CIP recomenda teletrabalho durante Jornada da Juventude

Mais de 1,5 milhões de pessoas são esperadas à Jornada da Juventude, evento que decorre em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) recomendou às empresas associadas o regime de teletrabalho durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento para o qual são esperados mais de 1,5 milhões de pessoas em agosto, disse presidente da confederação, Armindo Monteiro, à saída da reunião da Concertação Social.

“Na CIP, já demos uma indicação para que, sempre que possível, as nossas empresas, as nossas associações recomendem nesse período, aquelas que são impactáveis da visita de sua santidade [Papa Francisco] e pela promoção das jornadas, que, nesse período se possa utilizar o teletrabalho“, afirmou o presidente da CIP, Armindo Monteiro, citado pela Lusa.

“Essa é uma instrução que já demos porque achamos que se justifica para que tudo corra na perfeição“, justificou Armindo Monteiro. Esta recomendação da confederação patronal – que representa 320 associações empresariais, correspondendo a 1,8 milhões de trabalhadores – foi feita na passada terça-feira.

Mais de 1,5 milhões de pessoas são esperadas à Jornada da Juventude, evento que decorre em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto.

No setor privado, várias empresas já deram indicação de teletrabalho aos colaboradores durante o encontro, tal como noticiou o Trabalho by ECO, mas o mesmo está a acontecer no setor público.

A Câmara Municipal de Lisboa vai dar tolerância de ponto a 4 de agosto e recomenda o teletrabalho de 31 de julho a 3 de agosto, caso as funções o permitam. E o Governo está a ponderar dar tolerância de ponto aos funcionários públicos a 3 e 4 de agosto.

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APDC deixou de ser “isenta e independente”, critica Cadete de Matos

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

"O processo de nomeação dos membros do Conselho de Administração deve ser um processo aberto e transparente", defendeu ainda o presidente da Anacom.

O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) afirmou esta quarta-feira que não foi a entidade que “decidiu não participar” no congresso da APDC, considerando que esta é comandada pelos três maiores operadores, que são vice-presidentes da associação.

João Cadete de Matos, que termina o mandato em agosto, falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito de uma audição regimental da Anacom. Questionado sobre o facto da Anacom ter deixado de participar nos congressos da APDC, João Cadete de Matos salientou que a entidade “aprecia e está disponível para participar e colaborar com todas as instituições, associações”.

E “não foi a Anacom que decidiu não participar, o que aconteceu, na altura tive a oportunidade de dizer ao presidente da APDC que considerava uma situação grave é que a APDC que, aliás tem como três vice-presidentes os três operadores de comunicações eletrónicas, deixou de ser uma associação isenta e independente e passou a ser uma associação comandada pelo interesse” dessas empresas, argumentou.

Além disso, está “comprovada que essas empresas são também os principais financiadores da APDC” e que “definem as regras e os moldes como essa organização deve funcionar”, acrescentou, recordando a contestação que a Altice Portugal (Meo), NOS e Vodafone Portugal nos tribunais durante o leilão 5G.

Destacou que a associação dos operadores Apritel nos meses em que os operadores aumentaram os preços, no início do ano, “não disse nada”, apontou. Relativamente ao mandato, “a Anacom e o seu presidente do Conselho de Administração não se deixaram condicionar”, garantiu.

O Conselho de Administração “manteve o cumprimento exato daquilo que é o seu mandato” e não deixou “um único português de fora”, rematou. O boicote no leilão 5G “fez parte de uma estrátegia para evitar que em Portugal houvesse mais concorrência” e que os preços baixassem, concluiu.

Cargos da administração da Anacom “deveriam ser preenchidos por concurso público”

O presidente da Anacom reafirmou ainda que os cargos do Conselho de Administração do regulador “também deveriam ser preenchidos por concurso público, como já tinha afirmado em 2017.

Reafirmo aqui aquilo que disse na audição” de 2017, “que os cargos do Conselho de Administração da Anacom também deveriam ser preenchidos por concurso público, defendi isso nessa altura, e é uma posição que é sustentada no Código Europeu das Comunicações Eletrónicas, que defende que o processo de nomeação dos membros do Conselho de Administração deve ser um processo aberto e transparente”, prosseguiu o presidente da Anacom, que termina o mandato em agosto.

“Entendo que também aí os quadros superiores da Anacom poderiam perfeitamente participar nestes concursos e ser objeto de seleção”, salientou João Cadete de Matos.

(notícia atualizada às 20h20 com mais informação)

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Montepio conclui venda do banco em Angola por 17 milhões

  • ECO
  • 5 Julho 2023

Banco Montepio vendeu 51% do Finibanco Angola por 17,2 milhões. Desconsolidação tem impacto negativo de 105 milhões, compensados com os 100 milhões de lucro que obteve do banco angolano.

O Banco Montepio concluiu a venda de 51% do Finibanco Angola aos nigerianos do Access Bank por 17,2 milhões de euros, segundo anunciou esta quarta-feira ao mercado.

Com esta alienação, que havia sido anunciada em outubro do ano passado, o banco português deixa de ter controlo do Finibanco Angola, ainda que mantenha uma participação de 29,22% na instituição angolana.

A perda de controlo permitirá que totalidade da participação detida pelo Banco Montepio no banco angolano seja desconsolidada nas demonstrações financeiras consolidadas com referência a 30 de junho de 2023, mas terá um impacto negativo, sem afetar os capitais próprios. Quanto?

