O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de agosto

  • ECO
  • 10 Agosto 2023

Ao longo desta quinta-feira, 10 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto

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Qual é o perfil dos futuros magistrados do país?

Dados do último curso do CEJ revelam que os juízes do futuro são mulheres, têm uma média de idade de 32 anos, naturais ou residentes na região norte e que exerciam, até ao momento, advocacia.

Mais mulheres, com média de idades a rondar os 32,5 anos e naturais do norte do país. Estas são algumas das conclusões do estudo do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) que caracterizou os auditores de justiça do 39.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais. Mas afinal quem são os futuros magistrados do país?

No que concerne à via de acesso, tanto na magistratura judicial como no Ministério Público, a preferência recai sobre a académica (63), cerca de 65,6%, deixando para segundo a profissional (33), com cerca de 34,4%. Já nos dois cursos anteriores, a preferência também recaiu pela via académica.

Tendo como parâmetro o género, o sexo feminino domina, representando 76% face aos 24% do masculino. Uma realidade que se verifica tanto na magistratura judicial como no Ministério Público.

Mulheres dominam magistratura judicial e Ministério Público

Fonte: Centro de Estudos Judiciários. Dados: Auditores de justiça, por escalão etário e segundo a magistratura.

Nos últimos três cursos, o sexo feminino dominou, representando sempre mais de 70% dos auditores. Se somarmos os três cursos – 37.º ao 39.º – constatamos que foram 227 auditores do sexo feminino e 70 do masculino.

Tanto o sexo feminino como o masculino, preferem o acesso à magistratura através da via académica (65,6%) ao invés da académica (34,4%).

Já o indicador da idade revelou que a média é de 32,5 anos. Tendo em conta os escalões etários, é no dos 25 a 29 anos que se verifica o maior número de auditores (41,7%). O segundo escalão com mais pessoas é o dos 30 a 34 anos (21,9%), seguido do dos 35 aos 39 anos (18,8%).

Média de idade dos auditores são 32,5 anos

Fonte: Centro de Estudos Judiciários. Dados: Auditores de justiça, por escalão etário e segundo a magistratura.

Consoante a magistratura, na judicial a média de idades é de 31,2 anos. Por outro lado, na magistratura do Ministério Público a média é de 33,5 anos. Tendo em conta a via de acesso, a média de idades na profissional é 38,2 e na académica é 29,5 anos.

Ao longo dos últimos três cursos, a média de idades tem vindo a diminuir. Se no 37.º curso a média estava nos 33,6, no curso seguinte era de 32,9 e no 39.º de 32,5 anos.

Tendo em conta a NUTS II 2013 (Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatísticos), é a região do norte que tem mais auditores de justiça no 39.º Curso. Ao todo, representam cerca de 47,9%. De seguida esta a região Centro (21,9%) e Lisboa (14,6%). O Alentejo e a Região Autónoma dos Açores são as que têm o menor número de auditores, 2,1% cada.

Ao longo dos últimos três cursos, os auditores da região do Norte têm predominado. Já as duas regiões autónomas, dos Açores e da Madeira, têm o menor número.

No 39.º Curso, 25% dos auditores estudaram na Universidade de Coimbra. No top 3 está ainda a Universidade de Lisboa e a do Porto com 16,7% cada. No geral, as universidades públicas lideram com 67,7%.

Entrada no CEJ ronda os oito anos

O CEJ é o estabelecimento de formação oficial de juízes e procuradores em Portugal e a entrada nem sempre é fácil. Segundo o estudo, em média, entre a conclusão da licenciatura em Direito e a entrada no CEJ os auditores aguardam cerca de 8,9 anos.

Auditores de justiça, por tempo decorrido entre a conclusão da licenciatura em Direito e o ingresso no CEJ e segundo a magistratura. Fonte: Centro de Estudos Judiciários

Entre seis e 11 anos e 11 e 16 anos são os dois intervalos de tempo que mais auditores do 39.º tiveram de esperar para ingressar no CEJ.

Ainda assim, ao longo dos últimos três cursos, o tempo decorrido entre a licenciatura e a entrada no CEJ tem vindo a diminuir. No 37.º Curso, o intervalo de espera estava nos 10,3 anos, no curso seguinte era de 9,1 e no 39.º de 8,9 anos.

E no momento da candidatura ao CEJ, o que faziam os candidatos? 46,9% estava a exercer advocacia, 33,3% eram juristas e 7,3% eram funcionários judiciais ou estavam nos registos e notariado. Os restantes dividiam-se entre agente de forças ou serviços de segurança, militar, e outras áreas jurídicas e não jurídicas.

Neste estudo, o 39.º Curso de Formação Inicial de Magistrados Judiciais e do Ministério Público para os tribunais judiciais foi constituído por 96 auditores de justiça. O início do curso tem lugar a 4 de janeiro.

“Os dados que sustentam esta caracterização foram recolhidos na base de dados informática que suportou o concurso de ingresso no CEJ. Significa isto que os dados recolhidos foram inseridos pelos próprios auditores de Justiça no momento da candidatura ao referido concurso, servindo, posteriormente, de suporte ao processo administrativo individual”, explica o CEJ no estudo.

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Cerca de 20% dos portugueses já teletrabalha

Das mais de 900 mil pessoas que no segundo trimestre disseram ter trabalhado, algum dia, em casa, 232,9 mil trabalharam "fora do seu horário de trabalho".

Trabalhar a partir de casa está a tornar-se mais habitual nos trabalhadores nacionais e, no segundo trimestre, 908 mil portugueses estiveram em teletrabalho. Representam 18,3% do total de população empregada no período – 4.979,4 mil pessoas –, uma subida de 0,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Números refletem a forma como se olha para o mundo do trabalho, dizem especialistas ouvidos pelo Trabalho by ECO.

“Há uma mudança na forma como as pessoas olham para o trabalho. Em todos os setores, nas funções de serviços, suporte aos negócios ou nas TI, as pessoas querem saber se o teletrabalho está incluído nas propostas de trabalho, algo que sentimos diariamente nos processos de recrutamento com que lidamos. Com o teletrabalho não há dúvidas que, ao aumentarem o tempo de trabalho em casa, os profissionais conseguem ter uma maior flexibilidade e conciliar a sua vida profissional e pessoal”, aponta Ricardo Carneiro, senior director de recrutamento e seleção especializado na Multipessoal, ao Trabalho by ECO.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao segundo trimestre, conhecidos na quarta-feira, apontam para uma taxa de desemprego de 6,1%, um recuo de 1,1 pontos percentuais (p.p) face ao trimestre anterior, mas uma subida de 0,4 p.p. em relação ao período homólogo. Havia 324,5 mil pessoas desempregadas, menos 55,8 mil (-14,3%) do que no trimestre anterior, mas mais 25,7 mil do que em igual período do ano passado.

