Economia portuguesa contraiu 0,2% no terceiro trimestre devido a “redução expressiva” das exportações

"Redução expressiva" das exportações de bens explica contração da economia no terceiro trimestre deste ano. Já a procura interna passou de um contributo negativo para positivo no terceiro trimestre.

A economia sofreu uma contração de 0,2% no terceiro trimestre, devido à “redução expressiva” das exportações de bens, revela o Instituto nacional de Estatística esta terça-feira. Em termos homólogos, o PIB cresceu 1,9%, um abrandamento face à progressão homóloga de 2,6%, valor revisto em alta.

“Comparando com o segundo trimestre de 2023, o PIB registou uma diminuição de 0,2%, após um crescimento em cadeia de 0,1% no trimestre anterior“, avança o INE, que reviu em alta os valores do segundo trimestre, no qual se registava uma estagnação em cadeia, dada a informação nova incorporada.

O contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB, passou a negativo, após ter sido positivo no segundo trimestre, refletindo a redução das exportações quer de bens, quer de serviços, incluindo o turismo”, explica a estimativa rápida. Os economistas ouvidos pelo ECO antecipavam todos uma quebra das exportações que, no caso dos bens terá sido agravado pela paragem da Autoeuropa, e nos serviços por uma desaceleração do turismo.

o contributo da procura interna “passou de negativo a positivo no terceiro trimestre, observando-se aumentos do consumo privado e do investimento”, acrescenta a mesma nota. O economista-chefe do Santander explicou que “os principais drivers do crescimento” continuaram a ser “a procura interna, com o consumo privado a ter um contributo bastante positivo”. Já quanto ao investimento, Rui Constantino dizia que “terá prosseguido numa trajetória de fraco crescimento face ao contexto de custos de financiamento mais elevados”.

Em termos homólogos, ou seja face ao terceiro trimestre de 2022, a economia desacelerou para 1,9% após a progressão de 2,6% no trimestre precedente. “O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB diminuiu em relação ao verificado no trimestre anterior, em resultado da desaceleração significativa das exportações de bens e serviços em volume, tendo a componente de bens registado uma redução expressiva”, justificou o INE.

Já as importações de bens e serviços “registaram uma redução moderada devido à componente de bens”. Quanto aos termos de troca, acrescenta o instituto de estatísticas, “a redução do deflator das importações em termos homólogos no terceiro trimestre foi mais intensa que a do deflator das exportações, verificando-se ganhos dos termos de troca mais elevados que no trimestre anterior”.

Em sentido contrário, a procura interna registou um contributo positivo para a variação homóloga do PIB, superior ao do trimestre anterior, verificando-se uma aceleração do investimento e um abrandamento do consumo privado.

Os economistas consultados pelo ECO foram unânimes em assumir o abrandamento do crescimento no terceiro trimestre, antecipando que poderia ficar entre 2,4% e 1,7% em termos homólogos.

O INE explicou que as revisões em alta de 0,1 pontos percentuais nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB referentes ao segundo trimestre se devem à incorporação de nova informação primária, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens do terceiro trimestre de 2023.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Inflação em Portugal regista forte abrandamento em outubro para 2,1%, explicado sobretudo pelo efeito de base

Recuo deve-se em parte à comparação com o mês de outubro de 2022, em que houve subidas nos preços dos alimentos e energia. Portagens nas autoestradas devem subir mais de 2% a partir de 1 de janeiro.

A inflação em Portugal recuou para 2,1% em outubro, um valor que fica já próximo da meta do Banco Central Europeu, de acordo com a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira.

No entanto, é de salientar que este forte abrandamento se deve em parte ao efeito de base devido ao facto de se estar a comparar com o mês de outubro de 2022, quando se registaram aumentos nos preços dos produtos alimentares e energéticos.

Como nota o INE, o “principal contributo para esta desaceleração” está então associado aos “aumentos mensais de preços registados em outubro de 2022 nos produtos alimentares (2,1%) e nos produtos energéticos (6,7%), com destaque para o gás natural (77,4%)”.

