Ryanair de saída dos Açores? Governo regional “não pode responder pelos privados”

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

O presidente do Governo Regional afirmou que é preciso “compreender as decisões autónomas das empresas privadas” e realçou que o executivo “não pode responder pelos privados”.

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou esta segunda-feira que o executivo “fez o que tinha de fazer” para manter a operação da Ryanair para o arquipélago, rejeitando reagir a “comentaristas de circunstância”.

“O governo já esclareceu e não vou sucessivamente, perante comentaristas de circunstância, estar pouco a pouco a repetir a mensagem do governo. Na expressão da secretária regional foi dito que, da parte do governo, nós fizemos o que tínhamos de fazer”, afirmou Bolieiro, quando questionado pelos jornalistas sobre a operação da Ryanair para o arquipélago.

O líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), que falava em Ponta Delgada à margem da reunião da comissão de concertação social do Conselho Económico e Social, aludia às declarações da secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas na quinta-feira.

Naquele dia, Berta Cabral revelou que existe um acordo para a Ryanair não abandonar totalmente a região e disse esperar que a companhia “honre o compromisso” assumido com o executivo, que passa pela redução dos voos a partir do próximo inverno. Bolieiro reforçou que existiu um “entendimento” entre o Governo dos Açores e a companhia aérea, mas rejeitou comentar a “espuma dos dias”.

“O governo tudo fez, no que estava ao seu alcance, para deixar claro qual era a sua posição e o seu entendimento. Isso já foi dito desde a primeira hora. Não há nenhuma coisa por dizer por parte do governo porque a senhora secretária foi clara e objetiva nas suas declarações”, salientou.

O presidente do Governo Regional afirmou que é preciso “compreender as decisões autónomas das empresas privadas” e realçou que o executivo “não pode responder pelos privados”. “Não vejo que isso seja, sequer, uma questão de dialética partidária que se possa fazer. Mesmo com empresários. Eles melhor do que ninguém compreendem a autonomia da decisão do negócio privado”, declarou.

No seu site, consultado pela agência Lusa, a Ryanair não disponibiliza voos entre as ilhas de São Miguel e Terceira e o continente português a partir de novembro. Na quinta-feira, Berta Cabral admitiu que o “entendimento parte de uma redução de voos”, mas rejeitou entrar em pormenores uma vez que as ligações ainda não estão disponíveis na plataforma da transportadora irlandesa.

No sábado, após as declarações da secretária regional, o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, exigiu ao Governo Regional esclarecimentos sobre o acordo com a companhia aérea Ryanair, considerando o assunto demasiado importante para ser tratado com “meias verdades”.

Este assunto é demasiado importante, quer para as acessibilidades aéreas aos Açores, quer para o setor turístico, para ser tratado pelo Governo Regional como tem sido até agora, num embrulho de meias verdades e de meias palavras que só adensam, ainda mais, o clima de incerteza”, afirmou o socialista e antigo presidente do governo açoriano (2012-2020).

Em 17 de agosto, a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) considerou que o Governo Regional tem de tomar uma “atitude incisiva” sobre “a ameaça de abandono” da companhia aérea Ryanair da região, salientando o peso do turismo na economia local.

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Governo dos Açores anuncia acordo “histórico” com parceiros sociais

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, a Federação Agrícola e a UGT celebraram um acordo de parceria para os próximos cinco anos.

O presidente do Governo dos Açores anunciou esta segunda-feira um acordo de parceria “histórico” com os parceiros sociais para os próximos cinco anos, que vai defender a baixa fiscal e a “tendência de redução de endividamento”.

Após a reunião da comissão permanente de Concertação Social do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), José Manuel Bolieiro revelou que a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, a Federação Agrícola e a UGT já aderiram ao documento.

“No quadro da comissão permanente de concertação social, com forte incentivo do presidente do CESA, chegámos à conclusão da oportunidade histórica de celebrarmos um acordo de parceria para os próximos cinco anos”, afirmou o líder do executivo (PSD/CDS-PP/PPM), em declarações aos jornalistas, em Ponta Delgada.

Bolieiro, que preside àquela comissão permanente do CESA, realçou que a formalização de um acordo de parceria é um “momento histórico” na autonomia açoriana. “Será inovador no quadro da nossa democracia autonómica porque é a primeira vez que é realizado. É um trabalho que não se fez da reunião de hoje. Vem de há muito”, vincou.