Há uma mudança na forma como as pessoas olham para o trabalho. Em todos os setores, nas funções de serviços, suporte aos negócios ou nas TI, as pessoas querem saber se o teletrabalho está incluído nas propostas de trabalho, algo que sentimos diariamente nos processos de recrutamento com que lidamos.

Ricardo Carneiro

Senior director de recrutamento e seleção especializado na Multipessoal

Cerca de cinco milhões de pessoas – 4.979,4 mil pessoas – estavam empregadas no segundo trimestres, mais 54,7 mil (+1,1%) do que no trimestre anterior e mais 77,6 mil (1,6%) face ao mesmo trimestre do ano passado.

232,9 mil trabalhou em casa fora do horário

No trimestre, 960 mil pessoas afirmaram ter trabalhado a partir de casa (19,3% da população empregada). Mas o INE dá pistas sobre essa fatia de trabalhadores. Destes, 248,6 mil trabalharam sempre a partir de casa (25,9%); 330,1 mil fizeram-no “regularmente”, num sistema que concilia trabalho presencial e em casa (34,4%); outros 142,2 mil trabalharam a partir de casa “pontualmente” (14,8%). Já outros 232,9 mil trabalharam em casa “fora do seu horário de trabalho” (24,3%).

Fonte: INE — Dados do Desemprego do 2.º Trimestre de 2023

Face ao primeiro trimestre, o INE regista um aumento de 2,8 p.p entre aqueles que conciliaram o trabalho presencial e em casa, o chamado modelo híbrido.

Entre os que indicaram trabalhar “regularmente” em casa, num sistema que concilia trabalho presencial e em casa, o sistema mais comum conjuga alguns dias em casa todas as semanas, abrangendo 228,6 mil pessoas (69,3%), tendo sido “o sistema que registou a maior variação trimestral (mais 2,4 p.p. do que no 1.º trimestre de 2023)”, indica o organismo. Os empregados num sistema híbrido trabalharam em casa, em média, três dias por semana.

Tem havido alguma fuga de empresas dos centros das cidades como forma de cortar custos de arrendamento e diminuir os espaço de escritórios. Há também aqui um interesse das empresas nesse sentido, embora o tempo de deslocação e dos custos de transporte, que diminui, também favorece a perspetiva do trabalhador. (…) Provavelmente, há este modelo mais híbrido, que é o que está aqui refletido nos números.

João Cerejeira

Economista da Universidade do Minho

O número de pessoas que afirma estar em teletrabalho – isto é, que utilizaram tecnologias de informação e comunicação (TIC) para desempenhar as suas funções a partir de casa, na definição do INE – também assinalou uma subida de 0,4 pontos percentuais, para 908 mil, face ao trimestre anterior. Ou seja, 18,3% do total da população empregada.

Uma ligeira evolução trimestral que, apesar de estar longe dos picos da pandemia, pode indicar a continuidade de uma mudança dos modelos de organização e da forma como empresas e trabalhadores olham para o trabalho.

“É um número muito elevado”, reage João Cerejeira. “Sabemos que tem havido alguma fuga de empresas dos centros das cidades como forma de cortar custos de arrendamento e diminuir os espaço de escritórios. Há também aqui um interesse das empresas nesse sentido, embora o tempo de deslocação e dos custos de transporte, que diminui, também favorece a perspetiva do trabalhador”, aponta o economista da Universidade do Minho. “Provavelmente, há este modelo mais híbrido, que é o que está aqui refletido nos números”, refere.

O docente da Universidade do Minho lembra ainda o fenómeno da “deslocalização de empresas para Portugal, nomeadamente estrangeiros” e que “o crescimento das áreas das TIC tem sido um pouco nestes modelos híbridos”, refere. “Não só as tecnológicas, mas também as empresas de auditorias privadas, de prestação de serviços de backoffice, até mais para os jovens do que propriamente para trabalhadores mais velhos.”

Pedro Brinca considera que este pode ser um reajuste. “Inicialmente, houve a euforia se calhar demasiado otimista relativamente à capacidade do teletrabalho, tendo levado a um certo contra-movimento em que as pessoas voltaram ao escritório, e há uma nova recuperação em que se tenta encontrar ali um maior equilíbrio”, aponta economista da Nova SBE. “O trabalho remoto é algo bastante valorizado por bastantes pessoas, que o procuram nos empregos.”

Quem são os teletrabalhadores?

“O perfil do teletrabalhador português é de alguém com o ensino superior, residente na área metropolitana de Lisboa ou no Porto. No entanto, o teletrabalho está a crescer e a permitir novos centros de trabalho, como Évora, Castelo Branco, Covilhã ou os arquipélagos da Madeira e Açores”, aponta Ricardo Carneiro, da Multipessoal.

Efetivamente, dos 908 mil teletrabalhadores registados no segundo trimestre, 403,7 mil residiam na Grande Lisboa região que concentra o maior número deste tipo de profissionais, seguida da região Norte com 238,9 mil e a Centro com 174,8 mil. Alentejo (42,5 mil), Algarve (24,2 mil), Madeira (15,3 mil) e Açores (9,4 mil) são as regiões que se seguem.

Inicialmente, houve a euforia se calhar demasiado otimista relativamente à capacidade do teletrabalho, tendo levado a um certo contra-movimento em que as pessoas voltaram ao escritório, e há uma nova recuperação em que se tenta encontrar ali um maior equilíbrio. (…) O trabalho remoto é algo bastante valorizado por bastantes pessoas, que o procuram nos empregos.

Pedro Brinca

Economista da NOVA SBE

Destes 900 mil, uma larga maioria (678,7 mil) tinha um curso superior. São sobretudo trabalhadores por conta de outrem (724,3 mil), com contratos sem termo (600,5 mil), exercendo atividade na área de serviços (793,3 mil), com particular incidência na educação (182,6 mil), serviços de informação e comunicação (135,1 mil) e atividades de consultadoria, científicas, técnicas e similares (115,1 mil). E são mais mulheres: 461,3 mil vs 447,6 mil homens.

