85% dos líderes empresariais dizem que questões sociais são preocupações urgentes

Mais de metade admite que as suas empresas estão focadas em gerar "soluções que influenciam a sociedade de maneira positiva" ou em "manter um equilíbrio entre as necessidades de todas as suas partes".

A grande maioria dos líderes empresariais de todo o mundo (85%) considera as questões sociais como preocupações “urgentes” para as suas empresas. Uma larga maioria (60%) dos executivos indica ainda que as suas empresas já estão focadas em gerar “soluções que influenciam a sociedade de maneira positiva” ou em”manter um equilíbrio entre as necessidades de todas as suas partes interessadas”, revela o estudo “Making Business Do Better for Everyone”, da Bain & Company.

“As empresas líderes em questões sociais, como a diversidade e a responsabilidade social nas cadeias de abastecimento, não veem estes esforços como mitigadores de risco, mas como uma oportunidade para gerar valor e oferecer um melhor serviço às suas partes interessadas. O desafio para os executivos é encontrar a melhor forma de transformar as preocupações sociais em oportunidades comerciais sustentáveis”, começa por dizer Clara Albuquerque, partner da Bain & Company.

“É aconselhável começar com um foco nas comunidades locais, nos clientes, nos trabalhadores e nos fornecedores, identificando ações que possam abordar as questões sociais de cada parte interessada”, acrescenta, citada em comunicado.

Os executivos inquiridos afirmaram ainda que o desempenho social de uma empresa pode influenciar os resultados da mesma. As empresas líderes nestas práticas já registam um maior crescimento das receitas do que os seus concorrentes que ignoram as questões sociais.

Além disso, os CEO consultados afirmam que a consciência social lhes têm permitido alcançar uma taxa mais elevada de captação de clientes e de talento, bem como contar com maior facilidade de financiamento.

Quatro áreas de oportunidade

O estudo levado a cabo pela consultora identificou ainda quatro áreas de oportunidade para transformar as soluções sociais em oportunidades de negócio.

1. Melhorar as condições das comunidades

As comunidades locais são influenciadas, em grande medida, pelas empresas que nelas operam. “Ao melhorar as condições destas comunidades, através de uma perspetiva social e económica, também se impulsiona o rendimento empresarial nesses territórios“, sugere.

2. Identificar novas fontes de valor para o cliente

Aplicar uma abordagem social aos clientes e aos mercados pode levar a oportunidades de criação de valor em segmentos de clientes totalmente novos, incluindo mercados com menor penetração.

3. Investir na força de trabalho atual e futura

Dados os desafios que as empresas enfrentam atualmente para atrair e reter os talentos certos, as empresas podem passar de serem “caçadoras de talentos” para “formadoras de talentos“, ao investirem na aprendizagem e no desenvolvimento dos colaboradores.

4. Construir relações socialmente responsáveis com os fornecedores

“Ao olharem para as suas cadeias de abastecimento de um ponto de vista social, as empresas podem colaborar com os seus fornecedores para garantir práticas justas e equitativas, ao mesmo tempo que melhoram a resiliência das suas cadeias de abastecimento de ponto-a-ponto.”

O estudo da Bain & Company resultou de um inquérito junto de quase 300 CEO de todo o mundo. Aceda ao documento aqui.

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Do BPN à Efacec, estas intervenções custaram milhões ao Estado

  • ECO
  • 4 Agosto 2023

A nacionalização da Efacec poderá custar mais de 100 milhões aos cofres públicos, uma operação que se junta a outras tantas intervenções que custaram muitos milhões aos contribuintes.

Em 2008, em plena crise financeira global, na sequência da queda do Lehman Brothers, o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos avançou para a nacionalização do BPN porque a queda desgovernada do banco “podia ser uma fagulha que, num ambiente carregado de combustível, podia provocar um incêndio de proporções maiores” no sistema financeiro nacional.

Até hoje, a intervenção pública no banco fundado por Oliveira e Costa tem sido das mais custosas para os contribuintes: 6,15 mil milhões de euros já foram injetados na instituição e sem “V” de volta, de acordo com a última contabilização do Tribunal de Contas incluída no parecer sobre a Conta Geral do Estado do ano de 2021.

Doze anos depois da operação do BPN, a nacionalização da Efacec pode agora juntar-se à lista de intervenções em que os cofres do Estado vão ser muito penalizados. Pelo menos é o que prevê a proposta do fundo alemão Mutares para comprar a empresa que passou a ter o Estado como maior acionista em 2020, após o caso Luanda Leaks ter deixado Isabel dos Santos debaixo dos holofotes das autoridades, deixando a Efacec sob pressão financeira. a

Agora, no âmbito da reprivatização da empresa, a Parpública, que gere as participações financeiras do Estado, deverá perder pelo menos 113 milhões de euros, como avançou o ECO esta quinta-feira. Os bancos e os obrigacionistas também vão sofrer com o negócio.

Mais de três mil milhões voam para a TAP

Entre 2008 e 2023, o Estado participou em mais uma mão cheia de operações que custaram muitos milhões aos contribuintes, embora cada uma destas intervenções tenha a sua especificidade, não sendo diretamente comparáveis. E, na maioria, relacionadas com o setor financeiro, que tem sido o grande sorvedouro de dinheiros públicos.

