Ministério da Cultura repõe quota de música portuguesa na rádio em 30% durante um ano

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

A medida é justificada pela relevância que “a produção de música portuguesa apresenta hoje” e a "vitalidade que permite às rádios cumprir o regime de quotas.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, assinou a portaria que repõe a quota mínima de música portuguesa na rádio nos 30%, durante um ano, tendo o diploma seguido para publicação em Diário da República, anunciou hoje o ministério. Adão e Silva assinou a portaria na passada sexta-feira, precisou fonte do ministério à agência Lusa.

A programação musical dos serviços de programas de radiodifusão sonora é obrigatoriamente preenchida com a quota mínima de 30 % de música portuguesa”, lê-se no texto da portaria à qual a Lusa teve acesso. A portaria deve entrar em vigor a 1 de setembro próximo, “produzindo efeitos pelo período de um ano”.

O ministério justifica a medida pela relevância que “a produção de música portuguesa apresenta hoje” e a “vitalidade que permite às rádios cumprir o regime de quotas, sem comprometer a diversidade e a coerência do projeto editorial de cada serviço de programas”. O ministério salienta que o espectro radioelétrico é um recurso público limitado, e “o Estado tem legitimidade para determinar o cumprimento de obrigações específicas, em nome do interesse coletivo”.

“Note-se que a rádio por via hertziana terrestre continua a ser o principal meio de escuta de música para um número elevado de pessoas e que a emissão radiofónica, apoiada por um sistema de quotas, contribui para a diversidade da oferta musical”, lê-se na portaria.

No início do mês, a 5 de julho, no Parlamento, o ministro demonstrara disponibilidade para fixar a quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios em 30%, enquanto se aguardava pela proposta de revisão da lei da rádio, a apresentar pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

Adão e Silva falava na altura numa audição na Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação e Desporto, no âmbito da apreciação na especialidade de projetos de lei do PCP, do Bloco de Esquerda (BE) e do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), para fixação da quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios em 35%, no caso do primeiro partido, e de 30% no caso dos restantes.

Pedro Adão e Silva sugeriu então que o Parlamento aguardasse “pela proposta de revisão da Lei da Rádio da ERC”, já que o processo legislativo que se tinha iniciado dificilmente terminaria este mês, em que encerrou a atual sessão legislativa. “O Governo, nos termos que a lei prevê, isto é, ouvindo e consultando o setor, pode fixar por portaria, e essa é a minha disponibilidade, os 30% [quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios]”, adiantou então Pedro Adão e Silva.

A quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios, prevista na Lei da Rádio, entrou em vigor em 2009. Nessa altura, foi estabelecido que seria de 25%, mas o valor subiu para 30% em março de 2021, como uma medida de resposta à pandemia da covid-19. Um ano depois, em 2022, a quota mínima regressou aos 25% e esta decisão do Governo acabou por ser criticada publicamente pelo setor, nomeadamente por dezenas de artistas portugueses.

A 23 de março, Pedro Adão e Silva defendeu uma “reflexão ponderada e informada” quanto à definição da quota mínima obrigatória, e disse ter pedido informações a entidades como associações de rádios, gestores dos direitos de autores e dos direitos conexos e ERC.

Em abril, numa audição regimental no parlamento, o ministro revelou alguma da informação que na altura tinha recebido da parte da Audiogest – Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos e da Associação Fonográfica Portuguesa. Estas duas entidades “fizeram análise à produção musical e o género onde há mais produção é o hip-hop e rap”, disse Pedro Adão e Silva, lembrando que “a ERC isenta as rádios que têm o género onde é maior a produção”.

“Quando estas exceções foram criadas, há 20 anos, a realidade era muito distinta. [Hoje em dia] cria um contexto de competição entre rádios desiguais: há rádios que se direcionam para o mesmo público que estão obrigadas às quotas e outras estão isentas”, afirmou, apelando à ERC a que “faça revisão destas isenções, que são desajustadas ao tempo atual”. Pedro Adão e Silva chamou ainda a atenção para outra “questão importante: a densificação dos conceitos”.

