EDP assina contrato de 15 anos com Google para vender energia solar nos Países Baixos

Este é o primeiro contrato de aquisição de energia de longo prazo nos Países Baixos assegurado pela EDP, adianta a elétrica portuguesa.

A EDP, através da EDP Renováveis, vai vender à Google “parte da energia renovável produzida por um portfólio de quatro projetos solares fotovoltaicos nos Países Baixos”, num contrato de aquisição de energia de 15 anos, segundo adianta a elétrica portuguesa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Dois dos projetos, já em construção, estão localizados no município de Berkelland e um no município de Lochem, todos na província de Guéldria. O quarto está situado em Smallingerland, na província de Frísia. Os projetos solares em causa “estão previstos iniciar operações em 2023 e 2024”, sendo de salientar que este acordo, “assegurado através da Kronos Solar EDP, marca o primeiro Power Purchase Agreement assegurado pela EDP nos Países Baixos”.

A elétrica liderada por Miguel Stilwell d’Andrade destaca que os Países Baixos “têm objetivos ambiciosos em termos de energias renováveis, com o objetivo de reduzir 55% das emissões de CO2 até 2030 (vs. os 25% definidos em 2020) através da expansão da capacidade eólica onshore“. A EDP vai então fazer parte desta estratégia.

A empresa destaca ainda que “o sucesso da EDP em assegurar novos PPAs reforça o seu perfil de baixo risco e estratégia de crescimento baseado no desenvolvimento de projetos competitivos e com visibilidade de longo prazo, promovendo a aceleração da transição energética e a descarbonização da economia”.

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Carros chineses são 10% a 14% mais baratos do que os rivais em Portugal

  • ECO
  • 14 Junho 2023

Apesar de o preço de venda ao público ser mais barato do que a concorrência, os resultados das vendas de carros elétricos chineses em Portugal ainda são fracos.

Os dez modelos de carros elétricos chineses à venda em Portugal são mais baratos do que a concorrência, sendo que a média das diferenças de preço ronda os 10% e os 14%, avança o Público (acesso condicionado).

São três as marcas já presentes no mercado nacional: Aiways, BYD e MG, mas estas venderam apenas 352 unidades de elétricos este ano. Este volume é ainda muito baixo em Portugal, representando apenas 2,6% dos 13.783 carros elétricos matriculados em 2023 até ao momento. Apesar do preço de venda ao público ser mais barato do que a concorrência, os resultados das vendas de carros elétricos chineses em Portugal ainda são fracos.

“Fomos levados em erro ao acharmos que as marcas chinesas viriam com preços baixos, mas perceberam que produzir mau e barato não resulta na Europa”, sublinha Ricardo Lopes, diretor da Renault Portugal em declarações ao Público. Mas a China consegue, de facto, produzir modelos elétricos com custos mais baixos do que a concorrência europeia ou americana. Por isso, Carlos Tavares, o líder da Stellantis, reconhece que “o risco é perfeitamente real” e admite que os fabricantes europeus terão de “reduzir custos”.

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Comissão Europeia vai apoiar Estados-membros em situação de seca com 330 milhões de euros

  • Lusa
  • 14 Junho 2023

A Comissão Europeia vai ativar 330 milhões de euros da "reserva de crise agrícola" da União Europeia para todos os Estados-membros, muitos afetados pela seca.

A Comissão Europeia vai ativar 330 milhões de euros da “reserva de crise agrícola” da União Europeia (UE) para todos os Estados-membros, muitos afetados pela seca, anunciou na terça-feira, em Estocolmo, o comissário da Agricultura, Janusz Wojciechowski.

Depois de ter apoiado os países que fazem fronteira com a Ucrânia, Bruxelas “está a preparar a decisão de ativar o remanescente da reserva de crise, ou seja, 330 milhões de euros, para os outros 22 Estados-membros afetados pelos fenómenos climáticos e, de uma forma mais geral, que sofrem as consequências da guerra na Ucrânia”, indicou.

O responsável falava no final de uma reunião dos ministros europeus da Agricultura em Estocolmo, na Suécia, sobre uma reserva com uma dotação anual de 450 milhões de euros, que será aumentada para um total de 530 milhões de euros, “em particular para apoiar os agricultores atingidos pela seca ou pelas inundações em Itália”, além dos efeitos do conflito na Ucrânia, sublinhou o responsável polaco, sem adiantar mais pormenores.

A distribuição desta ajuda seguirá a distribuição dos pagamentos diretos no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), acrescentou, esperando que o plano esteja finalizado “na próxima semana”.

Esta reserva de crise já foi ativada três vezes este ano por Bruxelas: além dos fundos atribuídos às explorações agrícolas italianas e polacas atingidas pela gripe aviária, foram concedidos dois envelopes aos países da Europa Oriental desestabilizados pelo afluxo de cereais ucranianos devido à guerra, que estão a saturar os seus silos e a fazer baixar os preços locais.