Por outro lado, em alguns casos existe a perspetiva de recuperar o dinheiro perdido, como acontece com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e, a mais longo prazo, com o BES e o Novobanco.

Cerimónia de batismo do avião da TAP A320neo Carlos Paredes - 23JUL19

Não é isso, todavia, o que vai acontecer com a TAP. A transportadora aérea portuguesa foi resgatada pelo Estado devido ao impacto da pandemia. Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas à data da nacionalização, justificou o resgate com a importância da companhia área para Portugal.

Nos últimos anos, foram/vão ser injetados na TAP cerca de 3,2 mil milhões de euros de dinheiros públicos (a última tranche só será paga em 2024), que não serão devolvidos – pelo menos de forma direta, para responder ao argumento do retorno económico que a companhia aérea representa.

Em contrapartida desse financiamento público, a empresa teve de se reestruturar, o que implicou a saída de muitos trabalhadores, menos aviões e destinos e, no fim de todo o processo, a saída do Estado como maior acionista.

É nesta última fase em que nos encontramos. A venda, tendo já arrancado e atraído interessados, só deverá acontecer no próximo ano. Ainda não se conhecem os moldes do negócio. O Estado deverá manter uma participação minoritária na TAP. Mas os 3,2 mil milhões já voaram dos bolsos dos contribuintes e não regressarão.

22 mil milhões perdidos na banca (mas ainda pode recuperar algum)

No setor financeiro, as contas não são melhores. Os apoios públicos aos bancos nos últimos 15 anos e até 2021 apresentam um saldo negativo de mais de 22 mil milhões de euros, de acordo com o Tribunal de Contas. A fatura não está encerrada.

Ao contrário das intervenções na Efacec e na TAP, cujos resgates foram uma decisão do Governo para salvar empresas que considerou de relevância para a economia nacional, as intervenções no BPP, Banif e BES/Novobanco foram desencadeadas pelo Banco de Portugal na sequência das dificuldades que estes bancos atravessavam, sendo que o Estado teve de suportar financeiramente essas operações.

No BPP, liquidado em 2010, ainda havia 268 milhões de euros por recuperar para o erário público no final de 2021. Mais de uma década depois, o processo de liquidação do banco fundado por João Rendeiro ainda não terminou. Há 700 milhões de euros em ativos para fazer face aos pedidos de 6.000 credores. A comissão liquidatária diz que só depois de liquidada a dívida do Estado é que poderá pagar aos restantes credores.

Em relação ao Banif, resolvido no final de 2015, os custos para os contribuintes ascendiam a perto de três mil milhões de euros no final de 2021, segundo o Tribunal de Contas.

Balcão Novo Banco com nova imagem - 09NOV21
NovobancoHugo Amaral/ECO

Quanto ao BES/Novobanco, os apoios públicos registavam um saldo negativo de 8,3 mil milhões. Este valor tem em conta os empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução tanto no momento da resolução do BES, em agosto de 2014, como nas injeções que foram realizadas no Novobanco ao abrigo do mecanismo de capital contingente criado com a venda ao fundo Lone Star, em 2017.

O Fundo de Resolução vai pagar os empréstimos ao Estado (e também aos bancos) nas próximas décadas, até 2062, pelo menos, com recurso às contribuições dos próprios bancos para o fundo.

Em relação à Caixa Geral de Depósitos (CGD), o saldo era negativo em 5,458 mil milhões de euros. Este montante inclui a operação de recapitalização realizada em 2017 e que envolveu 3,9 mil milhões de recursos públicos, dos quais 2,5 mil milhões foram em dinheiro vivo. Nos últimos anos, o banco público tem procurado devolver essa ajuda com dividendos. Pelo menos a parte dos 2,5 mil milhões deverá ser paga até 2025.

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Casais avança para a construção de um segundo hotel híbrido em Madrid

A construtura de Braga está a apostar num novo modelo de construção sustentável. Depois da construção do primeiro hotel híbrido em Portugal, a construtora já está a dar cartas no mercado espanhol.

Depois da construção do primeiro hotel híbrido em Portugal, localizado em Guimarães, o grupo Casais, que opera num total de 17 países e faturou 682 milhões de euros em 2022, já entrou no mercado espanhol com este novo modelo de construção sustentável, estando neste momento a erguer em Madrid o primeiro edifício de construção híbrida.

Em entrevista ao ECO, o presidente da construtora portuguesa, António Carlos Rodrigues, avança ainda que está em negociações avançadas para construir um segundo hotel na capital espanhola assente neste tipo de construção em madeira e betão, acreditando que do outro lado da fronteira “poderá haver um crescimento mais rápido” neste tipo de projetos.

Foi no mês passado que a Casais, em conjunto com o grupo hoteleiro B&B, apresentou em Guimarães o primeiro edifício de construção híbrida do país, composto por dois edifícios e com assinatura do arquiteto Mário Fernandes. A unidade hoteleira com 95 quartos, que resulta de uma joint-venture com o grupo norte-americano Sunny, está integrada no projeto The First, que inclui ainda um bloco de 44 apartamentos e o Minho Tech Hub, que surgirá em setembro.