Neste momento, na ‘subquota’ da língua portuguesa conta com cidadãos da UE [União Europeia] que cantem em português – um cantor brasileiro com nacionalidade portuguesa, como Rodrigo Amarante, conta para a quota, [mas] até há pouco tempo a [luso-moçambicana] Selma Uamusse não contava para a quota, e os [britânicos] Everything but the girl, que cantavam uma versão do ‘Corcovado’ num português/inglês, contavam para quota porque eram cidadãos da UE, agora já não são”, relatou.

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Proença de Carvalho: “Decisão não enfrentou ondas de opinião pública”

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

O ex-presidente do BES Ricardo Salgado vai ser julgado pelos 65 crimes de que estava acusado, de acordo com a decisão instrutória lida esta tarde no TCIC, em Lisboa.

A defesa de Ricardo Salgado criticou a decisão instrutória que envia o ex-presidente do BES a julgamento, qualificando-a como “um mero cumprimento de calendário”, que não foi capaz de “enfrentar as ondas de opinião pública”.

À saída do tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa, Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, disse que a decisão que validou na íntegra os 65 crimes imputados ao seu cliente “era expectável”.

O advogado defendeu que a substituição do juiz de instrução a meio do processo transformou a instrução num “mero cumprimento de calendário”, com o qual apenas se pretendia “tirar uma fotografia e fingir que está tudo bem com a Justiça”, o que tornou previsível a decisão.

“Devo confessar: quando para um advogado passa a ser tão previsível a decisão que se vai tomar, algo está muito mal na Justiça. Uma Justiça de sentido único é uma Justiça que não serve a ninguém porque se percebe que não está a fazer o seu papel de árbitro, de distanciamento e de capacidade de ter coragem para precisamente enfrentar, enfim, as ondas de opinião pública, de alguma que é natural que se sinta enfim perturbada com determinado tipo de casos, mas a Justiça e a democracia serve para isso”, disse.

Para Proença de Carvalho, a própria leitura da decisão, rápida e concisa e sem considerações ou argumentação do juiz, confirmou a ideia de cumprimento de calendário: “Aquilo que se leu aqui confirma a ideia que eu tenho de que se cumpriu um calendário para mostrar que a Justiça é fantástica, funciona tudo muito bem. Não nos iludamos”.

O advogado considerou ainda que “os termos da lei” neste processo não têm sido cumpridos, pondo em causa a “justiça democrática”, que em seu entender “não está a preservar-se e dificilmente poderá valer para todos”.

“É um problema de segurança para todos nós que a Justiça não saiba ter essa calma, essa tranquilidade, essa objetividade para lidar com determinado tipo de processos, não é só este obviamente”, acrescentou.

O advogado de Salgado, que foi confrontado à entrada do tribunal por uma concentração de dezenas de lesados do BES, alguns dos quais assistiram à sessão, alegou que a defesa do ex-banqueiro “nunca se fez contra os lesados do BES”.

“Para nós, os lesados do BES são lesados do Estado Português, o doutor Ricardo Salgado e esta defesa, sempre tentámos, com uma cronologia de factos, demonstrar que [o colapso] do BES podia ter sido evitado. Foi o que fizemos, nunca contra nenhum lesado e nunca sentimos sequer os lesados contra nós. É uma luta contra o Estado, é uma luta muito desigual, mas temos de a fazer”, disse.

Proença de Carvalho sublinhou que, enquanto Ricardo Salgado esteve à frente do BES, não houve lesados e havia um processo em curso que reembolsou os clientes do papel comercial.

“Ricardo Salgado obviamente nunca disse – nós nunca dissemos – que nunca foram cometidos erros, erros de gestão, erros de julgamento de decisões que se tomam. Coisa diferente é serem cometidos crimes. Nós o que estamos a tentar demonstrar é que não foram cometidos crimes, todos os atos que foram feitos foram de boa-fé”, defendeu.

Quanto ao diagnóstico de Alzheimer de Ricardo Salgado, a defesa insiste na realização de uma perícia médica independente, que espera que venha a acontecer no decurso do julgamento, acrescentando que Ricardo Salgado “não tem capacidade para compreender esta decisão e se defender dela”.

O advogado de Amílcar Morais Pires, ex-responsável financeiro do BES/GES, afirmou também que a decisão de levar o seu cliente a julgamento “era expectável”, afirmando que o juiz foi colocado no processo para se atingir “um certo fim”.