Além daquelas três organizações, o líder do Governo Regional destacou que a CGTP ainda não tomou uma posição final, apesar de “inicialmente ter dito que não ia aderir”. “É um momento histórico que estamos a viver na democracia autonómica dos Açores, no diálogo e na concertação social. Estamos também a concretizar com objetividade o trabalho que a comissão permanente de concertação social realiza nas suas negociações”, destacou.

Bolieiro prometeu revelar o conteúdo do acordo de parceria aquando da subscrição final, mas adiantou que o documento vai defender uma “tendência para a redução do endividamento” e a manutenção da redução fiscal até ao máximo permitido por lei, tal como já acontece na região por iniciativa do atual executivo.

O acordo vai ainda advogar que a “distribuição da riqueza criada entre capital e trabalhadores” tenha como “referencial a produtividade”. Segundo disse, o documento vai conter também uma “estratégia de planeamento” com a “definição de métricas e objetivos” referentes aos indicadores socioeconómicos.

“Estes são acordos de cavalheiros. Não têm força legal impositiva à democracia representativa”, ressalvou. O acordo de parceria, cuja subscrição vai estar aberta a outros parceiros sociais, vai ser assinado em 6 de setembro, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas dos Açores, localizado na Ribeira Grande, segundo avançou José Manuel Bolieiro.

Acordo de parceria nos Açores é “sinal de maturidade da autonomia”

O presidente do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA) considerou que o acordo de parceria anunciado entre o Governo Regional e os parceiros sociais é um “sinal de maturidade da autonomia” regional. “Isso é um sinal de maturidade da autonomia democrática dos Açores. É um trabalho pioneiro em termos das regiões autónomas, em que são as próprias organizações, os próprios parceiros sociais e o governo a sentarem-se, discutirem e acordarem um conjunto de princípios”, declarou Gualter Furtado.

Gualter Furtado explicou que os primeiros subscritores são as organizações que pertencem à comissão de concertação social, mas destacou que as restantes associações representadas no CESA vão ter “oportunidade de aderir” ao documento.

O acordo tem essa liberdade. É um acordo vivo e dinâmico. Um acordo que permite a revisão de seis em seis meses e dá margem para melhorias futuras, mas que define áreas fundamentais quanto à situação de compromisso do governo com os parceiros sociais”, reforçou. O economista considerou ainda que a formalização do acordo de parceria representa um “grande avanço” na história do CESA.

O CESA é um espaço de diálogo, um espaço democrático, em que todos têm direito à palavra, mesmo aqueles que não concordam. O que fizemos hoje foi um exercício de democracia e de concretizar a autonomia dos Açores”, vincou. O acordo de parceria vai ser assinado em 06 de setembro no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas dos Açores, localizado na Ribeira Grande, segundo avançou o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro.

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Polónia pede a tribunal europeu que anule três políticas climáticas da UE

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Agosto 2023

Executivo liderado por Mateusz Morawiecki alega que as políticas em causa ameaçam a segurança energética da Polónia e não protegem o bem-estar dos cidadãos europeus.

A Polónia interpôs ações judiciais junto do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) para tentar anular três das principais políticas do bloco comunitário em matéria de alterações climáticas, segundo um documento publicado esta segunda-feira pela Comissão Europeia.

Entre as políticas contestadas está uma lei aprovada este ano que visa proibir a venda de novos automóveis com emissões de CO2 na União Europeia (UE) a partir de 2035, que Varsóvia considera que impõe encargos excessivos aos mais desfavorecidos e “dá origem a graves consequências negativas para a indústria automóvel europeia”.

A contestação das autoridades polacas, apresentada em julho à mais alta instância judicial europeia e citada pela Reuters, faz também referência à medida que estabelece objetivos anuais de redução de emissões de gases com efeito de estufa por Estado-membro – argumentando que “ameaça a segurança energética” do país – e, por fim, à chamada reserva de estabilidade do mercado da UE, por entenderem que “pode reduzir os postos de trabalho na extração de carvão e aumentar a desigualdade social”.

Cerca de 70% da energia na Polónia é produzida a partir do carvão. O Governo liderado por Mateusz Morawiecki quer que as três leis sejam anuladas, sendo que cada uma delas foi aprovada por uma maioria reforçada de Estados-membros da UE. Porém, a Polónia defende que deveriam ter sido aprovadas por unanimidade, dado o impacto que poderiam ter no cabaz energético dos 27 países do bloco comunitário.

