Ciclo de Conversas #6 – O sequestro de carbono

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  • 29 Junho 2023

A sexta sessão do "Ciclo de Conversas - Rumo à Neutralidade Carbónica 2030", organizada pela CM Porto, teve como tema "O sequestro de carbono". O evento decorreu no Porto Innovation Hub.

O “Ciclo de Conversas – Rumo à Neutralidade Carbónica 2030” é uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal do Porto, que conta com 10 sessões de esclarecimento e debate relacionadas com os temas da sustentabilidade, descarbonização e transição climática no contexto da neutralidade carbónica das cidades. A sexta sessão aconteceu na passada quinta-feira, dia 22 de junho, no Porto Innovation Hub, e teve como tema “O sequestro de carbono”.

Marta Pinto, Chefe da Divisão Municipal de Gestão Ambiental da Câmara Municipal do Porto, foi a moderadora do evento, que contou com a presença de Isabel Sousa Pinto, Professora na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Diretora no CIIMAR; José Paulo Silva, Diretor da Port’Ambiente (grupo Veolia); e João Gonçalo Soutinho, Presidente e Co-fundador da VERDE – Associação para a Conservação Integrada da Natureza.

Cada um dos oradores teve direito a uma intervenção, seguida de um espaço de debate e de esclarecimento com o público presente.

Na abertura da sessão, Marta Pinto começou por referir-se à concentração excessiva de carbono na atmosfera”, que explicou ser dominantemente de origem humana. “Sabemos que esta concentração de carbono contribui para um aumento global da temperatura e é este aumento que tem impacto na delicada estrutura que regula o sistema climático global“, disse.

Marta Pinto alertou, por isso, que a principal forma de tirar carbono da atmosfera é não o colocar lá, é não o emitir: “No entanto, sabemos que vamos emiti-lo e que, principalmente, numa fase de transição, ele vai existir. Nesse sentido, são importantes as mudanças que estão a ser feitas ao nível da mobilidade, dos edifícios, da alimentação”.

"O Porto assumiu atingir a neutralidade carbónica em 2030, mas estamos perfeitamente conscientes que não é à custa do sequestro que vamos chegar lá, mas sim à custa, principalmente, da descarbonização. Por isso estamos a apostar em descarbonizar 85% e tentar compensar os restantes 15% de carbono que ainda vamos ter que emitir. E, mesmo assim, estes 15% parecem ser um grande desafio.”

Marta Pinto, Chefe da Divisão Municipal de Gestão Ambiental da Câmara Municipal do Porto

Nesse sentido, Marta Pinto apontou as duas soluções disponíveis – as naturais e as tecnológicas: “Esta captura de carbono é um desafio porque ou vamos às grandes fontes emissoras de carbono e capturamos o carbono na fonte, ou então temos que o capturar a partir do ar e temos que o transformar. Estas soluções estão no início, são pouco maduras e pouco viáveis do ponto de vista económico. Aqui, na cidade do Porto, estamos a trabalhar já com as soluções de base natural, portanto, aquilo que o Porto tem tentado fazer é expandir as suas áreas verdes e requalificar. Entre os cálculos possíveis, no novo Parque da Alameda de Cartes que estamos a desenvolver, vamos ter a remoção anual de 28 toneladas de carbono num parque de 3,8 hectares“, referiu.

As várias tecnologias de captura de carbono

José Paulo Silva, Diretor da Port’Ambiente (grupo Veolia), trouxe para a discussão as várias possibilidades de captura de CO2 e apresentou o projeto embrionário que a Veolia está a desenvolver na Central de Valorização Energética da LIPOR.

Ainda não falamos sobre parar as emissões, falamos apenas de abrandar o ritmo dessas emissões. Isso não é suficiente. Devíamos fazer uma analogia com a gestão de resíduos, em que a primeira medida é reduzir, depois reutilizar, e só se estas duas primeiras medidas não forem eficazes, é que entra a terceira medida, que é reciclar. Se a reciclagem não for possível, entram as outras tecnologias. Com o carbono devia ser a mesma coisa, a primeira grande medida deveria ser evitar as emissões“, começou por dizer.

Nesse sentido, o responsável da Port’Ambiente apresentou as várias etapas da captura de CO2. Uma delas é a opção de captar o carbono da atmosfera que, segundo ele, provoca emissões negativas, uma vez que retira CO2 que está disperso na atmosfera. “Esta é a solução mais virtuosa no tempo atual”, afirmou. Outra das opções é começar por capturar o CO2 biogénico (de origem não fóssil), que é aquele que não decorre do impacto da ação humana: “Portanto, como não decorre da ação humana, se começarmos por procurar capturar o CO2 biogénio criamos as emissões negativas”.

Em termos de tecnologias, João Paulo Silva confessou que a primeira opção não é a mais fácil, “isto porque seria mais fácil capturar o CO2 quando ele está concentrado, o que não é o caso no ar, onde há outros gases misturados“. Ainda assim, sendo uma opção viável, o responsável explicou que essa captura poderá ser feita por absorção ou por adsorção.

"Na absorção são utilizados solventes que vão absorver o CO2 contido em gases de combustão. Já na adsorção há outro componente ao qual o CO2 vai aderir e vai ser retido por essa forma. Mas depois da captura, o que fazemos? Uma opção é o armazenamento, em que o CO2 é injetado no solo em formações geológicas de grande profundidade. Outra opção mais interessante é dar uma utilidade ao CO2, nomeadamente para os refrigerantes da indústria alimentar, para materiais de construção ou, ainda, para produzir combustíveis alternativos aos combustíveis fósseis.”

