% e, neste caso, Portugal foi o país que registou o crescimento mais significativo (1,9%). Em segundo lugar surge a Espanha com uma progressão de 1,8%.

O crescimento homólogo de 0,1% surge após uma progressão de 0,5% no trimestre anterior, no caso da zona euro e de 0,4% na UE. A economia europeia, em ambos os casos, está a desacelerar desde o primeiro trimestre de 2022 quando cresceram respetivamente 5,4% e 5,6%.

 

De acordo com a estimativa rápida conhecida esta terça-feira, e que tem dados apenas para 13 economias, e que ainda serão alvo de futuras revisões, em termos homólogos, Portugal foi o país que mais cresceu (1,9%), seguido de Espanha (1,8%) e Bélgica (1,5%). Em sentido contrário, o pior desempenho face ao terceiro trimestre anterior, foi da Irlanda, com uma contração de 4,7%, seguida da Estónia (-2,5%) e Áustria e Suécia (-1,2%).

O desempenho das economias europeias foi inferior ao esperado pelos economistas e, a par com a desaceleração da inflação, retira pressão ao Banco Central Europeu para aumentar as taxas de juro. “Com a zona euro a atingir um valor nada inspirador de -0,1% no trimestre, há a sensação de que o aperto na política monetária levado a cabo ao longo do ano passado conduziu ao tipo de aterragem suave e ambiente desinflacionista que o BCE tem desejado”, diz Joshua Mahony, analista chefe de mercados na Scope Markets, citado pela Reuters. “A esperança do BCE é que não vejamos a economia enfraquecer a ponto de ficarem sob pressão antes de a inflação ficar sob controlo”, acrescentou.

Já Kamil Kovar, economista da Moody’s Analytics, considera que a zona euro está a estagnar sendo que o crescimento regista está longe de ser saudável, mas também não estamos perante uma recessão, “o que deixa bastante espaço para que tanto otimistas como pessimistas vejam o que querem ver”. O economista frisa que é preciso não esquecer que a procura interna teve o melhor trimestre do ano, com o consumo e o investimento a contribuírem positivamente para o crescimento

(Notícia atualizada com mais informação)

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Operadoras apostam nos alarmes para recuperarem as suas margens

  • Servimedia
  • 31 Outubro 2023

Setor de alarmes cresce em Portugal e empresas de telecomunicações seguem tendência mundial e diversificam oferta para tentar maior rentabilidade face à guerra de preços do setor telefónico.

O mercado dos alarmes está a crescer na Europa e a despertar o interesse de empresas de outros setores. O mesmo acontece em Portugal, onde a Securitas Direct lidera um mercado a que estão a aceder novos “players” de outros setores. O objetivo passa por expandir a sua linha de negócio e diversificar e melhorar a sua rentabilidade, num momento em que as empresas de telecomunicações se encontram numa guerra de preços constante e necessitam de encontrar novas formas de financiamento. Este é o caso da NOS, empresa de telecomunicações, que entrou neste mercado através da sua aliança com a Securitas, empresa de segurança (distinta da anteriormente mencionada Securitas Direct).

Embora o setor dos alarmes seja atrativo devido à sua rentabilidade e às suas possibilidades de crescimento e se enquadre bem no modelo de negócios das empresas de telecomunicações, por funcionar com base em assinaturas, a entrada destas empresas em novos mercados não é sinónimo de bons resultados. Em Espanha existem exemplos disso: a compra de empresas como a Terra ou a Tuenti pela Telefónica, que levaram posteriormente ao encerramento destas empresas. Mais recentemente, a Telefónica teve a sua entrada no setor dos alarmes através de uma joint venture com a Prosegur, que não cumpriu as expectativas estabelecidas. A Orange através da Tyco (ADT) ou a Yoigo (Más Móvil) através da Home Go + Sicor (do El Corte Inglés), são outros exemplos concretos de casos que não tiveram o sucesso esperado.

A nível internacional, a aposta das empresas de telecomunicações no mercado dos alarmes é já uma realidade com a criação de parcerias comerciais ou de joint ventures. A SFR em França, a TDC na Dinamarca e a Tele2 na Holanda são apenas alguns exemplos. Contudo, a experiência não tem sido a melhor.

Quais os motivos para as empresas de telecomunicações falharem no setor dos alarmes?