“A desconsolidação implica a reciclagem da reserva cambial negativa estimada em 116 milhões de euros para a rubrica Resultados de operações em descontinuação (com impacto global negativo estimado de 105 milhões de euros na demonstração de resultados consolidados, face aos valores divulgados com referência a 31 de março de 2023), não determinando, no entanto, qualquer alteração nos capitais próprios do Banco Montepio”, adianta no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O banco liderado por Pedro Leitão explica que “o valor da reserva cambial referida corresponde à variação acumulada da valorização desta participação entre 2011 e o momento da venda (inerente à flutuação cambial euro/kwanza) que, a par dos resultados estimados positivos apropriados pelo Banco Montepio num montante que ascende a 100 milhões de euros, já foram incorporados nos capitais próprios no processo de consolidação das demonstrações financeiras do grupo, tendo contribuído, em cada momento de reporte, para o cômputo dos rácios de capital que tem vindo a apurar e a divulgar ao mercado”.

O Banco Montepio estima que a venda desta participação tenha um efeito positivo nos rácios de capital de 16 pontos base, em linha com a comunicação divulgada em 4 de outubro de 2022.

Sobre participação de quase 30% que ainda mantém no Finibanco Angola, o banco da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) revela que o processo de venda “está em fase de finalização, dependendo da aprovação das entidades de supervisão e regulação, sendo expectável que seja concluído no decurso do segundo semestre de 2023”. O Finibanco Angola entrou no grupo Montepio em 2010, aquando da aquisição do Finibanco por 350 milhões de euros.

Em 2015, o então presidente do Montepio, Tomás Correia, anunciou um acordo para vender cerca de 30,57% da instituição angolana a “parceiros locais” por 26,3 milhões de dólares (cerca de 22 milhões de euros). O negócio acabou por não ser bem-sucedido.

(Notícia atualizada às 20h46)

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Municípios aprovam programa para financiar, a 100%, obras em 451 escolas do país

ANMP aprova programa que financiará, a 100%, obras em 451 escolas no âmbito da transferência de competências. Em data a anunciar será assinado com o Governo.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) aprovou, esta quarta-feira, em Coimbra, o programa de construção, recuperação e reabilitação de escolas que financiará a 100%, a título não reembolsável, obras em 451 escolas transferidas para os municípios. Esta medida surge no âmbito do processo de descentralização de competências e deverá ser executada até 2033 com fundos europeus sem qualquer tipo de encargo para as autarquias. O programa será ainda, em data a agendar, assinado pela associação e Governo.

Com este programa, aprovado durante a reunião do Conselho Diretivo da ANMP, passa a estar garantido o financiamento a 100% pelo Governo de obras de construção de novas infraestruturas e de recuperação/reabilitação de um conjunto de escolas dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário.

“Embora estejam identificadas como prioritárias para intervenção 451 escolas, o acordo que a ANMP assinará, em breve, com o Governo, estabelecerá que poderão ser incluídos, neste programa de recuperação e reabilitação, estabelecimentos de ensino que, apesar de não estarem referenciados, reúnam as condições para serem financiados”, ressalva a ANMP.

Em relação ao programa de recuperação e reabilitação de escolas, por ocasião da assinatura do acordo setorial, o Governo assumiu “o compromisso de realizar ou assegurar o financiamento de investimentos de construção de novas infraestruturas e de recuperar/reabilitar e ampliar um conjunto de escolas do 2.º e 3.º ciclo e escolas secundárias cuja propriedade passou para os municípios e identificar como necessitando de intervenção prioritária, ou seja, mais profunda”.

As empreitadas serão financiadas a 100%, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), do Portugal 2030, assim como mediante recurso a empréstimos do Banco Europeu de Investimento (BEI), contraídos pelo Estado central, a “verbas do Orçamento do Estado ou outras fontes de financiamento adequadas”.

A presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, considera que este programa de recuperação e reabilitação “é muito importante para os municípios, dado que envolve um valor médio por escola de quatro milhões de euros, estimando-se um investimento total aproximado de dois mil milhões de euros”.

Esta medida resulta do acordo setorial de compromisso para a descentralização nas áreas da Educação e da Saúde, assinado, em julho do ano passado, entre a ANMP e o Governo, para a transferência de competências da Administração Central para as autarquias. E assegura o financiamento de investimentos de construção de novas infraestruturas e de recuperação e reabilitação de um conjunto de escolas dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário. Esta foi, aliás, uma das grandes novidades do acordo.

Ainda recentemente o vereador da Educação e Coesão Social da câmara do Porto, Fernando Paulo, alertou ao ECO/Local Online para a ausência de informação sobre o financiamento a 100% da requalificação destas mais de 450 escolas do país. “Temos um protocolo assinado entre a ANMP e o Governo em que este se responsabiliza pelo financiamento a 100% da recuperação das escolas e, até hoje, os municípios não receberam instruções” de como se vai proceder, disse, na ocasião.

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NAV Portugal admite erro humano em incidente ocorrido em junho no Aeroporto do Porto

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

A torre de controlo do Aeroporto Francisco Sá Carneiro autorizou a aterragem de um avião da Ryanair, quando, simultaneamente, na pista ainda se encontrava um A321neo da SATA Air Açores para deslocar.