José Paulo Silva, Diretor da Port’Ambiente (grupo Veolia)

O projeto embrionário que a Veolia está a desenvolver com a Lipor vai ao encontro desta última possibilidade – a de produzir combustíveis alternativos. “A Central de Valorização Energética da LIPOR (na LIPOR II) produz 300 mil toneladas por ano de CO2. Cerca de 60% são de origem biogénica e o objetivo é que, com essa captura de CO2, se consiga produzir combustível sintético para a aviação”, concluiu.

As árvores como aliado no sequestro de CO2

Por sua vez, João Gonçalo Soutinho, Presidente e Co-fundador da VERDE – Associação para a Conservação Integrada da Natureza, explicou de que forma as árvores podem ser um aliado no sequestro de carbono. O responsável explicou que esteve a analisar as árvores de Lousada, que considera serem muito semelhantes às do Porto, e chegou à conclusão que os carvalhos são o tipo de árvore com maior importância para a biodiversidade.

Nesse sentido, o responsável explicou que se começaram a discutir ideias para salvaguardar estas árvores: “Chegamos à conclusão de que tínhamos de envolver as pessoas, de reconhecer os proprietários, de lhes mostrar que estas árvores valem enquanto são vivas, e que devemos preservar o que existe”.

Foi também com base nesta conclusões que surgiu a VERDE, em 2021, “uma associação ambiental que implementou o Carbono Biodiverso, que é um projeto de compensação de empresas e cidadãos, onde os proprietários de terrenos podem receber dinheiro para geri-los de forma correta e manter as árvores como estão”.

"Quanto mais as árvores crescem, mais cresce o valor da sua biodiversidade. Em média, cada uma das árvores gigantes tem 1.3 toneladas de carbono, convertido para CO2 são quase cinco toneladas. À medida que as árvores se mantêm cá, não só ajudam a manter esse carbono em si, como ajudam a retirar mais da atmosfera, à volta dos 150kg de CO2 por ano, o que não é muito, mas é alguma coisa.”

João Gonçalo Soutinho, Presidente e Co-fundador da VERDE

João Gonçalo Soutinho terminou a sua intervenção fazendo o alerta para o facto de que, “mais importante do que plantar árvores, é cuidar das que já estão plantadas. Se se cortar uma delas, mesmo que se tenha plantado muitas, vamos estar a perder, isto porque um ano de sequestro de carbono de árvores gigantes é equivalente aos primeiros 15 anos de árvores que acabamos de plantar”.

Potencial dos oceanos para o equilíbrio

Isabel Sousa Pinto, Professora na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Diretora no CIIMAR, também abordou o papel das florestas no sequestro de carbono, neste caso das marinhas. “O oceano já contribuiu muito para não estarmos pior do que estamos, isto porque já absorveu cerca de 90% do calor gerado pela acumulação de CO2 na atmosfera e absorve cerca de 25% a 30% de CO2 emitido anualmente“, referiu.

A responsável garantiu, por isso, que o oceano pode ser uma contribuição para as soluções dos problemas das alterações climáticas: “21% do esforço que teria que ser feito para atingir 1.5 de aumento da temperatura poderia, de alguma forma, vir do oceano, com as energias renováveis oceânicas, com mudanças no transporte marítimo, com soluções baseadas na natureza, com mudanças na maneira como fazemos a pesca e a aquacultura e com o armazenamento do carbono no fundo do mar”.

As algas são um fator fundamental neste tema, já que, à semelhança das árvores, conseguem contribuir para o sequestro de carbono. “As algas têm uma particularidade, isto porque elas estão assentes em rocha, portanto não se podem enterrar ali. O que acontece é que a biomassa dessas algas não é consumida, ela acaba por ir parar às praias e ao mar e, neste caso, há uma parte que vai afundar. E determinou-se que qualquer biomassa abaixo dos mil metros vai demorar milhares de anos a voltar à superfície, portanto considera-se que esse carbono foi sequestrado, mesmo que não esteja enterrado“, explicou.

No entanto, Isabel Sousa Pinto reconheceu um problema neste processo, que está relacionado com a dificuldade de saber a quantidade de CO2 que é sequestrado e com o desaparecimento das florestas marinhas a nível global: “Estas algas estão a regredir aqui em Portugal, aliás, florestas marinhas já só temos mesmo na zona norte e temos tentado perceber porque é que isto aconteceu. Sabemos que a temperatura é um fator, mas não é o único”.

"Estamos a tentar perceber o que podemos fazer para restaurar estas florestas. Vamos repovoar áreas que costumavam ter estas algas para que elas deem origem a novas florestas e estamos a tentar determinar a quantidade de carbono das ainda existentes, e onde poderá ir parar o carbono das florestas que estamos a plantar.”

Isabel Sousa Pinto, Professora na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Diretora no CIIMAR

A responsável concluiu a sua intervenção explicando que a vantagem das algas em relação aos outros ecossistemas é que é possível aumentar muito a sua produção, através de cultivos. “A ideia é aumentar o sequestro de carbono através deste cultivo”, concluiu.

Pode ouvir a conferência em podcast aqui:

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NATO prolonga mandato de secretário-geral por mais um ano

  • ECO
  • 29 Junho 2023

Jens Stoltenberg caminha para uma década consecutiva na liderança da organização militar, a pedido dos aliados em plena guerra na Ucrânia.

Jens Stoltenbeg vai prolongar o seu mandato como secretário-geral da NATO. Os membros da organização militar já definiram que o ex-primeiro-ministro da Noruega irá manter-se no cargo até meados de 2024, quando a NATO atingir os 75 anos de funcionamento, refere nesta quinta-feira a agência Europa Press (acesso livre).