Depois da cidade-berço, a construtora, que emprega mais de 5.500 colaboradores em todo o mundo, dos quais quase 2.000 em Portugal, exportou para Espanha esta solução industrializada e híbrida de madeira e betão, com estrutura e fachadas pré-fabricadas. O município de Tres Cantos, na região de Madrid, foi o primeiro local do país vizinho a receber este projeto da construtora portuguesa e da ACR. A construção deste hotel com cinco andares e 120 quartos arrancou em junho edeverá estar concluído num prazo de dez meses”, detalha António Carlos Rodrigues.

De acordo com a empresa minhota, este tipo de construção usa apenas um terço do betão de um edifício tradicional, o que significa uma redução da pegada de carbono superior a 60%. O empresário, formado em Engenharia Civil, indica que, para o próximo ano, o objetivo passa por ter “três projetos em simultâneo: um em conclusão, outro em arranque e ainda outro em pipeline”.

O objetivo para o próximo ano passa por ter três projetos de construção híbrida em simultâneo: um em conclusão, outro em arranque e ainda outro em pipeline.

António Carlos Rodrigues

CEO da Casais

Recentemente, este grupo de Braga tornou-se acionista da austríaca Cree Holdings, com quem já tinha uma parceria há vários anos. António Carlos Rodrigues acredita que esta é a “construção do futuro” e está convencido que, “se nas próximas décadas apostarmos numa construção mais sustentável, o futuro ficará mais garantido”.

Além de ser uma construção mais amiga do ambiente, destaca, tem um prazo de entrega muito mais célere, tendo em conta que este sistema híbrido industrializado pode ser rapidamente implementado no local, pois combina o uso de madeira e betão a nível estrutural, com fachadas pré-fabricadas modulares.

Fundada a 23 de maio de 1958, a Casais é uma das maiores empresas do setor da construção em Portugal, mantendo o cariz familiar. Em 1994 iniciou o processo de internacionalização, na Alemanha, seguindo depois para Angola (1999). Atualmente, o grupo opera em 17 países e a internacionalização representa 63% do volume de negócios global (440 milhões de euros).

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Há seis anos que Portugal está a afundar no ranking da produtividade europeia

O nível de produtividade do trabalho em Portugal é 28% inferior à média da Zona Euro. Pior só os gregos e os eslovacos. E há seis anos que o país está a cair no ranking da produtividade europeia.

No final do ano passado, a produtividade do trabalho em Portugal correspondia a 72% dos níveis registados na Zona Euro. Significa que, em média, a produtividade por trabalhador é 28% inferior à média dos países do espaço da moeda única. Pior só os gregos e os eslovacos que, segundo dados do Eurostat, apresentavam em 2022 uma produtividade do trabalho de 66% e 71%, respetivamente, da Zona Euro.

Esta realidade não é nova. Há pelo menos 10 anos que Portugal se mantém na cauda da produtividade do espaço da moeda única. Porém, desde há seis anos que está a definhar no ranking europeu.

Segundo dados do gabinete de estatísticas da União Europeia, em 2016, Portugal até apresentava um nível de produtividade do trabalho superior ao atual, equivalente a 72,8% da média da Zona Euro, e conseguia ficar à frente de cinco países da Zona Euro. No espaço de seis anos foi ultrapassado pelos três países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), e no contexto da União Europeia foi ultrapassado pela Croácia (que este ano aderiu à Zona Euro), Roménia e Polónia.

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“Este problema é grave”, refere ao ECO João Duque, professor do ISEG. “Temos mão de obra qualificada que não usamos e que se perde para o exterior, que a remunera bem e a usa devidamente”, refere. O primeiro relatório do Conselho para a Produtividade, publicado em março de 2019, foca justamente a má alocação do capital humano para a baixa produtividade nacional.

“O número de empresas com baixa produtividade é ainda significativo e a afetação de capital humano e físico entre setores e dentro dos setores sugere que, apesar do progresso observado, existe um potencial para crescimento através de uma melhor realocação de recursos.”

Para a economia nacional e para a carteira dos trabalhadores, o baixo nível de produtividade é um problema que se arrasta há vários anos e é visto como uma das causas para os baixos salários que persistem em Portugal. “Só através de aumentos da produtividade é que os rendimentos, nomeadamente os rendimentos salariais, poderão crescer de forma sustentável, sem prejudicar a competitividade das empresas e o seu futuro”, referiu o então líder da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, no 8.º Congresso da Indústria Portuguesa Agroalimentar, realizado há um ano.

Para Portugal, os últimos 10 anos não foram marcados por uma divergência com a média da Zona Euro no plano da competitividade do trabalho, mas também não houve praticamente nenhuma melhoria ou sequer uma convergência, como sucedeu, por exemplo, com a Irlanda: em uma década, os irlandeses multiplicaram por 1,6 vezes os seus níveis de produtividade.