O Fundo para uma Transição Justa da UE, dotado de um orçamento global de 17,5 mil milhões de euros para o período de 2021-2027, foi concebido para apoiar as comunidades afetadas pelo abandono dos combustíveis fósseis, nomeadamente através da ajuda à reconversão dos trabalhadores.

A maior fatia desse instrumento financeiro destina-se à Polónia, mas Bruxelas alertou o Governo polaco de que os seus planos para prolongar a vida de uma mina de carvão em Turow até 2040 podem impedir a região de aceder às verbas.

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Nova lei de política criminal publicada em Diário da República

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

A nova lei de política criminal fixa os objetivos, as orientações e as prioridades para o biénio 2023-2025, na sequência da aprovação em julho no parlamento.

A nova lei de política criminal foi publicada esta segunda-feira em Diário da República (DR), fixando os objetivos, as orientações e as prioridades para o biénio 2023-2025, na sequência da aprovação em julho no parlamento.

Entre os principais objetivos estão a “criminalidade violenta (…) e grupal, a violência juvenil, a fraude de identidade, a criminalidade económico-financeira, o terrorismo e criminalidade conexa, a violência doméstica, a violência de género, os crimes contra a liberdade e a autodeterminação sexual, os crimes de auxílio à imigração ilegal, incêndio florestal, contra a natureza e o ambiente e a criminalidade rodoviária”.

O diploma, que foi promulgado há uma semana pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, definiu ainda a proteção de vítimas de crime, sobretudo as especialmente vulneráveis, e o acompanhamento das pessoas acusadas ou condenadas com vista à sua posterior reintegração na sociedade.

O diploma tinha sido aprovado pelo parlamento em julho — na sequência do trabalho na especialidade na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias — com os votos favoráveis de PS, PSD e Livre, registando-se ainda as abstenções da Iniciativa Liberal (IL), Bloco de Esquerda (BE) e PAN, além dos votos contra de Chega e PCP.

A proposta sobre as orientações, objetivos e prioridades para os próximos dois anos foi apresentada pelo Governo em abril, com a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, a assinalar as metas da celeridade processual e da eficácia.

A lei entra em vigor na próxima sexta-feira, dia 1 de setembro, data que sucede ao fim das férias judiciais e assinala o regresso da atividade aos tribunais.

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Associação de cruzeiros considera ecotaxa adotada nos Açores “tripla tributação”

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

A taxa adotada nos Açores, de três euros por passageiro de cruzeiro, “prejudicará a competitividade” do arquipélago e “comprometerá o crescimento sustentado do turismo de cruzeiros” na região.

A Associação Internacional de Cruzeiros considera a ecotaxa de três euros por passageiro de navios de cruzeiro adotada nos Açores “uma tripla tributação” que “não terá qualquer impacto na proteção do ambiente”.

Em comunicado, a Associação Internacional de Cruzeiros (CLIA, na sigla em inglês) recorda que, na União Europeia, a fixação dos preços das emissões de carbono e a imposição do princípio do poluidor-pagador serão aplicadas a todos os operadores marítimos, incluindo os cruzeiros, a partir de 2024.

Por isso, considera que o imposto ecológico adotado nos Açores – três euros por passageiro de navios de cruzeiro a partir de janeiro de 2025, para promover a “sustentabilidade do destino” – é “uma tripla tributação”, que “prejudicará a competitividade” do arquipélago e “comprometerá o crescimento sustentado do turismo de cruzeiros” na região, onde “beneficia direta e indiretamente as comunidades locais”.

O arquipélago dos Açores “é um destino valioso para a indústria internacional de cruzeiros”, assinala o diretor para assuntos governamentais e europeus da CLIA, Nikos Mertzanidis, citado no comunicado. Os portos dos Açores estão entre os mais importantes para as travessias atlânticas, tendo registado, em 2022, “mais de 125.000 passageiros e 200 escalas de navios de cruzeiro”.

Segundo dados da associação relativos a 2021, o turismo de cruzeiros em Portugal terá gerado proveitos totais no valor de 487 milhões de euros. Hoje, emprega diretamente 7.900 pessoas. A ecotaxa açoriana vai ter o valor de três euros por “passageiro que desembarque de navio de cruzeiro em escala nos terminais” do arquipélago.