As dificuldades das empresas de telecomunicações em triunfarem num setor como o dos alarmes pode explicar-se pela constante necessidade de inovação que o setor implica. Sendo um serviço delicado, é necessário oferecer soluções constantemente inovadoras a preços acessíveis para contrariar as novas técnicas utilizadas pelos assaltantes. Ainda que as empresas de telecomunicações possam oferecer preços atrativos com a sua entrada, negligenciam a qualidade do serviço prestado, num setor que exige resposta ao cliente no momento exata da sua necessidade.

Além disso, o que muitas vezes fazem estas empresas, habituadas a uma luta constante de preços entre si, é deteriorar o valor do serviço. A estratégia de diversificação agressiva leva-as a entrar em novos setores, que acabam por destruir pouco a pouco por não os compreenderem e obrigarem a seguirem as suas regras, com baixas de preços, sem inovar ou valorizar os clientes, que acabam por ser as maiores vítimas.

Em Portugal, o número de alarmes domésticos é ainda baixo, já que o país continua a ser visto como um dos mais seguros do mundo, sobretudo nas ruas e nos apartamentos. Contudo, nas casas isoladas e geminadas ou nas segundas habitações e pequenos negócios, o cenário é um pouco diferente. Trata-se de segmentos que exigem alarmes e maior segurança em geral pelas necessidades particulares que apresentam.

Os clientes continuam a dar preferência às marcas já conhecidas dentro do setor e a optar por ofertas mais completas e ajustadas a todas as necessidades. Além disso, o setor dos alarmes é um mercado no qual a vida média dos clientes é longa e as transições não são uma constante, algo necessário para que as novas entradas no mercado possam ter o sucesso desejado.

Além disso, a incursão noutros setores leva a uma menor atenção à sua própria atividade, o que facilita a entrada de novos operadores no setor das telecomunicações. No caso português, um exemplo desta situação pode ser o recente anúncio dos planos da DIGI de expansão para o mercado português.

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“A Inteligência Artificial é uma ferramenta poderosíssima”

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  • 31 Outubro 2023

Jorge Oliveira, padre, engenheiro e doutorado pela Pontificia Università della Santa Croce, é o primeiro convidado do podcast Vale da Inquietação.

Os dilemas éticos, as oportunidades de transformação e as implicações sociais da revolução tecnológica, mais concretamente da Inteligência Artificial, serão os temas abordados ao longo da primeira temporada do podcast “Vale da Inquietação”, uma iniciativa da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e da Microsoft.

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Jorge Oliveira, padre, engenheiro e doutorado pela Pontificia Università della Santa Croce (Roma), é o convidado do primeiro episódio, que teve como mote “A Inteligência Artificial e a Ética”. Nesta conversa, moderada por Pedro Duarte, vice-presidente da CIP, foram exploradas as questões éticas que se colocam com o desenvolvimento e a aplicação da Inteligência Artificial.

Como se pode garantir que os sistemas de IA respeitam os valores humanos, os direitos fundamentais e a dignidade das pessoas? Quais são os riscos e as oportunidades da IA para a sociedade e para a realização individual? Como se pode promover uma IA responsável, transparente e inclusiva? Estas e outras questões foram respondidas pelo Pe. Jorge Oliveira, que começou logo por dizer que “a IA é uma ferramenta poderosíssima”.

O sacerdote explicou que esta ferramenta “tem muitas vantagens, mas como qualquer outra ferramenta também tem o poder de ser mal utilizada”. “Os desafios éticos entram aqui. Como é que eu me relaciono, enquanto ser humano, com esta ferramenta?”, questionou.

Nesse sentido, Jorge Oliveira destacou o ChatGPT como uma ferramenta de IA que, se bem aproveitada e utilizada, pode ser uma mais-valia. Inclusivamente, o padre revelou mesmo que já pediu ajuda a este chatbot para preparar uma homilia: “Ajuda imenso o ChatGPT ser um chatbot que me ajuda a refinar textos. Essas ajudas e correções que dá, como se fosse um assessor de comunicação, é algo que agradeço profundamente. Uma vez perguntei-lhe: ´ChatGPT, se eu tivesse de preparar uma homilia sobre o bom samaritano, quais os quatro tópicos que tu achas seriam mais interessantes abordar?´. Ele ajuda-me a estruturar o discurso e depois eu desenvolvo”.