Depois de ter atribuído 56 milhões de euros no final de março, a Comissão propôs, em meados de abril, a distribuição de mais 100 milhões de euros a cinco países: Polónia, Hungria, Bulgária, Roménia e Eslováquia.

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Reformas de professores em máximos de uma década

  • ECO
  • 14 Junho 2023

Em julho, vão reformar-se mais 291 docentes e educadores de infância. Total de aposentações em 2023 pode superar as três mil e atingir máximos de 2013.

Em julho, vão reformar-se mais 291 docentes e educadores de infância, o segundo valor mensal mais elevado registado em 2023, apenas atrás das 292 saídas de abril, de acordo com os mais recentes dados revelados da Caixa Geral de Aposentações, citados pelo Correio da Manhã (acesso pago). Números do ano podem atingir máximos de uma década.

Já se aposentaram 1.836 docentes desde janeiro, sendo que o total de aposentações poderá superar as três mil este ano se se mantiverem estes valores elevados, como está previsto pelo próprio Governo. Desta forma, poderá ser atingido o máximo de aposentações numa década, após as 4.600 verificadas em 2013.

No ano passado, já se tinha verificado um máximo desde 2013, ao serem registadas 2.401 reformas. Agora, o número poderá ser ainda mais elevado, numa altura em que há muita contestação na classe dos professores, com as greves a multiplicarem-se nos últimos meses. As saídas não estão a ser compensadas pelas entradas, sendo que em 2021, concluíram os cursos de Educação 1.531 estudantes.

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Mariana Mortágua quer descolar Bloco de Esquerda do PS

  • ECO
  • 14 Junho 2023

A deputada do Bloco de Esquerda quer "desbravar" caminho à esquerda e afirma que o papel do BE não é de auxiliar. Mortágua garante que o partido está a crescer.

A nova líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, querer “descolar” o Bloco de Esquerda do PS e “desbravar” caminho à esquerda. Em entrevista ao Jornal de Notícias (acesso pago), a deputada garante que o partido está a crescer, porque as pessoas começam a entender que a maioria absoluta não responde aos problemas do país.

“Há uma coisa que sei: o papel do BE não é de auxiliar. Não existimos para auxiliar o PS a executar o seu programa. O papel do BE existe enquanto puder usar a relação de forças para impor medidas do seu programa ou para travar medidas com as quais não concorda”, disse.

Sobre a responsabilidade atribuída ao PS pelo crescimento da extrema-direita, Mortágua assume que o problema do PS é que discurso não corresponde à sua prática. “Não digo que alimente a extrema-direita, mas alimenta o ressentimento que faz crescer a extrema-direita”, admite.

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Portugueses são dos que mais temem não conseguir pagar a casa

  • ECO
  • 14 Junho 2023

Quase 10% das famílias portuguesas receiam não conseguir pagar a casa onde vivem num intervalo de tempo de três meses, de acordo com um inquérito da Eurofound.

Segundo um inquérito da Eurofound (Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho), perto de 10% das famílias portuguesas receiam não conseguir pagar a casa onde vivem num espaço de três meses, avança o Jornal de Negócios (acesso pago). Este é dos piores resultados entre os países da União Europeia.

É de notar também que 59% das famílias portuguesas que responderam a este inquérito — cuja informação foi recolhida entre abril e setembro do ano passado — dizem que será “muito improvável” terem de sair da casa onde vivem por dificuldades no pagamento da renda ou do crédito à habitação — o quarto valor mais baixo.

No que diz respeito às despesas correntes da casa (água, gás, impostos e taxas, etc), cerca de um quinto dos portugueses acredita que pode vir a ter dificuldades nos três meses seguintes. Mesmo assim, mais de metade (55%) sinaliza que existe baixa probabilidade em ter problemas para acomodar estes gastos.

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Hoje nas notícias: habitação, professores e elétricos

  • ECO
  • 14 Junho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Nesta quarta-feira após o feriado, os jornais dão conta de notícias sobre os problemas na habitação, indicando que quase 10% das famílias portuguesas temem não conseguir pagar a casa. Já na educação, 291 docentes vão-se reformar este mês. Há também dados relativamente aos carros elétricos chineses já no mercado em Portugal, mais baratos que os rivais. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade nacional.

Portugueses são dos que mais temem não conseguir pagar a casa

Segundo um inquérito da Eurofound (Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho), perto de 10% das famílias portuguesas receiam não conseguir pagar a casa onde vivem num intervalo de tempo de três meses. Este é dos piores resultados entre os países da União Europeia, sendo de notar também que 59% das famílias portuguesas dizem que será “muito improvável” terem de sair da casa onde vivem por dificuldades no pagamento da renda ou do crédito à habitação — o quarto valor mais baixo.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Reformas de professores em máximos de uma década