O incidente ocorrido no Aeroporto do Porto, em 26 de junho, quando a torre autorizou a aterragem de um avião, enquanto na pista estava outra aeronave a aguardar para descolar, deveu-se a erro humano, admitiu esta quarta-feira a NAV.

A torre de controlo do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, autorizou a aterragem de um avião da Ryanair, quando, simultaneamente, na pista ainda se encontrava um A321neo da SATA Air Açores para descolar, disseram à agência Lusa fontes aeronáuticas, em 29 de junho.

“O relatório preliminar confirma a existência de um erro humano, porquanto não foi emitida autorização de descolagem à aeronave Air Azores, o que terá causado uma momentânea falha de perceção sobre a situação operacional”, explica a NAV Portugal, empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo, em comunicado.

Fontes aeronáuticas adiantaram também anteriormente à Lusa tratar-se de um “incidente grave, que só não teve outras consequências porque o piloto” do Boeing 737 da Ryanair, proveniente de Barcelona, alertou o controlador para a presença de um outro avião na pista, um A321neo da companhia SATA, que aguardava autorização para descolar rumo a Porto Santo, tendo abortado a aterragem.

“Após a consciencialização do erro, pela intervenção do piloto da aeronave Ryanair na final, mas também de um alerta dado pelo supervisor em turno da Torre de Controlo de Tráfego Aéreo do Porto, a recuperação foi imediata, tendo sido instruído o procedimento de aproximação falhada àquela aeronave”, refere a NAV.

No momento da ocorrência, a gestora do tráfego aéreo garante que na sala de operações se “encontravam três controladores de tráfego aéreo em posições executivas e um supervisor operacional, bem como outros dois operacionais em escala que, no momento da ocorrência, se encontravam no seu intervalo obrigatório de descanso”.

“A ocorrência decorre num cenário de tráfego de elevado volume e complexidade, correspondente a um período de pico de procura no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com todas as posições de trabalho possíveis abertas em operação simultânea”, indica a empresa.

A NAV Portugal afirma estar a “concentrar toda a sua atenção na análise deste incidente, numa busca constante pela melhoria contínua da segurança operacional, procurando identificar a causalidade e os contributos para esta ocorrência”. Nesse sentido, revela que reuniu, na terça-feira, o seu Comité de Segurança, no qual estiveram presentes as direções técnicas e operacionais “para analisar o relatório preliminar, conjuntamente com a administração”.

“Tendo sido decidida como medida mitigadora do risco identificado a separação funcional da posição de gestão de chão, com responsabilidade na gestão dos movimentos nas placas de estacionamento e caminhos de circulação das aeronaves, da posição de gestão de ar e pista”, anuncia a gestora do tráfego aéreo nacional.

Esta separação funcional permitirá, segundo a NAV, “em momentos de tráfego elevado e complexo, que o controlador de tráfego aéreo responsável por aeronaves no ar e na pista tenha a sua atenção unicamente focada nesta área de responsabilidade”.

“O Comité de Segurança da NAV Portugal decidiu ainda a antecipação de projetos tecnológicos já em curso, como por exemplo a melhoria de vigilância radar de solo, cujas ferramentas associadas irão auxiliar os controladores de tráfego aéreo no desempenho das suas funções”, lê-se ainda no comunicado.

Em resposta enviada à Lusa, em 29 de junho, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) disse que “foi notificado pela NAV Portugal” do incidente de 26 de junho, acrescentando que, “de imediato, iniciou a recolha de informação por forma a sustentar o seu processo de avaliação em curso das circunstâncias da ocorrência”.

Num relatório final de investigação, divulgado em dezembro de 2022, o GPIAAF concluiu terem havido falhas graves no controlo de tráfego aéreo nos aeroportos do Porto e de Ponta Delgada, que autorizaram descolagens e aterragens quando ainda se encontravam viaturas a realizar inspeção ou manutenção da pista. Em resposta enviada anteriormente à Lusa, a NAV refutou semelhanças e comparações entre os incidentes.

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), regulador do setor, diz tratar-se de ocorrências diferentes, mas, também em resposta enviada anteriormente à Lusa, admite, contudo, “que eventualmente possam existir origens comuns [aos dois incidentes], o que naturalmente será averiguado”.

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Ministro da Cultura propôs fixar quota de música portuguesa na rádio em 30% até nova lei

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

Pedro Adão e Silva reiterou que a fixação da quota nos 30%, através de portaria, "permite ao parlamento fazer uma alteração à lei que não se limite no essencial à quota".

O ministro da Cultura propôs esta quarta-feira aos deputados fixar a quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios em 30%, para dar mais tempo ao parlamento de fazer uma alteração à lei que extravase o valor da quota.

Numa audição no parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade de projetos de lei do PCP, do Bloco de Esquerda (BE) e do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), para fixação da quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios em 35%, no caso do primeiro partido, e de 30% no caso dos restantes, Pedro Adão e Silva começou por dizer que “se o parlamento decidir aguardar pela proposta de revisão da Lei da Rádio da ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social], o processo legislativo que se tinha iniciado dificilmente terminará em julho [mês em que encerra a atual sessão legislativa]“.

Portanto, aquilo que era uma intervenção cirúrgica do parlamento fica prejudicado. Se assim for [se o parlamento decidir aguardar], o Governo, nos termos que a lei prevê, isto é, ouvindo e consultando o setor, pode fixar por portaria, e essa é a minha disponibilidade, os 30% [quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios]”, disse Pedro Adão e Silva.

A quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios, prevista na Lei da Rádio, entrou em vigor em 2009. Nessa altura, foi estabelecido que seria de 25%, mas o valor subiu para 30% em março de 2021, como uma medida de resposta à pandemia da covid-19.

Um ano depois, em 2022, a quota mínima regressou aos 25% e esta decisão do Governo acabou por ser criticada publicamente pelo setor, nomeadamente por dezenas de artistas portugueses.

Pedro Adão e Silva reiterou que a fixação da quota nos 30%, através de portaria, “permite ao parlamento fazer uma alteração à lei que não se limite no essencial à quota”.

Tal, disse, “permitira não acelerar o processo legislativo, esperar pelo que é iniciativa da ERC e trabalhar também outras dimensões, que têm que ver com os géneros [musicais], o limiar quantitativo, os mecanismos de partilha de informação, a fiscalização e ainda a densificação dos conceitos“.

A 23 de março, Pedro Adão e Silva defendeu uma “reflexão ponderada e informada” quanto à definição da quota mínima obrigatória, e disse ter pedido informações a entidades como associações de rádios, gestores dos direitos de autores e dos direitos conexos e ERC.

Em abril, numa audição regimental no parlamento, o ministro revelou alguma da informação que na altura tinha recebido da parte da Audiogest — Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos e da Associação Fonográfica Portuguesa.

Estas duas entidades “fizeram análise à produção musical e o género onde há mais produção é o hip-hop e rap“, disse Pedro Adão e Silva, lembrando que “a ERC isenta as rádios que têm o género onde é maior a produção”.

“Quando estas exceções foram criadas, há 20 anos, a realidade era muito distinta. [Hoje em dia] cria um contexto de competição entre rádios desiguais: há rádios que se direcionam para o mesmo público que estão obrigadas às quotas e outras estão isentas”, afirmou, apelando à ERC a que “faça revisão destas isenções, que são desajustadas ao tempo atual“.

Pedro Adão e Silva chamou ainda a atenção para outra “questão importante: a densificação dos conceitos”.

Neste momento, na subquota da língua portuguesa conta com cidadãos da UE [União Europeia] que cantem em português — um cantor brasileiro com nacionalidade portuguesa, como Rodrigo Amarante, conta para a quota, [mas] até há pouco tempo a [luso-moçambicana] Selma Uamusse não contava para a quota, e os [britânicos] Everything but the girl, que cantavam uma versão do ‘Corcovado’ num português/inglês, contavam para quota porque eram cidadãos da UE, agora já não são“, relatou.

Hoje, o ministro voltou a dar os Everything but the girl como exemplo.

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O lado B do relatório da comissão de inquérito da TAP, segundo a oposição

Dos incidentes no Ministério das Infraestruturas à reunião preparatória da ex-líder da TAP com o grupo parlamentar do PS, oposição está unida nas críticas ao relatório preliminar da CPI.

Este é um relatório sobre a TAP. Não pretende ser um “diário” da CPI. É um relatório sobre a gestão da empresa e a gestão da tutela política da TAP. E aqui importa ter presente que foi isso que nos foi exigido. Procurou-se assim evitar a exposição, e até mesmo alguma contaminação do relatório, a um conjunto de ações, situações e discussões que foram sendo arrastadas para a Comissão de Inquérito da TAP, que nos ocuparam bastante tempo, mas que efetivamente não constituem o seu objeto e, em alguns casos, são matérias que exigirão análise e atuação noutras sedes que não esta comissão.”

As frases acima constam da introdução do relatório preliminar entregue na noite de terça-feira pela deputada socialista Ana Paula Bernardo. O documento ainda não é o final mas esteve debaixo das críticas da oposição ao longo desta quarta-feira. A ausência dos acontecimentos com o ex-adjunto Frederico Pinheiro no Ministério das Infraestruturas, o papel de João Galamba na demissão da ex-líder da TAP e a inexistência de conferência de imprensa para os lucros de 2022 da companhia aérea são os principais problemas apontados pelos partidos.

A relatora do PS defende-se e entende que a não inclusão dos acontecimentos “não desvaloriza a sua pertinência ou relevância”. Ana Paula Bernardo considera que os factos “devem ser analisados e apurados e, se for esse o entendimento, assumidas as correspondentes ações corretivas pelas entidades, organismos ou órgãos competentes e apropriados para o efeito”.

Na oposição choveram críticas: o PSD falou em “relatório levezinho” para o primeiro-ministro e admitiu apresentar um relatório alternativo; o Iniciativa Liberal considerou o documento uma “obra de ficção”, anunciando que não vai apresentar qualquer proposta de alteração por não participar em “farsas”; o Chega alega que o relatório “foi escrito pelo Governo e enviado para o grupo parlamentar do PS ontem à noite”; o PCP lamentou que o texto desenvolvido sirva para “tentar justificar a privatização da TAP”; o Bloco de Esquerda considera que “há vontade de ajustar o relatório a consequências políticas que não serão tiradas”.

A saída “agressiva” do ex-adjunto

Os acontecimentos de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas que envolveram Frederico Pinheiro, antigo adjunto de João Galamba e membros do seu gabinete, bem como a recuperação do computador pelo SIS, não são incluídos na versão preliminar do relatório, apesar de terem sido objeto de várias audições. “O caso foi já remetido para as entidades policiais relevantes, do qual resulta a abertura de inquérito no Ministério Público. Este inquérito decorrerá independentemente e para lá dos trabalhos desta comissão”, justifica Ana Paula Bernardo.