Este ano, os preços da energia já estão a recuar, enquanto a subida dos preços alimentares tem também vindo a abrandar. Recorde-se, ainda assim, que a medida do IVA Zero, que isenta de imposto um cabaz de mais de 40 bens essenciais, vai chegar ao fim no próximo ano, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2024.

Apesar destes efeitos de base, se a comparação for feita com o mês anterior, “a variação do IPC terá sido -0,2% (1,1% em setembro e 1,2% em outubro de 2022)”, pelo que continuou a registar-se uma redução mensal.

Já no que diz respeito à inflação subjacente, um indicador que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos — por terem preços mais voláteis –, terá abrandado para 3,5% (4,1% no mês precedente).

O INE revela ainda o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que é um indicador utilizado para as comparações europeias e que inclui também as despesas dos turistas: terá “registado uma variação homóloga de 3,3% (4,8% no mês precedente)”.

Estes dados são ainda uma estimativa rápida do gabinete de estatísticas nacional, sendo que os dados definitivos vão ser publicados a 13 de novembro.

Portagens devem subir mais de 2% em 2024

Tendo em conta a estimativa rápida divulgada esta manhã pelo INE, as taxas de portagem nas autoestradas portuguesas podem ter uma atualização acima dos 2% no próximo ano. É que a inflação de outubro serve de referência para a generalidade das concessões, incluindo as da Brisa. Por outro lado, as portagens das pontes sobre o rio Tejo são atualizadas pela inflação de setembro, que foi mais elevada.

Segundo a legislação em vigor, as concessionárias de autoestradas terão um prazo até 15 de novembro para entregar ao Executivo as propostas para a revisão dos preços das portagens, para entrar em vigor a 1 de janeiro do ano seguinte. A mesma lei dá 30 dias ao Estado para se pronunciar.

(Notícia atualizada às 9h55)

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Livre abstém-se na generalidade e antecipa “trabalho árduo” para melhorar proposta do OE2024

  • Lusa
  • 31 Outubro 2023

O deputado único do Livre diz ter constatado “preocupantes lacunas” na proposta orçamental “na resposta à emergência social, em particular na habitação e na pobreza infantil.

O deputado único do Livre vai abster-se na votação na generalidade da proposta do Orçamento do Estado para 2024, alertando para a necessidade de um “trabalho árduo” na especialidade, do qual dependerá a posição final do partido.

“O Livre não enjeitará a oportunidade para procurar melhorar este orçamento, o que fará de boa-fé e com espírito construtivo, pelo que se absterá na votação na generalidade”, lê-se num comunicado do Livre enviado à agência Lusa.

Na noite de segunda-feira, o Livre reuniu a sua Assembleia – órgão máximo entre congressos – para fechar o sentido de voto na generalidade da proposta do OE2024, que decorre esta terça-feira no parlamento e tem aprovação garantida pela maioria do PS.

“O trabalho que temos pela frente, da nossa parte e da parte do Governo e do PS, será árduo, para que esta abstenção na generalidade não se transforme em voto contra na votação global final”, alerta o partido, que considera que “a distância entre este orçamento e as necessidades atuais do país é muito grande”.

O Livre diz ter constatado “preocupantes lacunas” na proposta orçamental “na resposta à emergência social, em particular na habitação e na pobreza infantil, na insuficiência do investimento na área da educação e na saúde” e “uma gritante inadequação no que diz respeito às políticas para a ciência e ensino superior, essenciais para preparar o futuro do país”.

Como pontos positivos, o Livre refere “os aumentos dos fundos disponíveis para a ação climática (embora tenha como pano de fundo a diminuição dos fundos dedicados à conservação da natureza, à proteção do meio ambiente e à defesa da biodiversidade), bem como a criação de um Fundo de Investimento que responde ao questionamento do Livre sobre a utilização a dar aos excedentes orçamentais”.

“Registamos finalmente, a declaração de disponibilidade, por parte do primeiro-ministro, para aprofundar o caminho que o Livre já fez na criação do Passe Ferroviário Nacional e nos transportes, e de uma forma geral, a abertura revelada pelo Governo para negociar na especialidade”, lê-se no comunicado.