“Era muito expectável. Pelo modo como correu a instrução, outra coisa não era de esperar, porque a instrução não foi verdadeiramente respeitadora dos direitos de defesa. Designadamente à mudança do juiz”, disse Raul Soares da Veiga, advogado de Morais Pires, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), no Campus de Justiça, em Lisboa, onde hoje o juiz Pedro Santos Correia leu a decisão instrutória que leva o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, e os restantes principais arguidos no processo da derrocada do BES a julgamento pelos crimes constantes na acusação do Ministério Público.

Para Soares da Veiga, neste processo a justiça “esteve malíssima”, nomeadamente com a substituição de Ivo Rosa a meio da fase de instrução do processo, comentando que “nunca se viu isso”.

“Não me espanta este resultado da instrução, foi um mero formalismo, não teve substância verdadeira, porque estava um juiz a dirigir as coisas e de repente mudaram o juiz, passou a haver um outro juiz caído do céu. Dessa forma não se consegue trabalhar”, disse.

Soares da Veiga, que disse considerar o juiz Pedro Santos Correia “uma pessoa respeitável” em relação à qual não tem nada contra, disse também que o juiz “foi posto [neste processo] para um certo fim que é prosseguido”.

O ex-presidente do BES Ricardo Salgado vai ser julgado pelos 65 crimes de que estava acusado, de acordo com a decisão instrutória lida esta tarde no TCIC, em Lisboa.

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Reino Unido anuncia centenas de novas licenças de exploração de petróleo e gás

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

"É mais vital do que nunca fortalecermos a nossa segurança energética e capitalizarmos essa independência para levar energia mais acessível e limpa para residências e empresas", disse Sunak.

O governo britânico prometeu esta segunda-feira “centenas” de novas licenças de exploração de petróleo e gás no Mar do Norte, um abrandamento da abordagem do primeiro-ministro Rishi Sunak ao aquecimento global condenado pelas autoridades do país.

“Todos nós testemunhámos como [o presidente russo, Vladimir] Putin instrumentalizou a energia, interrompendo o fornecimento e paralisando o crescimento em países ao redor do mundo”, disse o primeiro-ministro conservador em comunicado divulgado. “É mais vital do que nunca fortalecermos a nossa segurança energética e capitalizarmos essa independência para levar energia mais acessível e limpa para residências e empresas do Reino Unido”, acrescentou Rishi Sunak.

O primeiro-ministro garantiu que, mesmo quando o Reino Unido atingir a sua meta de carbono neutro até 2050, um quarto das suas necessidades de energia virá de petróleo e gás. Em reação à promessa do governo britânico, a organização ambiental Greenpeace denunciou uma “cínica manobra política para semear a divisão”, da qual “o clima é um dano colateral”.

“À medida que incêndios e inundações devastam casas e vidas em todo o mundo, o governo de Rishi Sunak decidiu recuar nas principais políticas climáticas”, afirmou o responsável pela gestão climática da Greenpeace no Reino Unido, Philip Evans.

O anúncio do governo acontece numa altura de análise, dentro da maioria conservadora britânica, mas também na oposição trabalhista, de políticas verdes devido ao seu custo para os britânicos, já prejudicados pela inflação. Com este anúncio, Rishi Sunak, que se apresentou durante o fim de semana como defensor dos automobilistas vítimas das políticas verdes, também se opõe diretamente aos trabalhistas, que querem acabar com a concessão de novas licenças de exploração de petróleo e gás no Mar do Norte.

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Assistimos à “infantilização do consumidor”, defende Pedro Bidarra

Pedro Bidarra foi o keynote speaker de encontro que juntou, no Terraço ECO, profissionais da área do marketing e comunicação. Assistimos à "infantilização do consumidor", diz, sempre em tom crítico.

Almoço ECO - 18JUL23“Vejo muita comunicação a apelar a uma espécie de felicidade de Instagram, anúncios de felicidade Instagram, em que parece que as pessoas vivem noutro mundo”, defende Pedro Bidarra. Os anúncios são “muito fake“, “está tudo a fingir que está tudo bem”, refere o agora consultor, que apontou ainda como “fake” os anúncios de sustentabilidade “em que vamos todos salvar o mundo”. “Os valores funcionais da publicidade foram abandonados“, observou.

As afirmações foram feitas durante uma conversa no Terraço ECO, onde se falou sobre marketing e publicidade. Entre várias pessoas ligadas a marcas, publicidade e comunicação, o agora consultor que se “retirou” da publicidade em 2010, foi o keynote speaker.