Naquela noite, Frederico Pinheiro, já exonerado pelo ministro das Infraestruturas, deslocou-se ao ministério para ir buscar o computador de trabalho, onde tinha registado dezenas de notas de reuniões, inclusivamente em duas reuniões preparatórias da antiga líder da TAP antes de comparecer numa audição na comissão de Economia, a 18 de janeiro, sobre a indemnização à antiga administradora Alexandra Reis.

No entanto, houve problemas no processo. Frederico Pinheiro disse na sua audição que foi agredido e manietado por quatro pessoas e sequestrado no ministério no dia 26 de abril em que tentou ir buscar o seu computador de trabalho. “Não agredi ninguém, libertei-me em legítima defesa e chamei a polícia”, afirmou. Já Eugénia Correia defendeu que “quando se está perante um roubo tenta-se que a pessoa não concretize esse ato”. É assim que justifica a tentativa de retirar o computador ao ex-adjunto do ministério.

Intervenção do SIS

Frederico Pinheiro acabou por sair do edifício com o computador, que tinha informação classificada, como o plano de reestruturação da TAP. O SIS (Serviço de Informações e Segurança) foi chamado pela chefe de gabinete de João Galamba para recuperar o computador.

O ex-adjunto relatou que após ter recebido o telefonema do ministro a demiti-lo e ter ido buscar o computador de trabalho, no dia 26 de abril, enviou um email aos serviços informáticos, com conhecimento do ministro e da chefe de gabinete, Eugénia Correia, às 23h02 a disponibilizar-se para entregar o computador e o telemóvel de serviço. Poucos minutos depois recebeu o contacto de um número desconhecido, com o interlocutor a identificar-se como sendo um agente do SIS, que lhe estava a ligar para a devolução do computador.

O computador seria recuperado pelo SIS, cuja intervenção suscitou polémica, ao ser considerada desproporcionada ou mesmo ilegal. “A Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, competente em razão da matéria, já ouviu o diretor do SIS e a Secretária-Geral do SIRP, tendo já sido prestados esclarecimentos sobre a situação”, considera a relatora.

O PSD contestou a análise desta ponto: “Um Governo em democracia indicou os serviços de informação para fazer a recolha do computador. Um facto de gravidade muito grande na democracia nas instituições, na confusão e na ingerência das instituições é completamente apagado. Isso é inadmissível”, lamentou Paulo Moniz.

A reunião preparatória

Ainda ausente do relatório está a reunião preparatória de deputados do PS, entre os quais Carlos Pereira, com Christine Ourmières-Widener na véspera da audição parlamentar na comissão de Economia. A relatora remeteu a avaliação do caso para o parecer da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, que concluiu que o encontro não feriu qualquer regra ou princípio aplicável ao comportamento dos deputados. Carlos Pereira acabaria por sair da comissão de inquérito em meados de abril.

No documento, Ana Paula Bernardo contesta o prolongamento da CPI para audições adicionais. “Não tendo posto em risco o cumprimento do mandato, a inquirição sobre factos e acontecimentos “externos” ao nosso mandato, acabou por estender desnecessariamente os trabalhos da CPI, sem que tal tivesse dado contributo válido, por vezes antes pelo contrário, para o aprofundamento das matérias relacionadas com a gestão da TAP”.

A saída de Alexandra Reis

Nas conclusões sobre o processo que deu origem à comissão parlamentar de inquérito (CPI) – a indemnização de 500 mil euros brutos pagos a Alexandra Reis –, o relatório salienta não “existirem evidências de que a tutela acionista da TAP, o Ministério das Finanças, tivesse tido conhecimento do processo de saída” da antiga administradora. “O Ministério das Finanças teve conhecimento no momento da publicação no site da CMVM do comunicado enviado pela TAP no dia 4 de fevereiro”, sublinha.

Já a tutela setorial, o Ministério das Infraestruturas e Habitação, teve conhecimento do processo, mas nem o ministro, Pedro Nuno Santos, nem o secretário de Estado, Hugo Mendes, “conheciam o clausulado do acordo, ainda que conhecessem a discriminação das várias parcelas englobadas no montante da indemnização”. Salienta que Pedro Nuno Santos e Hugo Mendes “assumiram as suas responsabilidades políticas na gestão deste processo, tendo apresentado as suas demissões em 28 de dezembro de 2022”.

Esta conclusão é “incompreensível” para o Bloco de Esquerda, que entende que Pedro Nuno Santos e Hugo Santos Mendes “assumiram as suas responsabilidades” mas depois o relatório indica que o processo “foi apenas conduzido pela ex-líder” da TAP.

Os partidos com assento na CPI têm até dia 10 de julho para apresentar propostas de alteração ao relatório da responsabilidade da deputada socialista Ana Paula Bernardo. A apresentação e discussão da versão final está agendada para dia 13. Segue-se a apreciação do documento no plenário da Assembleia da República, prevista para dia 19.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP, mas abordou também a privatização de 2015, a recompra de parte do capital pelo Estado em 2017, a compra da participação de David Neeleman em 2020, o plano de reestruturação aprovado em 2021 ou a demissão da antiga CEO.

Ao longo de três meses realizaram-se 46 audições presenciais, que duraram cerca de 170 horas, foram pedidos dez depoimentos por escrito e dezenas de documentos ao Governo, à TAP e a outras entidades.