Em plena guerra da Ucrânia e perante a falta de consenso na escolha de um sucessor, os 31 aliados preferem prolongar de novo o mandato de Jens Stoltenberg, que comanda a organização militar desde outubro de 2014. Em condições normais, o norueguês teria terminado o seu turno em outubro de 2022.

A decisão será formalizada na próxima cimeira da aliança atlântica, marcada para 11 e 12 de julho em Vilnius, capital da Lituânia, um dos países que fazem fronteira com a Rússia. Jens Stoltenberg, 64 anos, será o líder da NATO até à cimeira comemorativa do 75.º aniversário, marcada para 2024 nos Estados Unidos.

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Setor da comunicação faturou mais de 100 milhões em 2021, revela APECOM

A maioria (68%) dos empregos no setor são ocupados por mulheres, mas o género masculino (59%) continua a ser predominante nos cargos de liderança, revela também o estudo.

Com um crescimento de 27% em volume de negócios, o setor da comunicação atingiu os 110,6 milhões de euros em 2021. A conclusão é do estudo “O Valor da Comunicação 21” da APECOM (Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas) e da Informa DB, apresentado esta quinta-feira.

Segundo o estudo, 75% das empresas de Comunicação e Relações Públicas viu o seu negócio crescer, com uma média de crescimento de 26,8%, “superando de forma evidente a média do tecido empresarial”, refere-se em nota de imprensa.

O crescimento estende-se a todos os indicadores no setor, tendo em conta o aumento de 74% do EBITDA (para os 14 milhões de euros), de 162% nos resultados líquidos (para os 9,1 milhões de euros) e de 7,9% em número de empregados (para 1227).

Também o setor das exportações mantém a tendência de crescimento já registada em 2020, com uma variação positiva de cerca de 35%.

“Este estudo em parceria com a Informa DB faz um retrato real do bom ano que o setor enfrentou em 2021, após uma dura pandemia que afetou a totalidade da economia portuguesa”, afirma Domingas Carvalhosa, presidente da APECOM, citada em comunicado.

“Acreditamos que o mercado continuará a reconhecer valor ao setor da Comunicação e Relações Públicas e aos seus profissionais. A APECOM continuará a desenvolver o trabalho de valorização e transparência de um setor estratégico tão importante para a economia e para a sociedade, em Portugal”, acrescenta.

Ainda segundo os dados divulgados, dois terços das empresas têm entre seis e 19 anos, apresentando uma idade média de cerca de 15 anos (aproximadamente +1 ano que o benckmark do tecido empresarial).

Embora apenas 14% das empresas apresentem uma faturação entre os dois e os dez milhões de euros – classificando-se como pequenas empresas – estas representam 55% do volume de negócios do setor e são responsáveis por 46% do número de colaboradores, refletindo uma expectável concentração do mercado nos players de maior dimensão, tendo em conta que as restantes são todas microempresas.

O estudo “O Valor da Comunicação 21” conclui ainda que 20% das empresas do setor são empresas familiares e que a maioria (68%) dos empregos são ocupados por mulheres, embora nos cargos de liderança o género masculino (59%) continue a ser predominante.

Em suma, o ano de 2021 foi caracterizado pelo crescimento acentuado dos indicadores económico-financeiros analisados e pela forte recuperação da rentabilidade das empresas do setor APECOM, o que demonstra que o setor se apresenta robusto, sólido e com os níveis de confiança a aproximarem-se dos encontrados antes da pandemia“, conclui-se em nota de imprensa.

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APS oferece curso de Atuariado para não atuários

  • ECO Seguros
  • 29 Junho 2023

O curso tem como foco o ramo vida e oferecerá aos participantes a oportunidade de adquirir conhecimentos atuariais e estatísticos relevantes para o setor segurador nessa área específica.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) anunciou que realizará o curso “Atuariado Para Não Atuários” nos dias 6, 7, 17 e 18 de julho de 2023, em Lisboa. A formação tem foco no ramo vida e proporciona aos participantes a oportunidade de adquirir conhecimentos sobre os conceitos e fundamentos atuariais e estatísticos relevantes para o setor segurador nesse ramo específico.

O curso abordará o risco coberto por determinadas modalidades e operações no ramo vida, além de explorar suas principais características. O contrato de seguro e sua formalização, juntamente com a noção de prémio e a classificação em seguro individual ou seguro de grupo, serão explorados durante o curso. Além disso, serão abordadas noções elementares de demografia atuarial, como a função de sobrevivência e as probabilidades de morte e sobrevivência, bem como as bases técnicas aplicadas. As categorias e caracterização dos seguros e operações do ramo vida também serão discutidas, incluindo categorias como seguro de vida e modalidades específicas, como seguro de rendas, seguro de vida em caso de morte, seguro de vida em caso de vida e seguro de vida mistos.

O curso também abordará aspetos relacionados às definições de elementos contratuais, como prémios/prestações, provisão matemática, valor de resgate, valor de redução, adiantamento sobre apólice, participação nos resultados e transferência. Os Planos Poupança Reforma (PPR) e os PRIIPs também serão abordados, incluindo a legislação aplicável, as características e o financiamento envolvidos, bem como as características dos seguros de vida relacionados ao PPR. Os participantes também terão a oportunidade de entender a descrição do Documento de Informações Fundamentais (DIF) referente aos seguros e operações do ramo vida.

A iniciativa visa ampliar o conhecimento sobre atuariado, proporcionando uma compreensão mais aprofundada do setor segurador e suas particularidades no ramo vida.

Para mais informações poderá contactar a APS pelo telefone 213 848 100, através do e-mail [email protected], ou ainda, consultar o site www.apseguradores.pt/academia

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Queijaria de Famalicão “derrete” mais sete milhões na fábrica até 2025

Grupo minhoto que detém a Lourofood e a Lactilouro, assegurando mais de 200 empregos, prepara novo ciclo de investimento industrial e lançamento de dois novos produtos inovadores em 2024.