O partido considera que, ao longo desta legislatura, tem estado “na linha da frente na proposta de soluções inovadoras e na luta por mais justiça ambiental e social”, enumerando propostas de alteração apresentadas em processos orçamentais anteriores, como “o estudo e experimentação da semana de quatro dias, o Passe Ferroviário Nacional, o Programa 3C – Casa, Conforto e Clima, o aumento do abono de família para famílias monoparentais ou o subsídio de desemprego para as vítimas de violência doméstica”.

No primeiro dia de debate na generalidade da proposta de Orçamento para 2024 (OE2024), o Livre desafiou o Governo a aplicar uma sobretaxa no imposto sobre imóveis aos compradores “milionários globais”, “não residentes e não contribuintes” – cuja receita visa ser canalizada para ajudar a resolver a crise na habitação – tendo o primeiro-ministro recusado qualquer “perseguição fiscal a estrangeiros”.

Mais tarde, no debate, António Costa afirmou ao deputado único que o Governo está disponível para negociar algumas das suas propostas de alteração ao orçamento, salientando que assim aconteceu em exercícios orçamentais anteriores.

O Livre absteve-se na proposta do Orçamento do Estado para 2023, tendo conseguido que algumas das suas alterações na especialidade fossem aprovadas, nomeadamente um Passe Ferroviário Nacional para comboios regionais, no valor de 49 euros, já em vigor.

Na discussão do Orçamento do Estado para 2022 – no qual também se absteve – o partido conseguiu ‘luz verde’ para o alargamento do subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica, aprovado em Conselho de Ministros no passado dia 19 de outubro.

A votação final global do Orçamento do Estado para 2024 está agendada para 29 de novembro.

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Fundo britânico Zegona compra Vodafone Espanha por 5.000 milhões de euros

  • ECO e Lusa
  • 31 Outubro 2023

Vodafone dará ao Zegona a licença para usar a marca Vodafone em Espanha durante um período de até dez anos. Operação da empresa no país vizinho é liderada pelo português Mário Vaz desde 1 de abril.

A empresa de telecomunicações Vodafone vai vender todo o negócio que tem em Espanha ao fundo britânico Zegona por 5.000 milhões de euros, anunciaram esta terça-feira as duas entidades.

Com esta operação, a Vodafone dará ao Zegona a licença para usar a marca Vodafone em Espanha durante um período de até dez anos. As duas empresas assinarão ainda “outros acordos transitórios e a longo prazo” que incluem diversos serviços, disse o Zegona, num comunicado.

A finalização da transação depende ainda de aprovações dos acionistas do fundo Zegona e de entidades reguladoras, devendo estar concluída no primeiro semestre de 2024.

A Vodafone Espanha é liderada pelo português Mário Vaz desde 1 de abril, que foi CEO da Vodafone Portugal durante mais de dez anos.

Num comunicado, a presidente executiva da Vodafone, Margherita Della Valle, disse que “a venda da Vodafone Espanha é um passo fundamental para dimensionar” a carteira do grupo com vista ao crescimento, permitindo centrar os recursos “em mercados com estruturas sustentáveis e suficiente escala local”.

Em Portugal, é a Vodafone Portugal que está compradora. A empresa liderada por Luís Lopes tem, desde 30 de setembro de 2022, uma oferta para adquirir a concorrente Nowo aos espanhóis da MásMóvil. Quase a completar um ano desde que foi anunciada, a oferta da Vodafone pela Nowo continua a ser avaliada pela Autoridade da Concorrência (AdC).

 

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De que nos valem os benefícios extra salário? Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Estamos a viver mais, mas também a trabalhar durante mais tempo. Os portugueses trabalham em média 38,4 anos, valor que dá título ao podcast do ECO sobre o que está a moldar o mercado de trabalho.