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JLM&A lança área de business intelligence em parceria com João Marques de Almeida

Sem avançar objetivos concretos, Vítor Cunha, administrador da JLM&A, diz que "as expectativas são as melhores". "Estamos habituados a fazer coisas com qualidade e a sermos bem recebidos", reforça.

João Marques de Almeida

A consultora JLM&A lançou uma unidade de business intelligence (BI). Criada em parceria com João Marques de Almeida, ex-assessor político de Durão Barroso na Comissão Europeia e consultor do Holdingham Group, em Londres, a unidade vai produzir regularmente, por assinatura, conteúdos personalizados aos interesses ou áreas de negócio dos clientes/subscritores.

João Marques de Almeida será o autor principal “na elaboração de informação estratégica crítica para o desenvolvimento do seu negócio e na deteção de novas oportunidades”, explica a consultora.

A informação, concretiza ao +M Vítor Cunha, administrador da JLM&A, pode ser diária, semanal ou mensal. “Será completamente formatada em função da necessidade do cliente“, não haverá duas newsletter iguais, prossegue.

Com o novo serviço, a ideia é “ajudar os clientes a tomar decisões informadas”. “Vivemos num mundo com muita informação, mas nem toda é a mais adequada. Quando temos que tomar decisões informadas não nos podemos limitar a ler jornais internacionais. É preciso acesso a informação que muitas vezes não é publica e, neste mundo conturbado em que vivemos, ter conhecimento dos fatores geopolíticos, geoestratégicos, da concorrência entre economias, é determinante para o crescimento de uma empresa que se quer internacionalizar”, defende.

Já percebemos que a ideia de paz eterna não é verdadeira. Há interesses muito evidentes e os países influenciam o ambiente de negócios e o plano estratégico de crescimento das empresas“, justifica sobre a pertinência da produção desta informação.

Para além desta área de “inteligência humana e do conhecimento profundo dos temas, liderada por João Marques de Almeida, a unidade de BI tem também uma área de analytics.

“Integrando dados de várias fontes, extraímos informação valiosa e analisamos com precisão o sentimento e atuação das partes em mercados e setores. Com recurso a técnicas avançadas de análise extraímos insights valiosos, identificamos tendências e avaliamos riscos e oportunidades fundamentais para uma melhor tomada de decisão”, prossegue a JLM&A. Esta segunda será trabalhada por profissionais da casa, não tendo sido criada uma equipa especifica para o fazer.

Sem avançar objetivos concretos com o lançamento destes novos serviços, Vítor Cunha diz que “as expectativas são as melhores”. “Estamos habituados a fazer coisas com qualidade e a sermos bem recebidos pelo mercado“, remata.

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Pais a gozar licença parental têm até 7 de agosto para pedir mudança para novo regime

Os pais beneficiários deste tipo de subsídio têm 30 dias para pedir à S.S ou aos serviços da entidade pública empregadora, no caso dos trabalhadores da Função Pública, a mudança para o novo regime.

Os pais que estejam atualmente a gozar licenças parentais têm até ao dia 7 de agosto para pedir a mudança para o novo regime. Em causa está, sobretudo, o aumento do subsídio parental inicial, que passa a ser de 90% do salário base, em vez de 83%, desde que o pai tenha em exclusivo, pelo menos, 60 dias de licença no total de 180 dias. O decreto-lei publicado esta quarta-feira em Diário da República (DR) entra em vigor amanhã, 6 de julho, e, embora produza efeitos desde 1 de maio, aplica-se “às situações jurídicas prestacionais em curso”.

“Nas situações jurídicas prestacionais em curso, quando haja lugar a alteração dos períodos a gozar, para efeitos da aplicação do presente decreto-lei, devem os interessados declarar, no prazo de 30 dias após a sua entrada em vigor, os períodos a gozar“, pode ler-se.

“O novo regime aplica-se às prestações em curso, desde que, até ao dia 7 de agosto de 2023, sejam declarados, junto da entidade gestora, os períodos a gozar”, segundo o “Resumo em Linguagem Clara” também publicado em Diário da República.

Quem pode beneficiar?

Pais que, entretanto, terminaram a licença (entre 1 de maio e 6 de julho) também têm direito a beneficiar das novas regras?

“As novas regras se aplicam a todos os beneficiários de prestações de parentalidade desde 1 de maio”, informa fonte oficial do ministério do Trabalho, citada pela Lusa.

“Por exemplo, os beneficiários de prestações de parentalidade que a 1 de julho voltaram ao trabalho, e que cumprissem as condições de acesso às novas regras, têm direito a receber a atualização dos subsídios, sendo a mesma paga retroativamente“, refere a mesma fonte.

“Quando os pais escolheram o período de 180 dias da licença parental inicial, e o pai ficou com a criança por 60 ou mais dias, ou seja, já cumprem as normas de majoração de 83% para 90% do Rendimento de Referência do subsídio de parentalidade inicial, a Segurança Social procederá ao pagamento retroativo do aumento dos dias subsidiados entre 1 de maio e 30 junho”, refere ainda fonte do ministério de Ana Mendes Godinho.

O que prevê novo regime

O novo regime prevê o alargamento do subsídio parental inicial de 83% para 90% do salário base, desde que o pai goze em exclusivo, pelo menos, 60 dias de licença no total de 180 dias.

