O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de julho

  • ECO
  • 31 Julho 2023

Ao longo desta segunda-feira, 31 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Prestação da casa sobe até 48% em agosto. Saiba quanto pagará a mais pelo seu crédito à habitação

As famílias com crédito à habitação que vejam o seu contrato revisto em agosto contarão com mais uma subida da prestação. O aumento pode ser superior a 265 euros num crédito com Euribor a 12 meses.

O mês de julho foi marcado por mais uma subida das taxas Euribor. Há 19 meses consecutivos que as taxas médias das Euribor a três, seis e 12 meses renovam novos máximos a cada mês que passa.

Para quem tem crédito à habitação à taxa variável, estas não são boas notícias. Como as Euribor são utilizadas como indexante da taxa de juro dos empréstimos à habitação, significa que, mais uma vez, vão ter de acomodar um aumento da prestação da casa no seu orçamento familiar.

De acordo com cálculos do ECO com base num crédito à habitação a 30 anos indexado à Euribor a 12 meses e com um spread de 1%, a subida das taxas Euribor no último mês irá traduzir-se num aumento da prestação do crédito à habitação até 48%, nos contratos que verão a taxa revista em agosto. Na carteira das famílias, esta subida vai traduzir-se num aumento de cerca de 177 euros da prestação por cada 100 mil euros de financiamento — que perdurará nos próximos 12 meses.

No caso dos contratos indexados à Euribor a 3 e a 6 meses com as mesmas condições que vejam as taxas revistas em agosto, o aumento esperado será mais modesto, na casa dos 6% e 13,6%, respetivamente, que se revela num incremento de 30 e 64 euros por cada 100 mil euros de financiamento.

Agosto será mais um mês marcado pela subida da prestação da casa. No entanto, é importante salientar que os aumentos consecutivos que se têm assistido nos últimos meses nos contratos cujas taxas são revistas mensalmente estão a ser cada vez menores.

No caso dos contratos indexados à Euribor a três e seis meses, agosto será o oitavo mês de abrandamento do incremento da prestação, ficando longe do aumento mensal de 21,5% e quase 40%, respetivamente, da prestação em dezembro de 2022 — o mês que contou com a maior subida da prestação em ambos os contratos em mais de 20 anos.

Nos contratos indexados à Euribor a 12 meses, agosto será o quinto mês consecutivo de abrandamento da subida da prestação do crédito à habitação, distanciando-se cada vez da subida de 67% registada na prestação dos contratos que foram renovados em março deste ano.

Para efeitos de cálculos absolutos, tome-se como exemplo o perfil do crédito à habitação que o ECO tem usado em anteriores simulações deste exercício: empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 1%. As simulações mostram que as prestações vão aumentar no próximo mês entre 44 euros e 266 euros, consoante o indexante utilizado:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá subir para cerca de 775 euros, mais 44 euros (+6%) relativamente à prestação que pagava desde maio;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses ficará próxima dos 800 euros, um aumento de cerca de 96 euros (+13,6%) em relação à prestação que pagava desde fevereiro;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá subir para 820 euros, mais 266 euros (+48%) face à prestação que pagou no último ano.

O impacto da subida das Euribor no aumento da prestação da casa será tanto maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida. Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e caso o seu contrato seja revisto em agora, saiba quanto irá pagar a mais.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

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Dona da Fruut compra produtor de fruta em Armamar por quatro milhões de euros

A Fruut emprega mais de 30 pessoas, fatura 2,2 milhões de euros e vende snacks de fruta natural para 35 países. O mercado externo absorve quase metade da produção.

A Frueat, empresa portuguesa de snacks de fruta natural que é detida pela Sociedade Agrícola Quinta de Vilar, comprou em junho deste ano a empresa Frutas Cruzeiro em Armamar por 4,2 milhões de euros. A dona da marca Fruut, que transforma 3,75 milhões de quilos de fruta feia por ano, está presente em 35 países e contabiliza já ter vendido 26 milhões de embalagens. Emprega 32 pessoas e fatura 2,2 milhões de euros.

“O investimento da Sociedade Agrícola Quinta de Vilar na aquisição e melhoria das instalações da Frutas Cruzeiro em Armamar foi de 4,2 milhões de euros”, revela Filipe Simões, diretor executivo da Frueat, em entrevista ao ECO/Local Online. “Como o negócio da Quinta de Vilar, que é quem fornece a maçã à Fruut, está a crescer na fruta fresca, decidiu comprar um grande player no mercado“, explica o gestor. A empresa que detém uma exploração agrícola de 65 hectares na Beira Alta começou por deter 50% deste negócio, mas em 2020 comprou os restantes 50%.

Como o negócio da Quinta de Vilar, que é quem fornece a maçã à Fruut, está a crescer na fruta fresca, decidiu comprar um grande player no mercado.

Filipe Simões

Diretor executivo da Frueat

Os mercados externos absorvem 46% da produção, sendo Espanha, Reino Unido e Coreia do Sul os principais destinos. Fundada há uma década, a marca Fruut está também prestes a entrar na Austrália. Além da internacionalização, a empresa vai apostar em snacks de fruta salgados e, também este ano, lançar uma linha de palitos de fruta com aromas doces, salgados e picantes.

“Vamos lançar novos produtos e novas linhas de produto, com o objetivo de reforçar o posicionamento no snacking. Produtos mais crocantes, com novas experiências de sabor. Queremos cruzar com especiarias. Temos vários testes aprovados, estamos na fase da seleção”, relata Filipe Simões, diretor executivo da Frueat.

Filipe Simões, diretor executivo da Frueat

Na linha de tortitas, a empresa vai lançar três novas referências, com “sabores com sabores mais intensos e mais exóticos”, como o tomate com orégãos. No próximo ano, acrescenta ainda o gestor, sem detalhar porque a “receita final ainda não está desenvolvida”, a Fruut vai lançar um novo tipo de snacks de fruta.