As barreiras à produtividade nacional

São várias as métricas e indicadores usados para medir o nível de produtividade dos países. Mas as conclusões de todos eles em relação a Portugal pouco se alteram.

Por exemplo, em abril do ano passado, três economistas analisaram a competitividade de Portugal através de um indicador compósito de competitividade (ICC) que combina dados agregados anuais de vários países para um conjunto de variáveis relacionadas com a competitividade.

Os resultados deste paper “apontam para um desempenho modesto na competitividade da economia portuguesa nas últimas décadas“, com o nível do indicador em 2020 a ser semelhante ao observado em 1995 e “mantém-se próximo dos 0,3 numa escala máxima de 1”, escrevem os autores do estudo.

O mesmo sucede quando se observa a prestação de Portugal no ranking da competitividade mundial do International Institute for Management Development (IMD), publicado em meados de junho. De acordo com este instituto suíço, Portugal até passou da 42.ª economia mais competitiva em 2021 para a 39.ª posição em 2022, entre 64 economias mundiais, mas ocupa a mesma posição que detinha em 2019.

Entre os indicadores que continuam a penalizar a avaliação da economia nacional, o IMD destaca o quadro de política fiscal e as práticas de gestão empresarial, o mercado de trabalho e as finanças públicas. Mas para Manuel Carlos Nogueira, economista e professor na Universidade de Aveiro, o quadro é muito mais amplo, abrangendo tanto o setor público como o privado.

“A baixa produtividade portuguesa tem séculos”, refere o professor, destacando, por exemplo, “o condicionamento industrial do Estado Novo que contribuiu fortemente para não podermos adquirir tecnologia mais eficiente, bem como a excessiva dependência da economia portuguesa das exportações para as colónias”, como elementos que “travaram a nossa exposição à concorrência internacional.”

Para João Duque, a persistente baixa produtividade da economia nacional deve-se, essencialmente, a cinco elementos-chave: investimento baixo ou inadequado (não voltado para a produtividade), ausência de estímulos fiscais simples e dirigidos para a produtividade, apoios ou programas de investimento público totalmente alheios ao tema, pouca sensibilidade dos empresários para o tema uma vez que a mão de obra é barata e “uma economia pouco voltada para a marca, para a venda de produtos finais em mercados internacionais ou para o intangível e mais voltada para a entrega de componentes.”

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Portugal longe da destreza dos países bálticos

A baixa produtividade nacional é um problema reconhecido há muito tempo como sendo um forte entrave ao crescimento e ao desenvolvimento do país.

Álvaro Santos Pereira, ex-ministro da Economia, chegou inclusive a sugerir a criação de um ministério para a produtividade e para a competitividade capaz de “coordenar melhor as atividades dos diversos ministérios, de forma a acabar de uma vez por todas com os desnecessários impedimentos a uma maior eficiência económica”, lê-se no seu livro “Portugal na Hora da Verdade”.

Para Portugal, os últimos 10 anos foram marcados por uma constante perda de competitividade ao nível da produtividade do trabalho no contexto da União Europeia e da Zona Euro. Trata-se de uma realidade totalmente oposta à verificada, por exemplo, com a Irlanda: em uma década, os irlandeses multiplicaram por 1,6 vezes os seus níveis de produtividade, apresentando hoje um nível de produtividade do trabalho superior ao dobro da média da Zona Euro.

A Irlanda é, atualmente, de longe, o país do espaço da moeda única com o mais elevado nível de produtividade do trabalho, cerca de 32% acima do nível de produtividade do Luxemburgo, o segundo país do ranking.

O mesmo ocorreu com os três países bálticos: se em 2012 apresentavam níveis de produtividade abaixo de Portugal, hoje são, em média, 7,4% mais produtivos que a economia nacional.

“Existem estudos científicos que apontam que, a baixa produtividade passada cria um ciclo vicioso para a produtividade futura, sendo que o inverso também é verdadeiro, pelo que a saída para este problema demora no mínimo uma geração (e com a promoção de diversas iniciativas em simultâneo)”, refere Manuel Carlos Nogueira, sublinhando que, “enquanto a produtividade não aumentar, teremos salários médios baixos.”

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Clubes da LALIGA concordam em melhorar transmissões com conteúdo mais envolvente para os adeptos

  • Servimedia
  • 4 Agosto 2023

Os clubes da Primeira Divisão da LALIGA aprovaram um incentivo para melhorar o produto audiovisual oferecido aos adeptos com o objetivo de equipará-lo a outras competições.

De acordo com um comunicado divulgado pela LALIGA no final da reunião, o acordo foi apoiado por todos os clubes, exceto por um único voto contra. O objetivo é “promover uma maior disponibilidade dos clubes e dos seus profissionais para facilitar, por exemplo, entrevistas com treinadores e equipa técnica, gravações no balneário das arengas pré-jogo ou maior participação dos jogadores em diferentes formatos de transmissão”.

Além disso, com o pontapé inicial da nova era de competição pela mão da EA Sports “os fãs viverão uma mudança abrangente de transmissões com uma modificação total do pacote gráfico, que oferecerá novas perspetivas e ângulos que enriquecidos com informações oferecerão uma experiência de visualização muito mais imersiva”.