Para o criativo, os anos 90 foram os anos do otimismo, “em que achávamos que isto ia ser um país”. E esse nível de otimismo “enorme” refletia-se “em tudo aquilo que se fazia, na comunicação, no que se deixava fazer, nos riscos que se corriam – porque numa altura de otimismo falhar não tem problema”.

Depois “mudou o pêndulo daquilo que era a venda para a compra”, explicou Bidarra, sendo que os diretores de marketing – que eram coordenadores de uma série de atividades e que era normal chegarem a CEO – deixaram de ter o mesmo poder e influência, acredita. Uma das causas passou também pelo facto de os clientes terem começado a contratar ‘especialistas em comunicação’ – “uma coisa horrível” – para falarem com as agências.

Não sou saudosista, mas realmente as compras tomaram conta do processo“, afirmou Pedro Bidarra, referindo que a perspetiva de compra passou a ser a do mais barato. “No tempo das vacas gordas era mais fácil e faziam-se menos contas“, recorda.

Sobre o ChatGPT, considera que este só funciona “para agradar”, apresentando, por vezes, “fatos erradas mas que parecem bem”. No entanto, “há coisas que funcionam”, disse Bidarra, acrescentando que usa esta ferramenta “um nível acima do Google, para pesquisa. “Tudo depende do briefing que lá se colocar”, resume.

Quanto à questão lançada sobre se estas plataformas de inteligência artificial podem ajudar os clientes a fazerem melhores briefings melhores, Bidarra respondeu que sempre teve clientes que faziam briefings “maravilhosos”. “É saber o que é que querem. Não é muito difícil quando a pessoa sabe o que é que quer, disse o também escritor, acrescentando que “escrever um briefing é afunilar, depois o criativo o que faz é desafunilar“.

Pedro Bidarra considera também que atualmente existe uma “infantilização do consumidor a “todos os níveis”, seja nas séries, nos filmes ou até nos vinhos. O Presidente da República é o que fala mais infantilmente para a população: “é como se nós estivéssemos no infantário, a explicar-nos o B, A, BA, enquanto come gelados”.

O ex-diretor criativo da BBDO considera também que hoje é mais fácil ser-se ‘enganado’ através da publicidade, uma vez que não há tanto espaço para a escrita, e que se trabalha principalmente através de imagens e ícones.

Nos últimos 10 anos, Pedro Bidarra e o sócio João Wengorovius (consultora Wengorovius & Bidarra) têm feito negócio graças a uma geração que “não viu futuro nisto”, diz também.

Houve toda uma geração que começou a não ver grande futuro nisto e foram para coders, para startups e portanto foi-se perdendo uma certa ‘gravitas intelectual’, de conhecimento e de seriedade neste negócio, e por isso é que eu e o João temos algum sucesso”, afirmou.

Agora, e generalizando, “há gente muito pouco capaz, intelectualmente, em termos de formação”, prosseguiu ainda Pedro Bidarra. “Quem tinha razão no meio disto tudo era o Vicente Jorge Silva: é uma geração rasca“, caracteriza, alargando a opinião ao clima político.

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Agricultores têm mais 24 horas para se candidatar ao Pedido Único após falha técnica

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

O ministério da Agricultura decidiu voltar a alargar o prazo, após terem sido detetados, na sexta-feira, constrangimentos na plataforma de submissão.

O Governo decidiu alargar por 24 horas as candidaturas ao Pedido Único, no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), cujo prazo terminava esta segunda-feira, após terem sido registados constrangimentos na plataforma de submissão.

A senhora ministra da Agricultura e Alimentação informa que o prazo de entrega de candidaturas ao PEPAC 23.27 foi prorrogado por 24 horas, até às 24:00 de amanhã [terça-feira], dia 01 de agosto”, lê-se numa nota enviada à Lusa. O ministério da Agricultura decidiu voltar a alargar o prazo, após terem sido detetados, na sexta-feira, constrangimentos na plataforma de submissão.

Com esta prorrogação, “todos os agricultores terão a oportunidade de submeter, de modo mais eficaz, as respetivas candidaturas, sem penalização do prazo”, sublinhou. Na mesma nota, o ministério tutelado por Maria do Céu Antunes reiterou querer continuar a contar com as confederações agrícolas para finalizar as candidaturas e, consequentemente, permitir o acesso aos apoios.