Desde a fundação, a Fruut calcula ter já transformado 67 milhões de peças desta fruta “feia”, rejeitada pelo mercado, “em fruta bonita, crocante e sem adição de açúcares, corantes nem conservantes”. Até as cascas e os caroços são aproveitadas no decorrer do processo produtivo, sendo encaminhadas para a alimentação animal.

“É um orgulho disponibilizar a mercados tão distantes fruta feia portuguesa que há dez anos não tinha valor e hoje é distribuída pelo mundo”, salienta o diretor executivo da Frueat, de 49 anos.

Fábrica em Viseu e 7.000 pontos de venda

Desde a apanha da fruta até ao embalamento e controlo, todo o processo produtivo está concentrado na fábrica da marca em Viseu. A unidade fabril, inaugurada em 2016, representou um investimento global de mais de três milhões de euros. Para responder à procura, em 2019 foi ampliada esta unidade industrial, com uma segunda linha de produção.

“A nossa fábrica é uma referência nesta área em termos de qualidade e é certificada pela IFF Health, que é um dos maiores standards mundiais de qualidade”, afirma o gestor, formado em Relações Internacionais na Universidade Lusíada e com uma especializado em Gestão tirada na Porto Business School.

Desde supermercados a gasolineiras, passando por máquinas de vending e cinemas, os snacks da Fruut estão à venda em mais de sete mil pontos de venda. A marca produz ainda snacks saudáveis de fruta para grandes cadeias de supermercados, como a Mercadona.

Com a sustentabilidade no topo das prioridades, a empresa diz ter reduzido em três anos 48% do plástico usado nas embalagens. Em 2020, a Sociedade Agrícola Quinta de Vilar investiu 250 mil euros em mil painéis solares, com a Frueat a aplicar 65 mil euros em 250 painéis — suficiente para abastacer 35% da energia elétrica consumida pela empresa.

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Nove anos depois da queda do BES, com mudanças de juiz e adiamentos, Salgado sabe se vai ou não a julgamento

A realização do debate instrutório ocorreu um ano após o arranque da fase de instrução no Tribunal Central de Instrução Criminal, no dia 26 de abril de 2022, então ainda nas mãos do juiz Ivo Rosa.

Depois do adiamento a 13 de julho, o juiz de instrução do processo BES/GES decide esta segunda-feira se Ricardo Salgado, ex-homem forte do BES, vai ou não a julgamento. Uma decisão que surge nove anos depois da queda do banco que Salgado liderou durante décadas.

A realização do debate instrutório ocorreu um ano após o arranque da fase de instrução no Tribunal Central de Instrução Criminal, no dia 26 de abril de 2022, então ainda nas mãos do juiz Ivo Rosa, que foi substituído por Pedro Santos Correia em setembro, por decisão do Conselho Superior da Magistratura, e quase três anos depois de ser conhecida a acusação do Ministério Público (MP).

Ricardo SalgadoLusa

No dia 14 de julho de 2020, a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) traduziu-se na acusação a 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), entre os quais o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado.

Foram imputados 65 crimes ao ex-banqueiro, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Em maio, o juiz de instrução do caso BES rejeitou, de novo, o pedido de uma perícia médica independente ao estado de saúde de Ricardo Salgado. A defesa de Ricardo Salgado tinha feito novo pedido de uma perícia médica neurológica ao ex-banqueiro, sob pena da nulidade da fase de instrução do caso BES, pelo facto do arguido não ter condições de se defender devido à doença de Alzheimer. O juiz considerou “não se tratar de uma situação nova”, mas sim de “uma atualização do estado de saúde”.

“O arguido tem o direito inalienável de fazer prova de não poder exercer este direito [de se defender] na própria instrução, sob pena de nulidade do debate instrutório”, disse o advogado Adriano Squilacce na primeira sessão do debate instrutório do processo BES/GES, realizada no tribunal de Monsanto, em Lisboa, apresentando requerimento ao juiz nesse sentido.

Dias antes, a defesa do ex-líder do BES, Ricardo Salgado, apresentou novo relatório médico ao processo BES/GES, de forma a comprovar a doença de Alzheimer do arguido. Nove meses depois do último relatório, o mesmo médico neurologista confirma o “agravamento da memória e outras funções cognitivas, alteração do comportamento, alteração da marcha e desequilíbrio com risco de quedas e episódios de incontinência”, “a perda progressiva de autonomia para a realização de atividades básicas da vida diária”, como seja higiene pessoal, alimentação, administração da medicação e acrescenta ainda que, “apesar de estar mantida a capacidade para alguma socialização e a capacidade para manter uma conversação com um conteúdo simples, apresenta atualmente um defeito de memória e um defeito de funções executivas relevante“.

Este já não é o primeiro requerimento da defesa do ex-banqueiro para a realização de uma perícia médica neurológica devido ao diagnóstico de doença de Alzheimer que lhe foi atribuído, tendo os outros pedidos sido indeferidos por diversos juízes em diferentes processos judiciais que envolvem Ricardo Salgado. No entanto, a defesa do ex-banqueiro revelou que o Tribunal Cível de Cascais autorizou que seja feita uma perícia no âmbito de outro processo.

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Lucro da Galp sobe 21% para 508 milhões no primeiro semestre

Tendo em conta o ajustamento do preço do petróleo houve uma quebra no negócio de extração. O EBITDA da área de upstream no segundo trimestre foi de 522 milhões de euros, uma quebra homóloga de 41%.

Galp Energia aumentou o lucro em 21% nos primeiros seis meses do ano para 508 milhões de euros, devido a um “forte desempenho operacional” ainda que num “contexto menos favorável em termos petróleo, gás, eletricidade e refinação”. O negócio comercial (que inclui a venda de combustível nas bombas) registou um EBITDA de 139 milhões de euros no primeiro semestre, uma quebra homóloga de 9%. Mas, ao nível do segundo trimestre, a quebra face ao mesmo período do ano passado foi de 30%.