Esta transformação que colocará a LALIGA “na vanguarda da inovação no futebol profissional europeu”, acrescentará novos usos de câmeras em locais como nos bancos, bem como incorporará câmeras aéreas, câmeras de cinema nos túneis e novas óticas com piscadelas para o videogame EA SPORTS FC”, com o objetivo de “oferecer a melhor experiência possível aos fãs”.

Este novo sistema será integrado no critério de implementação social da distribuição audiovisual, que corresponde a 25% do total. Nesse sentido, metade dos dois terços desse percentual será distribuída “em função do grau de colaboração nas novas ações voluntárias que surjam em resposta aos pedidos das emissoras, para incentivar a melhoria do produto audiovisual e a geração de mais recursos”.

Esta colaboração será também ponderada de acordo com “as classificações de audiência de cada clube, multiplicando-a pela audiência média obtida”. Por outro lado, a outra metade continuará a ser distribuída “de acordo com as audiências, como tem sido feito até agora”, disse a LALIGA.

Da mesma forma, os 75% restantes fora do critério de implantação social da distribuição audiovisual continuarão sem modificações e serão distribuídos de acordo com a RDL e o Regulamento Geral da LALIGA.

O comunicado refere que os clubes procuram “promover mudanças que respondam às necessidades de um mercado em constante evolução, no qual é essencial reforçar os laços de ligação com um adepto que exige novos conteúdos que multipliquem a sua experiência de jogo”.

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CRIS contra o cancro inicia recolha de assinaturas para o Governo financiar terapias CAR-T

  • Servimedia
  • 4 Agosto 2023

A Fundação CRIS lança uma campanha para recolher assinaturas para o Governo de Espanha financiar terapias CAR-T, que são a única alternativa de vida para muitas pessoas com cancro do sangue.

Conforme relatado pela Fundação CRIS em um comunicado à imprensa, a maioria dos países da União Europeia incorporou este medicamento em seus sistemas de saúde pública e o uso do medicamento é aprovado pelas autoridades de saúde competentes, tanto a Agência Europeia de Medicamentos quanto a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (Aemps) do Ministério da Saúde.

Na Europa e na Espanha, a terapia está aprovada para linfoma de manto desde 2020 e para o tratamento de linfoma difuso em primeira recaída, linfoma folicular e leucemia linfoblástica adulta desde 2022, mas até o momento não são financiados. Para mieloma múltiplo também é aprovado para uso na Europa em pacientes triplamente expostos em recaída.

As terapias CAR-T são indicadas e com excelentes resultados de sucesso em pessoas com tumores hematológicos. Em leucemias, mieloma e linfomas, com uma sobrevida de 80-40% dos pacientes a longo prazo, dependendo da patologia.

Como parte da campanha, uma das pacientes com linfoma, Fran, pede ao Ministério da Saúde: “Me dê uma segunda chance. Se eles ainda não aprovarem o financiamento para que a Saúde Pública possa usar os tratamentos CART em todos os pacientes que precisam agora, eu vou morrer.” Dr. Martinez, oncologista de Fran, diz que “é frustrante saber que existe um tratamento que funciona, que salva a vida de 80% dos pacientes com leucemias e linfomas e não poder aplicá-lo”.

A CRIS Cancer Foundation tem como objetivo acelerar a investigação contra esta doença e que estes novos tratamentos cheguem a todos os doentes de forma equitativa e justa

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PortAventura World e o modernismo de Gaudí, os pontos turísticos mais visitados da Espanha

  • Servimedia
  • 4 Agosto 2023

Um estudo do Instituto Coordenados de Governança e Economia Aplicada destaca que o PortAventura World é a atração turística que mais recebeu visitantes em 2022, com 5,1 milhões em 2022.

De acordo com o estudo do Instituto de Coordenadas, o ‘top 10’ em número de visitas é liderado pelo PortAventura World, localizado na Costa Dorada, e que é o resort europeu com o maior número de parques temáticos.

Em segundo e terceiro lugar, o Parque Güell (4,2 milhões) e a Sagrada Família (3,8 milhões) estão localizados em Barcelona, expressões máximas do modernismo de Gaudí. Seguem-se, já em Madrid, o Museu Reina Sofia (3 milhões) e o Museu do Prado (2,4 milhões).

A Alhambra de Granada, declarada Património da Humanidade pela Unesco, está no meio do ranking com a visita de 2,3 milhões de turistas em 2022.

Por sua vez, o Oceanogràfic de Valência recebeu 1,6 milhão de turistas no ano passado. Fechando este ‘top 10’ lugares históricos do património monumental e cultural de Sevilha, o Real Alcázar (1,7 milhões) e a Catedral de Sevilha (1,6 milhões), e o Museu Guggenheim de Bilbao (1,3 milhões), que é a arte contemporânea mais importante em Espanha.