Assistiremos a novos crescimentos destes profissionais no país? “É sempre complicado extrapolar com base em variações trimestrais, mas os números dos últimos anos sugerem que o teletrabalho/regimes híbridos continuarão a crescer no futuro”, considera Ricardo Carneiro.A mentalidade dos empregadores, a transformação das profissões com a entrada da IA, assim como a simples procura de um melhor work life balance assim o sugerem.”

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Governo garante financiamento para projetos do PRR que avancem mais depressa

"Se a execução de um projeto exigir que em determinado ano se realize mais despesa do que a inicialmente autorizada, pode sempre existir uma modificação”, disse ao ECO fonte oficial da PCM.

Se um projeto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) avançar com maior rapidez do que o previsto, o Governo português garante que haverá “sempre” flexibilidade para garantir o financiamento do mesmo.

Esta terça-feira foi publicada em Diário da República a resolução de Conselho de Ministros que garante a existência de verbas nacionais para financiar 24 projetos do PRR cujos custos se agravaram, enquanto se espera a decisão da Comissão Europeia relativa à reprogramação do PRR nacional. Em causa está um agravamento de despesa de 4,99 mil milhões de euros para 5,93 mil milhões de euros (ou seja, mais 938,66 milhões de euros). Entre 2022 e 2026 é definida a despesa a realizar em cada ano e os respetivos encargos plurianuais a assumir, no âmbito da contratualização com beneficiários finais.

A resolução especifica mesmo que “os encargos financeiros resultantes da execução dos projetos financiados” “não podem exceder, em cada ano económico, os montantes” definido na mesma resolução, acrescido de IVA à taxa legal em vigor. Mas isto não significa que, se um determinado projeto avançar mais rapidamente do que o previsto, não seja possível adiantar mais despesa.

“As autorizações para assunção de encargos plurianais têm, por força do enquadramento legal vigente, de prever tetos máximos de despesa para cada um dos anos económicos, pois implicam a oneração de orçamentos futuros. Se a execução de um projeto exigir que, em determinado, ano se realize mais despesa do que a inicialmente autorizada, pode sempre existir uma modificação do ato autorizador”, explicou ao ECO fonte oficial da Presidência do Conselho de Ministros.

“No entanto, no âmbito dos projetos financiados pelo PRR existe um regime muito mais flexível relativamente à assunção e reprogramação de encargos plurianuais”, acrescentou a mesma fonte.

Além disso, as verbas não utilizadas num determinado ano podem sempre acrescer às verbas previstas para os anos subsequentes.

Nesta programação plurianual de despesa dos investimentos abrangidos na revisão do PRR submetida a Bruxelas para “assegurar a não disrupção da execução dos projetos incluídos no plano”, o Governo admite que a discussão da proposta de reprogramação “se prolongará ao longo dos próximos meses”. Questionado pelo ECO sobre qual o número de meses em causa, o gabinete da ministra Mariana Vieira da Silva não respondeu.

Recorde-se que se Portugal optar por recorrer à totalidade de empréstimos do PRR a que tem direito – 11 mil milhões de euros – isso poderá atrasar o exercício de reprogramação da bazuca, assim como os pedidos de reembolso do terceiro e quarto cheques do PRR. O exercício de reprogramação prevê o recurso a mais 3,2 mil milhões de euros em empréstimos, mas o primeiro-ministro admitiu, durante a deslocação à Coreia do Sul, que Portugal poderia recorrer à totalidade da verba. Uma hipótese já reiterada pelo ministro da Economia e pelo secretário de Estado da Internacionalização.

Portugal tem até agosto para definir qual o montante de empréstimos do PRR que pretende utilizar e se optar por usar esses 11 mil milhões, isso implicará “certamente” que a decisão de reprogramação seja “mais demorada”, alertou o presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal em entrevista ao ECO. Fernando Alfaiate não acredita que Bruxelas permita que um pedido adicional de verbas não seja enquadrado no atual período de reprogramação que ainda está a decorrer.

O ECO questionou o gabinete de Mariana Vieira da Silva para saber qual o montante de empréstimos do PRR que Portugal pretende definitivamente utilizar, mas não obteve resposta.

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Fidelidade volta a ter quota de 30% do mercado no primeiro semestre

  • ECO Seguros
  • 10 Agosto 2023

Depois da queda verificada no princípio do ano, a Fidelidade relançou os seguros Vida de risco e recuperou mercado. A GamaLife mantém crescimento em contraciclo. Veja o ranking das seguradoras.

O mercado dos seguros em Portugal continua em decréscimo devido ao ramo Vida. Comparando os dados do primeiro semestre divulgados pela ASF de 2023 e 2022, a produção total baixou 4,2%, perto de 270 milhões de euros, ficando pouco acima dos 6 mil milhões de euros.

O conjunto dos ramos Não Vida cresceu produção em 10,4% de janeiro a junho quando a inflação homóloga foi de 4,7% e o crescimento do PIB de 2,7% no mesmo período. Por apurar fica qual a parte do crescimento que se deveu à subida dos preços dos prémios e qual a componente de subida por novas vendas.

O ramo Vida manteve movimento regressivo, no primeiro semestre caiu 18,2% perdendo 780 milhões de euros em vendas em relação ao ano passado. No entanto, o movimento parece estar a inverter com as ofertas em seguros poupança e investimento a começarem a garantir rendimento. A GamaLife tem o produto Super PPR 55+ em comercialização pela rede do Novobanco, dá garantias de capital, 1,3% de rendimento anual e, em conjunto com outros produtos Vida da companhia, levou a seguradora a faturar mais 102 milhões de euros, duplicando a quota de mercado em Vida e subindo três posições no ranking geral para oitavo lugar.

Nesta inversão positiva também está a Fidelidade, com um crescimento do primeiro semestre de 31% em produtos Vida não ligados a fundos, obtendo uma quota de 33% em Vida e 30% no ranking total. Também a BPI Vida e Pensões quase duplicou a produção neste segmento, enquanto as outras seguradoras Vida parecem estar a descansar na fraca oferta de juros pelos bancos para retardar o lançamento de produtos com garantias de capital e rendimento.

No entanto, há resultados no ramo Vida que destoam da queda generalizada de 18,2%. A Real Vida cresceu e ultrapassou os 3% de quota no ramo Vida Vida e entrou no top 5 do segmento dos seguros não ligados com 4,8% de quota. Lusitania Vida também cresceu. O Bankinter Vida ganhou sete lugares para 10º no segmento Vida não ligados ao triplicar a sua produção.