As empresas Lourofood e Lactilouro, de Vila Nova de Famalicão, vão investir mais sete milhões de euros até 2025 em novos equipamentos e instalações, no âmbito da estratégia de expansão do grupo, que emprega 200 trabalhadores.

“Queremos crescer e direcionamos parte da nossa receita para investir em equipamentos e alargar as nossas unidades”, anunciou Rogério Lourenço, um dos administradores da empresa minhota, durante uma visita à Lourofood organizada pela autarquia.

Nos últimos dois anos, a marca de queijos tinha já investido cerca de seis milhões de euros em novos equipamentos e na modernização de instalações, “o que permitiu [à empresa] crescer, contratar novos colaboradores e alavancar a aposta em inovação e desenvolvimento de novos produtos”, realçou o empresário Rogério Lourenço.

Fomos os primeiros em Portugal a produzir queijo de vaca bio, com leite que adquirimos a produtores locais.

Rogério Lourenço

Administrador das empresas Lourofood e Lactilouro

Com uma mão cheia de novidades, de acordo com a informação partilhada pelo município, a empresa criou uma marca de produtos sem lactose e tem uma equipa a colaborar com clientes e universidades com vista à criação de dois novos produtos inovadores que serão lançados no início de 2024. “Fomos os primeiros em Portugal a produzir queijo de vaca bio, com leite que adquirimos a produtores locais”, aponta o empresário.

O desenvolvimento de novos produtos resulta da “aposta na digitalização e integração da empresa com a estratégia da Indústria 4.0, no investimento em investigação e desenvolvimento de produto, a par da consolidação da presença internacional da Lourofood”, realçou o presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, durante a visita à unidade industrial, situada na freguesia de Louro.

Lourofood, queijaria em Famalicão

“A visão estratégica que tiveram permite-lhes ser uma marca robusta, que cria emprego, gera riqueza e valoriza o território, num exemplo que queremos seja contagiante para outros e uma marca identitária do nosso concelho”, destacou ainda o autarca social-democrata.

Além do mercado europeu, a queijaria Lactilouro tem-se posicionado nos Estados Unidos da América, Canadá, México e Perú, na Africa do Sul, Cabo Verde, Líbano e Macau. Destaque para a marca Dom Villas, que tem o rótulo “Produto que é Nosso” do Famalicão Made IN, e que é uma das grandes referências dos queijos produzidos pelo grupo.

“Somos filhos de agricultores ligados à produção de leite e virámos queijeiros pelo desafio de criar um novo negócio, que se transformou, ao longo dos últimos 20 anos, no que somos hoje: um grupo que se dedica não só à produção de queijo e ao desenvolvimento de novos produtos, mas também à transformação e embalagem de queijo para diversos clientes”, conclui Rogério Lourenço, que administra o grupo juntamente com o irmão Luís Lourenço.

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Retoma do M&A pode acontecer depois de Jackson Hole

Miguel Azevedo, chairman do Citi Investment Banking MEA, espera que o encontro de Jackson Hole possa libertar os 'animals spirits' do mercado. E pede mudanças em Portugal. Veja o vídeo.

Miguel Azevedo é chairman do Citi Investment Banking MEA (Middle East and Africa), um dos bancos mais importantes do mundo, aguarda com expectativa o encontro promovido pela Reserva Federal americana, Jakson Hole, no fim de agosto, para perceber se os mercados vão animar e se há condições para uma recuperação das fusões e aquisições internacionais. “Estamos a chegar a um momento em que quer a Europa, que os Estados Unidos estão a chegar ao fim da subida de taxas de juro e vai haver Jackson Hole nos Estados Unidos no final de agosto [23 e 24 de agosto]… Vai ser um momento crítico”, diz o banqueiro, em entrevista ao ECO no âmbito da conferência Fusões & Aquisições, em parceria com a sociedade de advogados PRA e da consultora Yunit Consulting. “Se, nesse encontro, houver uma sinalização de que é a subida de taxas de juro chegou ao fim, se isso acontecer, os mercados reagem muito rapidamente, podem libertar-se os “animals spirits” e pode haver, nomeadamente em fusões e aquisições, um retomar de uma atividade“.

No painel que encerrou a conferência “Fusões & Aquisições”, realizada no Estúdio ECO, Miguel Azevedo assinala o que é o principal obstáculo ao mercado: A incerteza. “O tema aqui é incerteza, não é tanto ter as taxas de juro mais altas ou mais baixas. É não saber o que é que será o dia de amanhã“, afirma. Este é um momento “que é muito marcado por uma inflação elevada, subida de taxas de juro e impacto na economia. “Se hoje estamos a comprar uma empresa que tem lucros de um bilião, [mas] se a economia vai contrair amanhã, terá lucros de 750 milhões. Esta dinâmica cria problemas de valorização? Sim, e havendo problemas de valorização, começa a haver discrepâncias entre comprador e vendedor”, logo, “a haver menos transações”.

Como é que vê Portugal a partir de fora? “Portugal tem quadros, tem infraestruturas, tem um enquadramento ‘não business related’ muito favorável. O problema é que os jovens graduados não ficam em Portugal”, lamenta. Por isso, “o que Portugal tem que fazer é focar-se em criar riqueza, em criar condições ‘business friendly’, um ambiente que atraia empresas com confiança, um ambiente que não seja de perseguição a quem cria riqueza, as pessoas têm que ter um ambiente em que possam ser reconhecidas pelo seu trabalho e não ser perseguidas pelo seu sucesso. E isso falta em Portugal neste momento”.

