Seguros vão crescer em Portugal a uma média de 6,9% até 2028
A recuperação da economia, o aumento da procura de seguros de saúde e mais ataques cibernéticos farão crescer bastante os seguros Não Vida em Portugal nos próximos 5 anos, afirma a GlobalData.
A indústria portuguesa de seguros gerais, ou Não Vida, deverá crescer a uma taxa média anual (CAGR) de 6,9%, passando de 6,6 mil milhões de euros de prémios emitidos em 2023 para 9,2 mil milhões de euros em 2028, prevê a GlobalData, uma consultora de referência em análises e informação para gestão de seguradoras.
A GlobalData, através da Base de Dados de Seguros, revelou que a indústria portuguesa de seguros gerais deverá registar um crescimento homólogo consistente de 6,4% em 2023 e 2024. Segundo a consultora “o crescimento será suportado pela crescente procura para seguros de saúde devido ao aumento da consciencialização das populações, ao aumento das vendas de veículos motorizados e ao aumento dos incidentes de ataques cibernéticos”.
Sutirtha Dutta, analista de Seguros da GlobalData, comentou que “a indústria portuguesa de seguros gerais diminuiu 0,5% em 2022 e outros 1,9% em 2023 (em termos reais) devido ao fraco sentimento empresarial”, como resultado da inflação elevada e um subsequente aumento nas taxas de juro. Para Dutta esta tendência vai continuar em 2024 e o setor de seguros gerais vai crescer a partir de 2025, “devido à recuperação da economia e ao aumento da consciencialização sobre cuidados de saúde.”
Para a GlobalData, os seguros de Acidentes Pessoais e Saúde são o ramo de negócio líder, representando uma quota de 36,6% dos prémios de seguros gerais em 2023. A inflação elevada juntamente com o aumento da procura de seguros de saúde após a pandemia levaram a um aumento nas despesas de saúde, afirma a consultora.
A este propósito a GlobalData cita a Associação Portuguesa de Seguradores (APS), como fonte indicadora de que o prémio médio do seguro de saúde por pessoa aumentou 4,3% para 360 euros no primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A consultora realça ainda que o acesso limitado ao sistema de saúde público também está a impulsionar a procura de seguros de saúde privados. A cobertura das despesas de cuidados ambulatórios do sistema público de saúde do SNS em Portugal é de 63%, valor inferior à média da OCDE de 76%.
O seguro automóvel é o segundo maior ramo de negócio, representando uma quota de 26,5% do total de prémios de seguros gerais emitidos em 2023, refere a GlobalData. O aumento das vendas de veículos fez com que o seguro automóvel registasse um crescimento homólogo de 4,7% em 2023. A GlobalData baseia-se em dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), para verificar que as vendas de veículos aumentaram 29,9% durante janeiro-outubro de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.
Dutta acrescenta: “Além disso, os incentivos fornecidos pelo governo para promover a venda de veículos eléctricos (VE) apoiarão o crescimento do seguro automóvel. Espera-se que o seguro automóvel cresça a um CAGR de 4,7% durante 2023-28.”.
O crescimento dos seguros de responsabilidade civil é impulsionado pelo seguro de acidentes de trabalho, obrigatório em Portugal e responsável por 85,6% dos prémios de seguros de responsabilidade civil em 2022.
A GlobalData cita a ASF – Autoridade de Supervisão de de Seguros e Fundos de Pensões em Portugal -, quanto ao número de apólices obrigatórias de acidentes de trabalho que cresceu 1,7% em 2022, marcando o terceiro ano consecutivo de crescimento.
Uma maior frequência de ataques cibernéticos, especialmente após a pandemia, também apoiará o crescimento dos seguros de responsabilidade civil. Espera a consultora que o seguro de responsabilidade civil cresça a um CAGR de 7,8% durante 2023-2028.
Os seguros patrimoniais, financeiros, marítimos, aéreos e de trânsito e diversos, segundo a agregação da GlobalData, representaram os restantes 19,2% dos prémios emitidos de seguros gerais em 2023.
Dutta conclui: “A recuperação da economia, o aumento da procura de seguros de saúde e o aumento dos ataques cibernéticos apoiarão o crescimento dos seguros gerais de Portugal nos próximos cinco anos. No curto prazo, o crescimento poderá ser impactado por instabilidades económicas e geopolíticas.”.
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