Apesar de destacar as inúmeras vantagens associadas ao uso do ChatGPT, o padre de Braga realçou a importância do pensamento humano, que é muito necessário antes de o ChatGPT dar um texto. “É preciso pensar antes de escrever no ChatGPT, e isso é algo humano”, declarou.

No que diz respeito a ameaças e riscos, Jorge Oliveira destacou três: “as máquinas não têm noção do bem e do mal, isso é sempre pré-determinado por alguém, por isso, quando falamos de ética, falamos sempre de comportamento humano“; “é importante pensar que nem tudo o que é tecnicamente possível é eticamente aceitável“; “é muito relevante assegurar os limites que existem na própria tecnologia, ou seja, não se pode pensar que o desenvolvimento da IA pode apagar a natureza humana e o controlo humano sobre isto“.

As proporções que a Inteligência Artificial tem vindo a tomar vão levar a que o próprio Papa Francisco escreva, no dia 1 de janeiro de 2024 (Dia Mundial da Paz), um texto com um discurso sobre a IA e a paz. “Isto, para mim, é altamente surpreendente. Mesmo o Papa Francisco, com 87 anos, consegue perceber a influência que este tipo de ferramentas estão a ter no mundo de hoje. Por isso, eu estou muito otimista. A tecnologia tem-me ajudado muito e acho que tudo o que seja facilitar processos e fazer com que as pessoas percam menos tempo em processos repetitivos é sempre bom“, concluiu o sacerdote.

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Governo prorroga licenças para assegurar assistência nos aeroportos até 2025

Executivo socialista decidiu prorrogar até abril de 2025 as atuais licenças de assistência em escala atribuídas nos aeroportos de Lisboa, do Porto e de Faro.

O Governo decidiu prorrogar excecionalmente as atuais licenças de assistência em escala atribuídas nos aeroportos de Lisboa, do Porto e de Faro, aos prestadores de serviços selecionados. Segundo o decreto-lei publicado em Diário da República esta terça-feira, as licenças atribuídas são prorrogadas até ao dia 19 de abril de 2025.

“Torna-se necessário criar condições para a manutenção do regular funcionamento das infraestruturas aeroportuárias e evitar a ocorrência de quebras na prestação de serviços de assistência em escala até à sua conclusão, tendo em conta a alteração do modelo de seleção”, lê-se neste diploma.

Anteriormente, o número autorizado de prestadores de serviços de assistência em escala estava limitado a dois, nos aeroportos de Lisboa, do Porto e de Faro, relativamente às categorias de assistência a bagagem, assistência a carga e correio e assistência a operações em pista, tendo sido lançados nove concursos públicos. Mas os termos não coincidiam entre si, “atentas as diferentes datas de conclusão dos referidos concursos e de atribuição das licenças”.

Face à revogação desse despacho, foi dada a possibilidade ao Governo de adotar um novo modelo de seleção do prestador de serviços de assistência em escala a terceiros nos aeroportos com limitações impostas.

“Atenta a experiência entretanto colhida e tendo presente a inerente morosidade e elevada complexidade deste tipo de procedimentos concursais, impõe-se criar um regime que permita a prorrogação do prazo das licenças atualmente vigentes até à atribuição da licença ao novo prestador de serviços selecionado, permitindo, desta forma, evitar a ocorrência de situações imprevisíveis que possam afetar o normal desenvolvimento do procedimento e coloquem em causa a continuidade da prestação de serviços de assistência em escala, situação que constituiria um grave prejuízo para o interesse público”, lê-se.

Assim, o Governo pretende assegurar que não ocorrem quebras na prestação de serviços de assistência em escala nos aeroportos nacionais de Lisboa, do Porto e de Faro.

“As licenças atribuídas no âmbito dos procedimentos de seleção de prestadores de serviços de assistência em escala ao abrigo do Despacho n.º 14886-A/2013, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 222, de 15 de novembro de 2013, na sua redação atual, nos aeroportos Francisco Sá Carneiro (Porto), Gago Coutinho (Faro) e Humberto Delgado (Lisboa), válidas à data de entrada em vigor do presente decreto-lei, são prorrogadas até ao dia 19 de abril de 2025“, referem.

O decreto-lei entra em vigor no dia 9 de novembro.

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