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Concertos dos Coldplay geram retorno económico direto de 36 milhões de euros em Coimbra

  • Lusa
  • 29 Junho 2023

Os quatro concertos que a banda britânica Coldplay realizou, em maio, em Coimbra, geraram um retorno económico direto de 36 milhões de euros.

“Os concertos dos Coldplay projetaram Coimbra, a nível nacional e internacional, e fizeram disparar a faturação na hotelaria e na restauração. Durante quase uma semana, Coimbra foi uma verdadeira capital do país”, começou por afirmar o presidente da Câmara Municipal. José Manuel Silva adiantou ainda que os quatro concertos geraram um retorno económico direto de 36 milhões de euros.

Na sua intervenção no período antes da ordem do dia da sessão ordinária da Assembleia Municipal de Coimbra, que decorreu esta tarde no Convento São Francisco, o autarca eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RIR e Volt) anunciou alguns dos resultados do estudo de impacto económico produzido pela Coimbra Business School/Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (CBS/ISCAC).

De acordo com o estudo, os quatro concertos da banda liderada por Chris Martin, nos dias 17, 18, 20 e 21 de maio, no Estádio Cidade de Coimbra, originaram uma despesa total de 36 milhões de euros, tendo em conta o montante de despesa média de 180,14 euros dos 200 mil espetadores.

Os dados utilizados no estudo centraram-se em inquéritos nas imediações dos concertos e ainda na disponibilização de formulários — através de QR-Code — junto aos hotéis da cidade, bem como mediante dados facultados pela Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) e pela UNICRE — Instituição Financeira de Crédito, SA (UNICRE).

Foram validados 229 questionários, referentes a 1.665 espetadores, onde sete questões permitiram traçar o perfil destes quanto à idade, proveniência geográfica, assim como em relação ao montante e ao tipo de consumo que pretendiam realizar, nomeadamente em matéria de alojamento e de restauração.

No que concerne ao número de espetadores, tanto em termos absolutos como em termos relativos, o estudo conclui que “os espetadores realizaram uma despesa média de 180,14 euros“.

Registou-se “alguma variabilidade em função do distrito de proveniência, com um mínimo de 107,94 euros para os espetadores do distrito de Coimbra e de 349,55 euros para os espetadores provenientes do distrito de Bragança, o que facilmente se explica pela distância geográfica”.

De acordo com o mesmo estudo, “os espetadores que pernoitaram realizaram uma despesa que corresponde a mais do dobro dos espetadores que não pernoitaram”.

Já relativamente ao “recurso a serviços de restauração”, apurou-se que “os espetadores que recorrem a serviços de restauração apresentam um nível de despesa 55% superior à daqueles que não recorrem a este tipo de serviços”.

Através da análise dos dados fornecidos pela SIBS, concluiu-se que “o número de operações na rede SIBS aumentou” em 20,52%, comparativamente com semana homóloga do ano anterior.

Quanto aos valores da UNICRE, “assinala-se o acréscimo observado na semana de realização dos concertos, relativamente à semana homóloga de 2022, tanto no número (15,63%) como no volume de transações realizadas na rede (8,37%)”.

“Esse acréscimo foi particularmente expressivo nos setores da hotelaria e da restauração, respetivamente de 34,64% e de 52,94%, no que se refere ao volume de transações”, refere o estudo.

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Bancos centrais só estão focados em trazer a inflação para os 2%

Os governadores dos principais bancos centrais mostraram no Fórum do BCE que o controlo da inflação é a sua única prioridade, e que isso obrigará a uma política monetária ainda mais restritiva.

Governadores dos bancos centrais
Painel de governadores dos bancos centrais no Fórum do BCE (da esquerda para a direita): Kazuo Ueda, governador do Banco do Japão, Jerome Powell, presidente da Fed, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, e Andrew Bailey, governador do Banco de Inglaterra.

Se alguém duvidasse da determinação dos principais bancos centrais do mundo para controlarem os preços nas suas economias, elas foram dissipadas no Fórum do Banco Central Europeu (BCE) que decorreu em Sintra entre terça e quarta-feira.

A mensagem dos governadores do BCE, da Reserva Federal norte-americana (Fed) e do Banco de Inglaterra foi clara: “Temos um trabalho a fazer. E o nosso trabalho é baixar a taxa de inflação para a meta de 2%”, referiu Andrew Bailey, governador do Banco de Inglaterra, no decorrer de um painel de discussão com os presidentes da Fed, do BCE e do governador do Banco do Japão no último dia do Fórum do BCE.

A frase foi proferida pelo líder do banco central inglês, mas podia ser de qualquer outro dos seus colegas. Todos, de uma forma ou de outra, mostraram nas suas intervenções uma forte determinação em utilizarem todas as ferramentas ao seu dispor para trazerem a inflação para baixo a qualquer custo.

Lagarde, por exemplo, afirmou que o BCE terá de ser tão persistente quanto for a inflação e que manterá uma política monetária restritiva o tempo suficiente até se sentir confortável para baixar as taxas de juro.

Powell indicou que a Fed espera adotar medidas mais duras no controlo dos preços nos próximos meses e que adotará uma política monetária restritiva enquanto for necessário. Já Bailey afirmou que a estabilidade dos preços é a âncora que os bancos centrais devem sempre manter, e Kazuo Ueda diz que está a ver sinais de que as expectativas de inflação estão a aumentar e que, por isso, o Banco do Japão teve de “desancorar” as expectativas de inflação de zero e “reancorá-las” em 2%.