Até 18 de julho, foram submetidas 160.000 candidaturas ao Pagamento Único (PU) e o Governo já disse esperar valores próximos aos atingidos no ano passado (186.000).

No início do mês, a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Confederação dos Agricultores de Portugal (CNA) e a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) manifestaram, num comunicado conjunto, a sua “profunda preocupação com o atual processo de candidaturas”, lamentando a “muito baixa percentagem de execução”.

O PU é um pedido de pagamento direto das ajudas que fazem parte dos regimes sujeitos ao Sistema Integrado de Gestão e Controlo. Este pedido abrange os pagamentos diretos, os apoios associados, ecorregimes, desenvolvimento rural, pagamentos da rede natura, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e as medidas florestais.

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Consumidores estão “cada vez mais assoberbados em impostos”, criticam Revendedores de Combustíveis

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

Entre "o preço de venda entre Espanha e Portugal, existe um diferencial de entre 20 e 30 cêntimos", indica a ANAREC, antes de escrever que "o que efetivamente varia é a carga fiscal".

A Associação Nacional de Revendedores de Combustível (ANAREC) apelou esta segunda-feira ao Governo que seja transparente com a receita arrecadada e considerou que os consumidores estão cada vez mais assoberbados com impostos.

“Ao contrário do que o governo pretende veicular, os consumidores estão cada vez mais assoberbados com impostos”, afirma a ANAREC em comunicado, pedindo ao Governo “transparência” na receita fiscal arrecadada, “por cada litro ou kilo de combustível”.

Segundo a ANAREC, apesar do Governo afirmar que o ISP e a taxa de carbono estão subsidiados, “na verdade, a receita da taxa do IVA aumenta” pelo aumento dos preços, pelo que o Governo diminui a taxa de ISP e a taxa de carbono “sem precisar de abdicar de qualquer valor de receita”.

A ANAREC diz ainda que o Governo refere que a medida de redução do benefício da taxa de carbono tem por objetivo o alinhamento gradual do peso de impostos em Portugal com a média da zona euro, mas que o mercado português baseia-se no mercado espanhol. Entre “o preço de venda entre Espanha e Portugal, existe um diferencial de entre 20 e 30 cêntimos” e que, considerando que como a “base da cotação internacional é comum, o que efetivamente varia é a carga fiscal“, refere.

Para a ANAREC quando o Governo diz que o consumo de combustíveis rodoviários foi no primeiro semestre do ano 2023 o mais elevado da última década tal “traduziu-se essencialmente devido à carga fiscal que se alterou em Espanha no gasóleo profissional”, pelo que, “devido a isso, muitos litros retornaram a Portugal e fez disparar os litros consumidos”.

Contudo, avisa, o Governo espanhol já alterou a lei e “os transportadores voltaram a abastecer, a grande maioria, em Espanha”. A ANAREC pede que as garrafas de gás também tenham tratamento diferenciado porque são sobretudo usadas nas zonas mais interiores, isoladas e pobres.

“Já não pedimos que seja subsidiada, tal como acontece em Espanha, mas, pelo menos, a alteração para o IVA reduzido e a retirada da taxa de ISP na garrafa de gás”, afirma. Segundo a Síntese da Execução Orçamental, divulgada hoje pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), as medidas para mitigar o efeito da crise energética e inflacionista custaram ao Estado 1.124,7 milhões de euros até junho.

Do lado da receita, destacam-se os impactos relacionados com a perda de receita fiscal, como a redução do ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos) equivalente à descida do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) para 13% (307,6 milhões de euros), a suspensão da taxa de carbono ISP (136,8 milhões de euros), bem como a devolução da receita adicional de IVA via ISP (133,3 milhões de euros).

No que se refere à despesa, pesaram as medidas de apoio extraordinário às famílias mais vulneráveis (174,6 milhões de euros), os apoios a setores de produção agrícola (160,4 milhões de euros) e o complemento ao apoio extraordinário para crianças e jovens (99,2 milhões de euros).

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Ministra garante “total transparência” em ajustes diretos para a JMJ

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

Ana Catarina Mendes diz que a Jornada Mundial da Juventude é "um investimento para os seis dias de bem receber" e um olhar para o "futuro e para a requalificação" desses territórios.