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Numa altura em que os portugueses se confrontam com um aumento do custo de vida, a pergunta impõe-se: do seguro de saúde garantido pelo empregador à oferta da mensalidade do ginásio, afinal, de que servem os benefícios extra salário? Fazem mesmo a diferença ou são uma desculpa para não aumentar vencimentos? Inês Odila, country manager da Coverflex Portugal, junta-se a nós neste episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro” para discutir esta questão, assegurando que a personalização e a autonomia são as palavras-chave do futuro da compensação. Ouça o episódio no leitor acima ou aqui.

Neste episódio, falamos ainda de adiantamentos do salário, dos benefícios que servem para atrair talento e, claro, sobre o peso de tudo isso nas contribuições para a Segurança Social e consequentemente nas pensões de velhice.

Inês Odila, country manager da Coverflex Portugal, em entrevista ao podcast do ECO "Trinta e oito vírgula quatro" - 13OUT23
Inês Odila, country manager da Coverflex Portugal, em entrevista ao podcast do ECO “Trinta e oito vírgula quatro”Hugo Amaral/ECO

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de outubro, vamos explorar essa questão do ponto de vista dos salários.

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Zero pede encerramento do aeroporto de Lisboa por prejuízos devido ao ruído

  • Lusa
  • 31 Outubro 2023

A associação ambientalista Zero pede o encerramento urgente do aeroporto de Lisboa que apresenta um prejuízo acumulado da exposição ao ruído na saúde das pessoas de quase nove mil milhões de euros.

A associação ambientalista Zero pede o encerramento urgente do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que, de 2015 até agora, apresenta um prejuízo acumulado da exposição ao ruído na saúde das pessoas de quase nove mil milhões de euros.

“A Zero espera que, na sequência da Avaliação Ambiental Estratégica em curso, se inicie a contagem decrescente para o encerramento urgente e definitivo do Aeroporto Humberto Delgado, acabando de vez com os seus custos sociais incomportáveis”, afirma a associação num comunicado hoje divulgado.

De acordo com a organização não governamental (ONG), esses custos “dariam para pagar, pelo menos, dois novos aeroportos em local adequado com o menor impacto possível sobre a saúde humana”.

“Os custos aproximados acumulados neste período de 7 anos e 10 meses, a preços correntes, são superiores a 8.750 milhões de euros, o que significa, excluindo os anos de pandemia em que a atividade aeroportuária foi atípica, que estamos perante um prejuízo de cerca de 1.300 milhões de euros por ano, o que equivale a mais de 3,5 milhões de euros por dia“, indica.

A estimativa revelada pela Zero para o total de 24 horas diárias foi feita através de um contador no seu site que mostra em tempo real o prejuízo acumulado da exposição crónica ao ruído nas pessoas desde 2015, quando o aeroporto deveria ter encerrado, segundo o parecer de 2006 da Comissão de Avaliação Ambiental do plano de desenvolvimento daquela infraestrutura.

A ONG adianta que o excesso de ruído tem impacto em 380.000 habitantes de Lisboa, Loures e Almada.

“A exposição prolongada ao ruído de aviões nas áreas afetadas da grande Lisboa tem várias consequências adversas na saúde, desde logo distúrbios do sono, interferindo na qualidade e na quantidade de descanso necessário para um funcionamento saudável do organismo”, observa a Zero.

Também faz aumentar os níveis de stress e contribui para problemas cardiovasculares, como hipertensão e doenças cardíacas, bem como prejudica a saúde mental, podendo levar a distúrbios de ansiedade e depressão.

A Zero recorda ainda que o ruído dos aviões tem impacto no mercado imobiliário de Lisboa e Loures.

“(…) Imóveis próximos do aeroporto ou debaixo da rota de voos têm em geral preços mais baixos em comparação com as restantes áreas da cidade. Esta subvalorização do património imobiliário terá custado 167 milhões de euros em 2019″, explica.

Na análise da Zero, o custo social foi quantificado através de uma metodologia presente em estudos internacionais e que se auxilia em “relações dose-efeito” da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Foram quantificados os custos associados às perturbações do sono, incomodidade, cardiopatia isquémica, hipertensão, perda de produtividade e subvalorização do património imobiliário — estes dois últimos fatores não foram avaliados pelo grupo de trabalho para o estudo e avaliação do tráfego noturno.