O caminho percorrido até agora pelos bancos centrais para controlar a inflação foi extenso — só a Fed já aumentou em 500 pontos base as Fed Funds no espaço de um ano –, mas todos reconhecem que há ainda um longo caminho pela frente. “Nenhum de nós consideraria a possibilidade de abrir agora a porta à inflação, numa altura em que os bancos centrais estão em vias de trazer a inflação para baixo”, referiu Lagarde, sublinhando: “Temos de ser tão persistentes como a inflação tem sido persistente e atingir o objetivo estabelecido (2%)”.

Apesar de não trabalharem em coordenação, os governadores aproveitaram o Fórum do BCE para falarem em uníssono na tarefa de controlarem os preços nas suas economias seguindo uma política de “whatever it takes“.

Para as famílias, empresas e Estados, não se vislumbram tempos fáceis. As políticas restritivas dos bancos centrais trarão novas subidas das taxas de juro e a manutenção dessas taxas altas por um período mais longo do que anteriormente era esperado, dado que as previsões da Fed e o BCE apontam para que a taxa de inflação só baixe até aos 2% no final de 2024 ou início de 2025.

Bancos centrais querem a colaboração de todos

Lagarde aproveitou também para relembrar a importância das políticas orçamentais dos Governos no combate à inflação, reforçando, mais uma vez, “que está na altura de reduzir a grande despesa pública da era Covid e o apoio maciço devido ao choque energético na Europa”.

A presidente do BCE não quis falar sobre decisões futuras do Comité do BCE, mas deixou claro que se espera pelo menos mais uma subida de juros em julho e que, quanto atingirem o nível desejado pelo banco central, vão permanecer assim por algum tempo.

Lagarde a inflação como tendo entrado numa segunda fase. Na primeira, existiu uma forte contribuição da manutenção das margens de lucro das empresas, sendo que foram responsáveis por “dois terços da inflação doméstica em 2022, ao passo que, nos 20 anos anteriores, o seu contributo médio foi cerca de um terço.”

No entanto, a líder do BCE revela que esta situação está agora a dissipar-se e que a próxima fase do controlo dos preços foca-se nos salários, cujo impacto na inflação é maior devido à baixa produtividade. Assim, os elementos da orientação política “serão fundamentais” para colocar os juros num nível restritivo pelo tempo necessário. “Ambos os elementos são afetados pela incerteza sobre a persistência da inflação e sobre a força da transmissão da política monetária à inflação”, reitera.

No Fórum do BCE houve também espaço para discussões sobre a origem da inflação e o papel das expectativas da inflação na evolução dos preços, ou seja, como é que a opinião dos agentes económicos relativamente à situação futura impacta o resultado final, bem como a política monetária deve atuar nesse contexto.

Este tema foi debatido tendo como base um trabalho académico da autoria de Silvana Tenreyro, que aborda como deverá a política monetária atuar perante um choque da oferta. “A resposta ótima da política monetária a um único choque de oferta depende da natureza e da duração do choque, da intensidade dos efeitos de segunda ordem e do impacto do choque nos rendimentos reais, bem como de considerações de eficiência”, refere Tenreyro.

Já outro artigo de Francesco Lippio focou-se no paradigma do “novo-keynesiano”, que parte do princípio de que os preços das empresas são algo rígidos e que não reagem a choques fundamentais, pelo menos temporariamente. Metade da subida adicional nas distorções, e custos no bem-estar, deve-se à atividade de gestão de preço, indica. As empresas gastam mais tempo a planear e reagir às mudanças nos custos, que depois são transmitidas para os consumidores.

Além disso, como salientou Sharon Kozicki, vice-governadora do Banco do Canadá, existem também custos para as famílias. “As empresas dedicam tempo à gestão de preços e as famílias também têm de gastar tempo a orçamentar os rendimentos e a fazer pesquisa de preços”, nota, apontando que em alturas de inflação alta aumenta a utilização de técnicas como cupões, o que requer tempo para planear, ou a compra de marcas brancas.

Afinar as previsões para acertar mais vezes

No último dia do Fórum, o foco passou para as políticas monetárias e orçamentais no contexto da inflação elevada, bem como nas lições que se podem retirar nas previsões macroeconómicas. No primeiro tema, são de destacar as conclusões retiradas por Pierre-Olivier Gourinchas, conselheiro económico e diretor do departamento de pesquisa do Fundo Monetário Internacional, no seu paper, que aponta para que as medidas orçamentais “não convencionais” terão ajudado a inflação a desacelerar na Zona Euro, em cerca de um a dois pontos percentuais no ano passado.

Os cálculos mostram que a inflação seria mais elevada no ano passado sem essas medidas, mas que no futuro seria mais baixa. Ainda assim, as medidas permitem que a inflação, no futuro, se situe na meta de 2%, em vez de ficar abaixo. “As medidas estão a realocar a inflação ao longo do tempo“, salientou Gourinchas.

Já quanto às projeções, responsáveis de várias instituições internacionais defenderam a necessidade de inovar nos dados para tentar melhorar previsões económicas, nomeadamente ao incorporar machine learning e inteligência artificial, bem como a chamada “big data”, numa altura de elevada incerteza.

Num painel moderado por Philip R. Lane, membro do conselho executivo do BCE, especialistas de instituições como a OCDE, FMI e a Fed admitiram que foram cometidos erros nas projeções na altura da pandemia e também da guerra na Ucrânia, nomeadamente no que diz respeito à evolução da inflação. Neste contexto, Clare Lombardelli, economista-chefe da OCDE, defende que apresentar vários “cenários e ter dados inovadores pode ajudar a abordar a incerteza”.

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Ibersol arranca com programa de compra de ações próprias para reduzir capital

  • ECO
  • 29 Junho 2023

Empresa que gere lojas da KFC e Pizza Hut em Portugal, Espanha e Angola tem até 32,696 milhões de euros para comprar até 10,29% das próprias ações. Prazo máximo da operação é 31 de maio de 2024.