De acordo com as contas apresentadas ao mercado esta segunda-feira, a dívida registou uma queda de 38%, nos primeiros seis meses para 1,36 mil milhões de euros. Este desempenho foi bem recebido pelo mercado. Na abertura da bolsa, as ações valorizavam 2,37% para os 11,86 euros.

Tendo em conta o ajustamento do preço do petróleo houve uma quebra no negócio de extração. O EBITDA da área de upstream no segundo trimestre foi de 522 milhões de euros, uma quebra homóloga de 41%. E a margem de refinação baixou 62% face ao segundo trimestre de 2022, para 7,7 dólares por barril. Mas, em termos semestrais a queda foi só de 14% para 10,9 dólares por barril. Valores que se afastam das margens de refinação de 22,3 dólares por barril na primeira metade de 2022.

A venda de ativos em Angola, a par da descida dos preços do crude nos mercados internacionais e do mecanismo ibérico para travar a subida dos preços da energia, é apontada pela Galp como uma razão para a descida do EBITDA e do investimento. O investimento líquido da petrolífera no período em análise totalizou 316 milhões de euros, maioritariamente direcionado para os desenvolvimentos do upstream e considerando 77 milhões de euros do encaixe inicial da venda dos ativos de upstream em Angola, adianta a Galp.

Mas muito diferente é o desempenho da área das renováveis e novos negócios. Se há um ano registava um prejuízo de cinco milhões, no primeiro semestre deste ano apresenta um lucro de 67 milhões de euros.

A Galp mantém as previsões para os resultados deste ano, apesar da redução dos preços internacionais das matérias-primas, e espera gerar um EBITDA de 3,2 mil milhões de euros. A expectativa é de que a margem de refinação seja de nove dólares por barril. Já o investimento líquido deve ficar entre 400 e 600 milhões de euros.

(Notícia atualizada com mais informação)

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5 coisas que vão marcar o dia

Serão divulgados dados do PIB no segundo trimestre, ao emprego e à inflação em junho; e, no mundo empresarial, o dia será marcado pelas contas da Galp e pelo concurso de privatização da SATA.

A semana começa com a divulgação de uma bateria de dados macroeconómicos, com destaque para os números do PIB referentes ao segundo trimestre do ano, e ainda para os dados mensais do emprego e da inflação. No universo empresarial, o dia será marcado pela apresentação das contas da Galp, que deverão mostrar uma queda dos lucros e das receitas, e ainda para a abertura das propostas do concurso público Internacional para a privatização da Azores Airlines (SATA Internacional).

Economia perde energia no segundo trimestre

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgará às 9h30 vários dados sobre o comportamento da economia no segundo trimestre, nomeadamente números sobre a evolução do PIB entre abril e junho. Depois de um primeiro trimestre marcado por um crescimento homólogo de 2,5%, que colocou Portugal entre os países mais pujantes da Zona Euro, é esperado um resfriamento do PIB no segundo trimestre.

Mais um mês de abrandamento da inflação

Também às 9h30 o INE divulgará a estimativa rápida do Índice de Preços no Consumidor de julho. Espera-se que mostre o novo abrandamento consecutivo da taxa homóloga da inflação, depois de em outubro ter alcançado o valor mais elevado em três décadas. Recorde-se que em junho a taxa de inflação situou-se nos 3,32% e em julho do ano passado estava nos 9,06%.

Expectativas em redor dos números do emprego

Durante a manhã, o INE divulgará as estimativas mensais de emprego e desemprego referentes ao mês de junho. Desde janeiro que a taxa de desemprego tem vindo a abrandar, alcançado em maio 6,2%, o valor mensal mais baixo desde outubro do ano passado. No entanto, em termos trimestrais, a taxa de desemprego situou-se nos 7,2% no primeiro trimestre, o valor mais elevado dos últimos dois anos.

Galp com menos lucros e menos receitas

Pouco antes da abertura da bolsa, a Galp Energia apresentará as contas referentes à atividade durante o segundo trimestre do ano. Os analistas que acompanham a petrolífera nacional antecipam uma queda de 12% dos lucros e um corte de 42% das receitas face ao mesmo período do ano passado. As estimativas dos analistas apontam para lucros de 249 milhões de euros e receitas de 3,8 mil milhões de euros entre abril e junho.

SATA dá o primeiro passo para a decisão do seu futuro

Após quatro meses desde o lançamento do concurso público para a alienação de um mínimo de 51%, e de um máximo de 85% do capital social da Azores Airlines (SATA Internacional), serão conhecidas as várias propostas apresentadas. Em maio, por ocasião do anúncio da prorrogação do prazo limite de apresentação de propostas, o conselho de administração da companhia aérea anunciou que estava a haver “uma grande procura pelo caderno de encargos” e que já tinha sido solicitado por “mais de 31 entidades”.

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Do trabalho à religião, conheça os jovens portugueses

Portugal pontua bem nos indicadores de educação, mas já não se pode dizer o mesmo nos dados sobre o trabalho jovem. Conheça o retrato dos jovens portugueses.

São cerca de um milhão de portugueses, 10% da população nacional. E 71 mil são oriundos de países estrangeiros. Uma larga maioria tem, no mínimo, o ensino secundário. Mas, apesar de muitos já terem uma formação de ensino superior, um em cada cinco jovens portugueses estão desempregados. Mais de metade tem contratos temporários. A precariedade, a juntar à falta de habitação, faz com que a quase totalidade viva com os pais. Em véspera da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), este é o retrato revelado pelos números compilados pela Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Sete em cada dez jovens em Portugal assumem-se como católicos.

Da educação ao trabalho, passando pela inclusão social, saúde e religião conheça melhor quem são os jovens portugueses, uma radiografia em vários pontos antes do arranque do evento da juventude católica, ao qual são esperados, de 1 a 6 de agosto, mais de um milhão de pessoas.