“A Zero estima que os custos do ruído do Aeroporto Humberto Delgado, quando calculados ao abrigo das recomendações da OMS, saiam significativamente agravados face aos custos apurados, de acordo com a legislação nacional“, frisou.

A associação lembra que, quando o aeroporto encerrar, “somará várias dezenas de milhões de euros em prejuízo irrecuperável para os cidadãos afetados”.

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Pedro Nuno Santos volta a discordar de Costa sobre critérios de venda da TAP. Dúvidas de Marcelo são “legítimas”

  • ECO
  • 31 Outubro 2023

Do hub de Lisboa até à maioria do capital que o Estado deve ter na TAP, o primeiro-ministro e o ex-ministro das Infraestruturas voltam a divergir sobre o dossiê da privatização da TAP.

“Falsa questão”. Foi com estas palavras que Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas, classificou as afirmações de António Costa, que adiantou no Parlamento não haverá privatização da TAP sem garantias de que o hub continua em Portugal. Para o deputado socialista, o interesse das companhias aéreas na TAP deve-se precisamente ao hub de Lisboa, ou seja, ao centro de operações.

“Podemos colocar essa exigência e o comprador aproveitará logo para dizer “com essa exigência são menos 200 milhões no preço”, mas verdadeiramente não precisamos de colocar essa exigência porque a Lufthansa ou a KLM – Air France quando vêm comprar a TAP é por causa do hub, não é por causa de mais nada”, disse Pedro Nuno Santos no comentário semanal na SIC.

Se, para o primeiro-ministro, para ter manter a “vocação estratégica” da TAP “não é necessário ter 100% do capital ou sequer 51%”, para Pedro Nuno Santos é necessário que o Estado garanta a maioria do capital. “Sem maioria de capital pode haver acompanhamento, mas intervenção na empresa não vai haver. Não há parassocial que salve isso”, disse.

Visando igualmente as declarações de Fernando Medina, que em entrevista ao ECO disse que o preço da venda da TAP é o último na ordem de importância dos cinco critérios para a escolha do comprador, Pedro Nuno Santos referiu no mesmo espaço de comentário que o preço de venda da companhia aérea “não pode ser o último critério”.

Sobre o veto de Marcelo ao diploma de privatização da TAP, o ex-ministro das Infraestruturas considera que as dúvidas do chefe de Estado são “legítimas”. Ainda assim assume que a devolução do diploma “mais parece um episódio da relação tensa” entre Marcelo e o Governo. “Este veto não fica limitado às nossas fronteiras, é visto por potenciais compradores“, defendeu.

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Câmara do Porto não vai permitir “mais nenhuma frente de obra” do metro. “Cidade não pode morrer com PRR”

  • Lusa
  • 31 Outubro 2023

Autarca defende que “a cidade não pode morrer pelo cumprimento do PRR”, que financia a obra do metrobus na Boavista e as novas linhas Rosa e Rubi - esta última inclui uma nova ponte sobre o Douro.

O presidente da Câmara do Porto afirmou na segunda-feira que o município não irá permitir “mais nenhuma frente de obra” do metro, defendendo que a cidade “está caótica” devido às obras da linha Rosa e ‘metrobus’.

“Naquilo que estiver ao nosso alcance, não permitimos mais nenhuma frente de obra até acabarem as que têm. A cidade está caótica porque os cronogramas que nos foram apresentados não estão a ser cumpridos”, afirmou o presidente da câmara, o independente Rui Moreira, durante a Assembleia Municipal, na segunda-feira à noite.

Aos deputados municipais, o autarca independente assegurou não querer saber do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que financia a obra do metrobus, da linha Rosa e da linha Rubi, defendendo que “a cidade não pode morrer pelo cumprimento do PRR”.

“Acabam a linha Rosa, o metrobus e quando fizerem isso, o meu sucessor passará a licença para a linha Rubi”, referiu, adiantando ter já revelado essa intenção ao presidente da Metro do Porto e ao secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado.