“É urgente a criação e aplicação de um tributo com caráter ambiental para atenuar as externalidades negativas, produzidas pelos visitantes marítimos oriundos do exterior da região, contribuindo para o desenvolvimento e sustentabilidade do destino”, lê-se no decreto legislativo regional, publicado em 16 de agosto.

A criação da ecotaxa resulta de uma iniciativa do PAN, aprovada em 14 de julho na Assembleia Legislativa Regional, com os votos a favor de PS, PSD, CDS-PP, BE, PPM, PAN e do deputado independente, o voto contra da IL e a abstenção do Chega.

Nikos Mertzanidis qualifica a decisão da Assembleia Regional dos Açores como “infeliz”, frisando que o crescimento sustentado do setor “depende em grande medida da manutenção de condições competitivas para as operações de turismo de cruzeiros”. A taxa adotada nos Açores, acrescenta, “não vai reduzir as emissões – é o trabalho prático e os investimentos feitos pela indústria de cruzeiros que vão reduzir as emissões”.

O setor, indica o representante, “está a investir, entre 2022 e 2028, mais de 45 mil milhões de euros em novos navios com desempenho ambiental melhorado e tem por objetivo que todo o setor de cruzeiros a nível mundial registe emissões líquidas nulas de carbono até 2050”.

No caso concreto dos Açores, a associação refere que, “nos últimos dois anos, quase metade dos navios de cruzeiro que visitaram” o arquipélago foram navios de expedição, que “cumprem escrupulosamente uma legislação rigorosa, concebida para proteger as regiões polares ou as reservas naturais”.

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Autoeuropa prepara-se para suspender produção em setembro

  • ECO
  • 28 Agosto 2023

Na primeira quinzena de setembro, a Autoeuropa deve suspender a produção "por algumas semanas" devido à falta de peças de um fornecedor esloveno.

A Autoeuropa deve parar na primeira quinzena de setembro, por um período indefinido, segundo um comunicado enviado esta segunda-feira aos trabalhadores esta segunda-feira, a que a CNN Portugal teve acesso. A produção será suspensa, avança a nota, devido à falta de peças de um fornecedor esloveno afetado pelas cheias no início do mês.

“A Volkswagen Autoeuropa prevê a suspensão da produção, devido à falta de componentes. A paragem está prevista a partir da primeira quinzena de setembro e por algumas semanas. Na origem do problema está a falta de peças produzidas por um fornecedor na Eslovénia e que são essenciais à construção de motores. Este fornecedor foi severamente afetado pelas cheias que aconteceram no início de agosto”, escreveu a empresa no comunicado citado pela CNN Portugal.

Na mesma nota, a administração da unidade fabril, em Palmela, da fabricante alemã de automóveis garante que está “a acompanhar a situação” e a “trabalhar para encontrar alternativas junto de outros fornecedores para voltar a normalizar a produção nas fábricas afetadas com a maior brevidade possível”, sendo que a atividade da Autoeuropa está dependente do “fluxo da cadeia de abastecimento”.

Já em março deste ano a falta de peças forçou a maior fábrica de automóveis do país – com cinco mil trabalhadores – a interromper a produção durante dois dias. Nessa altura, ficou impedido o funcionamento da linha de montagem do SUV T-Roc, único modelo saído da unidade do grupo Volkswagen em Portugal.

Esta paralisação acontece três meses depois de o diretor-geral da Autoeuropa ter anunciado, em entrevista ao Público, que a partir de 2025 a fábrica em Palmela vai produzir um novo modelo híbrido da Volkswagen, que chegará ao mercado em 2026.

Em 2022, a Autoeuropa registou o segundo melhor ano de produção de sempre, com 231.100 unidades. Melhor mesmo só em 2019, quando saíram 254.600 unidades da fábrica em Palmela.

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Secretário-geral do PSD escusa-se a comentar possível candidatura presidencial de Marques Mendes

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

"Não é incómodo nenhum [comentar]. Sou, de resto, amigo do doutor Luís Marques Mendes, era só que faltava, é um ex-líder do partido. Agora, tudo o que eu disser vai ser a notícia", disse Hugo Soares.

O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, escusou-se esta segunda-feira a comentar uma possível candidatura presidencial do ex-presidente do partido, Luís Marques Mendes, destacando o papel da Universidade de Verão que está a decorrer em Castelo de Vide (Portalegre). “Não é incómodo nenhum [comentar]. Sou, de resto, amigo do doutor Luís Marques Mendes, era só que faltava, é um ex-líder do partido. Agora, tudo o que eu disser vai ser a notícia”, justificou.