No lado das descidas em Vida, o Grupo Ageas Portugal não conseguiu que a subida da Ageas Vida em 7,2%, compensasse a baixa de vendas da Ocidental Vida em 46%. A Allianz baixou quatro lugares no ranking Vida com descida de quase 40% da produção, a UNA Vida desceu 75% de 143 para 35 milhões tudo em Seguros Não Ligados e Mapfre Vida caiu para metade.

Ramos Não Vida continuam a sua marcha acima do mercado

Os seguros gerais mantém um crescimento sólido de 10,4% em relação a igual período do ano passado, mesmo acima do somatório de inflação e crescimento do PIB em igual período. Isto significou vendas de mais 320 milhões de euros relativamente ao primeiro semestre de 2022.

Destacaram-se a Ageas seguros com subida de 12,9%, Caravela (18,7%), Aegon Santander Seguros (24%) e UNA Seguros (16,9%). As líderes Fidelidade e Tranquilidade mantiveram-se relativamente iguais quando comparados à produção de há um ano.

Nos principais ramos, como Acidentes de Trabalho (AT), a subida foi de 12,6%, mais 603 milhões de euros em vendas, com a Fidelidade na liderança – 29% de quota – e Tranquilidade com 27%. A Caravela cresceu 32,8% no negócio de AT neste primeiro semestre.

O ramo Saúde continua a crescer em volume de prémios. Foram mais 16,6% em relação a 2022, significando mais 123 milhões de euros de receitas. A Aegon Santander Seguros quase duplica vendas e ganha três lugares para sétimo, Asisa cresce 2,5 vezes, Planicare e Real Vida também ficam acima da média.

Em seguros de incêndio, onde se incluem as coberturas multirrisco, o crescimento foi de 8,6%, com a Caravela a subir 32% e em conjunto com Ageas seguros, Allianz, Zurich e Aegon Santander Seguros a ganharem quota à Fidelidade e Tranquilidade.

O ramo Automóvel cresceu 7,9% e, no top 10, sobem acima de média a Fidelidade, Tranquilidade, Ageas seguros, Allianz e Caravela.

O ranking dos maiores grupos e seguradoras é realizado com base em informação publicada pela ASF sobre as empresas de seguros que supervisiona. Os dados são tratados por ECOseguros, que também é responsável pela agregação das 61 companhias de seguros ativas no primeiro semestre de 2023 em 38 grupos ou seguradoras independentes.

Veja aqui o ranking:

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Donos do Majestic compram prédio para evitar “ameaças” ao café histórico do Porto

Para escapar a investidor que colocaria centenário café do Porto em “situação frágil”, família Barrias adquire imóvel completo em Santa Catarina. Grupo que detém o Guarany abre novo hotel nos Aliados.

Os proprietários do histórico café Majestic, no Porto, acabam de comprar todo o prédio onde este estabelecimento comercial está instalado há mais de um século e que estava até agora nas mãos de “famílias tradicionais da cidade”, adiantou ao ECO o gerente do grupo Barrias, sem revelar o valor do investimento.

Além da “oportunidade única de juntar a propriedade do café e do edifício, que era um sonho do pai”, que morreu em abril, Filipe Barrias justifica a aquisição com a “instabilidade das leis do arrendamento” e a necessidade de “proteger o café” de potenciais compradores [do prédio] que “pudessem ameaçar a existência e a manutenção” do negócio, colocando-o “numa situação frágil”.

“Desde sempre houve bastantes interessados naquele prédio. E acabámos por perceber que um novo senhorio poderia pôr em causa o normal funcionamento e a estabilidade que nós, enquanto homens de negócios, queremos nos estabelecimentos – e eventualmente descaracterizar o conjunto do imóvel, o que não seria, de todo, desejável”, acrescenta o empresário.

Com dois andares acima do piso térreo onde o Majestic abriu portas a 2 de dezembro de 1922, apresentando-se então como “o mais luxuoso café da Península Ibérica”, o imóvel está atualmente devoluto – chegou a ter habitação e a albergar uma associação de combate à toxicodependência – e estende-se desde a Rua de Santa Catarina até à esquina com a Passos Manuel, onde até há pouco tempo estava o banco BPI.

Filipe Barrias descreve que a negociação foi “fácil, no sentido em que as partes, em consentaneidade com a sua boa-fé, conseguiram fazer um negócio desta natureza com respeito mútuo”. Questionado sobre os planos para aquele local, responde que “passa por exercer uma atividade compatível e em convivência harmoniosa com a marca que ali está”. Alojamento? “Provavelmente, sim. Mas algo que não colida com a essência do prédio, com o Majestic ali integrado”, salvaguarda.

A sociedade Grupo Barrias Lda., que já tem registado em seu nome a marca “Hotel Majestic”, tem 1,95 milhões de euros de capital social e é detida por oito sócios, tudo empresas ligadas à família. De acordo com os dados da Informa D&B, consultados pelo ECO, a empresa que explora o Majestic faturou 3,2 milhões de euros em 2022, três vezes mais do que no ano anterior, e tinha 28 funcionários.

Um novo senhorio poderia pôr em causa o normal funcionamento e a estabilidade que nós, enquanto homens de negócios, queremos nos estabelecimentos — e eventualmente descaracterizar o conjunto do imóvel, o que não seria, de todo, desejável.

Filipe Barrias

Gerente do grupo Barrias

Foi em 1983, um ano após comprar também o icónico Guarany, na Avenida do Aliados, que Agostinho Barrias salvou da falência o café localizado no número 112 da mais famosa artéria comercial da Invicta, que teve clientes como José Régio, Beatriz Costa, Manoel de Oliveira ou a criadora de Harry Potter. Ex-emigrante no Brasil, era dono de vários cafés na cidade e impediu que o Majestic fosse transformado num banco. Tirando sete meses por causa da pandemia, só fechou portas entre 1992 e 1994 para uma operação de restauro que manteve a arquitetura e a traça original da Belle Époque.

Novo hotel de 16 milhões com preços (e turistas) a baixar

Foi já com estes dois cafés históricos em carteira que o grupo portuense iniciou em 1986 a aposta no setor hoteleiro na Baixa da Invicta. Primeiro com o Pão de Açúcar, na Rua do Almada, que está prestes a completar sete décadas, e no ano seguinte com o Hotel Aliados (antiga Pensão dos Aliados). Em 2007 viria a adquirir o Vera Cruz Porto Hotel e em 2014 comprou o Hotel internacional, o terceiro mais antigo da cidade.