O grupo Ibersol arrancou com um programa de compra de ações próprias. A empresa sediada no Porto, que explora as lojas da KFC e Pizza Hut em Portugal, Espanha e Angola, pretende adquirir até 4.359.577 ações, o equivalente, a 10,29% dos papéis negociados na Bolsa de Lisboa, segundo informação divulgada junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Ibersol está disponível para investir, no máximo, 32.696.827,50 euros. O programa irá terminar dia 31 de maio de 2024 — ou antes disso caso seja comprado o número máximo de ações ou que o orçamento esgote. Nas atuais condições, o preço médio por ação é de 7,50 euros.

Considerando que os títulos da Ibersol fecharam inalterados nos 6,62 euros na sessão desta quinta-feira, a empresa está a proporcionar uma mais-valia de 13,29% aos seus acionistas.

Caso a operação seja bem-sucedida, a empresa irá pedir em assembleia geral para que haja uma redução do capital social por extinção das ações compradas durante este período.

Foi isso que os acionistas fizeram a 26 de maio, quando aprovaram a redução de capital por extinção de 3.640.423 ações próprias, que correspondiam a 7,914% do capital da empresa. O capital social da Ibersol recuou de 46 milhões de euros para cerca de 42,36 milhões de euros.

Através da compra de ações próprias, a empresa procura diminuir a liquidez dos títulos e aumentar o lucro por ação.

A Ibersol também comunicou a suspensão, durante a operação de recompra de ações, do contrato de liquidez mantido com a Caixa BI – Banco de Investimento e que está em vigor desde 1 de outubro de 2006.

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Funcionários públicos de Lisboa devem ter tolerância de ponto a 3 e 4 de agosto

  • ECO
  • 29 Junho 2023

Governo ouviu sindicatos sobre eventual tolerância de ponto aos funcionários públicos que trabalham em Lisboa, a 3 e 4 de agosto, por causa da Jornada Mundial da Juventude. Decisão anunciada em breve.

A propósito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Governo está a ponderar conceder tolerância de ponto nos dias 3 e 4 de agosto aos funcionários públicos que trabalham em Lisboa, segundo avança o Público.

A proposta foi apresentada durante a reunião com os sindicatos da Função Pública realizada na quarta-feira, tendo em vista reduzir as deslocações durante a semana da JMJ, período em que são esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas na capital e maiores dificuldades no acesso ao local de trabalho.

Ao ECO, fonte oficial do Ministério da Presidência confirma que “o Governo ouviu os sindicatos e está a avaliar” essa possibilidade, sendo que a decisão “será anunciada em tempo oportuno”. Certo é que a Câmara Municipal de Lisboa vai conceder tolerância de ponto a 4 de agosto e recomenda o teletrabalho de 31 de julho a 3 de agosto, caso as funções o permitam.

Como o ECO noticiou, há também várias empresas privadas a apostarem no trabalho remoto durante os dias do mega evento religioso em Portugal, que vai contar com a presença do Papa Francisco.

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Dez anos de Fundo de Resolução: sobram metade dos bancos para “buraco” de 7 mil milhões

Dos 84 bancos que contribuíam para o fundo há dez anos já só sobram 42, que têm buraco de quase sete mil milhões para tapar nas próximas décadas.

O Fundo de Resolução melhorou as suas contas em 2022, depois de não ter feito qualquer pagamento ao Novobanco — uma novidade desde que foi vendido aos americanos da Lone Star em 2017. Ainda assim, tem um buraco na ordem dos sete mil milhões de euros por tapar, sendo que a fatura está a ser paga por cada vez menos bancos. Dos 84 bancos que contribuíam para o fundo há dez anos, já só sobram 42.

A redução do número de instituições participantes do fundo — saíram o banco Madesant (por liquidação) e a Dif Broker (após integração no banco Big) da lista — não impediu, porém, que o fundo responsável pelas resoluções do BES (2014) e Banif (2015) tivesse registado contribuições recorde no ano passado: mais de 288 milhões de euros, dos quais 83,2 milhões dizem respeito a contribuições periódicas e 180,2 milhões relativos à contribuição sobre o setor bancário.

Fundo perdeu metade dos participantes

Fonte: Fundo de Resolução

Ao todo, desde a sua criação em 2012, o Fundo de Resolução já recebeu mais de dois mil milhões de euros em contribuições dos bancos. Estas contribuições tão cedo não vão deixar de pesar nas contas dos bancos, pois há uma enorme dívida ao Estado e aos próprios bancos para serem saldadas até 2062 (era a última previsão).

Os recursos próprios do fundo acabaram por aumentar apenas 232,8 milhões de euros no ano passado, isto porque teve de registar uma perda de 55,2 milhões por causa da diluição da sua participação no Novobanco, na sequência da conversão dos ativos por impostos diferidos (DTA) em ações a favor do Estado – sendo expectável que venha a perder mais, pois só deverá ficar com 9% das ações do banco no final deste processo.

Bancos já contribuíram com mais de dois mil milhões

Fonte: Fundo de Resolução

A entidade liderada por Máximo dos Santos acrescenta que os encargos com juros e comissões baixaram de forma significativa, para apenas 150 mil euros, menos 135 milhões do que no ano anterior, devido à refixação das taxas de juro aplicáveis aos empréstimos do Fundo de Resolução, prevista contratualmente a cada cinco anos, da qual resultou a “aplicação de uma taxa nula”, segundo indica no relatório e contas de 2022.

