Hospitais privados admitem aumento da ida às urgências “nas últimas semanas”
Depois de os tempos médios de espera na urgência dos hospitais privados ter atingido as quase 5 horas no início da semana, a situação parece mais calma. Espera é, no máximo, de 2 horas e 27 minutos.
À semelhança do Serviço Nacional de Saúde (SNS) também os hospitais privados admitem um aumento da afluência aos serviços de urgência “nas últimas semanas”, mas sublinham que está em linha com “o que é habitual para esta época do ano”. Depois de os tempos médios de espera ter atingido as quase cinco horas no início da semana, a situação aparenta ser mais calma com a espera a ser no máximo de duas horas e 27 minutos, segundo o apanhado feito pelo ECO.
“A afluência aos serviços de urgência na rede Hospital da Luz, neste período, é mais significativa, mas está em linha com o que é habitual para esta época do ano“, adianta fonte oficial do grupo, em resposta ao ECO, acrescentando, no entanto, que se tem verificado “um crescimento gradual das médias de admissões aos nossos atendimentos urgentes ao longo dos últimos anos”.
Perante o aumento da procura, na terça-feira, os utentes do Hospital da Luz começaram a receber um SMS a apelar para que ligarem primeiro para a linha Luz 24 (um serviço de triagem telefónica semelhante ao SNS24 e que permite que um encaminhamento para o hospital do grupo mais próximo ou teleconsultas, mediante cada caso) antes de se deslocarem às urgências.
Nesse dia, o tempo de espera médio de espera para pulseira verde no Hospital da Luz Lisboa chegou a ser de três horas para um adulto, segundo a Lusa. Esta quinta-feira, ao início da tarde a situação parecia mais estabilizada, com os tempos de espera para pulseira verde a rondar os cerca de 30 minutos (quer na urgência de adulto, quer na pediatria) nessa mesma unidade. No entanto, no Hospital da Luz Arrábida, no Porto, e no Hospital da Luz Aveiro eram de 1 hora e 7 minutos e 1 hora e 23 minutos, respetivamente, nas urgências de adulto, de acordo com os dados consultados pelo ECO, no respetivo site.
Também a CUF reconhece que se tem vindo a registar “nas últimas semanas, uma elevada procura, sobretudo devido a um aumento da atividade gripal e condições respiratórias características desta época do ano”.
Ainda assim, fonte oficial do grupo detido pela José de Mello sinaliza ao ECO que o aumento da afluência “é expectável neste período” e garante que está a fazer “todos os esforços” para responder às “necessidades dos doentes”, quer seja para quem recorre aos serviços de urgência, teleconsultas ou serviços domiciliários, entre outros.
Esta quinta-feira, também ao início da tarde, os tempos de espera médios nas urgências do Hospital CUF Descobertas, em Lisboa, eram de 2 horas e 3 minutos para os adultos e de 39 minutos para pediatria. Já no Hospital CUF Porto era de 2 horas e 13 minutos para adultos e de 36 minutos para pediatria, segundo consta dos dados consultados pelo ECO através do site do grupo.
Já no Hospital CUF Sintra era de 2 horas e 27 minutos para o atendimento permanente dos adultos, mas apenas de sete minutos para a pediatria. Estes dados estão abaixo dos verificados na terça-feira, dia em que CUF Sintra chegou a ter um tempo de espera médio de quase cinco horas para os adultos, segundo a Lusa.
Por sua vez, fonte oficial do Hospital Lusíadas sinaliza apenas que “tanto afluência como os tempos de espera estão em linha com os picos de atividade registados em invernos passados”, nomeadamente comparativamente com o período pré-pandémico e garante que o atendimento urgente dos hospitais do grupo funciona “com processos de triagem rigorosos”, de modo “a garantir que os casos mais urgentes são vistos dentro dos tempos previstos e adequados às necessidades do doente”.
Esta quinta-feira, também ao início da tarde, o Hospital Lusíadas Lisboa encontrava-se com um tempo de espera de 1 hora 44 minutos para doentes pouco urgentes (pulseira verde) e de 1 hora e 11 minutos para casos urgentes (pulseira amarela). Também aqui se sente um alívio face ao início da semana, quando o tempo de espera chegou a ser de quatro horas e 46 minutos para adultos de pulseira verde. Já serviço de pediatria deste hospital os tempos de espera não chegam aos 10 minutos.
Já a norte, e ainda a título de exemplo, o Hospital Lusíadas Porto apresentava esta quinta-feira um tempo de espera de 17 minutos para casos pouco urgentes e 1 hora e 10 minutos para urgentes. No serviço de pediatria deste hospital os tempos de espera variavam entre os cinco e os 41 minutos, de acordo com os dados consultados pelo ECO.
O ECO contactou ainda a Trofa Saúde, mas até ao fecho deste artigo não foi possível obter resposta. A descida de temperaturas e a coincidência com as festividades levou a um aumento dos caso de gripe em Portugal, que está a colocar pressão sobre os hospitais do SNS, com os tempos de espera a ultrapassarem as 10 horas em algumas unidades.
O ministro da Saúde já veio avisar que “as próximas duas semanas serão o período mais difícil da gripe sazonal”. Não obstante, o Manuel Pizarro relembrou o “problema crónico” do “excesso de afluência às urgências” e apela aos cidadãos a ligarem primeiro para o INEM (em casos urgentes) ou ao SNS24 (em casos menos graves), antes de se dirigirem aos hospitais.
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