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares garantiu esta segunda-feira “total transparência” nos concursos públicos ou por ajuste direto para a Jornada Mundial da Juventude e fez um balanço positivo da visita ao Passeio Marítima de Algés. “A transparência foi total naquilo que ao Estado central diz respeito e é só consultar a Data Base para perceberem quais são os contratos que foram celebrados em concurso público ou por ajuste direto”, declarou a ministra Ana Catarina Mendes.

À margem da visita ao Terrapleno de Algés/Passeio Marítimo de Algés, local onde no domingo, dia 6 de agosto, o Papa Francisco participa no “Encontro com os voluntários da JMJ”, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares recordou que inscreveu no Orçamento do Estado – aprovado em Assembleia da República – as normas que permitiam exceções à contratação pública.

Um ano e meio para organizar a JMJ pareceu-lhe “manifestamente impossível que fosse possível estar nas vésperas sem essa agilização”, sem as exceções à contratação pública.

A ministra acrescentou que gostaria que se olhasse para a Jornada Mundial da Juventude “como um investimento para os seis dias de bem receber”, mas sobretudo para olhar para o “futuro e para a requalificação” desses territórios.

Questionada pela Lusa sobre as críticas que têm vindo a público da Associação República e Laicidade, contestando o subsídio de meio milhão de euros para a JMJ, Ana Catarina Mendes afirmou que um “Estado laico não se desresponsabiliza também daquilo que são as tarefas que tem para desempenhar”.

“Nunca poderemos esquecer que somos um Estado laico e um Estado laico não se desresponsabiliza também daquilo que são as tarefas que tem para desempenhar. Aqui o que aconteceu foi nós termos também a nossa comparticipação. Aliás como sabem face a algumas dificuldades de algumas câmaras, foi preciso que o Estado português, pudesse investir”.

Ana Catarina Mendes fez esta tarde um balanço positivo das visitas que fez até ao dia de hoje e disse que ficou “particularmente satisfeita” quando desafiou o presidente Isaltino Morais para que se juntasse à organização da JMJ.

“Julgo que está tudo pronto da parte do Estado, da parte das autarquias, da parte da Igreja. Foi um trabalho de equipa. Saberemos demonstrar que Portugal sabe organizar, sabe receber e espero que aqueles que hoje são jovens voltem amanhã para visitar o nosso país. A JMJ realiza-se de terça-feira a domingo em Lisboa, com a presença do Papa Francisco a partir de quarta-feira.

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Novo serviço de transportes públicos entra terça-feira em funcionamento no Médio Tejo

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

A concessão Meio, no valor de 36,5 milhões de euros, terá a duração de oito anos e abrange uma rede superior a 300 linhas e 145 autocarros na região do Médio Tejo.

O novo serviço de transportes públicos “Meio – para andar no Médio Tejo” entra em funcionamento na terça-feira nos 13 municípios da região, no âmbito de uma concessão válida para os próximos oito anos. “A partir do próximo dia 1 de agosto inicia-se uma nova fase para o Transporte Público de Passageiros na região do Médio Tejo”, refere a Comunidade Intermunicipal (CIM), em comunicado.

De acordo com a CIM, a nova marca de transporte público de passageiros vai servir os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.

O contrato de concessão, assinado em setembro de 2022, na Sertã, entre a CIM Médio Tejo e a operadora Rodoviária do Tejo, agora designada RMTEJO II – Transportes Rodoviários de Passageiros, Unipessoal, Lda., no valor de 36,5 milhões de euros, terá a duração de oito anos e abrange uma rede superior a 300 linhas e 145 autocarros.

No âmbito da concessão, a CIM, que tem sede em Tomar e engloba 11 municípios do distrito de Santarém e dois do de Castelo Branco, prevê que sejam percorridos “mais de quatro milhões de quilómetros por ano”, sendo a “rede complementada por serviços flexíveis, de transporte a pedido, que já estão em operação no território e que não são abrangidos no processo de concessão”.

Na nota agora divulgada, a CIM Médio Tejo indica que a marca “Meio” estará visível nos autocarros, abrigos de passageiros, passes, espaços publicitários, entre outros, assinalando uma nova fase para o transporte público de passageiros na região, com um conjunto alargado de serviços.