A quinta unidade hoteleira do grupo, atualmente com 150 trabalhadores, tem abertura prevista para outubro, num investimento de 16 milhões de euros que vai criar mais 50 empregos. Em fase final de construção e licenciamento no número 200 da mais famosa artéria da cidade, tomada nos últimos anos por grandes cadeias internacionais do setor, este novo hotel com 97 quartos – vai passar a somar 275 no outono – resulta da reabilitação do edifício da antiga Casa da Saúde dos Aliados, que estava abandonado quando a família Barrias o comprou há quase uma década.

Filipe Barrias, gerente do grupo Barrias

Tal como acontece nos cafés, são os visitantes estrangeiros que mais ocupam as camas disponíveis nos hotéis do grupo – “quem não vive do turismo na cidade do Porto está condenado ao fracasso”, desabafa Filipe Barrias. Atrai sobretudo espanhóis, franceses e ingleses, tendo nos últimos meses os americanos e israelitas em “franca ascensão”. Ainda assim, adverte, tal como está a acontecer em Lisboa e no Algarve, os dados turísticos mais recentes são encarados com preocupação.

Depois do sofrimento na pandemia, o ano passado foi de “grande explosão” nas viagens, mas “isso já passou e há agora uma procura turística mais estável, embora com bons números e bons fluxos”. “Mas já tem dado alguns sinais de abrandamento e isso sentiu-se no mês de julho e na primeira semana de agosto também na cidade do Porto”, frisa. Aliás, foi na perspetiva dessa retração, impulsionada pela perda do poder de compra e por novos destinos concorrentes mais baratos, que diz ter baixado os preços “na hora certa”, sem quantificar.

O turismo já tem dado alguns sinais de abrandamento e isso sentiu-se no mês de julho e na primeira semana de agosto também na cidade do Porto. (…) Quem mantiver arrogantemente os preços altos pode ter uma situação menos positiva nas contas finais do ano.

Filipe Barrias

Gerente do grupo Barrias

“A redução de preços por parte do mercado hoteleiro na cidade é algo que tem de ser feito. Temos de estar vigilantes e tentar ir ao encontro do consumidor. Quem não o fizer e mantiver arrogantemente os preços altos, pode ter uma situação menos positiva nas contas finais do ano”, resume Filipe Barrias. No caso do grupo nortenho, que é ainda dono da Majestur, uma pequena agência de viagens na Rua Sá da Bandeira, reconhece que “manter os resultados de 2022 já seria positivo”.

(Notícia atualizada às 10h30 com dados da Informa D&B)

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Exportações de alta tecnologia atingem recorde de 4 mil milhões de euros. Portugal faz “investimento considerável” no setor aeroespacial

As exportações de alta tecnologia chegaram ao valor mais alto da série em 2022. Telecomunicações e farmacêutica dominam, mas há áreas a crescer como os instrumentos científicos e aeroespacial.

O perfil de exportação de Portugal tem vindo a mudar e a tecnologia está a começar a afirmar-se. No ano passado, as exportações de produtos de alta tecnologia superaram os quatro mil milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos dez anos. Os produtos eletrónicos da área das telecomunicações são os que têm mais saída, mas áreas como a aeroespacial têm vindo a ganhar destaque, com Portugal a “afirmar-se cada vez mais na indústria aeroespacial e a ficar debaixo de olho de outros países como Alemanha, França e Itália”, como diz o CEO da Lusospace ao ECO.

As exportações de produtos de alta tecnologia subiram 36,1% em 2022, segundo revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística, atingindo 4.065 milhões de euros. É o segundo maior crescimento após 2019, altura em que foi impulsionado pelo aumento das exportações de material aeroespacial, nomeadamente veículos aéreos com propulsão a motor.

Apesar de em 2020, no ano da pandemia, as exportações na alta tecnologia terem sofrido um revés, estão já a recuperar. Olhando para o peso no total das vendas para o exterior, os produtos de alta tecnologia representaram 5,2% das exportações totais de bens no ano passado.

“A indústria tecnológica em Portugal tem-se vindo a afirmar no contexto interno e externo muito impulsionada pelo capital humano formado pelas nossas escolas de engenharia, pela capacidade do nosso tecido empresarial, aquele que se soube preparar, inovar para se adaptar aos diferentes processos de transformação a que é exposto, mas acima de tudo pela capacidade de enfrentarmos desafios que põem em causa a nossa capacidade instalada e nos obrigam continuamente a superar-nos e com isso a criar novas competências geradoras de valor e capazes de responder aos desafios do mercado global”, defende Vladimiro Cardoso Feliz, diretor do Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiia) by Colab, Smart & Sustainable Living, ao ECO.

O CEiiA está orientado para a “conceção, desenvolvimento e operação de novos produtos e serviços para indústrias tecnologicamente avançadas, não só do espaço e aeronáutica, como também do setor automóvel, mobilidade e economia do mar“, com destaque para os mercados de Europa e Mercosul. A procura é maior “em mercados consolidados, nomeadamente no mercado aeronáutico e automóvel europeu, ao nível dos serviços de engenharia, e uma procura cada vez mais exigente em mercados emergentes nomeadamente na área da sustentabilidade (mobilidade e cidades e espaço)”, adianta o responsável.

Segundo os dados do INE, os produtos eletrónicos nas telecomunicações, os produtos farmacêuticos e as máquinas elétricas são os principais produtos de alta tecnologia exportados, representando mais de três quartos das exportações.

O satélite Proba-2 serve para testar inovações tecnológicas desenvolvidas por dez países membros da ESA, entre as quais um instrumento de navegação desenvolvido pela empresa portuguesa Lusospace,LUSA

No entanto, outras áreas têm vindo a ganhar destaque, como a aeroespacial. A Lusospace é uma das empresas deste setor, trabalhando “neste momento na área do espaço e a produzir equipamentos para satélites“, que é “uma área que está a crescer bastante”, conta o CEO, Ivo Vieira. A exportação representa 95% do volume de negócios, nos 2,5 milhões de euros, e os principais mercados são Alemanha, França, Itália, Holanda e Reino Unido.

No plano geral, o INE indica que Espanha foi o principal destino das exportações nacionais de produtos de alta tecnologia em 2022, ultrapassando a Alemanha, que ficou em segundo lugar com 691 milhões de euros. Isto deveu-se essencialmente a um aumento nas vendas de produtos eletrónicos, nomeadamente dispositivos semicondutores. Já os Estados Unidos e França ocupam, respetivamente, as terceira e quarta posições enquanto principais clientes das exportações portuguesas de alta tecnologia.