O secretário-geral do PSD, que falava aos jornalistas momentos antes do arranque da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, preferiu destacar o papel dos 100 jovens que estão a participar nesta iniciativa partidária e o papel do PSD na formação política.

O que eu quero que seja a notícia são estes 100 jovens que estão aqui para partilhar com muita gente de grande qualidade, dos melhores dos melhores do país as suas preocupações, as suas reflexões mas, sobre tudo, aprenderem também com eles. Estamos a formar a juventude portuguesa e esse é o grande regozijo que eu tenho como secretário-geral do PSD nesta ocasião”, acrescentou.

O ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes admitiu no domingo uma candidatura presidencial “se houver utilidade para o país” e “um mínimo de condições para avançar”, rejeitando ter qualquer decisão neste momento ou acordo com o líder social-democrata.

No seu comentário televisivo na SIC, Mendes foi questionado sobre o significado político da sua presença na Festa do Pontal, a rentrée do PSD a meio de agosto no Algarve, e se tal estaria relacionado com um eventual acordo para um apoio de Luís Montenegro a uma candidatura sua a Belém. “Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo”, assegurou Marques Mendes, dizendo que, neste momento, “não há nem decisão nem sequer inclinação”.

A Universidade de Verão do PSD arrancou esta segunda, numa edição em que se assinalam 20 anos desta iniciativa de formação política, e que terá entre os oradores o antigo primeiro-ministro Durão Barroso e o ex-líder do CDS-PP Paulo Portas.

Os trabalhos encerram no domingo com uma intervenção do líder do partido, Luís Montenegro, assinalando a rentrée política do PSD. Desde 2003 que se realiza esta Universidade de Verão, promovida conjuntamente pelo PSD, a JSD, o Instituto Francisco Sá Carneiro e a delegação social-democrata do Partido Popular Europeu.

Nesta 19.ª edição participam 100 jovens, escolhidos entre 350 candidatos. De acordo com o diretor da universidade, os participantes foram escolhidos tendo em conta um “equilíbrio etário, entre os 18 de os 30 anos, de género, entre homens e mulheres, e de localização geográfica, para cobrir todo o país”.

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Marques Mendes assume disponibilidade e “coloca pressão” na corrida presidencial, dizem politólogos

O antigo líder do PSD está a "marcar terreno" ao admitir disponibilidade para se candidatar à Presidência da República em 2026, numa altura em que começam a surgir vários nomes para a corrida.

Ainda faltam dois anos e meio para os portugueses irem às urnas escolher o próximo Presidente da República, mas os candidatos já se começam a posicionar. O ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes sinalizou que admite candidatar-se à mais alta figura de Estado, numa espécie de “apuramento de mercado eleitoral” que acaba por “colocar pressão” na corrida, como apontam politólogos ao ECO, depois de Pedro Santana Lopes dar sinais de que poderia encaixar no perfil. À esquerda, também já começam a surgir alguns nomes.

As presidenciais só se vão realizar em janeiro de 2026, mas Marques Mendes “está a fazer o apuramento de mercado eleitoral e a tentar perceber se internamente há interesse por parte do partido”, aponta Paula Espírito Santo ao ECO. “Está a transmitir uma mensagem interna para o partido, no plano de candidato presidencial, e também perante a opinião pública”, nota.

Esta “manifestação de interesses” também não está desassociada das recentes declarações de Pedro Santana Lopes, que tem falado do perfil necessário para a Presidência da República. “Sendo expressa, acaba por colocar o partido perante uma circunstância em que tem de definir a posição nos próximos meses e indicar expressamente se apoia ou não” as figuras que se chegam à frente, salienta a politóloga. Entretanto, Santana até já comentou as declarações de Marques Mendes apontando que não foi uma surpresa e que o comentador “está a seguir uma receita já conhecida”, numa comparação com Marcelo Rebelo de Sousa citada pelo Público.

O então presidente do PSD, Pedro Santana Lopes, observava aquele que era na altura candidato à liderança do partido, Marques Mendes, durante o XXVII Congresso do PSD, em 2005.ANDRE KOSTERS/LUSA

Marques Mendes está assim “a tomar a dianteira e a colocar-se como possível candidato de forma clara e expressa e sobrepor-se a outras eventuais intenções de figuras que não se manifestaram”, acrescenta a politóloga. Além disso, há também que ter em conta o momento: “O ex-Presidente do PSD apareceu publicamente na Festa do Pontal do PSD, pelo que a associação pública ao partido do qual foi líder trouxe a questão, novamente, para cima da mesa”, aponta Hugo Ferrinho Lopes ao ECO. “O timing também lhe é útil, porque marca a rentrée política”, acrescenta.