“Não sei o que pensam, mas é um apelo de coração. Não é uma questão de politiquice. Temos uma palavra a dizer sobre o que se passa na nossa cidade e, neste caso, a meu ver, temos de não autorizar quaisquer que sejam as consequências”, acrescentou, dizendo que a cidade “não pode ser vista como um campo para fazer experimentalismos”.

Rui Moreira reforçou as criticas às “sucessivas derrapagens” nas frentes de obra do metro, dando como exemplo a obra do metrobus na Marechal Gomes da Costa. “Foi-nos dito, no final de junho, que precisavam de reduzir a Marechal Gomes da Costa durante um mês (…) A obra continua. Preocupa-nos fazerem promessas que não são cumpridas”, disse, adiantando que a obra do ‘metrobus’ “está com quatro meses de atraso”. “Neste momento a situação é absolutamente catastrófica”, acrescentou.

Atualmente, a Metro do Porto conta com seis linhas em operação, estando em construção uma extensão da Linha Amarela (D) entre Santo Ovídio e Vila d’Este (Vila Nova de Gaia), a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música (Porto), uma linha de ‘metrobus’ entre Casa da Música e Praça do Império (aguarda-se lançamento da extensão à Anémona), e o arranque das obras da Linha Rubi (H), entre Casa da Música e Santo Ovídio, que inclui uma nova ponte sobre o rio Douro, está previsto para o final deste ano.

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Maioria dos portugueses chumba Orçamento do Estado para 2024. Vai “piorar” situação do país

  • ECO
  • 31 Outubro 2023

Quase 54% dos inquiridos pela Intercampus estão pessimistas sobre o impacto da proposta orçamental para o próximo ano. Excedente deveria ser usado para subir salários e realizar investimentos.

São perto de 54% os portugueses que confessam estar pessimistas sobre o impacto da proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), segundo os dados do barómetro de outubro elaborado pela Intercampus. A maioria acredita que a “situação do país vai piorar”. Por outro lado, 31,6% defende que esta proposta do Executivo que vai trazer resultados positivos para Portugal.

Segundo os dados publicados esta terça-feira pelo CM e Jornal de Negócios, os portugueses não acreditam que a proposta apresentada pelo Governo seja capaz de melhorar as condições de vida das famílias. No total, 53% afirma que o OE2024 é mesmo negativo, com apenas 29,8% a dizer acreditar que é bom para as famílias.

Ainda assim, sete em cada dez inquiridos considera positiva a descida do IRS e cerca de 81% concorda com a subida dos salários e pensões. Já sobre o excedente orçamental de 0,8% do PIB, antecipado no documento, a maioria concorda que deve ser investido na subida dos salários, havendo ainda 23% dos inquiridos a considerar que deve ser usado para a realização de investimentos.

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Insurtech Eleos levanta 700 mil euros em ronda pré-seed

A insurtech, baseada em Londres e Lisboa, tem como objetivo tornar os seguros de vida, de saúde e de proteção de rendimento acessíveis a todos, de forma digital.

A Eleos levantou 700 mil euros em financiamento pré-seed, com o apoio da Indico Capital Partners, e dos fundos estrangeiros APX, Fuel Ventures e Magic Fund. A insurtech, baseada em Londres e Lisboa, tem como objetivo tornar os seguros de vida, de saúde e de proteção de rendimento acessíveis a todos, de forma digital.

“A nossa missão é proporcionar a todos a estabilidade financeira, que os guiará em segurança, durante períodos de dificuldades inevitáveis, oferecendo apólices de seguro acessíveis e essenciais. Fizemos um enorme progresso relativamente a esse objetivo em apenas alguns meses e, com os nossos novos parceiros de investimento liderados pela Indico, esse progresso será acelerado”, diz Kiruba Shankar Eswaran, CEO da Eleos, citado em nota de imprensa.