Em julho, vão reformar-se mais 291 docentes e educadores de infância, o segundo valor mensal mais elevado registado em 2023, apenas atrás das 292 saídas de abril, de acordo com os mais recentes dados revelados da Caixa Geral de Aposentações. Já se aposentaram 1.836 docentes desde janeiro, sendo que o total de aposentações poderá superar as três mil este ano se se mantiverem estes valores elevados, como está previsto pelo próprio Governo.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Carros chineses são 10% a 14% mais baratos do que os rivais em Portugal

Os dez modelos de carros elétricos chineses à venda em Portugal são mais baratos do que a concorrência, sendo que a média das diferenças de preço ronda os 10% e os 14%. No entanto, os resultados das marcas deste país ainda são fracos. São três as marcas já presentes no mercado nacional: Aiways, BYD e MG, mas estas venderam apenas 352 unidades de elétricos este ano.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Mariana Mortágua: “O PS alimenta o ressentimento que faz crescer a extrema-direita”

A nova líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, diz querer “descolar” o Bloco de Esquerda do PS, “desbravar” caminho à esquerda e “manter a trajetória de crescimento” do partido. Em entrevista ao Jornal de Notícia, a deputada sublinhou que o PS “alimenta o ressentimento que faz crescer a extrema-direita” e acusa a direita de não ter um projeto para o país.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Assédio sexual: o crime que juízes desvalorizam e que as juízas dizem sofrer

O Parlamento voltou a recusar a criação do crime de assédio sexual. Esta tomada de posição ignora as recomendações do Conselho da Europa. Os juízes são os principais opositores desta alteração legislativa, apesar de existir um número elevado de vítimas de assédio por parte das juízas.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 14 de junho

  • ECO
  • 14 Junho 2023

Ao longo desta quarta-feira, 14 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Dona da 100 Montaditos quer mais mulheres a abrir restaurantes e avança com pacote de apoio

Este ano a Restalia conta abrir o seu primeiro escritório em Portugal, ampliar em 50% a sua equipa durante o próximo ano, com colaboradores portugueses. Até 2025 quer gerar 1.600 postos de trabalho.

A dona da cadeia de restauração 100 Montaditos quer aumentar o número de mulheres detentoras de restaurantes da marcas detidas pela Restalia em Portugal e, para isso, até ao final do ano vai oferecer “um pacote de condições especiais” às mulheres que decidam criar um negócio. Este ano a empresa conta abrir o seu primeiro escritório no país, ampliar em 50% a sua equipa durante o próximo ano, com colaboradores portugueses. Até 2025 quer gerar 1.600 postos de trabalho.

Apenas 20% das 50 lojas em Portugal da Restalia são detidas por mulheres, número que o grupo quer aumentar, num momento em que planeia a expansão da rede de restauração do grupo de franchising no mercado nacional. Em três anos planeia ter 100 lojas abertas.

“A igualdade de género é uma questão fulcral nos dias de hoje e mais do que uma iniciativa que fica bem às empresas é, para nós, um parâmetro a cumprir”, começa por referir Jennifer Lopez Alvarez, diretora de comunicação da Restalia, ao ECO Trabalho. Hoje 55% do comité de direção da Restalia e 44% da equipa total é composta por mulheres.

“É isso que queremos concretizar com esta medida, que será aplicada tanto em Espanha como em Portugal. Desenvolvemos assim um plano de incentivos para promover o empreendedorismo feminino, com o objetivo de aumentar o número de mulheres franchisadas na nossa rede de estabelecimentos”, continua a responsável de comunicação.

O mundo do franchising e do empreendedorismo ainda é bastante dominado pelo masculino e sabemos que, em Portugal, 20% das nossas lojas são geridas por mulheres. No entanto, achamos que este valor continua baixo e por essa razão queremos encorajar o sexo feminino a liderar o seu próprio negócio.

Jennifer Lopez Alvarez

Diretora de comunicação da Restalia

Assim, até ao final de 2023, a Restalia vai oferecer “um pacote de condições especiais às mulheres que decidam criar um negócio com qualquer uma das nossas cinco marcas, que inclui um desconto de cinco mil euros na taxa de entrada, um bónus de um ponto percentual do royalty durante o primeiro ano e uma campanha de marketing de lançamento para a abertura e instalações“, adianta Jennifer Lopez Alvarez.

“Estamos conscientes de que o mundo do franchising e do empreendedorismo ainda é bastante dominado pelo masculino e sabemos que, em Portugal, 20% das nossas lojas são geridas por mulheres. No entanto, achamos que este valor continua baixo e por essa razão queremos encorajar o sexo feminino a liderar o seu próprio negócio, como trabalhadoras independentes ou investidoras diretas”, justifica a responsável de comunicação.

Das cinco dezenas de lojas no país, 20% são geridas por mulheres, ainda assim, um número superior a Espanha, onde apenas 16% dos restaurantes têm gestão feminina. Números que o grupo quer aumentar, mas não adianta metas específicas.