O que distingue Portugal é a capacidade de inovação e preços mais competitivos que o exterior. Portugal está a conseguir subir na cadeia de valor e criar produtos e serviços inovadores.

Ivo Vieira

CEO Lusospace

A empresa de engenharia aeroespacial, que emprega 25 pessoas, está atualmente a desenvolver um “projeto de uma constelação de dois satélites” que acreditam que “vai mudar o panorama português espacial”. Além disso, no ano passado, ganharam um projeto de 4,5 milhões de euros para fornecer um equipamento espacial para uma empresa alemã, o que, para a sua dimensão, “é um projeto enorme e contribui para aumentar as exportações”. “Calculamos que vai aumentar as exportações em 30%”, acrescenta o presidente da Lusospace.

Para Ivo Vieira, “o que distingue Portugal é a capacidade de inovação e preços mais competitivos que o exterior”. “Portugal está a conseguir subir na cadeia de valor e criar produtos e serviços inovadores”, defende o CEO da empresa que é ainda responsável pela implementação de uma componente da Agenda New Space Portugal, enquadrada no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A operar no setor aeroespacial está também a Tekever, cujas exportações representam mais de 90% do volume de negócios, “com tendência a aumentar”, como adianta o CEO. Esta empresa, que tem mais de 400 trabalhadores com vista a crescer a equipa, “opera no mercado mundial, com particular incidência na Europeu, no sudoeste Asiático, na África Ocidental e na América do Norte”, conta Ricardo Mendes ao ECO.

O CEO da Tekever, Ricardo Mendes, diz que “Portugal tem feito um investimento considerável no setor aeroespacial”.

“As principais exportações dizem respeito a produtos e serviços de muito elevado valor acrescentado e intensidade tecnológica na área aeroespacial”, indica, como “Intelligence-as-a-Service, apoiando os nossos clientes a vigiar e proteger vastas extensões e infraestruturas críticas; Sistemas Aéreos Não Tripulados, incluindo equipamentos e serviços relacionados e Sistemas Espaciais, incluindo equipamentos e serviços relacionados”.

Ricardo Mendes defende que “Portugal tem feito um investimento considerável no setor aeroespacial”, sendo que “já há várias décadas que as universidades portuguesas formam profissionais excelentes que, em larga escala, tendem a emigrar ou a integrar empresas de capital maioritariamente estrangeiro”. “As empresas do setor estão tradicionalmente focadas na produção de componentes e subsistemas, e na sua comercialização juntos dos grandes fabricantes Europeus e internacionais”, destacando que “uma parte significativa das empresas do setor são dominadas por capital estrangeiro”.

A Tekever está a tentar contribuir para “uma estratégia setorial assente na criação de cadeias de valor nacionais para produtos e serviços de elevado valor acrescentado, que possam ser comercializados no mercado mundial diretamente junto de clientes finais”, explica o CEO, tendo como objetivo “capturar maior valor para as empresas portuguesas, tornando-as mais competitivas e resilientes, bem como mais aliciantes para os jovens engenheiros”.

Portugal tem feito um investimento considerável no setor aeroespacial. Já há várias décadas que as universidades portuguesas formam profissionais excelentes que, em larga escala, tendem a emigrar ou a integrar empresas de capital maioritariamente estrangeiro.

Ricardo Mendes

CEO Tekever

Vladimiro Feliz salienta também que a “indústria aeroespacial nacional tem vindo, com base numa estratégia consistente de longo a prazo, a encontrar o seu espaço. “São disso exemplo a participação do CEiiA, e de um conjunto de players nacionais no processo de desenvolvimento e industrialização do KC-390, onde o CEiiA foi responsável pelo desenvolvimento de dois terços da aeroestrutura deste avião, a participação do CEiiA em parceria com a empresa alemã RFA no desenvolvimento de um lançador de microssatélites ou do operador de satélites Geosat, que opera de dois satélites de muita alta resolução e que faz como que, a par da Airbus, seja o segundo maior operador europeu neste domínio”, enumera.

O responsável adianta ainda que o CEiiA “está também a trabalhar no desenvolvimento do primeiro avião português, o Lus 222, que vai potenciar a integração do ecossistema aeronáutico português em toda a cadeia de valor da aeronave”.

Apesar do desempenho, as importações de produtos de alta tecnologia continuam a superar as exportações. Ainda assim, o setor acredita que há espaço para crescer.

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Aforradores nacionais são dos que menos ganham com a subida das taxas de juro do BCE

Se, no último ano, os bancos da Zona Euro transferiram 57% da subida das taxas de juro do Banco Central Europeu para os seus depositantes, os bancos nacionais entregaram apenas 36%.

A banca portuguesa continua a mostrar uma grande relutância em aumentar a remuneração dos depósitos. Em junho do ano passado, pouco tempo antes de o Banco Central Europeu (BCE) iniciar um ciclo de nove subidas consecutivas das taxas diretoras, a remuneração dos novos depósitos para particulares era de apenas 0,07% – e sofreu nesse mês a primeira subida desde outubro de 2020.

Um ano depois, em junho deste ano, a taxa de juro dos novos depósitos de particulares era de 1,58%. Durante este período, a remuneração dos depósitos dos particulares subiu apenas 151 pontos base, apesar de o BCE ter aumentado 425 pontos base as taxas diretoras.

Significa que, nos últimos 12 meses findos em junho de 2023, os bancos nacionais passaram pouco mais de um terço (35,5%) da subida das taxas do BCE para os depositantes particulares, quando a média dos bancos da Zona Euro transferiu 56,5% do incremento das taxas do BCE para os seus clientes.

De acordo com cálculos do ECO, com base em dados do BCE, apenas os bancos de cinco países entre os 20 estados-membros do espaço da moeda única revelaram-se menos generosos que a banca portuguesa no último ano na remuneração das poupanças das famílias: Grécia, Eslovénia, Países Baixos, Chipre e Croácia.

Preferências dos bancos sai cara às famílias

Esta relutância da banca nacional em passar a subida das taxas de juro do BCE para o bolso dos portugueses tem ajudado a impulsionar as contas dos bancos. Só nos primeiros seis meses do ano, os cinco maiores bancos fecharam as suas contas com lucros recorde de 2 mil milhões de euros, o dobro do verificado no primeiro semestre do ano passado, e a margem financeira disparou, em termos homólogos, 74% para cerca de 4,2 mil milhões de euros.