As mesmas regras aplicam-se ao subsídio parental alargado (mais 3 meses), que aumenta de 25% para 40% da remuneração de referência, sempre que exista uma partilha efetiva das responsabilidades parentais.

É ainda implementada a flexibilização das licenças parentais, permitindo o gozo em regime de tempo parcial após os primeiros 120 dias de licença.

O objetivo é “promover a conciliação e o regresso ao trabalho, enquanto permite alargar o acompanhamento dos filhos durante o primeiro ano de vida”, justifica a norma.

(última atualização às 19h24)

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Presidência espanhola da UE espera acordos para teletrabalho e desconexão digital este ano

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

A diretiva relativa às plataformas eletrónicas é outro dos dossiers. Os ministros do Trabalho da UE chegaram em 12 de junho a acordo sobre a nova lei europeia.

A presidência espanhola do Conselho da União Europeia espera fazer avançar nos próximos seis meses os acordos sociais para regular o teletrabalho e a “desconexão digital” na Europa, assim como a diretiva relativa às plataformas eletrónicas, indicou hoje Madrid.

“Vamos tentar trabalhar para que a presidência espanhola seja capaz de avançar com estes dois acordos sociais. A Europa tem de falar de diálogo social como ferramenta de transformação”, disse a ministra do Trabalho e uma das vice-presidentes do Governo espanhol, Yolanda Díaz, num encontro em Madrid com jornalistas da imprensa estrangeira, entre eles, a agência Lusa.

O teletrabalho está relacionado com o trabalho à distância, fora das instalações de uma empresa, e a “desconexão digital” com a limitação de horas de trabalho de uma pessoa no contexto da ligação permanente que permite a tecnologia atual.

A ministra espanhola sublinhou que na União Europeia (UE) não há um “acordo de diálogo social” há 13 anos e defendeu que a Europa, que é “um projeto social”, precisa de uma União Europeia “virada para o mundo do trabalho e para o diálogo social”, para se alcançarem mais “acordos de dez anos” do que “vitórias de dez minutos”.

Plataformas digitais

Sobre a diretiva para proteger trabalhadores das plataformas digitais, como os motoristas da Uber ou os estafetas da Glovo, Yolanda Díaz disse que a presidência espanhola do Conselho da UE vai também trabalhar para a fazer concretizar.

Os ministros do Trabalho da UE chegaram em 12 de junho a acordo sobre a nova lei europeia para proteger os trabalhadores das plataformas eletrónicas, iniciando-se negociações com os eurodeputados. Esta proposta define um estatuto para quem trabalha nas plataformas digitais.

De acordo com a abordagem geral aprovada pelos ministros em junho passado, passa a presumir-se legalmente que os trabalhadores são empregados por uma plataforma digital e não trabalhadores por conta própria se, na sua relação com essa plataforma, preencherem critérios referentes aos montantes que obtêm, às restrições em recusar trabalho e às regras que regem a sua aparência ou conduta.

Esta proposta saiu de uma outra da Comissão Europeia, apresentada há dois anos, para uma legislação comunitária sobre direitos dos trabalhadores, que está desde então a ser negociada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho (Estados-membros).

Estima-se que existam mais de 28 milhões de trabalhadores das plataformas digitais na UE, número que equivale ao dos trabalhadores da indústria transformadora (29 milhões) e que poderá atingir os 43 milhões em 2025.

A grande maioria destes trabalhadores são independentes, mas pelo menos 5,5 milhões têm erradamente este estatuto, situação que Bruxelas quer inverter, combatendo o falso trabalho por conta própria para que estas pessoas tenham proteção laboral.

Yolanda Díaz realçou hoje que a proposta que saiu da Comissão Europeia “bebeu nas fontes” da legislação que Espanha já tem sobre esta questão e que foi criada sob a sua tutela como ministra do Trabalho.

Mas Espanha absteve-se, com outros países, em relação à proposta que saiu da reunião dos ministros do Trabalho no mês passado, por considerar que não respeita o “conceito de subordinação” e os standards mínimos de proteção dos trabalhadores que estão a ditar tribunais em diversos Estados-membros, explicou Yolanda Díaz.

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Número de trabalhadores da Cultura a fazer quotização adicional “é ínfimo”

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

"Se o fizer, essa quotização adicional qualifica para o subsídio de suspensão de atividade", lembra Pedro Adão e Silva.

O ministro da Cultura defendeu esta quarta-feira que o número “muito reduzido” de potenciais beneficiários do subsídio de suspensão de atividade, previsto no Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura, se deve à natureza facultativa e esforço adicional de quotização.

[O trabalhador da Cultura) se quiser faz uma quotização adicional, cerca de quatro pontos percentuais acima do que os trabalhadores independentes estão obrigados. Se o fizer, essa quotização adicional qualifica para o subsídio de suspensão de atividade”, referiu Pedro Adão e Silva, numa audição parlamentar requerida pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda (BE) sobre, respetivamente, o apoio às artes e o Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura e os atrasos nos concursos de apoio a projetos da Direção-Geral das Artes.

O ministro da Cultura confirmou que “o número de trabalhadores da Cultura que está a fazer essa quotização adicional é ínfimo”. “Sabemos, de outros exemplos no contexto da Segurança Social, que a disponibilidade dos trabalhadores para fazerem quotizações adicionais, ou mecanismos individuais de poupança adicionais ou complementares àqueles que são obrigados por lei, é sempre muito reduzido“, disse.