“Não nos propusemos a prazos nem a um objetivo específico, porque acima de tudo a nossa ambição é ajudar e proporcionar às mulheres a oportunidade de gerir os seus próprios negócios, emancipando-as e empoderando-as a longo prazo. Desta forma, não temos um número delineado, mas quantas mais melhor”, diz apenas Jennifer Lopez Alvarez.

Quanto a novas medidas para reforçar esta aposta, “por enquanto, esta é uma iniciativa que estará disponível ao longo do ano, mas não excluímos a possibilidade de a prolongar ou de realizar outro tipo de iniciativas que continuem a promover a igualdade”.

Duplicar restaurantes em três anos

Presente em 12 países, com cerca de 700 lojas, em Portugal o grupo tem 50 restaurantes, dos quais três — o 100 Montaditos do Cais do Sodré, o 100 Montaditos do Parque das Nações e a hamburgueria TGB – The Good Burger no Porto — estão no “top 10 de franquias com a maior faturação do grupo a nível mundial”.

No primeiro trimestre do ano, o grupo de franchising abriu mais quatro lojas, tendo sido criados mais de 70 postos de trabalho. Mas há planos de expansão. Para este ano, está prevista a abertura da “quinta e última marca da Restalia, a La Sureña Jarras y Tapas, bem como ambicionamos chegar às 100 lojas abertas nos próximos três anos”, adianta Jennifer Lopez Alvarez.

100 Montaditos (gastronomia mediterrânea e familiar), TGB – The Good Burger (hamburgueria), Pepe Taco (mexicana), a Panther Organic Coffee (cafetaria) e da La Sureña Jarras y Tapas (cervejaria mediterrânea) são as cinco marcas detidas pela Restalia. Com a abertura prevista este ano de um espaço La Sureña, Portugal será “o primeiro país no mundo, depois de Espanha, com todas as cinco marcas da Restalia no mercado.

Jennifer Lopez Alvarez, diretora de comunicação Restalia

Em média, a abertura de um espaço da rede ronda um investimento na ordem dos 200 mil euros. Desde 2020, que a rede tem um modelo de franchising, o Neurorestauração, “com uma maior flexibilidade e melhores opções para os empreendedores e investidores que permite abrir restaurantes franchisados em apenas três semanas, com obras inferiores a 200.000 euros e um modelo de financiamento baseado em renting”, explica a responsável de comunicação.

“Esta proposta nasceu para responder às novas exigências dos consumidores, empreendedores e investidores, constituindo uma nova forma de entender internamente a própria companhia, com processos e modelos de negócio mais flexíveis, ágeis e dinâmicos”, continua. O grupo, diz a responsável de comunicação, dá ainda a “oportunidade de abrir várias franquias ao mesmo tempo”, através do modelo bi-conceito. O mesmo cria “sinergias de custos e rentabiliza o espaço e a oferta. O modelo proporciona o potencial de duas marcas, com o investimento de apenas uma marca e meia”.

“Os franchisados que optarem por esta via podem escolher duas das cinco marcas e combiná-las, podendo selecionar o melhor de cada ementa quando houver pratos semelhantes”, refere. Foi o caso da loja portuguesa, a Panther Organic Coffee + TGB – The Good Burger no Atrium Saldanha, em Lisboa.

Abertura de escritório em Portugal

Os planos da empresa passam igualmente pela abertura de um escritório em Portugal. Mas não só. “Em 2023 a empresa está a planear abrir o seu primeiro escritório em território português e conta ampliar em 50% a sua equipa durante o próximo ano, com colaboradores portugueses, assim como gerar 1.600 postos de trabalho até 2025”, adianta a diretora de comunicação.

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Miguel Alves vai a julgamento por prevaricação já esta quinta-feira

Miguel Alves, antigo presidente de Caminha, e a empresária Manuela Couto vão a julgamento esta quinta. Estão acusados, em coautoria, do crime de prevaricação de titular de cargo político.

Após ser adiado por duas vezes, sendo uma delas devido à greve dos funcionários judiciais, o julgamento do antigo presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, e da empresária Manuela Couto vai finalmente acontecer já está semana em Viana do Castelo. A primeira sessão está agendada para esta quinta-feira, dia 15 de junho, às 09h15. Está ainda prevista uma segunda sessão para dia 16, com início às 09h15 e, em caso de necessidade, com continuação na tarde daquele dia.

Em causa está a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, uma obra que ainda não começou depois do contrato-promessa entre o promotor e a autarquia ter sido assinado em 2020. Os dois arguidos estão acusados, em coautoria, do crime de prevaricação de titular de cargo político.

Recorda-se deste caso? O ECO/Advocatus faz-lhe uma resumo do mais importante.

No palco dos media

Foi a 26 de outubro de 2022 que este caso chegou aos “holofotes dos media”, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o Ministério Público (MP) estava a investigar o contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais, aprovado em 2020 pela Câmara de Caminha, para a construção do Centro de Exposições Transfronteiriço (CET).

Isto depois de o Público ter avançado um alegado “adiantamento duvidoso” de 300 mil euros para aquele projeto, feito pelo agora secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, quando liderava a Câmara de Caminha, no distrito de Viana do Castelo.