De facto, a Festa do Pontal foi o mote para a pergunta de Clara de Sousa que deu origem a esta declaração de Marques Mendes. Ainda que tenha desvalorizado a aparição, 16 anos depois da última, dizendo que foi convidado, admitiu que uma candidatura é uma possibilidade. “Se eu vir que tem alguma utilidade uma candidatura minha, e que tenho o mínimo de condições para o concretizar, sou franco: tomarei essa decisão”, disse o comentador político.

Apesar disso, salientou que nunca falou com Luís Montenegro sobre uma possível candidatura ou campanha. Mesmo assim, “a sua aparição junto ao atual líder do PSD sugere que gozará de maior simpatia por parte da direção do partido para que seja ele o escolhido pelo PSD”, salienta o politólogo. Para Ferrinho Lopes, “assumir a sua eventual disponibilidade a sensivelmente dois anos do início da pré-campanha presidencial pode ser uma forma de marcar terreno para o surgimento de outros possíveis interessados dentro do seu espaço político”, destaca.

“Por outro lado, ao deixar claro que pondera candidatar-se mesmo sem apoios partidários é uma forma de colocar pressão para outras escolhas por parte do partido ou de candidatos”, nota, sendo que “ao dividirem o espaço eleitoral do centro-direita, aumentariam as probabilidades de uma derrota”.

Pedro Santana Lopes tem dado entrevistas onde admitiu voltar a ser militante do PSD e falou sobre o perfil de um próximo Presidente da República. O antigo líder social-democrata, que chegou a criar o seu próprio partido – o Aliança –, já tinha dito em abril que não via “ninguém com melhor currículo” que ele para exercer a função de Presidente, ainda que não tenha sinalizado que vai avançar. Apesar de não ter estado presente da Festa do Pontal, é de destacar que Santana Lopes foi mencionado pelo próprio Montenegro numa das iniciativas pelo país, onde disse estar “convencido” de que Santana “vai regressar a casa”.

Se formos pelas sondagens, Marques Mendes está com um avanço sobre Santana Lopes. No último barómetro da Intercampus, de julho, Marques Mendes e Paulo Portas tinham cerca de 3% das intenções de voto cada. O nome mais bem posicionado à direita é Pedro Passos Coelho, no terceiro lugar (13,3%), atrás de António Guterres e António Costa, sendo que o chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, contabilizava 7,9% das intenções. Já Santana Lopes agregava 1,9% das intenções dos inquiridos, ficando apenas à frente de Augusto Santos Silva, possível candidato do PS.

Tendo em conta este desempenho mais desanimador do atual Presidente da Assembleia da República, já começaram a surgir notícias de que os socialistas estão à procura de alternativas. Segundo o jornal Nascer do Sol, Mário Centeno é uma das opções que se pensam enquanto reserva. Este posicionamento de possíveis candidatos à direita pode também “obrigar a que se façam contas nos outros partidos” sobre os potenciais candidatos, aponta Paula Espírito Santo, tendo em conta a oposição. A corrida começa assim a ganhar forma, num campo que tem já outro candidato assumido: Tim Vieira, empresário e antigo “tubarão” do programa Shark Tank.

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Azores Airlines reforça ligações entre Terceira e Lisboa no inverno

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

A partir de 29 de outubro, a Azores Airlines passa a viajar todos os dias entre a Terceira e Lisboa, o que “corresponde a um acréscimo de duas ligações semanais face ao período homólogo”.

A companhia aérea Azores Airlines vai reforçar as ligações semanais entre a ilha Terceira, nos Açores, e Lisboa no próximo inverno, com mais dois voos por semana, anunciou esta segunda-feira. A partir de 29 de outubro, a Azores Airlines passa a viajar todos os dias entre a Terceira e Lisboa, o que “corresponde a um acréscimo de duas ligações semanais face ao período homólogo”.

“A operação diária entre Lisboa e a ilha Terceira terá partida de Lisboa às 16:15 e chegada à ilha Terceira (Lajes) às 17:55 (18:55 em Lisboa). No sentido inverso, Terceira-Lisboa, as partidas estão previstas para as 18:55 (19:55 em Lisboa) e chegadas a Lisboa pela 22:15”, adiantou a companhia aérea, em comunicado de imprensa.