Educação

Em Portugal, nove em cada dez jovens, entre os 20 e os 24 anos, têm, no mínimo, o ensino secundário. Um valor superior à média europeia (84%). “Foi em 2020 que Portugal ultrapassou a média europeia relativa aos jovens que têm, pelo menos, o ensino secundário completo”, pode ler-se no relatório da Pordata.

Distinguindo os diferentes níveis de escolaridade, os dados revelam que um em cada dez jovens tem, no máximo, o 9.º ano de escolaridade, seis em cada dez concluíram o ensino secundário e quase três em cada dez têm o ensino superior.

Em todos os países membros da União Europeia (UE), já mais de metade dos jovens completaram o ensino secundário, mas o tipo de ensino escolhido diverge: em Portugal, apenas 23% dos jovens opta por um curso profissional, sete pontos percentuais abaixo da média da UE.

“Portugal teve uma evolução bastante favorável no aumento da escolaridade: até 2006, mais de metade dos jovens tinham, no máximo, o 9.º ano. É de realçar que, em quatro países da UE, mais de um em cada cinco jovens tem, no máximo, o ensino básico: Alemanha (29%), Dinamarca (24%), Luxemburgo (23%) e Espanha (21%)“, lê-se no documento que retrata os jovens portugueses.

Fonte: Pordata

 

A queda dos números do abandono escolar também contribuiu para este cenário. Há 20 anos, a proporção de jovens entre os 18 e os 24 anos que deixavam de estudar sem terminar o ensino secundário era de 45%. No ano passado, esse valor era apenas de 6%.

“Éramos o segundo país, a seguir a Malta, com maior abandono escolar. Atualmente, somos o oitavo país com menor taxa de abandono escolar, com menos quatro p.p. face à média europeia (9,6%).” Os rapazes abandonam os estudos duas vezes mais do que as raparigas (8% vs. 4%).

Ao nível do ensino superior, em 2022, Portugal era o sétimo país da União Europeia com maior proporção de jovens (28%) neste nível de escolaridade, comparando com os 19% apurados na totalidade dos Estados-membros da UE.

Portugal destaca-se também no que toca ao peso de alunos estrangeiros no ensino superior, que representam 8% dos alunos em licenciaturas e 14% dos estudantes a frequentar mestrados. Valores que se situam também acima da média europeia, que é de 6% e 12%, respetivamente.

Olhando especificamente para as competências digitais, Portugal encontra-se em 5.º lugar entre os países da UE em que os jovens, entre os 16 e os 24 anos, apresentam competências digitais básicas ou acima do básico (86% vs. 71% da média europeia). Quase todos os jovens portugueses (99,5%) utilizam diariamente a Internet, aliás esta é a realidade de praticamente todos os países da UE (96,5%).

Já relativamente ao uso que fazem da Internet, a Pordata refere que participar nas redes sociais, ler notícias online e participar em atividades cívicas ou políticas são as finalidades mais comuns.

Trabalho

Nos indicadores respeitantes ao trabalho, a realidade não é tão animadora. Um em cada cinco jovens portugueses no mercado de trabalho estão desempregados. Uma proporção que faz do país o sétimo da UE com a maior taxa de desemprego jovem.

“A taxa de desemprego entre os jovens no mercado de trabalho era, em 2022, quatro vezes superior à dos trabalhadores entre os 25-74 anos (19% vs. 5%).”

Fonte: Eurostat e Pordata

 

Enquanto em Portugal, apenas um em cada quatro jovens está a trabalhar — aquém da média europeia de um em cada três — há países onde mais de metade dos jovens trabalha. É o caso dos Países Baixos, Dinamarca, Malta, Áustria e Alemanha.

“Ao contrário da UE, Portugal ainda não recuperou os valores da taxa de emprego que tinha antes da pandemia: em 2019, a taxa de emprego era 28% (33% na média da EU) e, em 2022, era de 25% (35% na EU). O aumento dos anos de escolaridade obrigatória e o acesso mais generalizado ao ensino superior traduziu-se num recuo, da taxa de emprego dos jovens, de 17 pontos percentuais, em 20 anos”, lê-se no relatório da base de dados desenvolvida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

“Atendendo à distribuição dos jovens empregados pelos grupos profissionais, 18% dos jovens do sexo masculino são trabalhadores dos serviços pessoais e vendedores, e 17% são trabalhadores qualificados da indústria e construção. Já as jovens estão mais presentes no grupo dos trabalhadores dos serviços pessoais e vendedores (quatro em cada dez) e no dos especialistas das atividades intelectuais e científicas (duas em cada dez)”, detalha ainda.

Quando comparados com os seus pares europeus, os jovens em Portugal trabalham mais enquanto especialistas das atividades intelectuais e científicas, e menos enquanto trabalhadores qualificados da indústria e construção (menos seis pontos percentuais, no caso dos jovens do sexo masculino) e enquanto técnicos e profissionais de nível intermédio (menos nove pontos percentuais, no caso das jovens do sexo feminino).

Mas mesmo os jovens que estão empregados enfrentam situações de precariedade. Os contratos temporários são uma realidade para seis em cada dez (57%) empregados, bastante acima dos 14% que correspondem aos trabalhadores entre os 25-64 anos.

Somos o quinto país com maior proporção de jovens nesta condição, atrás dos Países Baixos, Eslovénia, Itália e Espanha. Na UE, os contratos temporários abrangem cinco em cada dez jovens (e 11% dos trabalhadores de 25-64 anos).

“As justificações para este tipo de contrato evidenciam a precariedade em que se encontram os jovens em Portugal: 50% referem não ter encontrado trabalho permanente, valor que desce na UE para 17%. Na UE são os estudos e a formação que surgem como primeira razão para os vínculos temporários.”