Miguel da Silva Alves, ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministroANTÓNIO COTRIM/LUSA

Mas que contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais foi esse? O que se sabe é que foi aprovado em 2020, pela maioria socialista na Câmara de Caminha, que era na altura liderada por Miguel Alves, e, por maioria, na Assembleia Municipal, com vista à construção do CET. Este contrato foi estabelecido com a empresa Green Endogenous, empresário Ricardo Moutinho.

Em abril de 2021, o município adiantou ao promotor uma verba de 369 mil euros para a concretização da obra, que nunca avançou. Daquele montante, 300 mil euros serviriam como adiantamento das rendas relativas ao 25.º ano do arrendamento e os 69 mil euros ao pagamento do IVA.

Apesar da aprovação deste contrato pela maioria socialista, os três vereadores do PSD que integravam a Câmara de Caminha rejeitaram aquele contrato por “não defender os interesses” do concelho e “visar a fuga ao visto do Tribunal de Contas”.

Em outubro de 2022, Rui Lages, atual presidente da Câmara de Caminha, reagiu a esta polémica e rejeitou qualquer “dúvida ou ilegalidade” nesse contrato-promessa.

E como reagiu o principal visado Miguel Alves? O até então secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro António Costa optou pelo silêncio. Mas dias depois veio a público dizer que “esteve a dirigir as primeiras explicações da PGR” e que apresentou a total disponibilidade para prestar esclarecimentos. Em entrevista aos meios de comunicação, mostrou-se seguro da legalidade do processo.

Miguel Alves é acusado e demite-se

A 10 de novembro de 2022 é conhecido o despacho: Miguel Alves é acusado de prevaricação pelo Ministério Público. O MP afirma que o antigo presidente da Câmara de Caminha violou normas de contratação pública, quando acordou com a empresária Manuela Couto a prestação de serviços de assessoria de comunicação para o município.

Miguel Alves e Manuela Couto foram assim acusados, em coautoria, na forma consumada, de um crime de prevaricação, punido até cinco anos de prisão. A investigação que levou o MP a acusar ambos teve origem “em denúncia anónima”.

Nenhum dos arguidos requereu a abertura de instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento, por isso o processo seguiu diretamente para julgamento no Tribunal Judicial da Comarca de Viana do Castelo.

Miguel da Silva Alves, ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministroANTÓNIO COTRIM/LUSA

E o que é o crime de prevaricação? O nosso Código Penal define o que é este crime. É um tipo de crime contra a administração pública/Estado, cometido por funcionário público. Na prevaricação, o agente, no exercício da sua profissão, deixa de praticar atos necessários, ou até os pratica, mas de forma mais demora. Ou ainda, comete atos contrários ao que é disposto no ordenamento jurídico, ou seja, age de forma ilegal. Pode ser punido com pena de dois anos de prisão, mas se o facto for praticado com intenção de prejudicar ou beneficiar alguém, o funcionário é punido com pena de prisão até 5 anos.

Na sequência da acusação e no mesmo dia, Miguel Alves demitiu-se, depois da acusação por prevaricação. Demissão essa que já foi aceite pelo primeiro-ministro António Costa.

“Face à acusação deduzida pelo MP, e mesmo não tendo conhecimento dos seus termos e pressupostos, entendo não estarem reunidas as condições que permitam a minha permanência no Governo de Portugal. Agradeço a confiança depositada em mim pelo primeiro-ministro, o trabalho que foi possível fazer com todos os membros do Governo ao longo das últimas semanas. Estou de consciência tranquila, absolutamente convicto da legalidade de todas as decisões que tomei ao serviço da população de Caminha e muito empenhado em defender a minha honra no local e tempo próprio da Justiça”, escreveu Miguel Alves, numa carta enviada a António Costa.

Costa aceitou a demissão de Miguel Alves. “O primeiro-ministro recebeu e aceitou o pedido de demissão do Dr. Miguel Alves das funções de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, tendo já proposto a sua exoneração ao senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa”, segundo comunicado do gabinete de António Costa.

O primeiro-ministro reagiu à demissão e disse que entendeu que “passando a haver uma situação de acusação, devia sair do Governo e exercer o seu direito de defesa”. António Costa lembrou que também já foi arguido – ainda que não acusado – e que sabia dos processos que envolviam Miguel Alves antes de o convidar para o Governo.

O que diz o despacho de acusação?

O despacho de acusação do Ministério Público afirma que o antigo presidente da Câmara de Caminha violou normas de contratação pública, quando acordou com a empresária Manuela Couto a prestação de serviços de assessoria de comunicação para o município.

A acusação refere que o processo teve origem numa denúncia anónima efetuada no Portal do Departamento Central de Investigação e Ação Penal em 3 de julho de 2019, a dar nota de que Miguel Alves, “celebrara vários contratos com a empresa MIT – Make It Happen, Branding Comunicacional, Lda, sociedade da empresária Manuela Couto”, em 2015 e em 2016.