No inverno de 2023, a companhia vai manter igualmente duas ligações semanais entre a Terceira e o Porto, às quintas e domingos, com partidas do Porto às 12:40, chegada à ilha Terceira às 14:20 (15:20 em Lisboa), partida da ilha Terceira às 15:10 (16:10 em Lisboa) e chegada ao Porto às 18:35. Mantém-se igualmente uma ligação semanal entre a Terceira e Boston, nos Estados Unidos da América, com saída da cidade norte-americana às 21:15 de segunda-feira (horas locais) e chegada à ilha às 06:10 de terça-feira.

A rota inversa é realizada com partida da Terceira às 17:55 de terça-feira e chegada a Boston às 20:05. O grupo SATA integra a companhia Azores Airlines, que opera de e para fora dos Açores, e a SATA Air Açores, responsável pelas ligações interilhas. No sábado, a Azores Airlines anunciou um reforço da operação entre os Açores e o continente nos dias 31 de agosto, 1 e 3 de setembro, disponibilizando 670 lugares extra devido ao aumento da procura.

Na quarta-feira, a companhia já tinha anunciado o arranque de uma operação entre Ponta Delgada (São Miguel) e Faro, a partir de 2 de junho de 2024, com voos duas vezes por semana. Em 08 de agosto tinha sido anunciado o reforço da operação aérea doméstica e internacional com o Porto, com três novas rotas entre aquela cidade e a América do Norte e o aumento das frequências semanais entre os Açores.

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Santander X tem 30 mil euros para apoiar startups portuguesas

Os três vencedores de cada categoria recebem um prémio monetário e acesso direto ao concurso Santander X Global Award 2023, onde vão competir com equipas europeias e sul-americanas.

O Prémio Santander X Portugal Award 2023, iniciativa promovida pela 351 Associação Portuguesa de Startups, tem 30 mil euros para apoiar startups portuguesas. O prémio vai ligar as startups nacionais a uma rede internacional de empreendedorismo do Santander, em duas categorias.

Na categoria Seed, que se destina a empreendedores com projetos em fase de validação para lançamento no mercado, estão contemplados 10 mil euros em prémios monetários. Já a categoria Early-stage agrega 20 mil euros em prémios monetários e é destinada a startups com “potencial disruptivo e com um produto ou serviço no mercado”.

Os finalistas de ambas as categorias da iniciativa podem contar com formação, apoio técnico e mentoria especializada para o lançamento e aceleração dos seus projetos.

Os três vencedores de cada categoria são distinguidos por um júri “composto por elementos de referência do ecossistema empresarial português”, recebem um prémio monetário e ainda acesso direto ao concurso Santander X Global Award 2023, onde vão competir com equipas Europeias e Sul Americanas, refere-se em nota de imprensa.

A parceria com a Fundação Santander e a dinamização do Prémio Santander X 2023 permitirá capacitar 20 empreendedores, dando-lhes ferramentas e plataformas para que aprendam e consigam desenvolver mais eficazmente os seus negócios”, diz Isabel Carapeta, gestora de projetos da Associação 351, citada em comunicado.

As inscrições, que decorrem até 25 de setembro, podem ser feitas aqui.

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Seguradora austríaca Uniqa vai conseguir sair da Rússia

  • ECO Seguros
  • 28 Agosto 2023

Entre pressão para cumprir sanções impostas e a permanente ameaça russa de confisco, a líder austríaca conseguiu vender a Raffeisen Life a uma seguradora do oligarca Boris Jordan.

A seguradora austríaca Uniqa e o banco Raffeisen (RBI) conseguiram finalmente vender a seguradora que detinham na Rússia à local Renaissance Life, uma companhia de cerca de 170 milhões de euros de prémios anuais.

Boris Jordan, empresário conhecido pela distribuidora Curaleaf, avançou para a compra da Raffeisen Life, companhia da Uniqa na Rússia.

A Uniqa que detém 75% do capital da Raffeisen Life, com o RBI deter 25%, espera concluir o negócio até ao fim deste ano. O valor da compra não foi divulgado mas segundo comentários na imprensa não vai afetar a conta de resultados.