Segundo cálculos do ECO, o diferencial de taxas de juro ativas (cobradas nos empréstimos bancários) e passivas (juros pagos nos depósitos) da banca portuguesa quase que duplicou no espaço de um ano. Mais nenhum país da Zona Euro registou um incremento tão expressivo no nível da margem financeira no último ano.

Por cada aumento de 25 pontos base das taxas de referência do BCE no último ano, os bancos portugueses aumentaram, em média, 15 pontos base a taxa de juro dos novos depósitos das empresas face a apenas 9 pontos base dos depósitos das famílias.

Mas nem todos os clientes sentiram da mesma forma a pouca benevolência da banca nacional nos últimos 12 meses. Se as famílias viram refletido na remuneração dos seus depósitos apenas 35,5% da subida dos 425 pontos base das taxas de referência do BCE no último ano, as empresas contaram com uma transferência para o seu “bolso” de 61% desta subida.

Isto significa que, por cada aumento de 25 pontos base das taxas de referência do BCE no último ano, os bancos portugueses aumentaram, em média, 15 pontos base a taxa de juro dos novos depósitos das empresas face a apenas 9 pontos base no caso dos depósitos das famílias.

No contexto da Zona Euro, os dados do BCE mostram que a maioria dos bancos preferiu repercutir a subida das taxas de referência do BCE na remuneração das empresas face aos depósitos dos particulares (as exceções foram Estónia e Malta). Em média, os bancos do espaço da moeda única transferiram 76,5% das subidas das taxas do BCE para a remuneração das empresas face à passagem de 56,5% no caso das famílias.

Estas dinâmicas têm levado a que o fosso entre a remuneração dos depósitos das famílias e das empresas fique ainda mais fundo, particularmente em Portugal. É que os bancos portugueses, além de pagarem menos que a média dos bancos europeus nos depósitos das famílias e das empresas, estão também entre os que fazem uma maior distinção entre as poupanças dos particulares e das empresas.

De acordo com os últimos dados disponíveis pelo Banco de Portugal, a taxa de juro nos depósitos das empresas em junho era de 2,65%, cerca de 1,7 vezes superior à taxa de juro que os bancos pagam pelos depósitos dos particulares. Na Zona Euro, só os bancos croatas apresentam um diferencial maior. Há um ano, os bancos nacionais pagavam praticamente o mesmo pelas poupanças das empresas e das famílias: 0,06% e 0,07%, respetivamente.

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Feriados geram 25% mais roubos do que em dias úteis, segundo Observatório Securitas Direct

  • Servimedia
  • 10 Agosto 2023

Os feriados têm 25% mais probabilidade de sofrer um roubo ou invasão de moradias do que os dias úteis, especialmente nas residências que permanecem fechadas por um longo período, como no verão.

É o que comprova o primeiro relatório do Observatório Direto da Securitas “Segurança em residências e empresas”, que analisa as preocupações e medidas de segurança dos espanhóis. 83% dizem adotar medidas de segurança para proteger suas casas e antecipar riscos.

Precisamente, para reduzir as chances de um assalto, os especialistas em segurança da Securitas Direct prepararam uma lista de dicas para evitar qualquer incidente e poder-se conectar com tranquilidade durante as férias de verão.

A primeira medida é “não deixar janelas abertas” e verificar se todos os acessos à instalação “estão completamente fechados antes de sair, uma vez que os intrusos podem aproveitar-se do descuido dos proprietários”.

Também é necessário “verificar o estado das fechaduras”, já que tanto as janelas quanto as portas tendem a se deteriorar com o tempo. Outra dica é “não publicar informações sobre férias ou passeios nas redes sociais” que possam dar pistas aos cacos sobre deslocamentos ou ausências publicamente.

Quem contraiu um alarme, deve “comunicar faltas prolongadas para que os profissionais do seu Centro de Receção de Alarmes possam conhecê-lo”.

Da mesma forma, recomenda-se “não deixar objetos de valor à vista do exterior” e “deixar um aspecto de instalação habitada durante a ausência”, como manter “algum cego ou pedir a um vizinho ou conhecido para pegar o correio na caixa de correio”.

Especialistas em segurança propõem especialmente programar “alguma automação que, por exemplo, acende ou apaga as luzes durante o dia e a noite para simular atividade dentro de casa”.

Outras ações que reduzem o risco de furto é “desviar as chamadas para o celular” do telefone fixo da casa, garantir “iluminação externa à noite” e, claro, “ativar o alarme” nos casos em que foi contratado.

Nesse sentido, a Securitas Direct sublinhou em comunicado que “ter um alarme com a melhor tecnologia e inovação significará que, se necessário, os seus profissionais poderão verificar o que se passa no domicílio e notificar as autoridades se necessário”.

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F.Rego e ARAN reforçam parceria para o setor automóvel

  • ECO Seguros
  • 9 Agosto 2023

São 2300 associados do setor comercial automóvel que têm reforço de oferta de análise de risco e coberturas dirigidas às especificidades da atividade.

A corretora F.Rego acaba de reforçar a sua parceria com a ARAN – Associação Nacional do Ramo Automóvel num acordo que prevê o alargamento da relação “com novos produtos, com segmentação da oferta de acordo com a atividade e dimensão de cada associado” afirmam os parceiros.

Pedro Rego e Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da ARAN, reforçam a oferta de coberturas a 2300 associados do ramo automóvel.

Os membros da ARAN, associação com sede no Porto e que junta cerca de 2300 empresas do setor automóvel, vão obter – segundo a F.Rego – “condições vantajosas em todos os contratos de seguros, com especial relevância para os específicos da atividade, com coberturas especialmente adaptadas e prémios mais competitivos.

As coberturas mais adequadas serão as Responsabilidades Ambiental e da Atividade, os seguros de Garagistas e Proteção, o que vai implicar o alargamento a outras linhas em curso.

Pedro Rego, CEO da F. REGO, afirma que “num setor com desafios tão específicos, o conhecimento e a experiência são fundamentais para uma gestão de risco eficiente. Estamos muito satisfeitos por formalizar esta sinergia, que nos permitirá colocar a expertise das nossas equipas ao serviço dos associados da ARAN, antecipando e mitigando os diversos riscos que enfrentam”.