A inserção profissional dos jovens tende a caracterizar-se igualmente por salários mais baixos, em comparação com a população em geral. Em 2021, o salário médio dos jovens entre os 18 e os 24 anos foi de 948,8 euros mensais brutos, menos 345,3€ do que a média nacional.

Apenas na Área Metropolitana de Lisboa os jovens ultrapassam a barreira dos 1.000 euros (1.035,6 euros), mas também é aqui que a discrepância face à média da região é maior (menos 527,2 euros). Quer isto dizer que os salários dos jovens são, em média, 27% inferiores aos salários do total da população, valor que sobe para 34% na Área Metropolitana de Lisboa.

Os últimos dados disponíveis relativos a salários, ao nível europeu, remontam a 2018. Portugal era, então, o segundo país em que os jovens tinham os salários mais baixos depois da Grécia, e o terceiro com os salários mais baixos na população em geral (atrás da Bulgária e Lituânia).

Os jovens em Portugal ganhavam em média menos 36% que a média europeia, e a diferença era maior entre os homens do que entre as mulheres quando comparados com a média da UE (menos 39% vs. menos 31%).

Inclusão social

Cerca de 246 mil jovens – quase um em cada quatro – estão em situação de pobreza ou exclusão social. Um valor que, mesmo assim, é inferior ao verificado na UE (27%). De acordo com os dados registados desde 2015, a taxa de risco de pobreza ou exclusão social é sempre superior entre os jovens quando comparada à população em geral.

Em 2022, havia cinco mil jovens nestas idades que recebiam o subsídio de desemprego, o que corresponde a 4% do total de beneficiários deste subsídio, e a cerca de 8% dos 64,2 mil jovens desempregados. Além disso, 10% dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) são jovens entre os 18 e os 24 anos.

Um outro indicador que importa destacar tem a ver com a saída de casa dos pais. Em 2022, a esmagadora maioria dos jovens portugueses (95%) vivia com a família, valor que traduz uma mais difícil independência e que reflete a falta de habitação a preços acessíveis. Em 2004, este valor era de 86%.

Fonte: Pordata e Eurostat

 

Portugal é, assim, o quarto país da UE em que mais jovens vivem com os pais. De acordo com dados de 2022 do Eurostat, a idade média de saída de casa dos pais era aos 30 anos, mais três anos do que a média europeia.

Apenas Itália (97%), Croácia (96%) e Espanha (96%) registavam valores ainda superiores ao nacional. Na Suécia e na Dinamarca, contrariamente, menos de metade dos jovens vivem com os pais.

Olhando especificamente para o acolhimento de estrangeiros no país, um em cada dez jovens a residir em Portugal nasceu no estrangeiro, aponta a Pordata. Destes, 22% nasceram noutro estado-membro da União Europeia.

Quanto à nacionalidade, e de acordo com os Censos de 2021, cerca de 71 mil jovens (6% do total desta faixa etária) são estrangeiros: 40% são brasileiros, 8% angolanos e cabo-verdianos e 5% provenientes da Guiné-Bissau.

O saldo migratório diz-nos que, desde 2019, entram no país mais jovens do que aqueles que saem para viver no estrangeiro. Mas nem sempre foi assim: de 2010 a 2018 o saldo foi negativo.”

Em termos de distribuição no território nacional, há apenas 16 municípios em Portugal em que o peso dos jovens nesta faixa etária é igual ou superior a 12%. Destacam-se os municípios da Região Autónoma dos Açores – Ribeira Grande (14%) e Lagoa (13,5%) – e da Região Autónoma da Madeira – Câmara de Lobos (13,5%) e Ponta do Sol (12,7%) – com maior peso de jovens.

No sentido contrário, Pampilhosa da Serra e Vila Velha de Rodão apresentam um peso inferior a 6%.

Saúde

Em 2021, morreram 312 jovens: 224 do sexo masculino e 88 do sexo feminino. As principais causas de morte entre os homens são os acidentes de transporte (25%), o suicídio (12%) e o cancro (12%); entre as mulheres, são o cancro (25%) e os acidentes de transporte (11%).

Quando questionados sobre o seu estado de saúde, 86% dos jovens entre os 16 e 24 anos avaliam-no como “bom ou muito bom”. Apesar de elevado, é cinco pontos percentuais abaixo da média europeia. Ainda assim, muito acima dos valores para a população entre os 16 os 64 anos (62% em Portugal e 78% na UE).

Outros dados mostram que dois em cada dez jovens têm excesso de peso ou são obesos (19%) e Portugal era o quinto país da UE com maior obesidade entre os jovens (de notar que mais de metade da população em Portugal tem excesso de peso), aponta a Pordata.

Pouco mais de um terço (36%) dos jovens fazem exercício, pelo menos, quatro vezes por semana, e um em cada três não pratica exercício físico de todo. Os dados revelam, contudo, uma melhoria: em 2019, 40% dos jovens não fazia exercício físico.

Outros hábitos de saúde estão a melhorar. Quase metade dos jovens dizem não consumir álcool (48%), enquanto 14% referem beber algumas vezes por semana (na população em geral, 36% não consomem álcool e 19% consomem diariamente).

No que toca ao tabagismo, 88% dos jovens dizem não fumar e 9% fumam diariamente. Em 2019, Portugal era o quarto país com menor consumo tabágico entre os jovens.

Fonte: Pordata e Eurostat

 

De forma geral, os jovens estão mais satisfeitos com a vida do que a população mais velha (7.6 vs. 7, numa escala de 0 a 10), apresentando o mesmo grau de satisfação que a média dos jovens europeus. Quanto maior a escolaridade dos jovens em Portugal, mais satisfeitos estão com a vida em geral, progressão menos assinalável na média europeia.

Religião

Finalmente, no que toca à religião, e de acordo com os Censos de 2021, sete em cada dez jovens em Portugal afirmam que a sua religião é a católica, enquanto dois em cada dez jovens dizem não ter qualquer religião. Segue-se a religião protestante/evangélica (referida por 3% dos jovens) e a ortodoxa, testemunhas de Jeová, muçulmana e outra cristã, (as quatro mencionadas por apenas 1% dos jovens).