O vice-presidente executivo do Instituto de Coordenação de Governação e Economia Aplicada, Jesús Sánchez Lambás, sublinhou que “o turismo continua a ser um pilar da economia espanhola, uma fonte essencial que impulsiona o crescimento, a criação de emprego e o desenvolvimento das nossas comunidades locais e promove a proteção do ambiente e do enorme património cultural”. Acrescentou que “o impacto económico do turismo estende-se em múltiplas direções, beneficiando vários setores e contribuindo para o bem-estar geral da nossa sociedade”.

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Quintas-feiras, das 1 às 3 da manhã, as horas com mais intrusões em casas e empresas em Espanha, de acordo com a Securitas Direct

  • Servimedia
  • 4 Agosto 2023

As quintas-feiras, das 1h00 às 3h00, no início da manhã, é a altura em que ocorrem mais intrusões em casas e empresas em Espanha, de acordo com o Observatório Securitas Direct.

É o que revela o primeiro relatório ‘Segurança em residências e empresas’, do recém-inaugurado Observatório Securitas Direct, que também realiza um estudo sobre a perceção de segurança nos países da Europa e América Latina em que a empresa atua, bem como sobre os hábitos e comportamentos de segurança na Espanha.

No seu primeiro relatório, o observatório aponta que o padrão horário reflete uma maior concentração de intrusões nas horas mais escuras do dia naquelas em que há ausências. Das 1h00 às 5h00 ou no final do dia, entre as 19h00 e as 22h00, todos os dias da semana são as faixas horárias com maior número de intrusões. Por outro lado, das 5.00 às 8.00 horas é quando menos incidentes são registados.

Outro destaque para as invasões são as sextas-feiras, das 20h00 às 22h00. Durante o dia, às segundas-feiras, das 9h00 às 11h00 da manhã, há um elevado número de intrusões.

Para a elaboração do relatório, a empresa baseou-se no número de saltos de alarmes reais e intrusões por área atendida durante 2022 pela Central de Recebimento de Alarmes (CRA) da Securitas Direct, que recebe os sinais dos 1,8 milhão de alarmes conectados aos quais a empresa presta serviço na Espanha.

O relatório também aponta que 91% dos espanhóis têm preocupações com a proteção de suas casas. Além disso, os roubos são o principal fator de preocupação da sociedade, já que dois em cada três espanhóis afirmam ter preocupação com eles.

No que diz respeito às técnicas de furto mais utilizadas em invasões domésticas, o Observatório Direto da Securitas aponta que os intrusos utilizam ferramentas básicas e aproveitam-se do descuido dos proprietários. Além disso, eles geralmente são mal organizados e muito hábeis em escalar ou pular cercas.

Quanto aos métodos mais utilizados em caso de intrusão por tipo de habitação, são detetados dois modos principais de ação. Em chalés e vilas, os ladrões sobem pelas fachadas ou cercas, que cortam com pinças para acederr através de janelas, telhados e varandas. No que diz respeito a apartamentos e apartamentos, o método mais comum é forçar a fechadura.

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Donald Trump declara-se “inocente” das acusações sobre eleições de 2020

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

O ex-presidente esteve a depor sobre as acusações de conspiração para tentar alterar os resultados eleitorais de 2020.

O ex-presidente Donald Trump declarou-se esta quinta-feira “inocente” num tribunal federal em Washington, onde foi presente para responder sobre as acusações de tentativa de alteração de resultados eleitorais.

Trump chegou ao tribunal pelas 15:18 (20:18 em Lisboa), para ser presente perante a juíza Moxila Upadhyaya e depor sobre as acusações de conspiração para tentar alterar os resultados eleitorais de 2020, após a sua derrota para Biden, declarando-se pelas 16:26 (21:26 em Lisboa) como “inocente”.

A acusação de 45 páginas, divulgada esta terça-feira, refere um “plano criminoso” e acusa Trump de ter minado os alicerces da democracia norte-americana, ao tentar alterar o processo de contagem dos votos de mais de 150 milhões de eleitores.

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Banco moçambicano do BCP regressou à vila de Palma e nem o presidente faltou

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

A agência do Millennium BIM foi uma das destruídas na vila de Palma, em Cabo Delgado, pelos ataques de insurgentes. Esta quinta reabriu com a presença do presidente moçambicano.

Quando os ataques insurgentes mudaram Palma, em Moçambique, os três bancos que ali existiam foram destruídos, e por isso foi em festa que o povo saiu esta quinta-feira à rua no regresso da primeira agência. E nem o Presidente faltou.

“O banco chegou”, afirmou o chefe de Estado, Filipe Nyusi, na vila de Palma, Cabo Delgado, ao presidir à reabertura e inauguração da agência do Millennium Banco Internacional de Moçambique (BIM), recebido em festa por centenas de populares, concentrados, debaixo de um sol abrasador, várias horas antes, junto às instalações, renovadas.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada, que subiram de gravidade em 2021, com a tomada de Palma, vila hoje fortemente vigiada.

“Uma semana depois do último ataque a esta vila, estive aqui. Visitei os jovens que estavam nas trincheiras e passei por aqui, vi como estava desfeito o banco. Este e também os bancos vizinhos que operavam aqui. É emocionante ver que o que homem, quando quer, faz”, afirmou Nyusi, numa vila com cerca de 40 mil habitantes que deixam de estar obrigados a uma longa viagem de várias horas, ainda perigosa, até às agências bancárias dos distritos mais próximos.