Segundo a acusação, em 2014, Miguel Alves e Manuela Couto “mantiveram contactos com vista à prestação de serviços de comunicação, gestão de imagem e assessoria de comunicação à autarquia pelas sociedades MIT e Mediana”, detidas e controladas pela arguida.

O despacho refere que os arguidos, em reunião realizada em 4 de julho de 2014 na Câmara Municipal de Caminha, acordaram que uma das empresas “começaria, de imediato, a prestar serviços de assessoria de comunicação ao município”.

O MP diz que, pelo menos, durante o mês de julho de 2014 e a partir daquela data, a arguida Manuela Couto “determinou que funcionárias das suas empresas, nomeadamente da MT e da Mediana, prestassem serviços de assessoria de imprensa e promoção do município de Caminha, o que fez com conhecimento e acordo do arguido Miguel Alves”.

“Estes serviços de comunicação e assessoria foram efetivamente prestados pelas duas empresas MIT e Mediana (…), mas sem qualquer enquadramento formal, contratual ou contabilístico, nomeadamente, sem qualquer requisição externa, nota de despesa ou de encomenda ou documento equivalente, com vista à faturação dos serviços prestados pelas empresas à câmara, o que era do conhecimento do arguido Miguel Alves”, sustenta a acusação.

O MP explica que, “somente a 30 de março de 2015, por determinação do arguido Miguel Alves, e depois de já prestados” os serviços pela MIT e pela Mediana à autarquia, “sem qualquer procedimento de contratação ou suporte legal ou documental”, é que o então presidente deste município do distrito de Viana do Castelo “determinou e provocou o início de procedimento de contratação pública”.

O Portal Base apresenta dois contratos por ajuste direto no valor total de 71 mil euros (com IVA).

Para o MP, Miguel Alves, enquanto presidente da Câmara de Caminha, “agiu livre e lucidamente, em conjugação de esforços e fins com a arguida Manuela Couto, contratando os serviços de empresas” da arguida “sem qualquer procedimento de contratação pública”.

Miguel da Silva Alves, ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministroANTÓNIO COTRIM/LUSA

“Ainda em conjugação de esforços com Manuela Couto, o arguido provocou a necessidade de contratação de serviços de assessoria de comunicação para que fosse dado início a procedimento de contratação pública, bem sabendo que o mesmo teria de ter como resultado a adjudicação de tais serviços à IMT (ou a qualquer outra empresa gerida por Manuela Couto), por ter já incorrido na obrigação de pagamento de serviços já prestados”, frisa a acusação.

Para o MP, Miguel Alves violou as normas de contratação pública sobre a aquisição de serviços. “Que bem conheci e estava obrigado a respeitar, designadamente o procedimento de formação do contrato no que respeita à decisão de contratar e à sua fundamentação, à decisão de escolha do procedimento, ao convite à apresentação de proposta, à análise da proposta e do seu preço, à decisão de adjudicação , à redução do contrato a escrito, que no caso foram inexistentes”, sublinha o despacho de acusação.

Decisão desfavorável da Câmara de Caminha põe ponto final a centro de exposições

No início de dezembro do ano passado, a Câmara de Caminha assinou um despacho que ratificou a decisão desfavorável proposta pelos serviços de urbanismo ao Pedido de Informação Prévia (PIP), apresentado pelo empresário Ricardo Moutinho, para a construção de pavilhão multiusos.

O PIP foi apresentado em agosto pela empresa Green Endogenous, de Ricardo Moutinho, à autarquia de Caminha para a construção, nas freguesias de Argela e Vilar de Mouros, do CET e de um parque de ciência e tecnologia automóvel.

Rui Lages, presidente da Câmara de Caminha, explicou na altura que assinou o despacho após ter recebido a informação técnica dos serviços de urbanismo relativa ao PIP Vilar de Mouros e Argela, propondo que fosse “proferida decisão desfavorável ao PIP” para a construção do CET “sustentada no Regime Jurídico de Urbanização e Edificação (RJUE)”.

Em novembro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH Norte) e as Infraestruturas de Portugal (IP) emitiram pareceres desfavoráveis ao projeto. As entidades alegaram que a viabilidade está dependente da aprovação de um plano de pormenor, uma vez que a operação que abrange áreas classificadas como a Reserva Ecológica Nacional (REN).

Em novembro, a Câmara de Caminha aprovou, por unanimidade, por proposta do presidente Rui Lages, a resolução do contrato promessa de arrendamento para fins não habitacionais celebrado, em 2020.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que são conhecidos os dados mais recentes da inflação em Portugal, Hugo Mendes é ouvido na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Conheça estes e outros temas que vão marcar este dia.

Prosseguem esta quarta-feira as audições parlamentares relativas à TAP com Hugo Santos Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, a ser ouvido pelos deputados. As propostas para um possível inquérito à atuação do SIS vão estar igualmente em debate no Parlamento. O Instituto Nacional de Estatística divulga a taxa de inflação e a Fed a decisão sobre os juros nos Estados Unidos.