A Uniqa foi a mais recente e uma das últimas seguradoras a sair da Rússia, tendo procurado a melhor oportunidade por entre pressões ocidentais para cumprir as sanções devidas pela invasão da Ucrânia e a constante ameaça do Governo russo de tomar posse de negócios de países hostis.

No primeiro semestre deste ano o resultado técnico da unidade russa Raffeisen Life foi de 5,8 milhões de euros, quase metade do registado um ano antes. A compradora, a companhia russa Renaissance Life, tem um volume anual de prémios de 170 milhões de euros e tem como acionistas de referência o Grupo Sputnik, acionistas e sócios da Millhouse, acionistas e parceiros Invest AG e o fundo de investimento Baring Vostok.

Este grupo Renaissance, que tem seguros e bancos, é liderada pelo americano Boris Jordan, um nova- iorquino neto de emigrantes russos que em 1990 voltou à Rússia para fazer negócios e, 22 anos depois, fundou nos Estados Unidos a Curaleaf, distribuidora de produtos à base de canábis que tem crescido rapidamente.

a Uniqa é um grupo segurador cotado em bolsa, detido a 70% por capital austríaco, entre eles o Raffeisen Bank com cerca de 10% do capital e que afirma não contar com presença significativa de gestoras de fundos entre os acionistas.

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Presidente da Turquia vai à Rússia tentar reativar acordo sobre cereais

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

A deslocação do presidente turco poderá ocorrer a 8 de setembro, antes de Erdogan partir para a cimeira do G20, que se realiza nos dois dias seguintes em Nova Deli.

O Presidente da Turquia vai deslocar-se em breve à Rússia para discutir com o homólogo russo o reatamento do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos, anunciou esta senguda-feira o porta-voz do partido de Recep Tayyip Erdogan. O porta-voz disse que a iniciativa partiu da Erdogan “para evitar que o mundo enfrente uma crise alimentar”.

“Em breve, visitará Sochi. Acreditamos que poderá haver novos desenvolvimentos após esta visita”, disse Omer Celik, citado pela agência francesa AFP. As autoridades turcas e russas não indicaram qualquer data para o encontro de Erdogan com o Presidente Vladimir Putin. A agência financeira Bloomberg noticiou que a deslocação poderá ocorrer em 8 de setembro, antes de Erdogan partir para a cimeira do G20, que se realiza nos dois dias seguintes em Nova Deli.

A Rússia integra o grupo das 19 economias mais desenvolvidas e da União Europeia, mas o Kremlin (presidência) anunciou na semana passada que Putin não se deslocará à Índia por estar concentrado na guerra com a Ucrânia. Putin é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes de guerra na Ucrânia, que a Rússia invadiu em 24 de fevereiro de 2022, pelo que arrisca ser detido se viajar para o estrangeiro.

O Kremlin negou as acusações contra Putin e não usou o mandado do TPI para justificar a ausência do líder russo da cimeira dos BRICS, na semana passada na África do Sul. A Turquia é uma das partes dos acordos que a ONU assinou em julho de 2022 com Moscovo e Kiev para permitir a exportação de cereais pelo Mar Negro que estavam retidos devido à guerra.

Em julho deste ano, a Rússia pôs termo ao acordo alegando que as sanções ocidentais que lhe foram impostas por ter invadido a Ucrânia a impedem de exportar cereais e fertilizantes agrícolas. Desde então, Moscovo ameaçou atacar no Mar Negro os navios que zarpem de portos ucranianos. A Ucrânia está agora dependente de rotas terrestres e de um porto fluvial pouco profundo, o que limita consideravelmente o volume de exportações.

Desde que abandonou o acordo, a Rússia atacou infraestruturas de cereais ucranianas, o que lhe valeu acusações da Ucrânia e do Ocidente de agravar a insegurança alimentar no mundo. Antes da guerra, a Ucrânia e a Rússia forneciam, em conjunto, 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol, segundo a revista britânica The Economist.

Num ano, a iniciativa do Mar Negro permitiu a saída de cerca de 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos alimentares de três portos ucranianos para 45 países. A Turquia está a tentar reavivar o acordo original na esperança de o utilizar como trampolim para negociações de paz mais amplas entre Kiev e Moscovo, de acordo com a AFP.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, afirmou na sexta-feira, durante uma visita a Kiev, que não via “qualquer alternativa” à reativação do acordo original. Fidan deverá deslocar-se a Moscovo nos próximos dias para discutir as exigências do Kremlin e organizar um encontro entre Erdogan e Putin.

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