Contas feitas, o fundo que está na esfera do Banco de Portugal conseguiu reduzir o seu “buraco” pelo segundo ano seguido, mas continua com défice de recursos próprios muito elevado: -6,975 mil milhões de euros.

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Ex-BES Angola rende 66 milhões e pode dar mais

O passivo do Fundo de Resolução atingiu os 7,5 mil milhões de euros no final do ano passado e corresponde sobretudo a empréstimos do Estado (6,38 mil milhões) e dos bancos (1,13 mil milhões) que serviram para financiar as resoluções do BES (Novobanco incluído) e do Banif ao longo da última década.

Do lado do ativo, avaliado de 641,8 milhões de euros, além da participação de 19,31% no Novobanco, que se encontra avaliada em 257,5 milhões, conta ainda com 359,9 milhões de euros de liquidez e ainda com aquilo que a Oitante gerar no âmbito da gestão dos ativos que ficou a gerir após a venda do Banif ao Santander há oito anos.

O Fundo de Resolução dá conta ainda de outra receita extra: 66 milhões de euros relativos a um acordo que assinou com o Novobanco (na altura liderado por António Ramalho) no âmbito do processo relacionado com a recuperação de um empréstimo concedido BES ao antigo BES Angola, atualmente designado Banco Económico.

“Serão utilizados para a liquidação de eventuais valores a pagar ao Novobanco pelo Fundo de Resolução”, explica o fundo. As duas partes ainda hoje disputam no tribunal arbitral mais de 400 milhões de euros em pedidos que o banco fez ao abrigo do mecanismo de capital contingente e que o fundo recusou pagar.

“Não havendo outros valores a pagar pelo Fundo de Resolução que possam ser utilizados para compensação, o Fundo de Resolução receberá os valores em causa no termo do Acordo de Capitalização Contingente”, sublinha o fundo.

O montante a receber do ex-BESA poderá ser mais elevado, podendo atingir os 100 milhões de euros, como avançou o ECO no início do ano.

Novobanco já pediu mais de 4,1 mil milhões, mas acordo só dá 3,89 mil milhões

O Novobanco tem sido um dos principais sorvedouros de recursos do Fundo de Resolução. Até ao momento, o fundo já injetou 3,4 mil milhões ao abrigo do mecanismo de capital contingente que protege o banco de perdas com um conjunto de ativos tóxicos até 3,89 mil milhões.

Mas o banco já pediu muito mais do que aquilo a que tem direito: 4,116 mil milhões de euros, adianta o Fundo de Resolução, em jeito de defesa da sua intervenção na instituição financeira nos últimos anos.

Isto porque há várias disputas em tribunal referentes a pedidos de capital feitos pelo Novobanco, que o fundo recusou pagar por entender que não estão abrangidos pelo contrato, incluindo os polémicos bónus atribuídos à administração, as perdas com a venda do banco em Espanha e outras perdas relacionadas com a aplicação das regras contabilísticas.

O fundo de resolução nacional considera que a sua intervenção ajudou a travar os pedidos feitos pelo Novobanco.

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Estado só tem mais 1,8 mil milhões de euros disponíveis para emitir dívida através de Certificados de Aforro

O montante disponível em Certificados de Aforro está perto de se esgotar. O montante disponível é inferior ao volume de subscrições médias mensais realizadas este ano.

Falta pouco menos de dois mil milhões de euros para se esgotar o saldo disponível em Certificados de Aforro. De acordo com Programa de Financiamento da República Portuguesa de 2023 para o terceiro trimestre, publicado esta quinta-feira, as Finanças têm disponíveis apenas 1,8 mil milhões de euros para subscrições líquidas de Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro.

Atendendo à corrida aos Certificados de Aforro desde o início do ano, que conta com subscrições líquidas médias anuais acima dos 2,5 mil milhões de euros entre janeiro e maio, este valor não será muito complicado de atingir nos próximos tempos — se é que já não foi em junho.

Segundo o documento publicado esta quinta-feira pelo IGCP, até ao final de maio, as subscrições líquidas de Certificados de Aforro e do Tesouro acumulavam 10,2 mil milhões de euros.

Recorde-se que a 11 de maio, o ministro das Finanças assinou um despacho em que aumentava o limite de endividamento através destes títulos de dívida para o retalho em 137%, de sete mil milhões de euros para 16,6 mil milhões de euros.

O programa de financiamento da República para o terceiro trimestre revela ainda que o Governo reviu em baixa as necessidades de financiamento do Estado para este ano. O IGCP refere que o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado situa-se agora em 10,6 mil milhões de euros, menos 14,5% face aos 12,4 mil milhões de euros que apresentava no início do ano.

O IGCP estima que as emissões de Obrigações do Tesouro atinjam 14,2 mil milhões de euros em 2023, menos 6,6% comparativamente à estimativa apresentada na atualização do programa de financiamento para o segundo trimestre; e que as emissões líquidas de Bilhetes do Tesouro passem de 4,3 mil milhões de euros para um valor negativo de 200 milhões de euros.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) nota ainda que, até ao final de fevereiro, já tinham sido emitidos 6,9 mil milhões de euros de obrigações do Tesouro, “o que representa mais de 45% do atual objetivo de emissão anual deste instrumento”, lê-se no comunicado.

O IGCP também calendarizou quatro leilões de Bilhetes do Tesouro para o terceiro trimestre, que deverão realizar-se a 19 de julho e 20 de setembro, ambos sobre as mesmas linhas: 6 meses, pela linha BT19JAN2024, e 12 meses, pela linha BT19JUL2024.

O leilão de 19 de julho tem um montante indicativo de 1.000 a 1.250 milhões de euros, e o leilão de 20 de setembro apresenta um montante indicativo de 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros.

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