Já na população em geral, a religião católica é identificada por 80% e apenas 14% declara não ter religião.

Fonte: Pordata e INE

 

 

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AXA deixa de segurar novos campos de gás a partir de 2025

  • ECO Seguros
  • 30 Julho 2023

A seguradora francesa anunciou planos para encerrar a cobertura de novos campos de gás a partir de 2025, parte dos esforços para alcançar emissões de carbono zero antes de 2050.

A seguradora francesa AXA irá interromper a prestação de seguros para projetos de exploração e desenvolvimento de gás em áreas verdes, em alinhamento com uma atualização da sua política energética.

As seguradoras, incluindo a AXA, têm reduzido as suas políticas em relação aos combustíveis fósseis como parte dos compromissos para reduzir as emissões relacionadas aos seus serviços e alcançar emissões líquidas de carbono zero antes de 2050.

Ativistas ambientais têm pedido que as seguradoras façam mais. A Reclaim Finance afirmou em comunicado na sexta-feira que a AXA foi a décima seguradora a afirmar que não cobriria mais novos campos de gás, mas criticou a decisão da companhia de permitir exceções para empresas que considera terem planos de transição climática em vigor.

“A política energética da AXA inclui critérios reforçados em relação ao carvão, bem como à extração de combustíveis fósseis não convencionais. Também expande as restrições existentes para incluir novos projetos de exploração e desenvolvimento de gás”, afirmou a empresa em comunicado. De acordo com a sua política energética atualizada, a partir de 1º de setembro de 2025, a AXA deixará de fornecer novas apólices de seguro específicas para projetos de exploração e desenvolvimento de gás em áreas verdes. Esta é uma restrição semelhante à anunciada anteriormente para projetos de petróleo.

Em junho, a AXA anunciou as suas primeiras metas de redução de emissões. Isto aconteceu após a sua saída da Aliança de Seguros Net-Zero, um grupo do setor de seguros apoiado pelas Nações Unidas, para questões climáticas. A AXA afirmou que a sua saída da aliança não afetará o compromisso em reduzir as emissões.

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Papa apela à Rússia para que renove acordo de exportação de cereais

  • Lusa
  • 30 Julho 2023

"Faço um apelo aos meus irmãos, às autoridades da Federação Russa, para que a iniciativa do Mar Negro seja restabelecida e os cereais possam ser transportados em segurança", disse o Papa Francisco.

O Papa Francisco instou este domingo a Rússia a renovar o acordo para exportação de cereais através do Mar Negro, por considerar “uma grande ofensa a Deus” fazer guerra sobre estas matérias-primas.

“Faço um apelo aos meus irmãos, às autoridades da Federação Russa, para que a iniciativa do Mar Negro seja restabelecida e os cereais possam ser transportados em segurança“, disse Francisco, no final da oração do Angelus, na Praça de São Pedro.

O Papa voltou a pedir orações pela martirizada Ucrânia “onde a guerra destrói tudo, até os cereais” e considerou que “esta é uma grande ofensa a Deus, porque os cereais são o Seu dom para alimentar a humanidade, e o grito de milhões de irmãos e irmãs famintos sobe ao céu”.

A 17 de julho, Moscovo suspendeu o acordo de exportação de cereais através do Mar Negro a partir dos portos ucranianos, inicialmente assinado em julho de 2022 com a mediação da Turquia e da ONU.

Assegurou que o fazia pela impossibilidade de exportar os seus cereais e fertilizantes, pelo bloqueio dos seus pagamentos bancários e o congelamento dos seus ativos no estrangeiro.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exortou a Rússia a retomar a aplicação dos acordos relativos ao Mar Negro e instou a comunidade mundial a manter-se unida nos esforços para encontrar soluções eficazes, durante a abertura da Cimeira dos Sistemas Alimentares da ONU, na semana passada em Roma.

Em reação ao “importante” apelo deste domingo do Papa Francisco, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recorreu às redes sociais para recordar os ataques feitos na última semana por forças russas contra instalações portuárias usadas pela Ucrânia para exportar cereais, quer no mar Negro quer na fronteira com a Roménia, no rio Danúbio.

“A reação dos líderes religiosos mundiais ao terror dos mísseis russos e à destruição dos produtos agrícolas ucranianos é extremamente importante para proteger o mundo inteiro, e especialmente os povos da África e da Ásia, que mais sofrem com a ameaça da fome, de uma crise alimentar”, afirmou Zelensky na rede social X (antigo Twitter).

O Presidente ucraniano afirmou ainda que “a Ucrânia é e será o garante da segurança alimentar mundial” e que “o principal agora é parar o terror russo e implementar totalmente a Fórmula para a Paz” proposta por Kiev.

Na mesma mensagem após a homilia na Praça de São Pedro, o Papa Francisco condenou duramente o tráfico de seres humanos, classificando-o como “um crime que transforma as pessoas em mercadoria”.

Francisco recordou que este domingo é o dia contra o tráfico de seres humanos promovido pelas Nações Unidas e considerou que este “crime que transforma as pessoas em mercadoria” é “uma realidade terrível que afeta demasiadas pessoas, crianças e mulheres”.

“Há tantas pessoas a serem exploradas. Todas a viver em condições desumanas, a sofrer a indiferença, descartadas pela sociedade. Há tanto tráfico no mundo de hoje. Deus abençoe aqueles que se esforçam por lutar contra o tráfico”, acrescentou na sua mensagem.

Neste dia, a ONU apelou também aos governos, às forças da ordem e à sociedade civil para que reforcem a prevenção, a identificação e o apoio às vítimas, advertindo que as crises globais, os conflitos armados e a emergência climática estão a aumentar o risco de tráfico.