Elementos associados ao Estado Islâmico realizaram um total de 384 ataques em Moçambique em 2021, que resultaram em 1.127 mortos entre civis, forças armadas moçambicanas e combatentes, segundo um relatório do gabinete de contraterrorismo do Departamento de Estado norte-americano.

Filipe Nyusi presidiu à reabertura e inauguração da agência do Millennium Banco Internacional de Moçambique (BIM) na vila de Palma.Lusa

Em 24 de março de 2021, os insurgentes atacaram a vila de Palma, no nordeste do país, criando milhares de deslocados internos à medida que expandiam o controlo a outros distritos da província de Cabo Delgado, o que de resto levou a TotalEnergies a suspender as suas operações de desenvolvimento de gás natural na península de Afungi.

Em Palma, enquanto a aguardava inauguração do balcão do Millennium BIM (detido em 66,68% pelo português BCP e 17,12% pelo Estado moçambicano), Assomane Mana, agricultor de 43 anos, fazia contas à vida, encostado à parede do bar em frente ao evento que animou a vila. “Veio facilitar, porque agora já não tenho de ir para o banco em Mueda”, explicava, à conversa com a Lusa, enquanto centenas se aglomeravam mais à frente, junto à estrada.

Sobre o passado, conta que perdeu a irmã nos ataques terroristas à vila, mas também diz que é tempo de olhar para o futuro, apelo que o Presidente faria pouco depois, defendendo que a população acolha quem ainda está “nas matas”. “Palma está bem, está segura. Até demais”, brincou o agricultor, que mais tarde chegar-se-ia perto da cerimónia para ouvir Filipe Nyusi recordar o período em que os bancos encerraram em Palma, aquando da destruição provocada pelos ataques, nomeadamente o do Millennium BIM.

Esta atividade “foi forçada a ser interrompida por um inimigo cobarde e sem rosto”, disse. “Estamos perante um sinal inequívoco que o nosso foco num futuro em paz, suplanta em muito o sentimento de ódio e desavença que apenas semeia o luto e implica o atraso económico”, afirmou o chefe de Estado.

Para o presidente do conselho de administração do Millennium BIM, Rui Cirne Fonseca, com esta reinauguração, o banco, um dos três maiores de Moçambique, “mostra o seu empenho” e “o seu compromisso” em “servir esta população de Palma”.

O objetivo é “servir os agentes económicos de Palma e fazer com que a normalidade nesta parte do país regresse rapidamente para sossego de todos, de todo o país, e para que esta província possa progredir como merece”, acrescentou Rui Cirne Fonseca.

Enquanto isso, a estudante Adija Aduai, 24 anos, assistia, de fora, à cerimónia de inauguração: “Agora já temos banco. Antes tínhamos de ir para Mueda, era muito longe, muito tempo, ida e volta. Só falta o dinheiro”. À conversa com a Lusa, descrevia, em tom de brincadeira, a atual situação em Palma: “Está tudo bem, nas calmas. Até demais. Mas é melhor assim”.

A chegada ao terreno das forças pertencentes à missão em Moçambique da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e das Forças de Defesa do Ruanda (RDF) a partir de julho de 2021 permitiu às Forças de Defesa e Segurança moçambicanas (FDS) a recuperar território, incluindo Palma e Mocímboa da Praia, uma cidade portuária estratégica que os insurgentes tinham tomado em 2020.

Agora, aos poucos, a destruição provocada por meses de violência e atrocidades, começa a ficar para trás em Palma. “Para quem viu Palma destruída, hoje é complemente diferente”, sublinhou o Presidente, garantindo que “está a voltar a ser aquela vila de Palma”, e reconhecendo o contributo que está a ser dado pelas forças internacionais na pacificação dos distritos do norte de Cabo Delgado.

“A vinda, o retorno deste balcão [do Millennium BIM], é pressão para a população, mas sobretudo para as Forças de Defesa e Segurança”, garantiu, deixando o apelo: “Continuar com a bravura necessária para manter esta acalmia que caracteriza a vila de Palma. Preservarmos a nossa independência, mantendo Moçambique como um país soberano na sua plenitude territorial, uno e indivisível”.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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Portugal e mais 90 países signatários condenam “uso de comida como arma de guerra”

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

A iniciativa, liderada pelos Estados Unidos, junta 91 Estados-membros da ONU numa “demonstração de solidariedade e comprometimento”.

Mais de 90 países, incluindo Portugal, assinaram esta quinta-feira um comunicado conjunto que condena “o uso de comida como uma arma de guerra”, realçando que a insegurança alimentar grave, geralmente é causada ou exacerbada por conflitos armados.

Esta iniciativa, liderada pelos Estados Unidos, junta 91 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) numa “demonstração de solidariedade e comprometimento”, que pretende “acabar com o uso de alimentos como uma arma de guerra”.