Audição de Hugo Mendes sobre TAP

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP chega à última semana de audições e é chegada a vez de Hugo Santos Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, ser ouvido pelos deputados, a partir das 14h. Até ao final da semana seguem-se Pedro Nuno Santos, que será ouvido a 15 de junho, e Fernando Medina, ministro das Finanças, no dia seguinte.

A inflação continua a abrandar?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta quarta-feira o Índice de Preços no Consumidor referentes a maio. A taxa de inflação homóloga abrandou pelo sexto mês consecutivo em abril e atingiu 5,7%, em linha com a estimativa rápida que já tinha sido avançada pelo gabinete de estatísticas.

Fed anuncia decisão sobre juros

Termina esta quarta-feira a reunião de dois dias do comité de política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed), que irá culminar com o anúncio da decisão sobre as taxas de juro. O índice de preços no consumidor nos EUA travou para 4% em maio, o menor aumento desde março de 2021, dando força à hipótese uma pausa na subida dos juros.

Parlamento debate inquérito à atuação do SIS

A Assembleia da República vai debater as propostas para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à atuação do SIS no caso que envolveu a recuperação do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas. As propostas apresentadas pelo Chega e pela Iniciativa Liberal vão ser debatidas em conjunto.

ANMP debate Lei das Finanças Locais

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) organiza esta quarta-feira um seminário para analisar a necessidade de criar uma nova lei das Finanças Locais e também a “problemática” dos fundos europeus (Portugal 2020, PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e Portugal 2030). O evento decorre durante todo o dia na Exponor, em Matosinhos.

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Sogrape vende 167 garrafas de vinho por minuto, com lucros de 24 milhões em 2022

Pressão nos custos e investimento limitam resultado do maior grupo português de vinhos, que produz também em Espanha, Argentina, Chile e Nova Zelândia. Arranque de 2023 “mais negativo que o previsto".

Apesar do crescimento homólogo de 12% do volume de negócios para um novo máximo histórico de 347 milhões de euros, o resultado líquido consolidado da Sogrape aumentou “apenas” 1% em 2022, para 24 milhões de euros. Em declarações ao ECO, o presidente do grupo de vinhos, Fernando da Cunha Guedes, justifica que “esta evolução reflete não só a pressão nos custos de produção e de estrutura, mas também o forte investimento nas marcas e em projetos de transformação que são a chave para continuar a elevar a Sogrape a outro patamar”.

Fernando da Cunha Guedes, presidente da Sogrape

Num ano em que investiu 27 milhões de euros, contratou 40 novos colaboradores – emprega cerca de 1.200, dos quais 700 em Portugal –, e acrescentou 15 novos vinhos ao portefólio, o grupo de Vila Nova de Gaia e que detém 1.600 hectares de vinho em Portugal (Douro, Vinhos Verdes, Dão, Lisboa e Alentejo), Espanha, Chile, Argentina e Nova Zelândia produziu 12 milhões de quilos de uvas, vinificou 28 milhões de litros e vendeu um total de 88 milhões de garrafas, o equivalente a mais de 167 garrafas por minuto. As exportações valem 80% da faturação, num total de 120 mercados espalhados pelo mundo.

“Mesmo tendo optado por suspender os embarques para a Rússia, que era o terceiro mercado de Mateus e o oitavo da Sogrape, compensámos essa perda com o crescimento noutros mercados. Destaco a excelente performance da Sogrape Distribuição em Portugal, que em 2022 fez o seu melhor ano de sempre. Importa ainda referir o desempenho em mercados externos relevantes, como EUA e Reino Unido, onde as nossas distribuidoras locais [Evaton e Liberty Wines, respetivamente] apresentaram recordes de vendas, bem como os resultados positivos nos mercados de Angola, Roménia e de travel retail”, resume o neto do fundador Fernando Van Zeller Guedes.

Vendas da Sogrape, por mercados

Após terminar o último exercício com uma “rentabilidade sólida” e um crescimento nas vendas “transversal a todo o portefólio de marcas e na maioria dos mercados” onde opera, o gestor já antevia que 2023 fosse “muito exigente, marcado pelas disrupções na cadeia de abastecimento, a instabilidade geopolítica, o cenário inflacionista e a consequente pressão no consumo”. Mas, para a Sogrape, o primeiro trimestre “revelou-se mais negativo do que o previsto, tendo-se registado uma contração generalizada no consumo nos vários mercados”. Ainda assim, o empresário diz ao ECO que o grupo está “confiante e empenhado em recuperar”, e terminar este ano com uma progressão de vendas “superior a 5% face a 2022.