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Mega investimentos industriais caem da lista de contratos da AICEP

Revogados dois contratos de investimento, prevendo incentivos financeiros, assinados com a Visabeira para nova fábrica da Ria Stone em Ílhavo e com a Bondalti para duas unidades de cloro em Estarreja.

Dois dos 26 novos projetos empresariais no valor de 937,5 milhões de euros anunciados com pompa e circunstância pelo Governo português a 29 de dezembro de 2021 – previam incentivos fiscais de 92 milhões e permitiram fechar esse ano com um valor recorde na atração de investimento contratualizado –, caíram oficialmente esta semana.

Através de despachos do ministro da Economia, António Costa Silva, e do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, foi aprovada a “revogação por mútuo acordo” dos compromissos que tinham sido assinados nessa altura com a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal).

Em causa estão projetos que tinham sido negociados com a Vista Alegre Atlantis (Grupo Visabeira) e com a Bondalti (grupo José de Mello), ambos previstos para a região de Aveiro, a quem tinham sido concedidos incentivos financeiros – o pagamento atribuído “não chegou a ser efetuado”, salienta a tutela –, porque se tratavam de projetos de grande dimensão com um custo total elegível superior a 25 milhões de euros e serem “de especial interesse (…) pelo seu efeito estruturante para o desenvolvimento, diversificação e internacionalização” da economia nacional.

A revogação do acordo deve-se a diversos impedimentos burocráticos inultrapassáveis que impediram a aquisição do terreno onde deveria ser instalada a nova unidade fabril da Rio Stone.

Fonte da Vista Alegre Atlantis

No primeiro caso, esclareceu ao ECO fonte da Vista Alegre Atlantis, “a revogação do acordo deve-se a diversos impedimentos burocráticos inultrapassáveis que impediram a aquisição do terreno onde deveria ser instalada a nova unidade fabril” da Rio Stone, em Ílhavo.

Um projeto que teve a sua génese em 2012, depois de o grupo sediado em Viseu e liderado por Nuno Terras Marques ganhar um concurso internacional da IKEA para a produção de louça de mesa em grés para o mercado europeu. A produção na Gafanha da Encarnação foi iniciada dois anos depois e atualmente ronda os 50 milhões de pratos por ano para a multinacional sueca.

Sem resposta ficou a pergunta do ECO sobre as alternativas para a ampliação industrial da Ria Stone – integrada na Visabeira Indústria, tal como a Vista Alegre ou a Bordallo Pinheiro, que no primeiro semestre deste ano faturou 91 milhões de euros (+5% em termos homólogos), uma fatia de 11% no volume de negócios consolidado do Grupo Visabeira: 797 milhões até junho.

No final de dezembro de 2019, noticiava a imprensa local que a Câmara de Ílhavo previa alienar à Ria Stone, por cerca de 235 mil euros, uma parcela de 2,112 hectares necessária à ampliação fabril, numa área abrangida pela Mata Nacional das Dunas da Gafanha.

Já o acordo assinado entre o Estado português e a Bondalti, que visava a “diversificação da produção” através da construção de duas novas unidades industriais em Estarreja, foi abandonada devido às “alterações de contexto relacionadas com o aumento do custo das matérias-primas e dos equipamentos que tornaram economicamente inviável prosseguir com o projeto de investimento”, sustentou a gigante do setor da química industrial ao formalizar o pedido de desistência.

A comissão diretiva da Autoridade de Gestão do Programa Inovação e Transição Digital (COMPETE 2030) revogou a 9 de junho a decisão de conceder os incentivos financeiros.

Refere-se a um projeto no domínio do cloro que optámos por não avançar, em prol de outros relacionados com a transição energética e a descarbonização.

Fonte oficial da Bondalti

De acordo com a informação facultada ao ECO pelo Ministério das Finanças, na sequência da aprovação em Conselho de Ministros deste pacote de 26 contratos fiscais de investimento, em causa estava um investimento da Bondalti “na ordem dos 64,8 milhões de euros, pretende-se implementar duas novas unidades fabris no complexo químico de Estarreja”. A “troco” de um crédito fiscal máximo de 7,78 milhões de euros, contabilizado pelo Executivo socialista, comprometia-se ainda a criar 35 postos de trabalho e a manter os 244 que existiam à data.

“A alteração, que agora foi publicada, mas que ocorreu há mais de um ano, refere-se a um projeto no domínio do cloro [área em que se assume como o maior produtor ibérico] que optámos por não avançar, em prol de outros relacionados com a transição energética e a descarbonização, disse ao ECO fonte oficial da antiga CUF, liderada por João de Mello.

Nomeadamente, detalhou, os projetos H2 Enable (Estarreja) e Green H2 Atlantic (Sines), ambos de produção de hidrogénio verde, assim como um projeto-piloto de refinação de lítio verde que deu origem à Lifthium, uma empresa constituída há pouco mais de um mês com cerca de 20 pessoas e um orçamento de 30 milhões de euros.

João de Mello, presidente da Bondalti

Há duas semanas, em entrevista do Jornal de Negócios, o empresário admitiu investir em três fábricas de lítio verde, estimando que o montante poderá “rondará os 400 milhões de euros” em cada uma delas – sendo que a estratégia “passará por ter no mínimo duas fábricas até 2030 e, eventualmente, uma terceira já em pensamento ou em desenvolvimento nessa altura”.

A Bondalti, que no ano passado lucrou 52 milhões de euros, já tem um piloto a funcionar no Canadá nesta área, mas a decisão de avançar em Estarreja para a primeira unidade de tratamento de lítio de grandes dimensões só deverá ser tomada em meados de 2024.

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Feijóo pede a Sánchez reunião para evitar “ingovernabilidade”

  • Lusa
  • 30 Julho 2023

Na carta enviada a Sánchez, Feijóo aponta "a complexidade que possa surgir dos resultados eleitorais não deve agravar" as incertezas nem "minar a confiança dos cidadãos".

