Pedro Nuno Santos procura união do PS no primeiro discurso como secretário-geral do partido
Pedro Nuno faz hoje o seu primeiro discurso após reeleição de Carlos César como presidente do PS.
Pedro Nuno Santos vai fazer hoje o seu primeiro discurso como secretário-geral no 24.º Congresso Nacional do PS, após a reeleição de Carlos César como presidente do partido, cargo ao qual concorre sem oposição.
Já esta manhã, na chegada ao segundo dia do Congresso que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Francisco Assis salientou que, “no essencial, somos todos membros do PS. O que significa que temos uma adesão a um conjunto de valores, ideias e princípios que nos aproxima”, apesar de por vezes “estarmos em desacordo”.
Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, militante do PS e apoiante de Pedro Nuno Santos na corrida à liderança do partido, referiu ainda que “neste momento, o PS tem um excelente candidato a primeiro-ministro. O melhor daqueles que hoje se apresenta aos portugueses.”
As votações para presidente do PS e para a Mesa do Congresso, Comissão de Verificação de Poderes e Comissão de Honra, que habitualmente se realizam no início dos trabalhos, prosseguem desta vez até às 10 horas de hoje, segundo dia do Congresso que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL).
Durante a manhã, discursará o presidente reeleito do PS e serão apresentadas e debatidas as moções políticas de orientação nacional do secretário-geral do PS e também de José Luís Carneiro e Daniel Adrião, seus ex-adversários internos nas diretas de 15 e 16 de dezembro.
Às 17h termina o prazo para entrega de listas candidatas aos órgãos. Espera-se uma única lista para a Comissão Nacional, órgão máximo entre congressos, encabeçada por Francisco Assis, depois de Pedro Nuno Santos ter chegado a acordo com José Luís Carneiro e Daniel Adrião.
Além da Comissão Nacional, o Congresso irá eleger a Comissão Nacional de Jurisdição e a Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira, durante a manhã de domingo, por voto secreto. As moções políticas de orientação nacional serão votadas em alternativa, por braço no ar.
Pedro Nuno Santos venceu com 61% dos votos as eleições diretas internas de 15 e 16 de dezembro, enquanto José Luís Carneiro teve 37% e Daniel Adrião 1% dos votos. Para este Congresso, a candidatura do novo secretário-geral elegeu quase 70% dos cerca de 1.400 delegados.
Recorde-se que este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa do cargo primeiro-ministro a 7 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, discursou na abertura do Congresso, já como ex-secretário-geral do PS, função que exerceu durante nove anos, desde 22 de novembro de 2014.
Na parte final da sua intervenção, António Costa recebeu um aplauso prolongado dos congressistas ao declarar: “Podem ter derrubado o nosso Governo, mas não derrubaram o PS. O PS está aqui forte, vivo. O PS está aqui rejuvenescido com uma nova energia, com uma nova liderança. E com o Pedro Nuno Santos estamos prontos para a luta”.
O ainda chefe do Governo manifestou confiança na vitória do PS nas legislativas de 10 de março, antevendo que “o Pedro Nuno vai ser o primeiro primeiro-ministro que nasceu depois da revolução de Abril [de 1974]”.
António Costa referiu que desde que formou Governo, em novembro de 2015, o PS venceu todas as eleições nacionais e afirmou que “o diabo não veio” porque “o diabo é a direita e os portugueses não devolveram o poder à direita”.
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