A insurtech trabalha em parceria com várias marcas, principalmente outras fintechs, como a Loqbox e a Updraft, para incorporar seguros nas suas operações online. “Utilizando os dados já detidos por estas plataformas, a Eleos tem a capacidade de aumentar a sensibilização, fornecer cotações personalizadas e acelerar o processo de subscrição relacionado com as categorias de seguros em que opera durante o processo de interação dos clientes nessas mesmas plataformas”, pode ler-se na nota de imprensa.

A ronda de financiamento permitirá visa o lançamento de “produtos de seguros inovadores” e o estabelecimento de “novas parcerias de modo a preencher a grande lacuna de cobertura que existe no Reino Unido.”

“A digitalização de seguros ainda tem muito caminho para percorrer e a Eleos está a inovar neste mercado de larga escala”, diz Stephan Morais, presidente da Indico Capital Partners, um dos investidores, citado em nota de imprensa. A Eleos irá integrar o Indico Founders Program, em parceria com a Google for Startups.

Lançada em 2023, e com equipas em Londres e Lisboa, a Eleos foi fundada por uma equipa de empreendedores que venderam a Zaask, um dos principais mercados de serviços na Península Ibérica, e a Anorak, a primeira corretora digital de seguros de vida do Reino Unido.

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Hoje nas notícias: Orçamento do Estado, TAP e canábis

  • ECO
  • 31 Outubro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A maioria dos portugueses estão pessimistas sobre o impacto da proposta do Orçamento do Estado para 2024 e acreditam que vai piorar a situação do país. Pedro Nuno Santos discorda da posição do Governo sobre a reprivatização da TAP e assegura que as garantias de Costa não são válidas. Portugal bate recorde de cultivo e exportação de canábis, aumentando 63% do volume de exportação em 2022. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional.

Maioria dos portugueses “chumba” Orçamento do Estado para 2024

Dados do barómetro de outubro da Intercampus revelam que cerca de 53,8% dos portugueses estão pessimistas sobre o impacto da proposta do Orçamento do Estado para 2024 e acreditam que vai “piorar a situação do país”. Mais de metade dos inquiridos apoia a subida dos salários e a descida do IRS, mas apenas cerca de 20% usaria o excedente para reduzir a dívida pública.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Pedro Nuno Santos volta a contradizer Costa no dossiê da TAP

O ex-ministro das Infraestrutura, Pedro Nuno Santos, discorda da posição do Governo sobre a reprivatização da TAP e assegura que as garantias de António Costa sobre a venda da maioria do capital da companhia aérea não são válidas. O deputado socialista defende que “se o hub de Lisboa não estiver garantido e não estiver garantida a função estratégica da TAP, não haverá privatização”.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Exportação de canábis dispara num ano e alemães são os maiores compradores

Em 2022, Portugal cultivou e exportou quase 10 toneladas de canábis, mais concretamente 9.271 quilos. Este valor representa um aumento de 63% do volume de exportação. Sem sinais de abrandamento, no primeiro semestre de 2023, o país já exportou mais de cinco toneladas e a previsão é que no final de 2023 os números ultrapassem os do ano anterior. Alemanha e Polónia são atualmente os principais destinos.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Médicos não abdicam dos 30% de aumento

Esta terça-feira, o Governo e os sindicatos do médicos voltam a reunir-se para discutir a atualização da grelha salarial, após manterem um “braço de ferro” sobre um aumento dos salários na ordem dos 30%. Para Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, “não há entendimento sobre o aumento salarial que permita repor a perda do poder de compra”. Os sindicatos admitem que o aumento poderá ser faseado por um período superior a um ano.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Ruído do aeroporto de Lisboa custa mais de 3,5 milhões de euros por dia

Segundo uma estimativa feita num estudo da associação ambientalista Zero, o ruído do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, custa, em média, mais de 3,5 milhões de euros por dia. Este valor foi calculado com base nos custos que o ruído tem para a saúde, a produtividade no trabalho e o mercado imobiliário nos concelhos de Lisboa, Loures e Almada.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de outubro

  • ECO
  • 31 Outubro 2023

Ao longo desta terça-feira, 31 de outubro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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