No âmbito da concessão de serviços, a operadora vai assegurar o transporte público regular de passageiros, de âmbito municipal, intermunicipal e inter-regional, e será ainda responsável pelo transporte público urbano das cidades de Abrantes e Tomar, incluindo os serviços aBusa e TUTomar, respetivamente, e pelo transporte escolar especializado em Alcanena.

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo é Autoridade de Transportes e responsável pela concessão do transporte público rodoviário de passageiros nos 13 concelhos da região.

Citada na nota informativa, Anabela Freitas, presidente da CIM Médio Tejo, afirma que o arranque da concessão significa “um avanço muito importante na resposta do serviço de transporte público de passageiros”, assegurando que a Comunidade Intermunicipal “vai continuar bastante atenta de modo a corresponder com os serviços de transporte público, que estão previstos na concessão e ajustá-los, caso seja necessário, ao longo da vigência dos oito anos de contrato”.

Com uma área geográfica de 3.344 quilómetros quadrados, a CIM Médio Tejo integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém, e Sertã e Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, com um total de 228.744 habitantes (segundo os resultados preliminares do Censos 2021).

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Comissão Europeia vai disponibilizar 1,2 milhões para estudo da desinformação

As candidaturas estão abertas a universidades, centros de investigação, ONG e autoridades públicas ou outras até 22 de setembro de 2023. O projeto vencedor deve ter início em setembro de 2024.

Foram abertas esta segunda-feira pela Comissão Europeia (CE) as candidaturas para a apresentação de propostas de projetos que permitam aprofundar a compreensão da desinformação sobre temas como a guerra, as eleições ou questões de género, bem como dos seus efeitos. A Comissão Europeia dispõe de cerca de 1,2 milhões de euros para financiar o projeto vencedor.

O financiamento europeu superior a um milhão de euros destina-se a “ajudar a compreender melhor a forma como a desinformação é formada e disseminada, como molda o espírito das pessoas, bem como o seu impacto na vida real“, explica a CE.

A proposta vencedora deverá assim identificar e analisar narrativas de desinformação sobre a guerra na Ucrânia e sobre temas como a identidade de género, homofobia e discriminação contra a comunidade LGBTQ+, examinando formas de mitigar os riscos colocados à coesão social e direitos humanos e democráticos.

Caberá ainda ao projeto vencedor examinar narrativas de desinformação em contexto de eleições – com especial enfoque nas eleições europeias de 2024 – com o objetivo de analisar o potencial impacto destas narrativas na opinião pública, no comportamento do eleitor e nos processos democráticos.

Naquele que se espera que seja um complemento ao trabalho realizado pelo Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO), o projeto deve propor “estratégias e medidas, ações políticas futuras e práticas inovadoras para apoiar narrativas positivas e combater narrativas falsas e nocivas, nomeadamente através da desmistificação prévia das narrativas de desinformação esperadas”, explica-se em comunicado.

As candidaturas estão abertas a universidades, centros de investigação, ONG e autoridades públicas ou outras até 22 de setembro de 2023. Prevê-se que o projeto vencedor tenha início em setembro de 2024.

Este projeto faz parte de um esforço alargado de combate à desinformação por parte da Comissão Europeia, que se traduz noutros projetos como o Código de Conduta sobre Desinformação e a iniciativa EUvsDisinfo.

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Sacos Solidários do Continente ajudam instituições de apoio a animais

  • + M
  • 31 Julho 2023

Em 2022, com a venda dos sacos solidários, a Missão Continente angariou 353.176 euros e apoiou projetos da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Fundação Gil, Ajudar Moçambique, CASA e APAV.

Os novos sacos solidários da Missão Continente destinam-se a apoiar associações que trabalham com animais. PRAVI, Liga Portuguesa dos Direitos do Animal, Associação Animais de Rua e Animalife são as quatro instituições apoiadas através da venda dos novos sacos solidários.

O montante destina-se a ajudar projetos ligados ao resgate, alimentação e tratamento de animais abandonados ou maltratados, sobretudo, durante o verão, quando estes casos aumentam, justifica o Continente.

Os sacos estão à venda em todas as lojas Continente, Continente Modelo e Continente Bom Dia do país (exceto Madeira) por 1,50 euros. Por cada saco vendido, 50 cêntimos revertem para as quatro instituições de apoio a animais. O valor total angariado será dividido de igual forma pelas instituições, para implementarem um projeto, que será acompanhado pela Missão Continente para avaliar o impacto na comunidade, prossegue a insígnia da Sonae.

