Pedro Nuno Santos abre a porta a um novo ciclo e critica oposição
O primeiro discurso de Pedro Nuno Santos como líder do PS foi marcado pela vontade de iniciar um novo ciclo de governação, muitos elogios a António Costa e à Geringonça, e muitas críticas à Direita.
Pedro Nuno Santos procurou afirmar-se como secretário-geral do Partido Socialista através de um discurso mobilizador dos socialistas, que arrancou com o seu compromisso de que nas presidenciais em janeiro de 2026 “o PS apoiará um candidato como há muito tempo não o faz.”
No entanto, no seu primeiro discurso como líder do PS, Pedro Nuno Santos não deixou de sublinhar a sua vontade de trilhar o seu próprio caminho ao mostrar que o ciclo de oito anos de governos do António Costa chegou ao fim e que agora é altura de abrir a porta a um novo ciclo ao partido.
“Este capítulo escrito pelos governos socialistas liderados por António Costa encerra-se agora. Outro se iniciará com as eleições de março próximo”, referiu Pedro Nuno Santos este sábado no 24.º Congresso Nacional do PS que está a decorrer deste fim-de-semana em Lisboa, procurando mobilizar todos os socialistas.
É com todos os portugueses que, enquanto secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro, tenciono abrir um novo ciclo e responder às respostas que o país inteiro enfrenta e pelas quais não pode esperar mais tempo.
O líder do PS notou que “os acontecimentos de novembro interromperam, infelizmente, um ciclo de político de estabilidade e uma governação com provas dadas”, mas destacou a sua vontade de vencer as eleições de março com o intuito de dar continuidade a muitas das políticas dos antigos governos, mas com algumas alterações.
“É com todos os portugueses que, enquanto secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro, tenciono abrir um novo ciclo e responder às respostas que o país inteiro enfrenta e pelas quais não pode esperar mais tempo”, referiu Pedro Nuno Santos, sublinhando, por exemplo, a intenção de continuar a apostar em empresas públicas, como promoveu por diversas ocasiões enquanto ministro das Infraestruturas na TAP e também na CP.
“As empresas públicas não estão condenadas a serem deficitárias (…) foi isso que demonstrámos com a TAP e a CP”, salientou Pedro Nuno Santos, lembrando também alguns dos projetos que colocou em prática, nomeadamente no plano da ferrovia, destacando que “temos em curso o maior investimento da história recente do nosso país em infraestruturas e no material circulante.”
Mas também reconheceu que “nem tudo foi bem feito”, que “não escondemos os problemas que ainda persistem em Portugal” e que “ainda há muito trabalho pela frente”. Pedro Nuno Santos referiu ainda que “o projeto do PS é por natureza um projeto inacabado” e que o partido “tem de saber ouvir o povo. Ouvir os trabalhadores e os empresários.”
O novo secretário-geral do PS também não deixou de lançar uma escada a um eventual ressurgimento da Gerigonça, no rescaldo dos resultados das eleições legislativas de 10 de março, ao considerar que a Gerigonça foi uma “solução política virtuosa”, tanto do ponto de vista da “estabilidade como dos resultados alcançados”.
Para a Direita, Pedro Nuno Santos não perdeu a oportunidade lançar várias farpas, desde logo em relação ao “renascimento” da coligação à direita protagonizada pelo PSD, CDS e PPM, a fazer recordar a Aliança Democrática (AD) de 1979-1983 protagonizada por Francisco Sá Carneiro, Diogo Freitas do Amaral e do Gonçalo Ribeiro Telles, com o líder do PS a acusar que estes partidos foram “ao baú recuperar um projeto amarelecido pela antiguidade de mais de 40 anos.”
Para o líder do PS, a reedição da AD é vista como “um truque” do PSD e CDS para “fazer esquecer o período em que governaram juntos, entre 2011 e 2015, quando cortaram salários e pensões, fizeram explodir o desemprego e a dívida pública, aumentaram os impostos e privatizaram sem acautelar o interesse público”.
Para o discurso de domingo, Pedro Nuno Santos anunciou que não irá apresentar o projeto eleitoral do PS, mas não deixará de revelar aos socialistas algumas das ideias que pretende promover, caso venha a governar o país após as eleições de março.
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