Os vinhos produzidos em Portugal – cuja faturação subiu 3% em resultado da melhoria do preço médio em quase 4%, que compensou uma queda efetiva de volumes em 1% – e em Espanha valeram cerca de três em cada cinco euros faturados pelo grupo no ano passado. No chamado Novo Mundo, a performance da Finca Flichman na Argentina, da Viña Los Boldos no Chile e da Framingham na Nova Zelândia resultou num crescimento conjugado superior a 15% de vendas consolidadas. E é na Península Ibérica que a empresa fundada em 1942 tem o “foco estratégico claro”, estando “atenta a oportunidades que sejam do interesse e com valor acrescentado para a operação da Sogrape”, que planeia investir 130 milhões de euros até 2025.

Para a Sogrape, o primeiro trimestre do ano revelou-se mais negativo do que o previsto, tendo-se registado uma contração generalizada no consumo nos vários mercados. Contudo, continuamos confiantes e empenhados em recuperar, tendo como objetivo terminar o ano com um crescimento de vendas superior a 5% face a 2022.

Fernando da Cunha Guedes

Presidente da Sogrape

Em termos de aquisições, o alvo está apontado à região espanhola de Ribera del Duero. “Sempre acreditamos na importância de ter uma presença forte nos quatro R’s em Espanha: Rioja, Rías Baixas, Rueda e Ribera del Duero. Tendo já uma posição relevante nos três primeiros, respetivamente com LAN, Santiago Ruiz e Aura, é nossa intenção reforçar na Ribera del Duero, pela qualidade dos seus vinhos e pelo valor e potencial que esta região tem para o mercado espanhol e alguns mercados internacionais. Temos vindo a analisar algumas oportunidades, mas até ao momento não surgiu ainda nenhuma com um encaixe perfeito na nossa estratégia. Seguiremos atentos”, avança Fernando da Cunha Guedes.

Da “joia” Mateus ao “Peso” do Alentejo

Num portefólio com mais de 30 marcas, que abrange desde o popular Gazela até ao exclusivo Barca Velha – no final de junho chega ao mercado o Reserva Especial 2014, apenas a 18ª edição deste tinto icónico –, o Mateus Rosé, lançado logo no ano da fundação da empresa, continua a ser classificado como “a joia da coroa” e o que mais fatura, reforçado em 7,5% no ano passado. Com aumentos a dois dígitos em Portugal, Canadá, Angola e Brasil, que renderam um impulso de 20% e novo recorde de vendas, a Casa Ferreirinha reforçou a posição enquanto “marca líder dos vinhos da região do Douro”.

Quinta da Leda, no Douro

No Alentejo, onde continua a investir e planeia também construir uma nova adega, a Herdade do Peso cresceu 12% num ano de renovação da imagem e da gama de vinhos, com o conjunto dos mercados da exportação a dispararem as compras em 34%, destacando-se Suíça, Benelux, Angola e Canadá. E com o Silk & Spice, um vinho que junta castas de várias regiões, à imagem do Mateus, e que foi lançado em 2016 a pensar na exportação, foram os mercados africanos, os países nórdicos na Europa e o Brasil a suportar o incremento de quase 50% na faturação, segundo os dados oficiais.

No Vinho do Porto, apesar do aumento superior a 15% nos Aged Tawnies, a marca Sandeman acompanhou o declínio da categoria e caiu quase 10%, “essencialmente nos embarques para os EUA e Benelux, resultando da reação dos consumidores ao aumento de preço e da gestão de stocks pelos importadores”, salienta no Year Book relativo a 2022. Por outro lado, a fama mundial do Vinho do Porto continua a trazer receitas no enoturismo: em Gaia, as caves recebem atualmente 150 mil visitantes por ano (incluindo o centro de visitas na Quinta do Seixo, no Douro, totaliza 200 mil) e detém o The House of Sandeman Hostel & Suites, aberto em 2018 em parceria com a The Independent Collective.

Vendas da Sogrape, por marcas

“Relativamente às nossas marcas, foi um ano histórico para Casa Ferreirinha, Herdade do Peso e Silk & Spice, com Sandeman, LAN e Mateus a registarem também um desempenho positivo – no caso de Mateus excluindo o mercado russo. O efeito cambial positivo, nomeadamente a valorização do dólar americano, moeda de exportação relevante para a Sogrape, também contribui para o crescimento em 2022”, destaca o presidente, Fernando da Cunha Guedes.

Além de Portugal, Reino Unido e EUA, o grupo tem três outras operações de distribuição. Em Angola, a Vinus só não progrediu no canal Direct-to-consumer e o valor de vendas convertido para euros aumentou mais de 60%, “como resultado quer do crescimento do negócio, quer da apreciação do kwanza angolano face ao euro”.

Já a Sogrape Brasil continua a alargar a rede de distribuição, com “foco de investimento no ponto de venda” e uma subida homóloga de 3% nas receitas, face a 2021. E na China, onde o negócio continuou “muito condicionado” pela pandemia que fez cair os vinhos importados, a Sogrape Asia-Pacific diz, sem quantificar, que cresceu em volume e valor, puxada pelas marcas chilenas e neozelandesas.

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