‘Apoio à Infância e Juventude’, ‘Apoio Animal’, ‘Organizações Internacionais’, ‘Diversidade e Inclusão’ e ‘Combate à Fome’ são as cinco áreas identificadas e que serão apoiadas pela coleção de sacos solidários que assinalam os 20 anos de Missão Continente.

A primeira coleção destes sacos solidários, reutilizável e reproduzido a partir de garrafas de plástico, foi lançada em março e as vendas reverteram para quatro instituições de apoio à Infância e Juventude.

Com a edição de 2022 dos sacos solidários, a Missão Continente angariou 353.176.00 euros, o que permitiu financiar projetos da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Fundação Gil, Ajudar Moçambique, CASA e APAV, descreve o Continente.

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Acciona torna-se dona de 100% da central de Amareleja após luz verde da AdC

A operação de concentração permite à Acciona ter o controlo sobre a totalidade da Amper, a empresa criada para gerir a central solar fotovoltaica da Amareleja.

A Autoridade da Concorrência (AdC) deu luz verde à compra da Amper pela Acciona Energía. Esta operação permite à Acciona ter o controlo sobre a totalidade da Amper, a empresa criada para gerir a central solar fotovoltaica de cerca de 46 megawatts-pico (MWp), na Amareleja.

De acordo com a avaliação da AdC, a operação de concentração em causa “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste”, lê-se na nota disponível no site.

Para passar a ter o controlo exclusivo da Amper, a Acciona vai adquirir a fatia de 34,4% que estava nas mãos de outra sociedade, a Diamond Generating Europe.

A central solar da Amareleja ganhou visibilidade quando, em 2008, foi a detentora durante alguns meses do título de maior central solar do mundo. Atualmente, a maior no país tem cinco vezes a dimensão da central de Amareleja: a solar de Alcoutim, já em operação, tem uma potência de 219 megawatts.

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PCP considera que números do INE mostram crescimento económico “muito aquém das possibilidades”

  • Lusa
  • 31 Julho 2023

O crescimento do país reflete "dificuldades e debilidades estruturais não resolvidas”, critica João Ferreira, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.

O PCP considerou esta segunda-feira que os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram um crescimento económico “muito aquém das necessidades e das possibilidades”, defendendo que reflete “dificuldades e debilidades estruturais não resolvidas”.

Numa declaração em vídeo, João Ferreira, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, reagiu à estimativa rápida divulgada pelo INE, segundo a qual o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,3% no segundo trimestre face ao mesmo período do ano passado e registou uma variação nula em cadeia.

Para João Ferreira, estes números traduzem “um crescimento da economia em desaceleração, muito aquém das necessidades e das possibilidades do país, no que é o aspeto mais notório desta estimativa, refletindo dificuldades e debilidades estruturais não resolvidas”.

Sobre a inflação – que, de acordo com o INE, baixou para 3,1% em julho, menos 0,3 pontos percentuais do que em junho –, o também ex-candidato do PCP às eleições presidenciais defendeu que, apesar de se tratar de um abrandamento relativamente ao mês anterior, o valor “acrescenta-se aos aumentos de preços anteriores” e “agrava as dificuldades” sentidas por “amplas camadas da população”.

“É o caso dos milhares de famílias que enfrentam os efeitos da persistente subida das taxas de juro. O aumento dos custos com os empréstimos à habitação contrasta flagrantemente com os lucros agora anunciados pelos principais bancos”, referiu.

João Ferreira considerou que o Governo do PS, “numa ação convergente com o poder económico, tudo tem feito para recusar, por um lado, o aumento de salários e pensões e, por outro lado, o controlo e a redução dos preços de bens e serviços essenciais”.

“Porém, o que a evolução da realidade tem vindo a confirmar é que estes são dois elementos centrais da política alternativa de que o país precisa e que o PCP propõe”, sustentou. João Ferreira defendeu que essa política alternativa “visa corrigir as gritantes injustiças na distribuição do rendimento nacional, bem evidenciadas nos lucros que têm vindo a ser apresentados pelos principais grupos económicos, além de corrigir bloqueios e desequilíbrios que contribuem para a insuficiência de crescimento agora registada”.

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