“O comunicado conjunto de hoje nasceu da determinação dos Estados Unidos de usar novamente a sua presidência do Conselho de Segurança da ONU para chamar a atenção para a insegurança alimentar induzida por conflitos”, destacou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.

Os países sublinharam, na declaração conjunta, que a comunidade internacional “há muito tempo que enfrenta [o uso] da fome de civis como uma tática de guerra”, comprometendo-se a “tomar medidas para acabar com o uso de alimentos como uma arma de guerra e a fome dos civis como uma tática de guerra”.

“Reafirmamos a principal responsabilidade dos estados de proteger a população por todo o seu território e a necessidade de todas as partes em conflitos armados de respeitarem os princípios humanitários da humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência no fornecimento de assistência humanitária”, pode ler-se.

O secretário de Estado norte-americano, Antony J. Blinken, defendeu, durante um debate de alto nível do Conselho de Segurança da ONU sobre fome e insegurança alimentar global induzida por conflitos, que é possível ajudar “os que estão em necessidade urgente”.

“Podemos garantir que as pessoas em todo o mundo sejam alimentadas regularmente. Se fizermos isso, se construirmos um mundo mais saudável, mais estável e mais pacífico para todos, teremos pelo menos começar a cumprir a responsabilidade confiada a nós, confiada a este conselho, confiada a essa instituição”, frisou Blinken, citado na nota de imprensa.

Também a representante dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, lembrou que num “mundo abundante com comida, ninguém deve morrer de fome”. “Esta é uma questão humanitária, é uma questão moral, e essa é uma questão de segurança. E devemos abordar o promotor mais insidioso da fome e da insegurança alimentar: o conflito”, frisou a embaixadora.

Além dos EUA e Portugal estão entre os signatários países como a Austrália, Cabo Verde, Canadá, Alemanha, França, Espanha e Reino Unido.

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Câmara de Oeiras vai repor cartaz contra abusos na Igreja na rotunda de Algés

Depois de mandado retirar pela Câmara de Oeiras, o cartaz que denuncia abusos sexuais de menores pela Igreja Católica vai ser colocado pela autarquia na rotunda de Algés.

A estrutura de outdoor da Câmara Municipal de Oeiras (CMO) da rotunda de Algés, junto à antiga praça de touros, vai receber entre a noite desta quinta-feira e a manhã de sexta-feira o cartaz sobre abusos na igreja.

A informação foi avançada ao +M/ECO pela autarquia, que chegou ao acordo com a organização que colocou, na noite de terça para quarta-feira, um outdoor em Lisboa, um em Loures e outro em Algés. O de Algés foi retirado horas depois.

“Tivemos conhecimento, através dos órgãos de comunicação social, da vontade da CMO em repor a lona ‘This Is Our Memorial’, cedendo para o efeito uma posição de suporte físico da própria CMO. Sem prejuízo a qualquer outra opinião, ação ou posição pública que possamos ter sobre o ato de remoção em si, julgámos oportuno dialogar com a CMO, representada para o efeito pelo seu vice-presidente, Francisco Rocha Gonçalves. Informaremos de desenvolvimentos advindos deste diálogo em momento oportuno”, diziam por escrito ao final da tarde, em resposta uma série de questões colocadas pelo +M, os promotores da “This is our memorial”.

“O nosso foco mantém-se o mesmo, dar voz às vítimas e quebrar o silêncio das instituições. O importante é passar a mensagem, repondo o cartaz com a maior celeridade possível. Estamos em processo com a CMO para tentar uma resolução célere para o tema, pelo que até esta estar concluída julgamos melhor não fazer mais comentários“.

Francisco Rocha Gonçalves, vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, garantia durante a tarde desta quinta-feira ao +M que “a questão nunca foi a lona, é o suporte na qual foi colocada“.

Essa ‘associação’ pagou a alguém para pôr um cartaz ilegal. A estrutura já existia, mas é ilegal, não está licenciada. O que o cartaz defende é uma boa ideia, mas tem que ser de forma legal“, reforçava.

Imagine uma empresa colocar um outdoor em espaço público que explora comercialmente. Se não tem licenciamento, trata-se de concorrência desleal”, apontava como primeira questão. Depois, e neste caso, “vende espaço para publicidade a uma associação para falar vítimas de pedofilia. Ora, se for comunicação política ou de interesse público não pagam espaço publicitário”, reforçava o responsável.

Francisco Rocha Gonçalves diz ainda que no dia 18 de julho assinou um edital, informando as empresas que tinham 10 dias para retirar outdoors não licenciados do concelho. “Os 10 dias terminaram ontem, daí ter sido retirado. Hoje já tiramos pelo menos mais dois”, prosseguia, para justificar a ‘coincidência’ da retirada do cartaz.

O autarca pretendia receber esta quinta a organização, dizendo-se disposto a ceder, sem custos, uma posição para a lona numa das cerca de 20 estruturas da CMO. O encontro terá acabado por não acontecer, mas as duas partes terão chegado então a acordo sobre a nova localização do cartaz que denuncia abusos sexuais de menores na Igreja Católica. O cartaz volta, agora de forma legal, ao município que está a alojar cerca de 30 mil peregrinos.

 

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