Para Pedro Adão e Silva, “um sistema que tem um nível de ‘take up’ [execução] tão baixo implica uma reflexão”. “Mas o nível de ‘take up’ não tem que ver com a regulamentação, nem com a Segurança Social. Tem que ver com a natureza facultativa e o esforço adicional de quotização. É muito reduzido o número de trabalhadores que está a fazer essa quotização, e é por isso não há beneficiários [do subsídio de suspensão de atividade]. E isso implica uma reflexão e implica também alguma imaginação no tipo de desenho da medida que nós queremos”, afirmou.

No início de junho, estruturas representativas dos trabalhadores da Cultura consideraram gravíssimo que, um ano e meio depois da entrada em vigor do estatuto, ainda não tivesse sido pago um único subsídio de suspensão de atividade.

“Foi-nos dito que nenhum subsídio foi ainda pago, porque falta ainda fazer regulamentação do estatuto, mais especificamente nas questões ligadas à Segurança Social. Naturalmente achamos que ao fim de um ano e meio de o estatuto estar em implementação, é gravíssimo que as coisas ainda não estejam a funcionar”, afirmou a presidente da Plateia – Associação de Profissionais das Artes Cénicas, Amarílis Felizes, à Lusa, após uma reunião com a tutela.

Esta quarta, o ministro da Cultura assumiu que “além destas singularidades do regime aplicável há um problema operacional, que tem várias dimensões, na Autoridade Tributária e na Segurança Social”, mas insistiu que “neste momento a explicação para não haver beneficiários” é o facto o número de trabalhadores que está a fazer a quotização adicional ser “muito reduzido”.

Em 16 de maio, as sete estruturas se reuniram depois, a 02 de junho, com o ministro da Cultura, em Lisboa, denunciaram que os pedidos de suspensão de atividade pedidos por trabalhadores do setor, que está previsto no Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura, estavam a sofrer atrasos “de vários meses” nos pagamentos ou mesmo ausência de resposta aos pedidos.

Da tutela receberam a garantia de que “estão em cima disso, e que está para breve [a resolução do problema]”. O ministro da Cultura garantiu no Parlamento que a Segurança Social “já tem estado a responder aos requerimentos que entraram”. “As pessoas já têm sido notificadas”, disse, salientando que “a maior parte dos requerimentos eram de pessoas que nem sequer estavam registadas no estatuto, requereram uma coisa e não tinham feito o registo prévio”.

“Esse processo decorrerá, mas a dificuldade de resposta que tem que ver com o desenvolvimento das plataformas e do sistema de informação da Segurança Social já não se colocam”, afirmou. Este apoio está inscrito no estatuto há muito reclamado pelo setor e cuja aplicação entrou em vigor de forma faseada em 2022. Só a partir de 01 de outubro de 2022 é que os trabalhadores passaram a poder ter acesso àquele subsídio.

Pedro Adão e Silva defendeu esta quarta que “as especificidades do trabalho na Cultura justificam que se faça um sistema diferente”, mas sublinha que o país não deve ter um sistema não contributivo apenas para os trabalhadores da Cultura. “Isto é, se há benefícios adicionais para os trabalhadores da Cultura, eles têm que estar associados a um esforço contributivo. Neste caso existe um regime contributivo com obrigação contributiva dos beneficiários da prestação de serviços, mas a quotização é facultativa para os trabalhadores”, disse.

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Ministro da Economia francês pede patriotismo à Stellantis de Carlos Tavares

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

"Gostava que Carlos Tavares aceitasse o desafio", disse Bruno Le Maire, que espera que "os industriais também mostrem um pouco de patriotismo económico".

O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, afirmou esta quarta-feira que o grupo automóvel Stellantis deve mostrar “patriotismo” e fabricar em França veículos elétricos mais pequenos e não apenas modelos de gama alta. “O desafio industrial para a França é construir não apenas veículos de gama alta, mas também veículos elétricos pequenos como [o Peugeot] e-208 no nosso território”, disse Le Maire em declarações a uma rádio.

“Gostava que Carlos Tavares aceitasse o desafio”, afirmou, em alusão ao líder da Stellantis. “Nós (…) ajudamos a indústria, tentamos promover a compra de veículos elétricos no território. Espero que os industriais também mostrem um pouco de patriotismo económico”, acrescentou o ministro.

O Governo francês tem definido a relocalização da produção automóvel como uma das suas prioridades. Carlos Tavares tinha afastado esta possibilidade numa entrevista divulgada esta quarta pelo jornal Le Figaro. “A equação económica ligada à relocalização forçada deste projeto não seria do interesse da empresa, nem do país”, considerou.

A Peugeot e a Citroën, duas marcas francesas do grupo franco-italo-americano, deslocalizaram bastante a produção ao longo das últimas décadas. O grupo produziu em França 678.400 viaturas em 2022, contra mais de um milhão antes da pandemia.

A Stellantis decidiu investir em fábricas francesas e vai produzir lá 12 modelos elétricos e SUV de gama média. No entanto, o modelo 208, que lidera o seu segmento na Europa com perto de 50.000 unidades vendidas em 2022, vai em breve ser fabricado numa fábrica em Saragoça, Espanha, e um futuro modelo elétrico pequeno da Citroën será montado na Eslováquia.

Carlos Tavares aponta na entrevista as diferenças de custos de produção entre os países europeus e também a nova concorrência dos modelos elétricos chineses.

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