Para o Presidente da ARAN, Rodrigo Ferreira da Silva, considerou este acordo como “o resultado de um trabalho diário que se faz na ARAN na escolha das melhores parcerias para os nossos associados” destacando ser a corretora um parceiro com mais de 40 anos de experiência no setor e cobertura nacional “que vai certamente ser uma solução adequada às necessidades dos associados”, concluiu.

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Covid: OMS adverte que estirpe EG.5 pode aumentar infeções e tornar-se dominante

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

A estirpe EG.5 do SARS-CoV-2 apresenta "características que escapam aos anticorpos" e estar em "vantagem de crescimento", avisa a OMS.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu esta quarta-feira que a estirpe EG.5 do SARS-CoV-2, classificada de interesse, pode provocar “um aumento na incidência” de infeções e “tornar-se dominante em alguns países ou mesmo no mundo”.

Em comunicado, a OMS justifica o alerta com o facto de esta linhagem, resultante da sublinhagem recombinante XBB.1.9.2 da variante Ómicron, apresentar “características que escapam aos anticorpos” e estar em “vantagem de crescimento”.

A OMS ressalva que, apesar destes fatores e da “prevalência aumentada” da EG.5, não foram reportadas até à data alterações na gravidade da doença covid-19 (causada pelo SARS-CoV-2) e o risco para a saúde global que a variante representa é baixo. Segundo a OMS, houve um “aumento considerável” de casos na semana de 17 a 23 de julho, período em que a taxa de prevalência global da EG.5 subiu para 17,4% (quatro semanas antes, a prevalência situava-se em 7,6%).

A estirpe EG.5 foi comunicada pela primeira vez à OMS em fevereiro e em 19 de julho foi designada como variante sob monitorização. Agora, face à “avaliação de risco” feita, a OMS decidiu classificar a EG.5 (e as suas sublinhagens) como variante de interesse.

A linhagem EG.5 tem uma mutação adicional no aminoácido F456L na proteína da espícula do SARS-CoV-2 (proteína da superfície do coronavírus que se liga às células humanas) quando comparada com a sublinhagem recombinante XBB.1.9.2 que lhe deu origem e com a sublinhagem recombinante XBB.1.5, ambas da variante Ómicron.

A sublinhagem EG.5.1 tem, ainda, mais uma mutação na proteína da espícula e representa 88% das sequências genéticas disponíveis para a estirpe EG.5 e as suas sublinhagens. À data de segunda-feira tinham sido submetidas à plataforma internacional de partilha de dados genómicos GISAID 7.354 sequências genéticas da EG.5 de 51 países, incluindo Portugal, que enviou 115 sequências, de acordo com a OMS.

China lidera a lista de países com mais sequências genéticas da EG.5 submetidas (2.247), seguindo-se Estados Unidos (1.356), Coreia do Sul (1.040) e Japão (814).

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, um tipo de vírus detetado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras. Desde 11 de março de 2020 que a covid-19 é uma pandemia. Em maio passado deixou de ser uma emergência de saúde pública internacional.

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Barragem na Noruega em rutura parcial após dias de chuva torrencial e cheias

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

Pelo menos 1.000 pessoas residem em povoações nas margens do rio naquela zona e as autoridades indicaram que todas foram retiradas antes da rutura da barragem.

Uma barragem no sul da Noruega sofreu esta quarta-feira uma rutura parcial, após dias de chuva torrencial que desencadeou aluimentos de terras e inundações na região montanhosa e obrigou as comunidades ribeirinhas a abandonarem as suas casas, indicaram as autoridades.

Inicialmente, os responsáveis consideraram a hipótese de fazer explodir parte da barragem da central hidroelétrica de Braskereidfoss para impedir que as povoações rio abaixo fossem inundadas, mas a ideia foi descartada depois de a água irromper pela estrutura, disse o porta-voz da polícia Fredrik Thomson à imprensa. “Esperamos conseguir um nivelamento gradual da água e que seja um nivelamento uniforme”, comentou.

A central elétrica do Glomma, o rio mais longo e com maior caudal da Noruega, ficou submersa e fora de funcionamento. Enormes quantidades de água caíram sobre a parte oeste do dique de betão, indicou o porta-voz. Durante horas, a água acumulou-se atrás do dique. Então, um parque de estacionamento ao lado da central elétrica inundou e, pouco depois, a água começou a jorrar por uma brecha na parede de betão, destruindo uma estrada de duas faixas e vedações que atravessavam o topo da represa.

Per Storm-Mathisen, um porta-voz da empresa que opera a central elétrica, a Hafslund Eco, disse à agência de notícias norueguesa NTB que o desvio da água parece estar “a correr bem”. Pelo menos 1.000 pessoas residem em povoações nas margens do rio naquela zona, e as autoridades indicaram que todas foram retiradas antes da rutura da barragem.

Escotilhas na central hidroelétrica deveriam abrir automaticamente se demasiada água se concentrasse atrás da represa, mas não funcionaram como planeado, por razões ainda desconhecidas, segundo Alexandra Bech Gjorv, membro da administração da Hafslund Eco.

Entretanto, na terça-feira, uma septuagenária norueguesa morreu após cair ao rio. Ainda conseguiu nadar até à margem, mas a polícia disse que, por causa das cheias, a equipa de salvamento demorou várias horas a transportá-la até ao hospital e acabou por morrer.

Mais de 600 pessoas foram retiradas de uma região a norte de Oslo, e a polícia do sul do país classificou a situação lá como “incerta e caótica”. O Departamento de Estradas Públicas da Noruega indicou hoje que todas as estradas principais entre Oslo e Trondheim, a terceira maior cidade do país, estavam encerradas.

“Estamos a viver uma situação de crise de dimensões nacionais”, afirmou a governadora do condado de Innlandet, Aud Hove. “Há gente isolada em diversas povoações locais, e os serviços de emergência poderão não conseguir chegar às pessoas que precisam de ajuda”, acrescentou.

O sistema meteorológico batizado como Tempestade Hans fustiga há vários dias partes da Escandinávia e do Báltico, fazendo rios transbordar, danificando estradas e partindo ramos de árvores que feriram pessoas. Mais chuvas torrenciais são esperadas esta quarta no sul da Noruega e no centro da Suécia, depois de cabanas, pequenas habitações e caravanas terem sido engolidas pelos rios e arrastadas pelas fortes correntes.

Os meteorologistas noruegueses indicaram que se pode esperar até 30 milímetros de chuva durante a noite e que “as quantidades não são extremas, mas dadas as condições na região, as consequências podem sê-lo”.

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