O presidente do Partido Popular (PP) espanhol, Alberto Feijóo, pediu ao primeiro-ministro em exercício e líder do PSOE, Pedro Sánchez, que convoque uma reunião esta semana para dialogar e evitar um “bloqueio” e a “ingovernabilidade” pós-eleitoral no país.

Segundo adianta a agência EFE, Feijó enviou este domingo uma carta a Sánchez, na qual se apresenta como vencedor das eleições legislativas e reitera a sua proposta de reunião para conhecer as suas posições e transmitir as suas, “na responsabilidade que acompanha o candidato da força política vencedora com o objetivo de estabelecer um diálogo responsável, em benefício da estabilidade política e institucional de Espanha”.

Feijóo lembra na carta que “a complexidade que possa surgir dos resultados eleitorais não deve agravar” as incertezas nem “minar a confiança dos cidadãos na capacidade do sistema político e constitucional para assegurar a melhor governação no interesse de Espanha”.

A carta de Feijóo foi divulgada pouco depois de o PSOE ter decidido pedir a revisão de mais de 30 mil votos nulos, na sequência da escassa margem que separou o PP e o PSOE no último lugar disputado em Madrid.

O líder do PP, partido que elegeu 137 deputados, sublinha na carta, escrita na primeira pessoa e na qual não se dirige a Sánchez como “tu”, que a força que ganhou mais lugares é a que deve governar.

“Como sabem, um fator contínuo de governabilidade e de normalidade no nosso país, ao longo da sua história democrática, tem sido o reconhecimento de que a força política vencedora nas eleições legislativas é a que deve governar, perante possíveis combinações negativas que polarizam a sociedade, prejudicam gravemente a coesão territorial e levam ao limite o nosso sistema constitucional”, enfatiza Feijóo.

Entretanto, a nova aritmética dos blocos, depois de o PP ter ganho mais um lugar, passando para 137, e de ter subtraído um ao PSOE, passando para 121, torna complexa a investidura de Sánchez, que precisa do apoio afirmativo dos independentistas do Juntos Pela Catalunha.

Feijóo salienta na carta que “Espanha não merece uma situação de ingovernabilidade, nem pode permitir um bloqueio num momento tão importante para a economia e para as instituições espanholas, em plena Presidência espanhola do Conselho da União Europeia”.

“Por esta razão, como candidato com maior apoio da opinião pública, com vontade de continuar os precedentes da alternância política, gostaria de me reunir convosco durante esta semana para debater os temas que expus, conhecer as vossas posições e poder detalhar as minhas na responsabilidade que acompanha o candidato da força política vencedora“, concluiu Feijóo na carta a Sánchez.

O PP (direita) venceu as eleições do passado domingo, mas sem alcançar uma maioria absoluta com o VOX, de extrema-direita, com quem governa em coligação em três regiões autónomas.

O PSOE foi o segundo partido mais votado, mas ao contrário do PP tem ainda possibilidades de conseguir os apoios parlamentares para nova investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro.

O partido socialista tem mais aliados no parlamento do que o PP e, se chegar a acordo com todos eles, Sánchez tem possibilidade de voltar a ser primeiro-ministro, à frente de um governo de coligação PSOE/Somar.

Estão em causa cinco partidos regionalistas, nacionalistas e separatistas que já viabilizaram o atual governo, mas a que este ano se junta mais um, o Juntos pela Catalunha (JxCat), do ex-presidente do Governo Regional Carles Puigdemont.

O JxCat, independentista, votou contra a investidura de Sánchez na última legislatura, mas desta vez o lider socialista terá de contar com o apoio dos sete deputados do partido catalão para voltar a liderar o Governo.

Nenhum dos partidos com quem o PSOE e o Somar têm de negociar rejeitaram, para já, a possibilidade de conversações e apoio a um novo governo de esquerda.

Dirigentes socialistas disseram, ao longo da última semana, que o PSOE vai fazer negociações de forma discreta e só após umas semanas de férias, remetendo eventuais novidades para depois da constituição formal do parlamento, em 17 de agosto.

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Adiamento da venda da TAP “é bem-vindo” se reforçar leque de candidatos, defende Presidente da República

  • Lusa
  • 30 Julho 2023

Chefe de Estado defendeu que um adiamento da venda da TAP "é bem-vindo", se "não for muito longo e enriquecer o leque das alternativas para a escolha" do comprador.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este domingo que um adiamento da venda da TAP “é bem-vindo”, se “não for muito longo e enriquecer o leque das alternativas para a escolha” do comprador.

Em Vila Viçosa, no distrito de Évora, depois de ter sido recebido nos Paços do Concelho, o chefe de Estado disse aos jornalistas que já existem “muitas candidaturas” para a compra da companhia e que “estão a ser preparadas novas”.

“Ainda ontem [sábado], por mero acaso, tive uma conferência aqui no Alentejo e, no fim, veio alguém a dizer” que estava, juntamente com portugueses e estrangeiros, “a trabalhar numa candidatura” para a compra da TAP, contou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, por isso, “se o adiamento não for muito longo e, sobretudo, se enriquecer o leque das alternativas para escolha, é bem-vindo“.

“Por razões europeias e nacionais, este é um daqueles dossiês que todos queremos ver resolvido”, assinalou, lembrando que uns partidos querem que o Estado fique com a TAP e outros, como o PS e o PSD, entendem que se deve privatizar. “O fundamental, penso eu, para o país é tomar uma decisão”, acrescentou.

O Presidente respondia a questões dos jornalistas sobre a estimativa do secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, numa entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, de que o processo de privatização da TAP fique concluído na primeira metade do próximo ano.

A TAP obteve um lucro de 65,6 milhões de euros em 2022, anunciou, em março, a companhia que regressou aos resultados positivos após prejuízos de 1.600 milhões em 2021 e antes do previsto no plano de reestruturação.

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