Primeira-ministra francesa demite-se. Macron já aceitou
Élisabeth Borne era primeira-ministra desde maio de 2022 após a renúncia de Castex. Foi a segunda mulher a ocupar o cargo.
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, pediu esta segunda-feira a demissão, já aceite pelo Presidente francês, Emmanuel Macron. O atual ministro da Educação, Gabriel Attal, é o favorito para suceder Borne no cargo, avança a agência de notícias EFE.
Borne, 62 anos, que se manterá em funções até à nomeação de um novo Executivo, foi apenas a segunda mulher a liderar um Governo em França. A primeira havia sido a socialista Édith Cresson, durante o mandato presidencial de François Mitterrand, ainda que por um período inferior a um ano, no início da década de 1990.
A saída de Borne deverá ser a primeira de uma série de mudanças que Macron pretende fazer no Governo. A imprensa francesa já antecipava uma nova remodelação governamental, na sequência dos protestos contra medidas impopulares, como é o caso da reforma das pensões e a recente lei da imigração.
O desgaste provocado pelas sucessivas crises políticas colocou em causa o equilíbrio entre os três partidos do Governo de coligação (o Renascimento, de Macron e Borne, o Horizontes, e o Movimento Democrata). Exemplo disso foi a demissão do ministro da Saúde, Aurélien Rousseau, no final de dezembro, por se opor à nova lei sobre imigração, enquanto outros ministros desfavoráveis ao projeto, como Clément Beaune (Transportes) ou Sylvie Retailleau (Ensino Superior), foram recebidos nessa semana em Matignon, residência oficial da primeira-ministra.
Nos 20 meses do seu mandato, a primeira-ministra demissionária não estava a conseguir obter o consenso necessário para aprovar as leis do seu Executivo, obrigando-a frequentemente a recorrer a um artigo da Constituição que lhe permite adotá-las sem o voto dos deputados.
Por outro lado, Borne enfrentou 30 moções de censura apresentadas pelos partidos da oposição, algumas das quais vencidas por margens estreitas, como a que ocorreu após a aprovação da reforma do sistema de pensões por apenas nove votos.
Macron não tardou a reagir à decisão de Borne, que liderou o Governo durante 20 meses. “O seu trabalho ao serviço da nossa nação tem sido exemplar todos os dias. Implementaram o nosso projeto com a coragem, o empenho e a determinação das mulheres de Estado. De todo o coração, obrigado”, escreveu o Presidente francês, numa publicação na sua conta na rede social X (antigo Twitter).
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Do mesmo partido do Presidente francês, o ministro da Educação, Gabriel Attal, parece ser o favorito para substituir Borne. A confirmar-se, será o mais jovem primeiro-ministro de sempre de França, com apenas 34 anos.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h18)
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